VP015 – Narrar sua história para ter sentido e significado – Verbalizando Podcast
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Narrar sua história pode ajudar você a dar sentidos e significados para os eventos da sua vida. Estamos constantemente falando de nós mesmo, contando nossa história. Ou, pelo menos, pensamos que sim. Até quando tratamos de outros assuntos que não os pessoais, falamos de nosso ponto de vista pessoal. Assim, para um ouvinte atento, sempre a algo pessoal na fala de cada um.
Narrar sua história é diferente de reclamar
Não é só falar sobre si mesmo que é importante, como é possível nas diversas plataformas da internet. Perceber ou sentir que foi compreendido pelo outro é igualmente importante, porque é necessário para o indivíduo ter uma conexão humana. Contar sua história vale muito mais quando se é compreendido, ou seja, quando sua experiência relatada foi reconhecida, validada pelo outro como uma história de vida.
O que se faz na clínica psicológica ou na literatura é narrar uma história. Cada contexto tem sua especificidade, mas para ser uma narrativa e não um mero relato ou reclamação, ao menos três elementos precisam estar presentes:
- Um tempo que passa
- Os elementos que se articulam
- Um sentido construído nesse enredo
A experiência humana
A experiência humana, obtida no contato com a realidade, seja objetiva, seja subjetiva, é algo que se compartilha entre as pessoas desde o início da história da humanidade. Conforme Walter Benjamin afirma em seu texto “O Narrador”, o narrador é uma figura importante para a coletividade, viajando e contando o que vi, ouvir e viveu. Ele espalha a diversidade da experiência humana por onde passa.
Cada pessoa, mesmo sem ser um visitante dos confins do mundo, tem algo a narrar, tem experiências a expor para uma audiência, seja qual seu tamanho. A troca de experiências ajuda a ter a dimensão de unidade do coletivo, mesmo diante da diversidade.
Novamente Benjamin, em seu texto “Experiência e pobreza” reflete sobre a degradação da sociedade após as grandes guerras, justamente pela impossibilidade de os soldados narrarem suas experiências. Eles reviviam o terror da guerra, a ameaça iminente à vida, a impotência atordoante para se manter vivo. Quando a possibilidade de contar histórias não se faz uma boa atividade social, cada indivíduo, assim como toda a comunidade, perde a riqueza da vida humana e começa a regredir.
Nossa época virtual
Em nosso tempo de infindáveis conexões virtuais, nem sempre há oportunidades de trocas de experiências com profundidade. Há mais espaço para relatos e reclamações que para narrativas da vida coletiva ou individual. A solidão acaba sendo a companhia mais presente e essa experiência humana é, para muitos, das piores experiências da vida.
Além da falta de conexão humana, sua própria história se esvazia de sentidos e muitos significados negativos são atribuídos na comparação com os relatos alheios e distantes. É necessário um esforço para criar e manter relacionamentos que humanizam, com verdadeiras trocas de experiências, nas quais tanto se fala quanto se escuta e a vida é validada pela alteridade das mediações e relações humanas.
Momento de beleza vivido
Compreendi, então, que a vida não é uma sonata que, para realizar a sua beleza, tem de ser tocada até o fim. Dei-me conta, ao contrário, de que a vida é um álbum de mini-sonatas. Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade. Um único momento de beleza e amor justifica a vida inteira.
Rubem Alves
Indicações culturais desse episódio
Filme:
“Brilho eterno de uma mente sem lembrança” (2004)
Livro:
Fuzil de caça, de Yasushi Inoue
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Participaram desse episódio
- Ettore Riter
- twitter: @ettoreriter
- site: ettoreriter.com.br
- e-mail: ettore@pensaracao.com.br
- Convidado: Guilherme Henz Franco
- twitter: @ghenzfranco
- instragram: conselhodepsicologo
- facebook: guilherme.henzfranco
- site: http://francopsicologo.com.br
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