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VP012-Quem tem medo de avaliação? – PensarAção

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Série arquivada ("Feed inativo " status)

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Capa 12: Quem tem medo de avaliação?Medo de avaliação! Quem nunca!? De onde vem esse medo? De modo geral ele se baseia na possibilidade de reprovações, decepções, acréscimo de responsabilidades, de não atender expectativas próprias e de outras pessoas etc. O que pode nos ajudar? O autoconhecimento, a preparação pessoal a dupla foco e disciplina na realização de uma tarefa entre outras ações.

Por que avaliações assustam tanto?

quem tem medo de avaliaçãoA situação de avaliação gera medo, ansiedade, estresse entre diversas outras reações do organismo. De modo geral temos medo da reprovação em três instâncias: a reprovação de alguém importante para nós, a reprovação do grupo social em que estamos inseridos ou do qual pretendemos participar, cujo bom desempenho seria a permanência ou o ingresso; também há a reprovação pessoal, na qual a própria pessoa se pressiona para atender suas próprias expectativas de desempenho e com isso vem junto o medo de falhar ou de se ver como alguém que falhou, alguém que falha ou que sempre falhará.

Uma avaliação, prova ou teste também pode ser interpretada como uma ameaça pessoal. É como se o resultado da situação fosse um ameaça a vida ou a integridade física, mas no geral podemos associar a avaliação como uma ameaça moral ou social. Sinceramente não podemos dizer qual é a pior sanção por um eventual mal desempenho, posto que a reputação (social) pode implicar em melhores ou piores condições para sobrevivência. Talvez isso pareça um pouco dramático demais, mas a julgar pelas reações do organismo diante de uma situação de ameaça, que não distingue entre uma ameaça concreta ou abstrata, real ou imaginária, podemos supor que, em nossa sociedade, ser reprovado é um resultado ruim em qualquer esfera.

Por que acontece o medo de avaliação?

quem tem medo de avaliaçãoVivemos em uma sociedade que está repleta de expectativas de desempenhos. Você deve ter bom resultados na escola, nos esportes, no trabalho, nas aulas de inglês, com o seu perfil do facebook, como amigo, como profissional, como motorista, com seu corpo belo e atlético e assim vai. Depois de medo de morrer, falar em público é o medo que mais ocorre entre as pessoas.

Há exigências sociais para manutenção de status, há regras e padrões que devem ser atendidos para que sejamos recompensados, autorizados, aceitos. Somos constantemente orientados e pressionados para obter ou gerar resultados superiores. Não atender esses padrões levam a privações, punições, retalhações, até o ostracismo.

Somos avaliados e medidos permanentemente e somos instruídos desde muito cedo a buscar padrões superiores de desempenho para então recebermos atenção, afeto, valor, respeito, dignidade etc.. Essas e outras necessidades deveriam estar presentes nas relações só por serem relações humanas, sem condicionamentos meritocráticos.

Sobre meritocracia, recomendamos o excelente episódio 53: Meritocracia, Aristocracia dos Talentos do podcast Mamilos.

Nossos esforços e desejos

Nossos esforços giram em torno de atingir uma pontuação ou acertar um gabarito que nem sempre está abertamente expresso. Então estamos jogamos com a frustração de nossos esforços e sonhos; e ainda há os sonhos de outras pessoas sobre nós e uma certa dívida para fazer valer os esforços de outras pessoas, como nossos pais, avós ou benfeitores.

Isso pode nos confundir a hierarquia de desejos, tratando todos como importantes e prementes, mas há desejos que não são urgentes e outros que nem importante são; se todos parecem igualmente valiosos ficamos perdidos, desperdiçando energia e tempo, sem realizar o que realmente importa. O psiquiatra Paulo Gaudencio dá uma excelente explicação na palestra “Vicio ou Virtude” do Café Filosófico do Instituito CPFL.

[vimeo https://vimeo.com/66243895 w=500&h=280]

Meu fracasso afeta minha visão sobre mim mesmo?
(ou Sobre o auto conceito)

medo de falar em publicoUm fator fundamental do medo de avaliação é seu impacto em como a pessoa se vê, como ela se define; a isso chamamos de auto-conceito, isto é, qual é o conceito que a pessoa tem sobre si mesma, que juízo faz sobre si mesma. Seja por uma correlação consciente e direta ou feita de modo inconsciente ou indireto, meu conceito sobre mim mesmo pode ser afetado pelo sucesso ou pelo fracasso que obtenho em uma situação avaliação. Eu mesmo posso me recriminar de tal forma pela falha que me desvalorizo, desrespeito, inferiorizo, deprimo e sou alvo da fúria da minha frustração.

Isso se complica quando tenho pouca auto confiança e baixa percepção de minha auto eficácia, colocando como minha única ou principal fonte de valor pessoal o que vier das outras pessoas, de como elas me tratam, me valorizam ou não. Quer dizer que, se alguém me valoriza, então eu tenho valor, se alguém me desvaloriza, meu valor se esvai.

Outro fator importante é a necessidade relativamente comum de estar no controle da vida, de controlar os resultados de suas ações no mundo concreto. Acontece que os resultados não podem ser controlados em si, apenas há controle sobre a ação que se realiza, mas isso é apenas parte do processo de construção de um resultado. Pode-se ter uma forte sensação de ser apenas um expectador, a sensação de não estar no controle; isso pode ampliar o medo de avaliação pela possibilidade eventual de falha e pela incerteza do resultado esperado.

Gatilhos para auto conceito fragilizado

Não queremos aqui desenvolver uma teoria qualquer, apenas tecer comentários que nos ajudem a nos observar, nos conscientizar de nós mesmos e então decidir o que fazer. Há autores anteriores e estudiosos consagrados que já nos deram suas proposições teóricas sobre o auto conceito e suas derivações. Em outro momento trataremos delas porque elas são importantes e esclarecedoras sobre nossa humanidade. No momento, para a finalidade específica que temos aqui, vamos pontuar algumas possibilidades resumidas para nossa reflexão.

Entendemos que um auto conceito se enfraquece quando se apoia em expectativa irrealista por que isso turva a visão sobre si mesmo e confunde os critérios pessoais de julgamento das ações e valores. Contra a irrealidade da expectativa são necessárias as evidências que confirmem a possibilidade de materialização da expectativa.

A ansiedade também vulnerabiliza o conceito de si mesmo, posto que nos tira do tempo presente e nos lança adiante, supondo eventos futuros e desvalorizando os recursos presentes. Ela é uma sensação relativamente difusa na mente, mas frequentemente clara no corpo e em suas reações. Essas informações podem ser equivocadamente interpretadas como evidências que também turvam e confundem o juízo sobre si e suas ações.

Outro enfraquecedor do auto conceito é o perfeccionismo, que não é a busca de excelência em suas ações, mas a busca do controle evidenciada pela perfeição alcançada. Infelizmente é uma busca incitada pela fantasia de se chegar ao perfeito irrepreensível, mas a sensação desconfortável do imperfeito está enraizada na ideia de ser irretocável, imaculado, admirável (e porque não invejável ou divino).

O último fator da nossa breve seleção de “kriptonitas” para o auto conceito é a baixa auto-estima e auto-confiança. Elas nos dão referências importantes sobre o que estamos fazendo, como estão sendo recebidas nossas ações e qual juízo podemos considerar sobre nós mesmo. Em outro momento falaremos mais detidamente sobre essa dupla rodeada de controversas.

Minimizando o medo de avaliação

A segurança pessoal é baseada no auto-conceito consciente; isso favorece comunicação mais clara e assertiva, além de postura mais segura e efetiva. Para tal, é indispensável um processo de conhecimento de si mesmo, além da preparação pessoal e da dupla foco e disciplina na realização de ações, tarefas e projetos.

1. Conhecer a si

  • Reconhecer potencial e habilidades.
  • Reconhecer seus limites, pontos fortes e fracos,

2. Montar plano de preparação (Mini-Max)

  • Minimizar margem de erros.
  • Minimizar ou controlar danos. Maximizar acertos e aproveitar oportunidades.

3. Foco e disciplina na preparação e execução

Observe e perceberá que nada do que se construiu na história da humanidade ou na sua vida, nada se fez sem foco e sem disciplina. Nada do que vale a pena se faz sem essa dupla nos bastidores da ação.

O Acerto e o Erro

Se você pensar bem perceberá que tem um significado pessoal para o acerto e para o erro. Veja bem se é seu ou de onde ele vem. Podemos agir baseados nas ideias de outras pessoas achando que são nossas ideias. O que nos foi ensinado é essencial para termos o que temos e sermos quem somos; o conhecimento, os valores, as atitudes e quase tudo que temos em nossos alicerces pessoais vem de outras pessoas nos relacionamentos que travamos. O é importante que isto que recebi de outra pessoa se torne efetivamente meu, seja incorporado e assimilado.

Será que o que eu entendo por erro ou acerto é o que eu realmente penso sobre isso? Minhas experiências e minhas ideias se refletem mutuamente? Ou estou apenas reproduzindo o que ouvi, vi ou li? O risco de se guiar pelo que não é seu é que não se sustente quando realmente vier uma situação provadora. Nutrir-se com o que não foi metaforicamente mastigado, digerido e distribuído pelo sangue a seu corpo e comportamento solapa a segurança e confiança em si mesmo.

Errar faz parte do processo de aprendizado. Errar ensina tanto quanto o acerto. Alguns afirma que ensina até mais. Fato é que temos tanta chance de acertar quanto de errar. É para pender a balança para o acerto e o resultado esperado que trabalhamos e nos esforçamos. Mas isso não impede que o erro se manifeste porque não temos controle sobre tudo o que nos cerca. E se, apenas de tudo o que fizermos para acertar, ainda assim o erro nos sobrevenha, devemos aproveitar a oportunidade de aprender com esse professor, com humildade e gratidão, pois “o mestre vem quando o discípulo está pronto”, como diz um ditado chinês. Ignorar a possibilidade do erro, sua presença ou seu valor propedêutico prejudica seriamente o amadurecimento pessoal, já que as consequências podem trazer lucidez, sabedoria e diversas outras sementes valiosas para o fortalecimento do auto conceito e da auto eficácia.

Executar uma “Terraplanagem”

terraplanagem-relevoA imagem da Terraplanagem é acertar o terreno para o aprendizado, mexer no relevo para ajustar à nova situação que se quer contruir. Por isso, para a terraplanagem de si mesmo nesse campo do medo da avaliação, sugerimos:

  • Aceite sua falibilidade.
  • Prepare-se bem e não se entregue à falibilidade ou vitimização.
  • Não existe 100% de acertos.
  • Conheça seus limites e suas potencialidades.
  • Não idolatre o fracasso nem o sucesso.
  • Busque ter uma atitude positiva diante do fracasso; ele é eventualmente inevitável e providencialmente necessário.
  • Você pode ganhar experiência, calejamento e atitude melhor com seus erros.
  • Busque aumentar a auto-confiança para experimentar e experimente para gerar mais auto-confiança.

A maior avaliação é a própria vida! Não tenha medo, seja corajoso, tenha fé, respeite os limites e as potencialidade, seja gentil consigo mesmo e com as pessoas.

ESCUTE! PRATIQUE! MULTIPLIQUE!
Quem tem medo do lobo mau?

Dúvidas, críticas ou sugestões escreva nos comentários desse post ou use o formulário de contato e mande sua mensagem. Você pode também escrever um e-mail verbalizandopodcast@gmail.com, no facebook.com/verbalizandopodcast ou ainda seguir no twitter: @ettoreriter. Escolha um canal e verbalize.

Playlist do episódio (Creative Commons)

  • Alberto Mandis – Convertation
  • Fortadelis – Funktional
  • Jazz Oil – Jungle_Bungle
  • Jazz Oil – Sie7e
  • Kevin MacLeod – StyleFunk
  • Kevin MacLeod – Protofunk
  • Mike Link Harvey Taylor – Tabla_Rasta
  • Walter Mazzaccaro – Not return

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Por que avaliações assustam tanto?

quem tem medo de avaliaçãoA situação de avaliação gera medo, ansiedade, estresse entre diversas outras reações do organismo. De modo geral temos medo da reprovação em três instâncias: a reprovação de alguém importante para nós, a reprovação do grupo social em que estamos inseridos ou do qual pretendemos participar, cujo bom desempenho seria a permanência ou o ingresso; também há a reprovação pessoal, na qual a própria pessoa se pressiona para atender suas próprias expectativas de desempenho e com isso vem junto o medo de falhar ou de se ver como alguém que falhou, alguém que falha ou que sempre falhará.

Uma avaliação, prova ou teste também pode ser interpretada como uma ameaça pessoal. É como se o resultado da situação fosse um ameaça a vida ou a integridade física, mas no geral podemos associar a avaliação como uma ameaça moral ou social. Sinceramente não podemos dizer qual é a pior sanção por um eventual mal desempenho, posto que a reputação (social) pode implicar em melhores ou piores condições para sobrevivência. Talvez isso pareça um pouco dramático demais, mas a julgar pelas reações do organismo diante de uma situação de ameaça, que não distingue entre uma ameaça concreta ou abstrata, real ou imaginária, podemos supor que, em nossa sociedade, ser reprovado é um resultado ruim em qualquer esfera.

Por que acontece o medo de avaliação?

quem tem medo de avaliaçãoVivemos em uma sociedade que está repleta de expectativas de desempenhos. Você deve ter bom resultados na escola, nos esportes, no trabalho, nas aulas de inglês, com o seu perfil do facebook, como amigo, como profissional, como motorista, com seu corpo belo e atlético e assim vai. Depois de medo de morrer, falar em público é o medo que mais ocorre entre as pessoas.

Há exigências sociais para manutenção de status, há regras e padrões que devem ser atendidos para que sejamos recompensados, autorizados, aceitos. Somos constantemente orientados e pressionados para obter ou gerar resultados superiores. Não atender esses padrões levam a privações, punições, retalhações, até o ostracismo.

Somos avaliados e medidos permanentemente e somos instruídos desde muito cedo a buscar padrões superiores de desempenho para então recebermos atenção, afeto, valor, respeito, dignidade etc.. Essas e outras necessidades deveriam estar presentes nas relações só por serem relações humanas, sem condicionamentos meritocráticos.

Sobre meritocracia, recomendamos o excelente episódio 53: Meritocracia, Aristocracia dos Talentos do podcast Mamilos.

Nossos esforços e desejos

Nossos esforços giram em torno de atingir uma pontuação ou acertar um gabarito que nem sempre está abertamente expresso. Então estamos jogamos com a frustração de nossos esforços e sonhos; e ainda há os sonhos de outras pessoas sobre nós e uma certa dívida para fazer valer os esforços de outras pessoas, como nossos pais, avós ou benfeitores.

Isso pode nos confundir a hierarquia de desejos, tratando todos como importantes e prementes, mas há desejos que não são urgentes e outros que nem importante são; se todos parecem igualmente valiosos ficamos perdidos, desperdiçando energia e tempo, sem realizar o que realmente importa. O psiquiatra Paulo Gaudencio dá uma excelente explicação na palestra “Vicio ou Virtude” do Café Filosófico do Instituito CPFL.

[vimeo https://vimeo.com/66243895 w=500&h=280]

Meu fracasso afeta minha visão sobre mim mesmo?
(ou Sobre o auto conceito)

medo de falar em publicoUm fator fundamental do medo de avaliação é seu impacto em como a pessoa se vê, como ela se define; a isso chamamos de auto-conceito, isto é, qual é o conceito que a pessoa tem sobre si mesma, que juízo faz sobre si mesma. Seja por uma correlação consciente e direta ou feita de modo inconsciente ou indireto, meu conceito sobre mim mesmo pode ser afetado pelo sucesso ou pelo fracasso que obtenho em uma situação avaliação. Eu mesmo posso me recriminar de tal forma pela falha que me desvalorizo, desrespeito, inferiorizo, deprimo e sou alvo da fúria da minha frustração.

Isso se complica quando tenho pouca auto confiança e baixa percepção de minha auto eficácia, colocando como minha única ou principal fonte de valor pessoal o que vier das outras pessoas, de como elas me tratam, me valorizam ou não. Quer dizer que, se alguém me valoriza, então eu tenho valor, se alguém me desvaloriza, meu valor se esvai.

Outro fator importante é a necessidade relativamente comum de estar no controle da vida, de controlar os resultados de suas ações no mundo concreto. Acontece que os resultados não podem ser controlados em si, apenas há controle sobre a ação que se realiza, mas isso é apenas parte do processo de construção de um resultado. Pode-se ter uma forte sensação de ser apenas um expectador, a sensação de não estar no controle; isso pode ampliar o medo de avaliação pela possibilidade eventual de falha e pela incerteza do resultado esperado.

Gatilhos para auto conceito fragilizado

Não queremos aqui desenvolver uma teoria qualquer, apenas tecer comentários que nos ajudem a nos observar, nos conscientizar de nós mesmos e então decidir o que fazer. Há autores anteriores e estudiosos consagrados que já nos deram suas proposições teóricas sobre o auto conceito e suas derivações. Em outro momento trataremos delas porque elas são importantes e esclarecedoras sobre nossa humanidade. No momento, para a finalidade específica que temos aqui, vamos pontuar algumas possibilidades resumidas para nossa reflexão.

Entendemos que um auto conceito se enfraquece quando se apoia em expectativa irrealista por que isso turva a visão sobre si mesmo e confunde os critérios pessoais de julgamento das ações e valores. Contra a irrealidade da expectativa são necessárias as evidências que confirmem a possibilidade de materialização da expectativa.

A ansiedade também vulnerabiliza o conceito de si mesmo, posto que nos tira do tempo presente e nos lança adiante, supondo eventos futuros e desvalorizando os recursos presentes. Ela é uma sensação relativamente difusa na mente, mas frequentemente clara no corpo e em suas reações. Essas informações podem ser equivocadamente interpretadas como evidências que também turvam e confundem o juízo sobre si e suas ações.

Outro enfraquecedor do auto conceito é o perfeccionismo, que não é a busca de excelência em suas ações, mas a busca do controle evidenciada pela perfeição alcançada. Infelizmente é uma busca incitada pela fantasia de se chegar ao perfeito irrepreensível, mas a sensação desconfortável do imperfeito está enraizada na ideia de ser irretocável, imaculado, admirável (e porque não invejável ou divino).

O último fator da nossa breve seleção de “kriptonitas” para o auto conceito é a baixa auto-estima e auto-confiança. Elas nos dão referências importantes sobre o que estamos fazendo, como estão sendo recebidas nossas ações e qual juízo podemos considerar sobre nós mesmo. Em outro momento falaremos mais detidamente sobre essa dupla rodeada de controversas.

Minimizando o medo de avaliação

A segurança pessoal é baseada no auto-conceito consciente; isso favorece comunicação mais clara e assertiva, além de postura mais segura e efetiva. Para tal, é indispensável um processo de conhecimento de si mesmo, além da preparação pessoal e da dupla foco e disciplina na realização de ações, tarefas e projetos.

1. Conhecer a si

  • Reconhecer potencial e habilidades.
  • Reconhecer seus limites, pontos fortes e fracos,

2. Montar plano de preparação (Mini-Max)

  • Minimizar margem de erros.
  • Minimizar ou controlar danos. Maximizar acertos e aproveitar oportunidades.

3. Foco e disciplina na preparação e execução

Observe e perceberá que nada do que se construiu na história da humanidade ou na sua vida, nada se fez sem foco e sem disciplina. Nada do que vale a pena se faz sem essa dupla nos bastidores da ação.

O Acerto e o Erro

Se você pensar bem perceberá que tem um significado pessoal para o acerto e para o erro. Veja bem se é seu ou de onde ele vem. Podemos agir baseados nas ideias de outras pessoas achando que são nossas ideias. O que nos foi ensinado é essencial para termos o que temos e sermos quem somos; o conhecimento, os valores, as atitudes e quase tudo que temos em nossos alicerces pessoais vem de outras pessoas nos relacionamentos que travamos. O é importante que isto que recebi de outra pessoa se torne efetivamente meu, seja incorporado e assimilado.

Será que o que eu entendo por erro ou acerto é o que eu realmente penso sobre isso? Minhas experiências e minhas ideias se refletem mutuamente? Ou estou apenas reproduzindo o que ouvi, vi ou li? O risco de se guiar pelo que não é seu é que não se sustente quando realmente vier uma situação provadora. Nutrir-se com o que não foi metaforicamente mastigado, digerido e distribuído pelo sangue a seu corpo e comportamento solapa a segurança e confiança em si mesmo.

Errar faz parte do processo de aprendizado. Errar ensina tanto quanto o acerto. Alguns afirma que ensina até mais. Fato é que temos tanta chance de acertar quanto de errar. É para pender a balança para o acerto e o resultado esperado que trabalhamos e nos esforçamos. Mas isso não impede que o erro se manifeste porque não temos controle sobre tudo o que nos cerca. E se, apenas de tudo o que fizermos para acertar, ainda assim o erro nos sobrevenha, devemos aproveitar a oportunidade de aprender com esse professor, com humildade e gratidão, pois “o mestre vem quando o discípulo está pronto”, como diz um ditado chinês. Ignorar a possibilidade do erro, sua presença ou seu valor propedêutico prejudica seriamente o amadurecimento pessoal, já que as consequências podem trazer lucidez, sabedoria e diversas outras sementes valiosas para o fortalecimento do auto conceito e da auto eficácia.

Executar uma “Terraplanagem”

terraplanagem-relevoA imagem da Terraplanagem é acertar o terreno para o aprendizado, mexer no relevo para ajustar à nova situação que se quer contruir. Por isso, para a terraplanagem de si mesmo nesse campo do medo da avaliação, sugerimos:

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  • Não existe 100% de acertos.
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