ABUSO SEXUAL NA INFÂNCIA: IMPACTOS E SUPERAÇÕES - Episódio 536 – Fabio Flores

Precisava Ouvir Isso

O tema é delicadíssimo. É triste. E os relatos são aterrorizantes. E justamente por isso eu já te informo que se você é sensível ao tema abuso sexual... não ouça este episódio. Nós temos mais de 500 outros episódios pra você ouvir. Mude de faixa. Se este tema te provoca gatilhos não ouça até o fim este episódio. Feita esta advertência, eu informo a quem decidiu seguir ouvindo que o papo hoje é um alerta aos pais e sobretudo um alento, uma esperança para quem viveu esta trágica violência na infância. Nós vamos falar como a ajuda de profissionais da saúde emocional podem te ajudar a resgatar a vida, a alegria, a confiança e o prazer em sua vida. Pedofilia é um dos temas mais abordados nas campanhas eleitorais e nos debates informais nas redes sociais. Todo mundo concorda que é um crime abjeto e bárbaro. Mas apesar de tanta gente falando a respeito de maneira tão repulsiva, o que mais vejo é um falatório que não informa, que não protege e que não produz mudança de comportamento nos abusadores e seus cúmplices. Sim... o abusador tem muitos cúmplices. Pra acontecer o abuso ele conta com uma rede de apoio e silêncios. Há quem o apóie de maneira consciente e os que dão este suporte por ignorância, interesse ou inconsciência. Um grande erro ao meu ver é chamar o pedófilo de monstro. Na imensa maioria das vezes o criminoso não é uma pessoa estranha e de aparência e hábitos horríveis. Ele muitas vezes é alguém muito próximo a família. É alguém que socialmente tem comportamento irretocável. É alguém admirado pelos familiares da vítima. É alguém que até faz campanha contra a pedofilia. É alguém que estabelece uma relação de confiança tão intensa com a família da vítima, que em alguns casos a família tende até a (em caso de denuncia) a acreditar mais no agressor que na vítima. Por isso o primeiro grande erro que precisamos corrigir é parar de chamar abusador de monstro. Quando você fala que o perigo é um monstro a criança mira o medo nos perigos imaginários e disponibiliza menos atenção aos perigos reais que freqüentam a sua própria casa, sua igreja e seus espaços mais aparentemente seguros. No episódio de hoje eu vou te apresentar dois áudios de ouvintes do podcast. Nos dois casos você vai perceber que a ameaça não era um monstro. Eram pessoas bem próximas da família e que tinham todas as credenciais para ter acesso ao espaço mais sagrado de convivência destas crianças. Ouça com muita atenção e perceba o quanto os lobos se fazem de cordeiro para violar a intimidade das crianças.