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À Deriva & Los Nachos #37 – Uma palhaçada de natal

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UMA PALHAÇADA DE NATAL

Por Alexfábio Custódio

Uma produção especial de Los Nachos & À Deriva

_______________________________________________

NARRADOR: Olá meninos e meninas, sejam muito bem-vindos. Como vocês já devem imaginar, eu sou o titio Serginho Moro, famoso por histórias como “Ouvindo Dilminha ao telefone”, e “Um lava jato muito louco”, entre outros sucessos. Enfim, hoje eu vim aqui pra compartilhar com vocês um conto natalino muito bonito intitulado “UMA PALHAÇADA DE NATAL”. Vamos lá.

INTRODUÇÃO

[musiquinha de começo de história infantil natalina]

NARRADOR: Era uma vez uma poderosa empresa chamada Nachos Corp. Ela era comandada temporariamente por um executivo intransigente e grosseiro chamado Erik, sujeito que possuía o péssimo costume de usar táticas ardis e truculentas para conseguir seus objetivos no mundo dos negócios.

NARRADOR: Certa feita, numa linda noite de natal, seus membros fundadores estavam reunidos no quadragésimo segundo andar do prédio, discutindo os próximos passos da dominação… digo, dos empreendimentos da corporação.

ERIK: Bem, senhores, precisamos de pautas para os próximos episódios do Los Nachos. Alguém tem alguma sugestão que ainda não tenha sido usada, pra variar?

ALEX: Que tal Yu Yu hakusho e a sua dublagem?

JOÃO: Podia ser sobre NachoFLIX, mas tem que ver o dia, porque vou viajar!

RODRIGO: Que tal a vida fascinante das capivaras?

CASTILHO: Que tal chamar a menina do podcast feminino e o pastor doce e fazer um feliz episódio de Natal?

NARRADOR: Erik, que estava folheando uma história em quadrinhos, interrompeu o colega com um tapa na mesa, e gritou:

ERIK: Quem de vocês disse isso? Castilho ou Castilho da Terra 2?

CASTILHO: Ele!

CASTILHO: Não, foi ele!

ERIK: Não importa, tirem esses dois daqui agora.

NARRADOR: Nesse momento, dois seguranças entraram e arremessaram os dois Castilhos por uma das janelas do prédio. Mas não se preocupem, crianças, eles estão bem. Só caíram num caminhão de farinha que estava estacionado lá embaixo.

NARRADOR: De volta à sala de reuniões, Erik falou aos demais companheiros:

ERIK: Que sirva de lição para aqueles que tentarem colocar feministas e comunistas no Los Nachos. Onde já se viu? Continuem pensando em temas para episódios e em como destruir o host do Filminhos com Macaxeira. Agora me deixem sozinho, preciso garantir uns ranks no Overwatch.

NARRADOR: Um dos integrantes permaneceu na sala após a saída do demais. Ele se aproximou do líder que contemplava a cidade pelas largas janelas do ambiente. Com um tom de pesar na voz ele perguntou:

ALEX: Erik, quando vamos falar sobre o Tuller? Você não toca no nome dele desde que ele partiu…

ERIK: E vou continuar não falando! Esse cara está morto e enterrado, e já foi tarde. Agora vá, tem um cara jogando de Hanzo no ataque, e eu preciso resolver.

NARRADOR: Nesse momento, enquanto o jogo carregava, o desagradável aspirante a gênio do mal começou a viajar em seus pensamentos, considerando quantos twites rancorosos e irônicos ele ainda poderia soltar naquela noite sem ser pego na malha fina. É então assim que, tomado por uma enorme fadiga criativa, ele acabou pegando no sono, ali mesmo na sala de reuniões.

PRIMEIRA PARTE: TRAIDORZINHO

[Musiquinha de sonho, talvez a trilha de Interstellar em fadeout]

NARRADOR: Uma sensação de incômodo o acordou. Uma luz insistia em piscar diretamente em direção aos seus olhos. Logo ele percebeu que essa luz não era do ambiente do prédio, mas que vinha do céu estrelado. A luz de uma estrela em particular, que piscava cada vez mais forte, até seu brilho criar uma escada de luz, da qual desceu uma pessoa que nosso protagonista gostaria muito de esquecer.

ERIK: Tuller? O que você está fazendo aqui?

TULLER: Precisamos conversar Erik, suas atitudes estão te levando para um caminho sem volta.

ERIK: Não me venha com essa, você deveria voltar pra cova de onde saiu.

TULLER: Cara, porque você fala como se eu tivesse morrido? Eu só fui pro Young Nerd…

ERIK: SEU TRAIDORZINHO! Depois de tudo que fizemos por você, é isso a gente recebe de volta?

TULLER: Não seja rancoroso amigo, foi apenas uma boa oportunidade. Ouça bem Erik: Paz, amor, união, não são apenas palavras. Você tem certeza que já fez tudo por seus semelhantes? Pense bem, nessa noite você receberá a visita de três figuras que lhe mostrarão os seus caminhos. Adeus amigo.

NARRADOR: Assim como apareceu, Tuller se foi, envolto pelo brilho estrelar iluminando todo o ambiente.

SEGUNDA PARTE: BULLYING

NARRADOR: Quando a luz intensa diminuiu, Erik se viu num convés do que parecia ser um porta-aviões. Todos os tripulantes pareciam apreensivos até que um código composto por letras e números ecoou pelo ar e parecia vindo de lugar nenhum.

NARRADOR: Nesse momento, todos entraram em desespero. “É um de nossos quadrantes!!!!” gritou um deles, “salve-se quem puder” berrou um outro pobre coitado. Então uma grande escuridão cobriu a parte do navio onde Erik estava e, subitamente, o céu se transformou no auditório de um programa infantil, com um palhaço gigantesco em seu centro gritando “Parabéns amiguinho! Você acertou um dos grandes dessa vez!”

Erik acordou assustado, e levou alguns instantes para perceber que tudo era um sonho.

ERIK: Quase que eu morro agora. Eu definitivamente odeio palhaços!

BOZO: (sussurrando) Olá amiguinho.

NARRADOR: O susto fez Erik cair de sua cadeira. Ainda no chão ele percebeu a presença do palhaço de peruca vermelha olhando para ele.

ERIK: Que… que…quem é você, cara? Tá loucão? Como você entrou aqui?

BOZO: Ué, eu sou o Bozo, o amigão da criançada, e tal, não tá me reconhecendo? Não? Enfim, vou te falar: não é por nada não, mas tenho uma cartinha aqui mostrando que você tem sido um muito menino mau, hein? Não é atoa que você foi sorteado para receber essa MARAVILHOSA visita dos Palhaços do Natal! TCHANAN Ho ho ho. Quanto a mim, sou o Palhaço do Natal passado e vou te levar para um passeio genial. Acompanhe no replay!

NARRADOR: Antes que o estupefato Erik pudesse argumentar, ou trocar as calças molhadas, o palhaço assoviou, fazendo aparecer um cavalo de brinquedo do tamanho de um cavalo real. Ele montou e colocou o Erik na garupa.

BOZO: Vaaaaaaai malhaaaaaado!

NARRADOR: O cavalo saiu voando pela janela cujos vidros foram estilhaçados pelos dois Castilhos. As luzes da cidade começaram a ficar cada vez mais rápidas, causando uma certa náusea, até que nosso confuso protagonista se viu em um vórtice. O brilho intenso forçou Erik a fechar seus olhos, e quando conseguiu abri-los novamente, percebeu que estava em um local conhecido.

ERIK: Eu! Eu conheço esse lugar! É o pátio da escola que eu estudei na infância. Ainda está igualzinha estava naquela época.

BOZO: Ho ho ho! Sim amiguinho, e aquela turminha reunida perto daquela árvore vai viver uma aventura sensacional.

NARRADOR: Curioso, Erik se aproximou do grupo de crianças, e um garotinho loiro com um pacote nas mãos chama a sua atenção.

JOVEM ERIK: Todos os dias nós somos obrigados a dar nosso dinheiro do lanche para esses canalhas valentões. Sempre vemos eles comprando dessas jujubas com nossas moedinhas. Bom, isso muda hoje! Vamos comprar nós mesmos nossos doces. Com a ajuda de cada um nós compramos esse saquinho de jujubas, e vamos dividir de modo justo.

ERIK: Sou eu! Eu me lembro desse dia!

BOZO: Então você também lembra que as coisas vão esquentar. hahaha

ERIK: Sim.

NARRADOR: Erik tentou sinalizar para sua versão mirim, mas as crianças não percebiam a presença dos viajantes do tempo.

BOZO: Ho ho ho. Eles não podem nos ver, seu menino sapeca.

ERIK: OLHA PARA TRÁS, SEU MONGOLÓIDEZINHO!

NARRADOR: Apesar dos esforços desesperados de tentar avisar o pequeno garoto, nada impediu que um vulto sorrateiro, vindo por trás da árvore, tomasse o pacote de doces do menino. Assustado, o pequeno Erik se virou para ver quem havia feito isso, e encarou uma temida ameaça..

CARLOS: vejam só, os fedelhos se adiantaram e compraram as jujubas. E nem precisei do Davi e do Juninho para intimidar vocês.

JOVEM ERIK: Nada disso, eu e meus companheiros nos unimos contra as suas atitudes abusivas. Nossa união é maior do que sua opressão consumista! Não passarão!

CARLOS: União? Que união mané?

NARRADOR: Foi só nesse instante que o garotinho percebeu que seus amiguinhos o haviam abandonado.

CARLOS: Parece que eu vou precisar te dar outra lição.

NARRADOR: O que se seguiu não foi nada bonito não. Erik assistiu a surra calado. Quando o valentão finalmente foi embora, deixando o menino chorando desolado, ele disse para o palhaço:

ERIK: Foi nesse dia que eu deixei de confiar nas amizades. Todos fogem, todos sempre vão embora.

BOZO: Ho ho ho. Sim, a partir desse dia você se tornou um pivetinho interesseiro. Sempre barganhando pelo seu bem estar. E isso me lembra que temos outro lugar para ir.

NARRADOR: Antes que o Erik tivesse tempo para reagir, o palhaço esfregou uma torta de creme em seu rosto. Quando ele conseguiu se limpar, já estava em outro local de seu passado.

ERIK: Ei, essa é a banca do seu André, eu comprava quadrinhos aqui.

BOZO: Você reconhece aquele garotinho folheando aquela revista?

NARRADOR: o palhaço apontou para um menino loirinho bem bonitinho, que examinava um exemplar de história em quadrinhos.

ERIK: Não, deveria?

BOZO: Sim, você está prestes a estragar o Natal dele.

NARRADOR: Três garotos se aproximaram da banca, o menor deles, que andava entre dois maiores, deu uma olhada nas revistas expostas e perguntou ao jornaleiro:

JOVEM ERIK: Tio André, já saiu a última edição da revista especial do Homem Codorna X doutor Abobrinha?

ANDRÉ: Saiu Erik, mas já vendi quase todas. Só tenho aquela que está com o Pedrinho.

NARRADOR: Erik olhou para o jovem galã e depois para seus comparsas. Na verdade, ele nem precisou dar uma ordem: logo os brutamontes já estavam coagindo o pequeno garoto a desistir da compra. Pedrinho devolveu a revista para o dono da Banca Planeta, e foi embora chorando.

BOZO: Esse era o Pedrinho, ele amava heróis e sonhava em salvar as pessoas. Depois dessa experiências ele desistiu da carreira de médico e pesquisador, e passou a fazer experimentos em ratos.

ERIK: Ele já é bonitão, não precisa ganhar um Nobel.

BOZO: Esse menino seria um herói, ele descobriria a cura para várias doenças. E agora, graças a sua atitude, ele perdeu seus sonhos altruístas. Bom, se prepare que temos mais uma parada em nossa viagem.

NARRADOR: Um foguete vermelho surgiu ao lado de Erik, e com uma velocidade impressionante, o palhaço amarrou o chefe da Nachos Corp no projétil. Enquanto eles riscavam os céus com efeitos pirotécnicos, Bozo ria histericamente.

NARRADOR: Quando a nuvem de poeira de desastrosa aterrissagem do foguete abaixou, Erik logo percebeu que estava em um picadeiro de circo.

BOZO: Que lugar fantástico!

ERIK: Fantástico nada! É terrível, assustador! Será que você não percebeu ainda, aberração, que EU NÃO GOSTO DE PALHAÇOS!!!!

BOZO: Não fique nervoso amiguinho. Dá aqui uma bitoca no nariz do Bozo! Ho ho ho! Eu sei desse seu medo, foi exatamente por isso que eu te trouxe até aqui, nesse dia em que você matou um palhaço.

ERIK: eu o quê?

BOZO: Olha alí.

NARRADOR: O palhaço apontava para um adolescente gordinho de óculos que acabara de chegar. Ele foi para um vestiário e voltou fantasiado de palhaço.

BOZO: Aquele ali era um aprendiz nessa escola de circo. Seu nome circense era Alegria. Seu coração transbordava felicidade, e essa foi a forma escolhida para dividir tudo isso com as pessoas. Alegria vai fazer uma prova de campo, ele precisa ir para as ruas alegrar as pessoas. Vamos segui-lo.

NARRADOR: Alegria andou por vários quarteirões, brincando com crianças, casais, executivos, sempre tirando boas risadas de todos. Até que, em uma praça, ele viu um jovem sentado em um banco, aparentemente distraído em seus pensamentos. Alegria resolveu então tentar brincar com ele.

ERIK: Vixe, aquele sou eu. To lembrando de tudo.

NARRADOR: Alegria tentou abordar o jovem executivo, mas ele reagiu de forma assustada, e a gritar histericamente.

JOVEM ERIK: SOCORRO! POLÍCIA! ESSE MANÍACO ESTÁ ME ATACANDO!

NARRADOR: Alguns policiais que estavam nas redondezas vieram ao seu socorro.

POLICIAL 1: Qual o problema senhor?

JOVEM ERIK: Esse monstro estava tentando me molestar.

NARRADOR: Alegria gesticulava, tentando argumentar, mas foi imobilizado pelos policiais e conduzido a uma viatura.

BOZO: Foi nesse dia em que morreu o palhaço Alegria, restando apenas um jovem amargurado e ranzinza em seu lugar.

POLICIAL 1: Qual o nome desse meliante?

POLICIAL 2: Achei o RG dele, Matheus! Teje preso vagabundo.

MATHEUS: Você me ferrou Erik, mas isso não vai ficar assim! Eu terei minha vingança! VÁ SE FERRAR! VÁ SE FERRAR!

NARRADOR: O som da ignição e da sirene da viatura levaram as ameaça do ex palhaço para longe.

BOZO: Mais um Natal destruído. Erik Babaca 2 X Natal 0.

ERIK: Ok, confesso que eu era um pouco autoritário, e que não sabia lidar com meus traumas, talvez um pouco intolerante. Mas hoje eu sou um empreendedor de sucesso. Muitas famílias são sustentadas por minha empresa, e meus sócios e funcionários me respeitam.

BOZO: Será mesmo amiguinho? Vou te levar embora, está quase na hora do outro cara chegar.

TERCEIRA PARTE: CORPORATION

NARRADOR: Bozo começou a crescer e, novamente, a rir muito. Quando ele já tinha por volta de trinta metros, pegou Erik em sua mão e levou para perto de seus lábios. A risada estridente forçou o rapaz a tapar os ouvidos, e o medo a fechar os olhos. Aos poucos a risada diminuiu, e ele ouviu alguém chamando.

TIRIRICA: Erik, Erik.

NARRADOR: Seus olhos começaram a se acostumar com a penumbra do local onde estava, e então ele pode ver o vulto de um homem. Aquele local era muito familiar. Ele tinha certeza que estava em sua cama, e que tudo aquilo que havia visto não passava de um pesadelo. Sobrava a dúvida sobre a identidade do homem a sua frente. Ah, claro era o seu pai! Ele deveria estar fazendo muito barulho com o sonho ruim, e seu pai veio lhe acalmar.

TIRIRICA: Erik

ERIK: Pai, é o você?

TIRIRICA: SOU EU ABESTADO O TIRIRICA! OLHA EU AQUI! ENGANEI VOCÊ!!!

NARRADOR: Uma luz forte iluminou todo o quarto novamente, revelando a figura do palhaço deputado, e fazendo Erik pular no lustre.

ERIK: AI DEMÔNIO! O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI PESTE?

TIRIRICA: Ô abestado, o Bozo não te falou, é? Ele não explicou que nós somos três Palhaços do Natal menino? Ora seu menino!

NARRADOR: Erik desceu do lustre, percebendo que iria precisar de outra calça, e ficou ao lado do segundo palhaço.

ERIK: Imagino que você seja o palhaço do Natal presente, e que você vai me mostrar algumas coisas que eu não quero ver.

TIRIRICA: Acertou miserarvi. Oh menino sabido esse gente!

ERIK: Vamos voando que nem o Bozo?

TIRIRICA: Não abestado, vamos de carro oficial. Tenho direitos, menino bobinho. Sou palhaço, não sou burro.

NARRADOR: Atravessando a parede, eles logo embarcaram no carro do palhaço deputado, e em poucos segundos estavam diante de um prédio da Nachos Corp com um letreiro escrito CEU.

ERIK: O CEU é nosso Centro de Edição Unificado. Alguns de nossos mais devotos funcionários trabalham aqui.

TIRIRICA: “De voto” eu entendo, mas acho que não é a palavra certa para o que acontece aqui, abestado. Vamos, quero te mostrar uns meninos que trabalham aqui. Fique tranquilo que não vão te ver, viu?

NARRADOR: Enquanto entravam no prédio, um alarme começou a tocar e uma voz alertava sobre o “ALARME DE MARVECO”. Em poucos segundos o som estridente parou, e um homem era escoltado por dois seguranças.

ROGER: Barbaridade guris! não façam isso comigo! Eu preciso desse emprego, eu prometo nunca mais dizer que a MARVEL é melhor do que a DC.

SEGURANÇA 1: Emprego? Olha lá colega, ele tá com medinho de perder o emprego.

NARRADOR: O segundo segurança olhou bem nos olhos do funcionário e disse:

SEGURANÇA 2: Fique tranquilo, você ainda vai trabalhar MUITO aqui. Parabéns, você foi promovido a editor da gagueira do Sr. Castilho.

ROGER: BARBARIDADE, PREFIRO A MORTE! NÃO, NÃÃÃÃO!

NARRADOR: Enquanto o homem era arrastado para sua nova sala de edição, Tiririca e Erik trocaram olhares confusos.

TIRIRICA: Quem é esse abestado?

ERIK: Não faço ideia.

TIRIRICA: Deixa pra lá. Uma das pessoas que nós viemos visitar deve estar naquela sala.

NARRADOR: Enquanto se aproximavam da porta, já podiam ouvir as palavras de um homem que, aparentemente, conversava sozinho. Ao atravessarem a parede, Erik ficou muito surpreso com quem estava ali: um rapaz sentado em uma cadeira cercado por três pranchetas de desenho. Uma á direita e outra à esquerda de seu corpo, nas quais ele usava cada uma das mãos para desenhar. E a outra prancheta ficava bem diante dele. Para desenhar nessa última, ele segurava o lápis com um dos pés. No entanto, o mais estranho era ver borrachas presas com barbantes, amarrados nos buracos de seus alargadores de orelha. Quando precisava apagar algo, ele balançava a cabeça, e o efeito chicote, somado à prática constante, apagava no local exato.

SAS: Vem trabalhar com a gente eles disseram! Vai ser divertido! Vai ter Lol e Dota todos os dias! Humft.

ERIK: Sas! A quanto tempo ele está trabalhando aqui? Por isso não o tenho visto nas reuniões da diretoria!

TIRIRICA: E esse ainda nem é o pior que quero te mostrar, vem cá na sala ao lado, abestado.

NARRADOR: Eles atravessaram outra parede e chegaram em uma sala de edição de áudio. Todos os equipamentos pareciam estar ligados, mas não tinha ninguém sentado diante do PC. Um despertador de um aparelho celular quebrou o silêncio da sala. Então a única cadeira da sala girou mostrando um homem bem pequeno descendo com a ajuda de alguns livros, usados como degraus. Ele saiu da sala falando em voz alta o que digitava em uma rede social.

THIAGO: Finalmente, meus cinco minutos de folga semanais! Vou comer algo e voltar ao trabalho. RT se merecer!

TIRIRICA: Esse menino era para ser um grande homem, literalmente. Mas, por trabalhar tanto para vocês, seu crescimento foi prejudicado, agora é esse toquinho de gente.

ERIK: Eu não tinha ideia, me leva embora daqui, por favor.

TIRIRICA: Vamos, você tem que ver um lugar onde deveria estar agora.

NARRADOR: Por cada sala que passavam antes de sair do prédio, pessoas trabalhavam arduamente, visando o lucro da Nachos Corp. O carro do palhaço atravessou a cidade em alta velocidade, parando diante de uma casa com clima festivo.

ERIK: Quem mora aqui?

TIRIRICA: Seu amigo androide L11G0 e a esposa dele. Eles estão recebendo alguns amigos para a ceia de Natal, e você deveria estar aqui.

NARRADOR: Eles entraram na casa repleta de convidados. todos confraternizavam em um clima festivo. Exceto uma jovem sentada próximo ao jardim da casa.

ERIK: Paloma. Como ela parece triste.

NARRADOR: A anfitriã se aproximou, colocou uma de suas mãos no ombro da tristonha convidada, e disse:

JAQUE: Conseguiu falar com ele, Paloma?

PALOMA: Nada, ele não atende o telefone e nem responde mensagens. Mas também, eu que sou inocente, imagin ando que ele deixaria sua megalomania, para ter um momento conosco.

JAQUE: Vem amiga, o Lugo já instalou o aplicativo de dança em seu disco rígido, e agora ele já pode jogar Just Dance conosco. É natal, esquece aquele babaca pelo menos por essa noite.

NARRADOR: Enquanto as garotas voltaram para a festa, Erik está desconsolado ao lado do palhaço.

ERIK: Eu nem me lembrava dessa festa. Se vocês não estivessem aqui, provavelmente eu teria dormido lá no escritório, deixando ela aqui, sozinha.

TIRIRICA: Chegou minha hora abestado, daqui a pouco você vai receber a visita do palhaço dos Natais futuros.

QUARTA PARTE: MALDITOS PETRALHAS

NARRADOR: Antes que nosso protagonista pudesse reagir, um sono profundo o fez apagar. Ele acordou com uma voz rouca chamando o seu nome. Ele viu um senhor de barba branca, e roupas vermelhas lhe observando.

ERIK: Papai Noel, o senhor é o terceiro palhaço?

LYLA: Não sou o Papai Noel companheiro.

NARRADOR: Mais uma vez Erik pulou da cama e se agarrou ao lustre, que não resistiu ao seu peso e caiu no chão.

ERIK: LYLA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? E VESTIDO DE PALHAÇO?

LYLA: Eu sou o palhaço dos Natais futuros companheiro. Esse é o meu castigo por ter feito tanta gente de palhaço. Estou preso a essa tarefa.

ERIK: Bom, você tem que me mostrar algo certo? Vamos logo então.

NARRADOR: Lyla arremessou uma bandeira vermelha sobre o Erik, quando ele se desvencilhou, estava na sala de reuniões da Nachos Corp. No entanto, algo lhe parecia diferente: todo o ambiente estava mais iluminado, e a logo da empresa estava diferente. Além de seus sócios, estavam ali os chefes do Young Nerd e do Filminhos com Macaxeira. Seu amigo Alex pediu a palavra.

ALEX: Estamos reunidos para comemorar nosso terceiro Nobel da paz. Quem diria que a fusão de três empresas de mídia iria unir a internet? Um brinde pelos dez anos sem haters, sem comentarista de Youtube, sem criadores de Fanfics. Um brinde à Young Nachos com Macaxeira.

TULLER: E também uma menção honrosa ao Erik, ele fez parte de nossa história.

ERIK: O que eles fizeram com minha empresa? Lyla, onde eu estou? Por que não fiz nada para deter esse absurdo?

LYLA: Não sei companheiro, sou só um guia, se aconteceu alguma coisa, eu não sabia.

ERIK: Claro que não sabia.

NARRADOR: Lyla jogou novamente a bandeira vermelha sobre Erik, e agora ele foi levado a uma casa muito bonita, da cozinha veio uma voz familiar.

PALOMA: Crianças vocês estão atrasados.

NARRADOR: Paloma apareceu da cozinha olhando para os quartos de onde saíram três garotos, trigêmeos idênticos.

PALOMA: Somente um trio de filhos do Erik para me dar tanto trabalho. para onde vocês vão hoje meus desconstruidinhos queridos?

Filho 1: Hoje vou a uma palestra: “Por que Naruto é uma obra lastimável”.

Filho 2: E eu vou a um grupo de discussão sobre a opressão da figura feminina nas hqs.

Filho 3: Acho que só vou ocupar uma escola mesmo.

NARRADOR: Enquanto os jovens se despediram da mãe e partiam, Erik estava desolado.

ERIK: Como pode Lyla? Como esses meninos podem ter meu sangue? Meu Deus, onde eu estou para não colocar esses garotos nos eixos?

LYLA: Antes você estava preocupado em dominar o mundo das mídias. Depois de algum tempo, isso passou a não ser mais importante para você, companheiro. Então você entrou por um caminho sem volta.

ERIK: Drogas?

LYLA: Política. Mas, depois do Trumpão da Massa, política se tornou um lugar para pessoas, hum… Esquisitas.

ERIK: Esquisitas como?

LYLA: Vou te mostrar.

NARRADOR: Novamente a bandeira vermelha cobriu nosso já desmoronado amigo. Quando pôde ver novamente, ele percebeu que estava em um cemitério, e havia uma risada ecoando por toda a parte.

HA HA HA HA HA

NARRADOR: A figura de uma pessoa se destacou no breu noturno. Um palhaço rindo diante de um túmulo.

ERIK: Deus, é o Coringa Lelek! Ele é um dos Palhaços do Natal?

LYLA: Não companheiro.

ERIK: Então, esse é o meu túmulo?

LYLA: Não companheiro.

NARRADOR: Antes que o Erik pudesse fazer outras pergunta, dois seguranças se aproximaram.

SEGURANÇA 1: Sr. Presidente, precisamos ir.

SEGURANÇA 2: O senhor precisa discursar diante do congresso senhor Coringa.

NARRADOR: O palhaço pega o segurança pelo colarinho e diz:

CORINGA: Já falei que Coringa é só uma inspiração. Meu nome é Presidente Lelerik! HAHAHAHAHAHAHAHAHA

NARRADOR: Desesperado com a revelação, Erik saiu correndo e tropeçando em algumas lápides, acabou caindo em um túmulo. Ele percebe Lyla com uma pá. O palhaço de vermelho começa a sepultar o Erik dizendo:

LYLA: E agora que você abandonou tudo que acreditou, e também a todos a quem ama, você pode se tornar meu substituto! Adeus companheiro!

NARRADOR: Sem ter forças para impedir o sepultamento, Erik apenas se debatia enquanto as trevas o envolviam.

[O toque de um telefone celular traz nosso protagonista de volta à realidade.]

LUGO: Erik, até que enfim você atendeu mano. Estão todos te procurando. Até eu que sou uma máquina imagino que deve ser muito ruim passar o Natal sozinho.

NARRADOR: Ele viu que estava de volta à sala de reuniões da Nachos Corp. Olhou o calendário de um tablet que estava sobre a mesa e percebeu que ainda era véspera de Natal. Quando cogitou ter tido apenas um sonho, havia um cartão de Natal em seu bolso, com a imagem dos três palhaços com a mensagem: “Aprenda a ter um feliz Natal novamente!”

Sem pensar duas vezes, ele pegou um carro da empresa, foi ao hospital e buscou os dois Castilhos que já estavam recebendo alta. Depois foi ao CEU, liberando todos os funcionários, prometendo longas férias e melhores condições de trabalho na volta. Trazendo Sas e Thiago juntamente, ele foi ao encontro de seus amigos, e de um futuro mais feliz. Com mais tolerância, menos bullying, e até mais oportunidades para curtir a MARVEL.

ERIK: OW, PERAI! ISSO TAMBÉM É DEMAIS NÉ?

FIM

______________________________________________

Texto “Uma palhaçada de Natal: Alexfábio Custódio
Edição e masterização: Chico Gabriel
Arte da vitrine: Erik de Oliveira

Tem um texto para o À Deriva? Envie para aderiva@nobarquinho.com

Duração: 00h31min41s

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UMA PALHAÇADA DE NATAL

Por Alexfábio Custódio

Uma produção especial de Los Nachos & À Deriva

_______________________________________________

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INTRODUÇÃO

[musiquinha de começo de história infantil natalina]

NARRADOR: Era uma vez uma poderosa empresa chamada Nachos Corp. Ela era comandada temporariamente por um executivo intransigente e grosseiro chamado Erik, sujeito que possuía o péssimo costume de usar táticas ardis e truculentas para conseguir seus objetivos no mundo dos negócios.

NARRADOR: Certa feita, numa linda noite de natal, seus membros fundadores estavam reunidos no quadragésimo segundo andar do prédio, discutindo os próximos passos da dominação… digo, dos empreendimentos da corporação.

ERIK: Bem, senhores, precisamos de pautas para os próximos episódios do Los Nachos. Alguém tem alguma sugestão que ainda não tenha sido usada, pra variar?

ALEX: Que tal Yu Yu hakusho e a sua dublagem?

JOÃO: Podia ser sobre NachoFLIX, mas tem que ver o dia, porque vou viajar!

RODRIGO: Que tal a vida fascinante das capivaras?

CASTILHO: Que tal chamar a menina do podcast feminino e o pastor doce e fazer um feliz episódio de Natal?

NARRADOR: Erik, que estava folheando uma história em quadrinhos, interrompeu o colega com um tapa na mesa, e gritou:

ERIK: Quem de vocês disse isso? Castilho ou Castilho da Terra 2?

CASTILHO: Ele!

CASTILHO: Não, foi ele!

ERIK: Não importa, tirem esses dois daqui agora.

NARRADOR: Nesse momento, dois seguranças entraram e arremessaram os dois Castilhos por uma das janelas do prédio. Mas não se preocupem, crianças, eles estão bem. Só caíram num caminhão de farinha que estava estacionado lá embaixo.

NARRADOR: De volta à sala de reuniões, Erik falou aos demais companheiros:

ERIK: Que sirva de lição para aqueles que tentarem colocar feministas e comunistas no Los Nachos. Onde já se viu? Continuem pensando em temas para episódios e em como destruir o host do Filminhos com Macaxeira. Agora me deixem sozinho, preciso garantir uns ranks no Overwatch.

NARRADOR: Um dos integrantes permaneceu na sala após a saída do demais. Ele se aproximou do líder que contemplava a cidade pelas largas janelas do ambiente. Com um tom de pesar na voz ele perguntou:

ALEX: Erik, quando vamos falar sobre o Tuller? Você não toca no nome dele desde que ele partiu…

ERIK: E vou continuar não falando! Esse cara está morto e enterrado, e já foi tarde. Agora vá, tem um cara jogando de Hanzo no ataque, e eu preciso resolver.

NARRADOR: Nesse momento, enquanto o jogo carregava, o desagradável aspirante a gênio do mal começou a viajar em seus pensamentos, considerando quantos twites rancorosos e irônicos ele ainda poderia soltar naquela noite sem ser pego na malha fina. É então assim que, tomado por uma enorme fadiga criativa, ele acabou pegando no sono, ali mesmo na sala de reuniões.

PRIMEIRA PARTE: TRAIDORZINHO

[Musiquinha de sonho, talvez a trilha de Interstellar em fadeout]

NARRADOR: Uma sensação de incômodo o acordou. Uma luz insistia em piscar diretamente em direção aos seus olhos. Logo ele percebeu que essa luz não era do ambiente do prédio, mas que vinha do céu estrelado. A luz de uma estrela em particular, que piscava cada vez mais forte, até seu brilho criar uma escada de luz, da qual desceu uma pessoa que nosso protagonista gostaria muito de esquecer.

ERIK: Tuller? O que você está fazendo aqui?

TULLER: Precisamos conversar Erik, suas atitudes estão te levando para um caminho sem volta.

ERIK: Não me venha com essa, você deveria voltar pra cova de onde saiu.

TULLER: Cara, porque você fala como se eu tivesse morrido? Eu só fui pro Young Nerd…

ERIK: SEU TRAIDORZINHO! Depois de tudo que fizemos por você, é isso a gente recebe de volta?

TULLER: Não seja rancoroso amigo, foi apenas uma boa oportunidade. Ouça bem Erik: Paz, amor, união, não são apenas palavras. Você tem certeza que já fez tudo por seus semelhantes? Pense bem, nessa noite você receberá a visita de três figuras que lhe mostrarão os seus caminhos. Adeus amigo.

NARRADOR: Assim como apareceu, Tuller se foi, envolto pelo brilho estrelar iluminando todo o ambiente.

SEGUNDA PARTE: BULLYING

NARRADOR: Quando a luz intensa diminuiu, Erik se viu num convés do que parecia ser um porta-aviões. Todos os tripulantes pareciam apreensivos até que um código composto por letras e números ecoou pelo ar e parecia vindo de lugar nenhum.

NARRADOR: Nesse momento, todos entraram em desespero. “É um de nossos quadrantes!!!!” gritou um deles, “salve-se quem puder” berrou um outro pobre coitado. Então uma grande escuridão cobriu a parte do navio onde Erik estava e, subitamente, o céu se transformou no auditório de um programa infantil, com um palhaço gigantesco em seu centro gritando “Parabéns amiguinho! Você acertou um dos grandes dessa vez!”

Erik acordou assustado, e levou alguns instantes para perceber que tudo era um sonho.

ERIK: Quase que eu morro agora. Eu definitivamente odeio palhaços!

BOZO: (sussurrando) Olá amiguinho.

NARRADOR: O susto fez Erik cair de sua cadeira. Ainda no chão ele percebeu a presença do palhaço de peruca vermelha olhando para ele.

ERIK: Que… que…quem é você, cara? Tá loucão? Como você entrou aqui?

BOZO: Ué, eu sou o Bozo, o amigão da criançada, e tal, não tá me reconhecendo? Não? Enfim, vou te falar: não é por nada não, mas tenho uma cartinha aqui mostrando que você tem sido um muito menino mau, hein? Não é atoa que você foi sorteado para receber essa MARAVILHOSA visita dos Palhaços do Natal! TCHANAN Ho ho ho. Quanto a mim, sou o Palhaço do Natal passado e vou te levar para um passeio genial. Acompanhe no replay!

NARRADOR: Antes que o estupefato Erik pudesse argumentar, ou trocar as calças molhadas, o palhaço assoviou, fazendo aparecer um cavalo de brinquedo do tamanho de um cavalo real. Ele montou e colocou o Erik na garupa.

BOZO: Vaaaaaaai malhaaaaaado!

NARRADOR: O cavalo saiu voando pela janela cujos vidros foram estilhaçados pelos dois Castilhos. As luzes da cidade começaram a ficar cada vez mais rápidas, causando uma certa náusea, até que nosso confuso protagonista se viu em um vórtice. O brilho intenso forçou Erik a fechar seus olhos, e quando conseguiu abri-los novamente, percebeu que estava em um local conhecido.

ERIK: Eu! Eu conheço esse lugar! É o pátio da escola que eu estudei na infância. Ainda está igualzinha estava naquela época.

BOZO: Ho ho ho! Sim amiguinho, e aquela turminha reunida perto daquela árvore vai viver uma aventura sensacional.

NARRADOR: Curioso, Erik se aproximou do grupo de crianças, e um garotinho loiro com um pacote nas mãos chama a sua atenção.

JOVEM ERIK: Todos os dias nós somos obrigados a dar nosso dinheiro do lanche para esses canalhas valentões. Sempre vemos eles comprando dessas jujubas com nossas moedinhas. Bom, isso muda hoje! Vamos comprar nós mesmos nossos doces. Com a ajuda de cada um nós compramos esse saquinho de jujubas, e vamos dividir de modo justo.

ERIK: Sou eu! Eu me lembro desse dia!

BOZO: Então você também lembra que as coisas vão esquentar. hahaha

ERIK: Sim.

NARRADOR: Erik tentou sinalizar para sua versão mirim, mas as crianças não percebiam a presença dos viajantes do tempo.

BOZO: Ho ho ho. Eles não podem nos ver, seu menino sapeca.

ERIK: OLHA PARA TRÁS, SEU MONGOLÓIDEZINHO!

NARRADOR: Apesar dos esforços desesperados de tentar avisar o pequeno garoto, nada impediu que um vulto sorrateiro, vindo por trás da árvore, tomasse o pacote de doces do menino. Assustado, o pequeno Erik se virou para ver quem havia feito isso, e encarou uma temida ameaça..

CARLOS: vejam só, os fedelhos se adiantaram e compraram as jujubas. E nem precisei do Davi e do Juninho para intimidar vocês.

JOVEM ERIK: Nada disso, eu e meus companheiros nos unimos contra as suas atitudes abusivas. Nossa união é maior do que sua opressão consumista! Não passarão!

CARLOS: União? Que união mané?

NARRADOR: Foi só nesse instante que o garotinho percebeu que seus amiguinhos o haviam abandonado.

CARLOS: Parece que eu vou precisar te dar outra lição.

NARRADOR: O que se seguiu não foi nada bonito não. Erik assistiu a surra calado. Quando o valentão finalmente foi embora, deixando o menino chorando desolado, ele disse para o palhaço:

ERIK: Foi nesse dia que eu deixei de confiar nas amizades. Todos fogem, todos sempre vão embora.

BOZO: Ho ho ho. Sim, a partir desse dia você se tornou um pivetinho interesseiro. Sempre barganhando pelo seu bem estar. E isso me lembra que temos outro lugar para ir.

NARRADOR: Antes que o Erik tivesse tempo para reagir, o palhaço esfregou uma torta de creme em seu rosto. Quando ele conseguiu se limpar, já estava em outro local de seu passado.

ERIK: Ei, essa é a banca do seu André, eu comprava quadrinhos aqui.

BOZO: Você reconhece aquele garotinho folheando aquela revista?

NARRADOR: o palhaço apontou para um menino loirinho bem bonitinho, que examinava um exemplar de história em quadrinhos.

ERIK: Não, deveria?

BOZO: Sim, você está prestes a estragar o Natal dele.

NARRADOR: Três garotos se aproximaram da banca, o menor deles, que andava entre dois maiores, deu uma olhada nas revistas expostas e perguntou ao jornaleiro:

JOVEM ERIK: Tio André, já saiu a última edição da revista especial do Homem Codorna X doutor Abobrinha?

ANDRÉ: Saiu Erik, mas já vendi quase todas. Só tenho aquela que está com o Pedrinho.

NARRADOR: Erik olhou para o jovem galã e depois para seus comparsas. Na verdade, ele nem precisou dar uma ordem: logo os brutamontes já estavam coagindo o pequeno garoto a desistir da compra. Pedrinho devolveu a revista para o dono da Banca Planeta, e foi embora chorando.

BOZO: Esse era o Pedrinho, ele amava heróis e sonhava em salvar as pessoas. Depois dessa experiências ele desistiu da carreira de médico e pesquisador, e passou a fazer experimentos em ratos.

ERIK: Ele já é bonitão, não precisa ganhar um Nobel.

BOZO: Esse menino seria um herói, ele descobriria a cura para várias doenças. E agora, graças a sua atitude, ele perdeu seus sonhos altruístas. Bom, se prepare que temos mais uma parada em nossa viagem.

NARRADOR: Um foguete vermelho surgiu ao lado de Erik, e com uma velocidade impressionante, o palhaço amarrou o chefe da Nachos Corp no projétil. Enquanto eles riscavam os céus com efeitos pirotécnicos, Bozo ria histericamente.

NARRADOR: Quando a nuvem de poeira de desastrosa aterrissagem do foguete abaixou, Erik logo percebeu que estava em um picadeiro de circo.

BOZO: Que lugar fantástico!

ERIK: Fantástico nada! É terrível, assustador! Será que você não percebeu ainda, aberração, que EU NÃO GOSTO DE PALHAÇOS!!!!

BOZO: Não fique nervoso amiguinho. Dá aqui uma bitoca no nariz do Bozo! Ho ho ho! Eu sei desse seu medo, foi exatamente por isso que eu te trouxe até aqui, nesse dia em que você matou um palhaço.

ERIK: eu o quê?

BOZO: Olha alí.

NARRADOR: O palhaço apontava para um adolescente gordinho de óculos que acabara de chegar. Ele foi para um vestiário e voltou fantasiado de palhaço.

BOZO: Aquele ali era um aprendiz nessa escola de circo. Seu nome circense era Alegria. Seu coração transbordava felicidade, e essa foi a forma escolhida para dividir tudo isso com as pessoas. Alegria vai fazer uma prova de campo, ele precisa ir para as ruas alegrar as pessoas. Vamos segui-lo.

NARRADOR: Alegria andou por vários quarteirões, brincando com crianças, casais, executivos, sempre tirando boas risadas de todos. Até que, em uma praça, ele viu um jovem sentado em um banco, aparentemente distraído em seus pensamentos. Alegria resolveu então tentar brincar com ele.

ERIK: Vixe, aquele sou eu. To lembrando de tudo.

NARRADOR: Alegria tentou abordar o jovem executivo, mas ele reagiu de forma assustada, e a gritar histericamente.

JOVEM ERIK: SOCORRO! POLÍCIA! ESSE MANÍACO ESTÁ ME ATACANDO!

NARRADOR: Alguns policiais que estavam nas redondezas vieram ao seu socorro.

POLICIAL 1: Qual o problema senhor?

JOVEM ERIK: Esse monstro estava tentando me molestar.

NARRADOR: Alegria gesticulava, tentando argumentar, mas foi imobilizado pelos policiais e conduzido a uma viatura.

BOZO: Foi nesse dia em que morreu o palhaço Alegria, restando apenas um jovem amargurado e ranzinza em seu lugar.

POLICIAL 1: Qual o nome desse meliante?

POLICIAL 2: Achei o RG dele, Matheus! Teje preso vagabundo.

MATHEUS: Você me ferrou Erik, mas isso não vai ficar assim! Eu terei minha vingança! VÁ SE FERRAR! VÁ SE FERRAR!

NARRADOR: O som da ignição e da sirene da viatura levaram as ameaça do ex palhaço para longe.

BOZO: Mais um Natal destruído. Erik Babaca 2 X Natal 0.

ERIK: Ok, confesso que eu era um pouco autoritário, e que não sabia lidar com meus traumas, talvez um pouco intolerante. Mas hoje eu sou um empreendedor de sucesso. Muitas famílias são sustentadas por minha empresa, e meus sócios e funcionários me respeitam.

BOZO: Será mesmo amiguinho? Vou te levar embora, está quase na hora do outro cara chegar.

TERCEIRA PARTE: CORPORATION

NARRADOR: Bozo começou a crescer e, novamente, a rir muito. Quando ele já tinha por volta de trinta metros, pegou Erik em sua mão e levou para perto de seus lábios. A risada estridente forçou o rapaz a tapar os ouvidos, e o medo a fechar os olhos. Aos poucos a risada diminuiu, e ele ouviu alguém chamando.

TIRIRICA: Erik, Erik.

NARRADOR: Seus olhos começaram a se acostumar com a penumbra do local onde estava, e então ele pode ver o vulto de um homem. Aquele local era muito familiar. Ele tinha certeza que estava em sua cama, e que tudo aquilo que havia visto não passava de um pesadelo. Sobrava a dúvida sobre a identidade do homem a sua frente. Ah, claro era o seu pai! Ele deveria estar fazendo muito barulho com o sonho ruim, e seu pai veio lhe acalmar.

TIRIRICA: Erik

ERIK: Pai, é o você?

TIRIRICA: SOU EU ABESTADO O TIRIRICA! OLHA EU AQUI! ENGANEI VOCÊ!!!

NARRADOR: Uma luz forte iluminou todo o quarto novamente, revelando a figura do palhaço deputado, e fazendo Erik pular no lustre.

ERIK: AI DEMÔNIO! O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI PESTE?

TIRIRICA: Ô abestado, o Bozo não te falou, é? Ele não explicou que nós somos três Palhaços do Natal menino? Ora seu menino!

NARRADOR: Erik desceu do lustre, percebendo que iria precisar de outra calça, e ficou ao lado do segundo palhaço.

ERIK: Imagino que você seja o palhaço do Natal presente, e que você vai me mostrar algumas coisas que eu não quero ver.

TIRIRICA: Acertou miserarvi. Oh menino sabido esse gente!

ERIK: Vamos voando que nem o Bozo?

TIRIRICA: Não abestado, vamos de carro oficial. Tenho direitos, menino bobinho. Sou palhaço, não sou burro.

NARRADOR: Atravessando a parede, eles logo embarcaram no carro do palhaço deputado, e em poucos segundos estavam diante de um prédio da Nachos Corp com um letreiro escrito CEU.

ERIK: O CEU é nosso Centro de Edição Unificado. Alguns de nossos mais devotos funcionários trabalham aqui.

TIRIRICA: “De voto” eu entendo, mas acho que não é a palavra certa para o que acontece aqui, abestado. Vamos, quero te mostrar uns meninos que trabalham aqui. Fique tranquilo que não vão te ver, viu?

NARRADOR: Enquanto entravam no prédio, um alarme começou a tocar e uma voz alertava sobre o “ALARME DE MARVECO”. Em poucos segundos o som estridente parou, e um homem era escoltado por dois seguranças.

ROGER: Barbaridade guris! não façam isso comigo! Eu preciso desse emprego, eu prometo nunca mais dizer que a MARVEL é melhor do que a DC.

SEGURANÇA 1: Emprego? Olha lá colega, ele tá com medinho de perder o emprego.

NARRADOR: O segundo segurança olhou bem nos olhos do funcionário e disse:

SEGURANÇA 2: Fique tranquilo, você ainda vai trabalhar MUITO aqui. Parabéns, você foi promovido a editor da gagueira do Sr. Castilho.

ROGER: BARBARIDADE, PREFIRO A MORTE! NÃO, NÃÃÃÃO!

NARRADOR: Enquanto o homem era arrastado para sua nova sala de edição, Tiririca e Erik trocaram olhares confusos.

TIRIRICA: Quem é esse abestado?

ERIK: Não faço ideia.

TIRIRICA: Deixa pra lá. Uma das pessoas que nós viemos visitar deve estar naquela sala.

NARRADOR: Enquanto se aproximavam da porta, já podiam ouvir as palavras de um homem que, aparentemente, conversava sozinho. Ao atravessarem a parede, Erik ficou muito surpreso com quem estava ali: um rapaz sentado em uma cadeira cercado por três pranchetas de desenho. Uma á direita e outra à esquerda de seu corpo, nas quais ele usava cada uma das mãos para desenhar. E a outra prancheta ficava bem diante dele. Para desenhar nessa última, ele segurava o lápis com um dos pés. No entanto, o mais estranho era ver borrachas presas com barbantes, amarrados nos buracos de seus alargadores de orelha. Quando precisava apagar algo, ele balançava a cabeça, e o efeito chicote, somado à prática constante, apagava no local exato.

SAS: Vem trabalhar com a gente eles disseram! Vai ser divertido! Vai ter Lol e Dota todos os dias! Humft.

ERIK: Sas! A quanto tempo ele está trabalhando aqui? Por isso não o tenho visto nas reuniões da diretoria!

TIRIRICA: E esse ainda nem é o pior que quero te mostrar, vem cá na sala ao lado, abestado.

NARRADOR: Eles atravessaram outra parede e chegaram em uma sala de edição de áudio. Todos os equipamentos pareciam estar ligados, mas não tinha ninguém sentado diante do PC. Um despertador de um aparelho celular quebrou o silêncio da sala. Então a única cadeira da sala girou mostrando um homem bem pequeno descendo com a ajuda de alguns livros, usados como degraus. Ele saiu da sala falando em voz alta o que digitava em uma rede social.

THIAGO: Finalmente, meus cinco minutos de folga semanais! Vou comer algo e voltar ao trabalho. RT se merecer!

TIRIRICA: Esse menino era para ser um grande homem, literalmente. Mas, por trabalhar tanto para vocês, seu crescimento foi prejudicado, agora é esse toquinho de gente.

ERIK: Eu não tinha ideia, me leva embora daqui, por favor.

TIRIRICA: Vamos, você tem que ver um lugar onde deveria estar agora.

NARRADOR: Por cada sala que passavam antes de sair do prédio, pessoas trabalhavam arduamente, visando o lucro da Nachos Corp. O carro do palhaço atravessou a cidade em alta velocidade, parando diante de uma casa com clima festivo.

ERIK: Quem mora aqui?

TIRIRICA: Seu amigo androide L11G0 e a esposa dele. Eles estão recebendo alguns amigos para a ceia de Natal, e você deveria estar aqui.

NARRADOR: Eles entraram na casa repleta de convidados. todos confraternizavam em um clima festivo. Exceto uma jovem sentada próximo ao jardim da casa.

ERIK: Paloma. Como ela parece triste.

NARRADOR: A anfitriã se aproximou, colocou uma de suas mãos no ombro da tristonha convidada, e disse:

JAQUE: Conseguiu falar com ele, Paloma?

PALOMA: Nada, ele não atende o telefone e nem responde mensagens. Mas também, eu que sou inocente, imagin ando que ele deixaria sua megalomania, para ter um momento conosco.

JAQUE: Vem amiga, o Lugo já instalou o aplicativo de dança em seu disco rígido, e agora ele já pode jogar Just Dance conosco. É natal, esquece aquele babaca pelo menos por essa noite.

NARRADOR: Enquanto as garotas voltaram para a festa, Erik está desconsolado ao lado do palhaço.

ERIK: Eu nem me lembrava dessa festa. Se vocês não estivessem aqui, provavelmente eu teria dormido lá no escritório, deixando ela aqui, sozinha.

TIRIRICA: Chegou minha hora abestado, daqui a pouco você vai receber a visita do palhaço dos Natais futuros.

QUARTA PARTE: MALDITOS PETRALHAS

NARRADOR: Antes que nosso protagonista pudesse reagir, um sono profundo o fez apagar. Ele acordou com uma voz rouca chamando o seu nome. Ele viu um senhor de barba branca, e roupas vermelhas lhe observando.

ERIK: Papai Noel, o senhor é o terceiro palhaço?

LYLA: Não sou o Papai Noel companheiro.

NARRADOR: Mais uma vez Erik pulou da cama e se agarrou ao lustre, que não resistiu ao seu peso e caiu no chão.

ERIK: LYLA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? E VESTIDO DE PALHAÇO?

LYLA: Eu sou o palhaço dos Natais futuros companheiro. Esse é o meu castigo por ter feito tanta gente de palhaço. Estou preso a essa tarefa.

ERIK: Bom, você tem que me mostrar algo certo? Vamos logo então.

NARRADOR: Lyla arremessou uma bandeira vermelha sobre o Erik, quando ele se desvencilhou, estava na sala de reuniões da Nachos Corp. No entanto, algo lhe parecia diferente: todo o ambiente estava mais iluminado, e a logo da empresa estava diferente. Além de seus sócios, estavam ali os chefes do Young Nerd e do Filminhos com Macaxeira. Seu amigo Alex pediu a palavra.

ALEX: Estamos reunidos para comemorar nosso terceiro Nobel da paz. Quem diria que a fusão de três empresas de mídia iria unir a internet? Um brinde pelos dez anos sem haters, sem comentarista de Youtube, sem criadores de Fanfics. Um brinde à Young Nachos com Macaxeira.

TULLER: E também uma menção honrosa ao Erik, ele fez parte de nossa história.

ERIK: O que eles fizeram com minha empresa? Lyla, onde eu estou? Por que não fiz nada para deter esse absurdo?

LYLA: Não sei companheiro, sou só um guia, se aconteceu alguma coisa, eu não sabia.

ERIK: Claro que não sabia.

NARRADOR: Lyla jogou novamente a bandeira vermelha sobre Erik, e agora ele foi levado a uma casa muito bonita, da cozinha veio uma voz familiar.

PALOMA: Crianças vocês estão atrasados.

NARRADOR: Paloma apareceu da cozinha olhando para os quartos de onde saíram três garotos, trigêmeos idênticos.

PALOMA: Somente um trio de filhos do Erik para me dar tanto trabalho. para onde vocês vão hoje meus desconstruidinhos queridos?

Filho 1: Hoje vou a uma palestra: “Por que Naruto é uma obra lastimável”.

Filho 2: E eu vou a um grupo de discussão sobre a opressão da figura feminina nas hqs.

Filho 3: Acho que só vou ocupar uma escola mesmo.

NARRADOR: Enquanto os jovens se despediram da mãe e partiam, Erik estava desolado.

ERIK: Como pode Lyla? Como esses meninos podem ter meu sangue? Meu Deus, onde eu estou para não colocar esses garotos nos eixos?

LYLA: Antes você estava preocupado em dominar o mundo das mídias. Depois de algum tempo, isso passou a não ser mais importante para você, companheiro. Então você entrou por um caminho sem volta.

ERIK: Drogas?

LYLA: Política. Mas, depois do Trumpão da Massa, política se tornou um lugar para pessoas, hum… Esquisitas.

ERIK: Esquisitas como?

LYLA: Vou te mostrar.

NARRADOR: Novamente a bandeira vermelha cobriu nosso já desmoronado amigo. Quando pôde ver novamente, ele percebeu que estava em um cemitério, e havia uma risada ecoando por toda a parte.

HA HA HA HA HA

NARRADOR: A figura de uma pessoa se destacou no breu noturno. Um palhaço rindo diante de um túmulo.

ERIK: Deus, é o Coringa Lelek! Ele é um dos Palhaços do Natal?

LYLA: Não companheiro.

ERIK: Então, esse é o meu túmulo?

LYLA: Não companheiro.

NARRADOR: Antes que o Erik pudesse fazer outras pergunta, dois seguranças se aproximaram.

SEGURANÇA 1: Sr. Presidente, precisamos ir.

SEGURANÇA 2: O senhor precisa discursar diante do congresso senhor Coringa.

NARRADOR: O palhaço pega o segurança pelo colarinho e diz:

CORINGA: Já falei que Coringa é só uma inspiração. Meu nome é Presidente Lelerik! HAHAHAHAHAHAHAHAHA

NARRADOR: Desesperado com a revelação, Erik saiu correndo e tropeçando em algumas lápides, acabou caindo em um túmulo. Ele percebe Lyla com uma pá. O palhaço de vermelho começa a sepultar o Erik dizendo:

LYLA: E agora que você abandonou tudo que acreditou, e também a todos a quem ama, você pode se tornar meu substituto! Adeus companheiro!

NARRADOR: Sem ter forças para impedir o sepultamento, Erik apenas se debatia enquanto as trevas o envolviam.

[O toque de um telefone celular traz nosso protagonista de volta à realidade.]

LUGO: Erik, até que enfim você atendeu mano. Estão todos te procurando. Até eu que sou uma máquina imagino que deve ser muito ruim passar o Natal sozinho.

NARRADOR: Ele viu que estava de volta à sala de reuniões da Nachos Corp. Olhou o calendário de um tablet que estava sobre a mesa e percebeu que ainda era véspera de Natal. Quando cogitou ter tido apenas um sonho, havia um cartão de Natal em seu bolso, com a imagem dos três palhaços com a mensagem: “Aprenda a ter um feliz Natal novamente!”

Sem pensar duas vezes, ele pegou um carro da empresa, foi ao hospital e buscou os dois Castilhos que já estavam recebendo alta. Depois foi ao CEU, liberando todos os funcionários, prometendo longas férias e melhores condições de trabalho na volta. Trazendo Sas e Thiago juntamente, ele foi ao encontro de seus amigos, e de um futuro mais feliz. Com mais tolerância, menos bullying, e até mais oportunidades para curtir a MARVEL.

ERIK: OW, PERAI! ISSO TAMBÉM É DEMAIS NÉ?

FIM

______________________________________________

Texto “Uma palhaçada de Natal: Alexfábio Custódio
Edição e masterização: Chico Gabriel
Arte da vitrine: Erik de Oliveira

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Duração: 00h31min41s

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