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Camões (1524-1580) é o maior poeta da nossa língua, e Os Lusíadas a sua obra maior. Publicada em 1572, é poema épico em dez cantos, narrando os feitos dos Portugueses em suas guerras e descobertas marítimas, em uma visão maravilhosa e exaltada, grandiosa e de comovente patriotismo. Apesar das barreiras que se põem ao leitor moderno, as referências mitológicas às vezes recônditas, as menções a episódios e personagens históricos menos conhecidos, a sua modernidade é surpreendente e a pessoa do ...
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Que farei com este livro?

Catarina Duarte Almeida

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N'Os Lusíadas há moças desnudas numa ilha, n'Os Maias beijos na boca proibidos e, spoiler alert, o Baltasar acaba num churrasco da Inquisição naquele livro do Saramago. O genérico é de uma beirã madura e bonita que faz biscoitos aos domingos, o conteúdo é da neta que até se safa na compreensão escrita. Que farei com este livro?, um programa para jovens e seniores que não passam d'O Ramalhete. Cover art por @ajuliadacosta
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O último episódio da saga sobre a poesia contemporânea traz o maior poeta da segunda metade do século XX. Quem o diz é António Ramos Rosa e não há como discordar. Herberto Helder, o poeta obscuro, foi beber do surrealismo português e da poesia experimental mas depressa desenvolveu uma poética muito própria. Recusava entrevistas, retratos, aparições…
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O slogan Vá de Metro, Satanás seria hoje provavelmente aceite, nem que fosse em nome da inclusão do demo. Mas em 1959, quando se inaugurava o CentíMetro, vulgo Metro lisboeta, não era bem assim. O irreverente poeta e publicitário Alexandre O'Neill descendia de uma família de aristocratas fugidos da Irlanda no século XVIII que se espraiaram pelo glo…
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António Ramos Rosa, professor, escritor, tradutor e crítico literário, defendia a sua real profissão como sendo a de poeta. Empregado numa firma comercial, este funcionário cansado estreia-se nas letras em 1958 quando edita O Grito Claro, livro do qual foi retirado o poema em análise neste episódio. O nome do poeta surge ligado a publicações literá…
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Visitação é, nos textos bíblicos, a visita de Maria a Santa Isabel, grávida de João Baptista. No poema de Ana Luísa Amaral é a filha, personificação da inspiração, quem interrompe a mãe de mansinho para ir adormecer no seu colo. Ana Luísa Amaral foi professora, tradutora e autora de ficção, ensaios e literatura infantil. Em Visitações, ou o poema q…
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Eugénio de Andrade, o pseudónimo de José Fontinhas, o poeta que privou com António Botto e com Miguel Torga vê em 2023 ser celebrado o centenário do seu nascimento. O autor de As mãos e os frutos é um dos escritores portugueses mais lidos e traduzidos, mantendo ao longo de uma longa e fecunda carreira uma certa unidade de temas e de recursos formai…
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O nosso Pessoa dizia que a língua portuguesa era a sua pátria, mas foi Vasco Graça Moura quem se serviu de todas as armas para defender a língua camoniana. Um dos nomes centrais da poesia contemporânea da segunda metade do século XX e líder do movimento contra o Acordo Ortográfico de 1990, Graça Moura estreou-se nas letras no início dos anos 60. Em…
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Se Pessoa queria um Quinto Império inspirado nos grandes feitos do passado, o Portugal futuro de Ruy Belo faz-se de mudanças carregadas pela capacidade volitiva das crianças. O Portugal Futuro é o título do poema a analisar neste segundo episódio dedicado à poesia contemporânea. Palavras de Ruy Belo lidas na voz do radialista Luís Franklin.--- Send…
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O episódio desta semana inicia o estudo da poesia contemporânea, expressão artística que começa a surgir por volta de 1945, quando o modernismo estava já na sua terceira fase. A Terra do Nunca, um poema de Nuno Júdice, faz as honras de abrir esta saga poética. Um episódio que conta com as habituais vozes das beiras e a moderna voz da radialista Inê…
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As saudosas Publicações Europa-América anunciavam esta novela como "o mais popular romance de Camilo e talvez, em toda a literatura portuguesa, a obra que maior ressonância encontrou na alma do povo". Seja nesta ou em outras edições há total concordância: Amor de Perdição é a obra mais representativa da segunda geração romântica em Portugal. Que Ca…
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Mais um episódio desta saga camiliana: Amor de Perdição inicia-se com uma entrada encontrada pelo autor sobre a prisão e o degredo de Simão Botelho. Um homem cuja vida Camilo resumiu na frase Amou, perdeu-se e morreu amando. Mas até ao seu final, Simão troca cartas com Teresa, auxilia-se do seu fiel escudeiro João da Cruz, destila ódio por Baltasar…
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Se há alguém cuja vida foi uma autêntica novela romântica, esse cavalheiro é Camilo Castelo Branco. Na obra mais representativa do ultraromantismo português, Camilo veste a pele de autor e narrador para contar a história trágica de Simão, Teresa e da valente Mariana. Uma a uma, as personagens são dissecadas para, mais adiante, servirem para análise…
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Que Amor de Perdição - Memórias duma família é o livro mais lido de Camilo Castelo Branco já toda a gente sabe. O que muitos desconhecem é que a trama foi escrita inteiramente quando o autor se encontrava preso na Cadeia da Relação pelo crime de adultério. A safadeza deste homem é proporcional ao seu génio, já que deixou escritas mais de 260 obras …
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No último episódio da saga sobre o texto vicentino, analisa-se em pormenor a crítica e o cómico de linguagem, situação e carácter ao longo da exposição, conflito e desenlace. A peça mais bem estruturada de Gil Vicente não traz indicações de atos ou cenas mas calou as línguas pérfidas que o queriam difamar lá no século XVI. Ide ao teatro. Se puderem…
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Que Gil Vicente é o primeiro dramaturgo português, já sabemos. O que ainda desconhecemos são as personagens da farsa escrita para calar as más línguas em 1523. Mas não desesperem: este episódio traz as personagens que compõem o elenco, atentando especialmente às personagens femininas. Boas leituras, sem descurar a diversão numa qualquer pista de da…
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Quem, a partir de hoje, voltar a dizer que Gil Vicente é o pai do teatro português leva uma reguada bem merecida. Antes deste cavalheiro surgir na corte de D. Manuel I, já havia teatro, embora feito e produzido de maneira diferente. O que Gil Vicente faz é edificar a coisa. O teatro e sabe-se lá mais o quê, que este homem parece ter tido muitos e d…
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Pedalar está na moda, mas os semaforeiros do conto de Mário de Carvalho já o fazem desde o início do século XX. Numa rua da invicta foi instalado um engenho movido a pedal, um semáforo manobrado por uma família em que todos são camisola amarela. Neste conto de Mário de Carvalho cruzam-se duas famílias, unidas por um ódio antigo, que servem como des…
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Maria Judite de Carvalho é a flor discreta da literatura portuguesa, dizia Agustina Bessa-Luís. George, o conto em análise neste episódio é um desdobrar da personagem principal para reflectir sobre a condição feminina, a passagem inexorável do tempo e a complexidade da natureza humana. Como sempre, não descurem a hidratação, a leitura de boa poesia…
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É finito, jovens e seniores que não passam d'O Ramalhete. Termina aqui o estudo deste drama de Garrett, ingratamente desprezado. O terceiro e último ato é o desenlace da trama: Manuel e Madalena tomam o hábito e Maria, agora filha ilegítima, morre de vergonha. Pratiquem meditação, exercício e leitura de boa prosa. A boa prosa é aquela que não está …
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Românticos, neste ato as coisas começam a ficar feias. De regresso à antiga habitação de D. João de Portugal, D. Madalena vai confessar o seu maior pecado a Frei Jorge. E, ao palácio, chega um Romeiro que se identifica como Ninguém. Será este o Mr. Nobody original, ou o Jaco van Dormael é também fã do nosso Garrett? Não descurem a leitura de poesia…
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É chegada a hora de analisar as cenas de Frei Luís de Sousa. Começamos com o primeiro ato, com um cenário bonito e as personagens ainda relativamente sãs da marmita. E por falar em sanidade, não descurem a meditação nem a hidratação. Que este 2022 tenha um rumo diferente destas tragédias de Garrett. --- Send in a voice message: https://podcasters.s…
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Românticos, neste episódio encontrarão o retrato dos personagens principais da tragédia romântica do nosso dândi Almeida Garret. Houve ainda tempo para falar dos espaços, do tempo e até de alguns conceitos teatrais. Já agora, ide ao teatro, se fizerdes favor, e nada de cochichar durante as cenas. --- Send in a voice message: https://podcasters.spot…
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Bem-vindos ao teatro; Por favor desliguem os vossos telemóveis. Não é permitida a captação de imagem durante o decorrer do espectáculo. Obrigada. Em 1847 a coisa não devia ser bem assim, mas o texto de Almeida Garrett continua actual e mordaz. No episódio de hoje fala-se das dimensões presentes no texto, desde a religiosa à política, passando pela …
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É verdade, românticos, é chegada a hora daquela peça que ninguém gosta muito de ler. Não é uma novela da Globo, mas tem mais requinte, nobreza, sofrimento e patriotismo que qualquer Avenida Brasil. Até o próprio autor fazia uma perninha no teatro quando não estava a tratar da sua reestruturação. Almeida Garrett e o seu Frei Luís de Sousa são os tem…
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Saudações, jovens e seniores que não passam d'O Ramalhete; Vim aqui converter a numeração romana do título: os capítulos analisados hoje são o 115 e o 148. Invasões, fome e peste, são os ingredientes de qualquer boa novela medieval, e Fernão Lopes era um excelente argumentista, ao que parece. Este é o último episódio sobre a Crónica de D. João I. P…
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Corram, jovens e seniores, que querem matar o Mestre de Avis no Paço Real! Neste episódio conhecemos o método do cronista e pai da historiografia portuguesa, Fernão Lopes, que o deixou escrito no prólogo da crónica de que tratamos. O capítulo XI, cujo título é demasiado extenso para esta caixa de texto, é também hoje aqui esmiuçado. Como sempre, at…
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Jovens e seniores que não passam d'O Ramalhete, o episódio de hoje é dedicado à Crónica de D. João I, da autoria de Fernão Lopes, o cronista a quem Alexandre Herculano apelidou de o pai da História Portuguesa. Entre 1383 e 1385 os castelhanos quiserem meter o bedelho nos assuntos do Estado, mas D. Nuno Álvares Pereira e uma padeira de Aljubarrota t…
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Valete, Frates. É assim que termina a terceira e última parte de Mensagem, constituída por I. Os símbolos, II.Os avisos e III.Os tempos. Pessoa entrega nesta última parte a sua veia mais mística, sebastianista e profética. São tempos também de reduzir na cafeína e diminuir a pegada ecológica. D. Sebastião está para chegar e dizem que, afinal, vem d…
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Mar Português está para Mensagem assim como o plano central está para Os Lusíadas. Nos doze poemas que esconde a segunda parte está o padrão de Diogo Cão, o Adamastor que agora é o Monstrengo e até Fernão de Magalhães, que injustamente foi dar nome a uma avenida conimbricense de má fama. Mais um episódio com a envolvente voz da D. Leonor e do não m…
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Lisboa, 30 de Março de 1935Nome Completo: Fernando António Nogueira PessoaProfissão: A designação mais própria será "tradutor", a mais exacta a de "correspondente estrangeiro em casas comerciais". O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação.Pessoa ortónimo não sabe se há-de sentir, se pensar, tem dor de pensamento e sente falta dos …
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Da Eneida, de Virgílio, Pessoa roubou a frase Mens Agitat Molem para dar título ao único livro em português que editou. Afinal, Portugal, o título original, era demasiado trivial para a obra que se queria triunfal. Neste episódio, que mais não é do que uma breve aula de história de Portugal, dissecam-se os 19 poemas que compõem a primeira parte, Br…
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Eia, jovens e seniores ouvintes. No episódio de hoje, Álvaro de Campos, o modernista, é-nos apresentado como o único dos três heterónimos a manifestar fases poéticas diferentes. Decadentista, abúlico e depois modernista, o tipo vagamente de judeu português, é o que mais se assemelha ao ortónimo, assunto para o próximo episódio.Mantenham a hidrataçã…
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13 de janeiro de 1935, Ricardo Reis é, como disse, médico; vive no Brasil desde 1919, pois se expatriou espontaneamente por ser monárquico. É um latinista por educação alheia, e um semi-helenista por educação própria. Neste episódio há epicuristas, estoicistas e até Horácio e Caronte. Lídia, à beira do rio, também aparece. Se o cinema português mer…
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Neste episódio dá-se a conhecer o mestre dos heterónimos Ricardo Reis e Álvaro de Campos e do próprio Fernando Pessoa. O guardador de rebanhos, o poeta da natureza, o sensacionista. Beijos nas vossas mães, revejam as proposições e dêem carinho ao cinema português. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/catarina-duarte-…
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No episódio de hoje, com banda sonora de António Variações, fala-se de Fernando Pessoa, da sua vida e obra e ainda do movimento modernista em Portugal no séc. XX. Por favor, circulem pela direita e lembrem-se que Hades é exclusivo da mitologia. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/catarina-duarte-almeida/message…
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Para rematar o episódio sobre o Sermão de Santo António aos Peixes, esta última parte traz a análise do Capítulo V, dedicado às repreensões em particular e onde surge o Roncador, o Pegador, o Voador e o Polvo, e do Capítulo final, a chamada peroração. Leiam O Livro O Universo em Desencanto! --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.co…
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Na terceira parte analisam-se o Cap.II, contendo os louvores em geral; o Cap.III, dos louvores em particular onde se encontram o Peixe de Tobias, a Rémora, o Torpedo e o Quatro-olhos; e o Cap.IV, que trata as repreensões em geral. Saravá, Jovens e Seniores, não esqueçam de beber água.--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/s…
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Na segunda parte do episódio sobre o Sermão de Santo António aos Peixes há análise completa do exórdio, o primeiro capítulo da obra, onde se explica o famoso conceito predicável Vóis sois o sal da Terra, a origem do título e o barroco na literatura portuguesa. Façam reciclagem e digam não aos livros que vêm em saquinhos de organza brilhantes. --- S…
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Jovens e seniores que não passam d'O Ramalhete, eis o temível Sermão de Santo António aos Peixes. Neste episódio, breve biografia do autor, o Padre António Vieira, contextualização histórica e literária e breve referência aos conceitos de oratória. Temam antes quem não distingue indicativo do conjuntivo. --- Send in a voice message: https://podcast…
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Nesta terceira e última parte do episódio sobre a lírica trovadoresca, análise de A mia senhor que eu por mal de mi (amor), Quem hoje maior coita tem (amor) e Ai Done Fea (escárnio). Usem protector solar factor 50 e leiam livros sempre que puderem. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/catarina-duarte-almeida/message…
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Na segunda parte do episódio sobre a Lírica Trovadoresca Galega-Portuguesa há análise formal e interpretação da Ai flores, ai flores de verde Pino, Bailemos nós todas três, ai amigas e Ondas do mar de Vigo. Atentai mães, que isto dos "amigos" não é só de agora. Mantenham-se hidratados e evitem os indivíduos que dizem sistematicamente prontos. --- S…
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