Com Luís Freitas Lobo e João Rosado, sob a arbitragem de Mário Fernando.
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Não é um podcast de política ou de economia, nem de artes ou ciência. É uma conversa solta com os protagonistas de hoje que nasceram na década de 70. A geração que está aos comandos do país ou a caminho. Aqui falamos de expectativas e frustrações. De sonhos concretizados e dos que se perderam. Um retrato na primeira pessoa sobre a indelével passagem do tempo, uma viagem dos anos 70 até aos nossos dias conduzida por Bernardo Ferrão.
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Especial ao vivo no Tribeca com Anabela Moreira: “O meu pai passou fome, era uma coisa normal. Eu não e até parecia que havia uma espécie de compensação dos tempos antigos, a mesa estava sempre cheia de ...
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Nasceu em 1976, em Lisboa. Nasceu em 1976, em Lisboa. Cresceu no Restelo e estudou num Colégio de Freiras. Viveu uma infância “protegida de tudo”, com uma educação “profundamente machista”. Apaixonou-se pela representação no cinema que o pai tinha em Lisboa, mas os pais nunca acharam muita graça à ideia. Impediram-na de entrar no conservatório e fo…
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Bárbara Tinoco: “Esta geração sente uma culpa gigante por descansar e não estar a ser produtiva. É por isso que chegamos a um ponto de exaustão”. Oiça aqui a estreia de Geração 90, com Júlia Palha
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É neta de um poeta e de um cantor. O pai tinha uma loja de música e ensinou-a a tocar guitarra aos 13 anos - talvez seja por isso que não percebe como é que os pais a deixaram estudar música. “Não faz ideia” como é que torna as músicas em hits, mas acredita que um artista se faz de tentativas e de “errar demasiadas vezes”. Em 2018, ficou conhecida …
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Júlia Palha abre as portas à geração que cresceu com a revolução digital e que vive ansiosa em relação ao futuro. No Geração 90, fala-se de forma leve do peso que acarretam os sonhos e as expectativas. Todas as terças-feiras novos episódios. See omnystudio.com/listener for privacy information.Por Bernardo Ferrão
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Albano Jerónimo: “Tomávamos banho uma vez por semana, usávamos sempre a mesma roupa para ir para a escola. Tudo isso potenciou uma grande união entre mim e os meus irmãos. Não tenho complexos em falar ...
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Nasceu em junho de 1979, em Lisboa. Cresceu em Alhandra, uma zona piscatória com escadas para o Tejo. Tomou muitas vezes banho com os filhos dos peixeiros. Em criança chamavam-lhe “Albaninho" e passava os dias a brincar no quintal de uma senhora a quem chamava “carinhosamente” de avó. A mãe trabalhava na TAP e o pai tinha um talho. Tem dois irmãos …
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Tânia Ganho: “Os primeiros sinais do Alzheimer estão lá e ninguém os vê, comecei a dizer que o meu pai tinha Alzheimer e diziam-me que andava a imaginar coisas”
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Nasceu em Coimbra, em 1973. É a mais nova de dois irmãos, filha do “senhor doutor”, figura respeitada na terra e a quem todos recorriam. Desde pequena que tem uma relação de “amor e ódio” com cidade onde cresceu. Sentia-se “claustrofóbica” porque tudo era campo e distante da realidade de Lisboa ou do Porto. Começou a escrever aos 12 anos. E foi com…
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Nelson Rosado: “Na Margem Sul ainda temos professores que honram a profissão. A minha professora de História marcou-me profundamente. Hoje os meus filhos têm professores que já os marcaram, e isso é bonito ...
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Nelson é o mais velho dos irmãos Rosado, conhecidos pelo nome artístico "Anjos". Nasceu em fevereiro de 1976 e desde muito novo que tem relação com a música e o mundo do espetáculo. O pai tocava acordeão e a mãe cantava fado em festas. Ele e o irmão pisaram cedo o palco, sempre juntos, a cantar aos fins de semana. Mais tarde integraram a banda "Sét…
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João Coutinho: "É uma desilusão ver que a minha geração se tornou super conservadora e estamos a ver isso também com os franceses, que estão a ir a votos agora"
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Nasceu no Porto em outubro de 1971. É um dos mais distinguidos criativos portugueses, com mais de 25 anos de carreira por cá, em Espanha, Brasil e Estados Unidos. João Coutinho ainda quis ser arquitecto, mas acabou por se licenciar em Publicidade. Montou uma agência com uns amigos e, nos primeiros tempos, o principal cliente era a discoteca Indústr…
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João Costa: “Tinha duas colegas com 14 anos que se prostituíam e amigos que não comiam e viviam em barracas; cresci irritado por ter privilégios”
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Cresceu em Setúbal, vivia com os pais, os três irmãos e a avó, mas nasceu em Lisboa, em novembro de 1972, porque o pai era "alfacinha de gema". Depois da Revolução, o país ficou “demasiado frágil” e viu a “miséria” à porta de casa. “Tinha amigos que não tinham casa, viviam em barracas. Tinha duas colegas de turma que aos 14 anos prostituíam-se”. Te…
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Ana Figueiredo: “Quando fazia apresentações levava sempre uma fotografia que dizia: ‘Quando for grande não quero ser princesa, quero ser CEO’”
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Nasceu em Lisboa, em 1974. Viveu com os pais e os avós em Benfica, mas foi na linha de Cascais que cresceu. Aprendeu a ler e a escrever muito cedo para conseguir comunicar com o avô que tinha problemas de audição. Foi pela mão do avô que entrou no ténis e era com ele que ia ver os jogos do Benfica. Licenciou-se em Administração e Gestão de Empresas…
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Pedro Boucherie Mendes: “Os meus avós na Bélgica já tinham um portão que abria com telecomando, televisão a cores e gelados de pauzinho. Achava tudo aquilo espantoso! Nós aqui comíamos Tulicreme e lá j ...
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Nasceu em 1970, em Angola, onde viveu seis meses. A família mudou-se para Braga, por causa do trabalho do pai, mas foi na Linha de Cascais, na Parede, que cresceu. O nome Boucherie, de origem belga, vem do lado materno. Em criança visitava os avós muitas vezes na Bélgica e recorda “dois mundos totalmente diferentes” - um com Tulicreme e o outro com…
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Kalaf: “Por causa da guerra éramos proibidos de brincar com pistolas. Os meus pais ofereciam-nos livros da Disney que nos faziam sonhar”
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Nasceu e cresceu em Benguela, Angola, durante a guerra civil. Os pais proibiram-no de brincar com pistolas, levava o dia a ler e a desenhar com o irmão, que é hoje artista plástico. Viajou pela primeira vez para Portugal aos sete anos, por causa de um acidente no olho esquerdo. Os médicos angolanos disseram que não havia solução, mas a mãe não desi…
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Teresa Burnay: “Os meus pais chegaram a Portugal e começaram do zero, com três malas e três filhas, parecia que vinhamos de férias”
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Nasceu em outubro de 1974, em Lisboa, mas não viveu sempre em Portugal. Os pais, um “bocadinho hippies”, decidiram voltar para Angola quando nasceu, numa altura em que muitos faziam o sentido contrário. Da “primeira infância" recorda a farda do MPLA que era obrigada a usar na escola e a professora primária, que só tinha o 4.º ano. Viveu lá até 1981…
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Bernardo Pires de Lima: “Nunca vi o meu avô como um alto quadro do antigo regime. Via-o como o meu avô, de quem gostava muito”
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Nasceu em Lisboa, em 1979. Cresceu rodeado de vizinhos, amigos e de mais de 30 primos. A família vivia “sem grandes dificuldades” em Carcavelos e com 10 anos, Bernardo agarrava na bicicleta e ia para a praia. Os pais casaram um ano depois de nascer e por isso diz ser um “produto do 25 de Abril”. Sempre foi uma criança dona do seu nariz, sem “medo” …
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Joana Vasconcelos: "Andava num berçário com o símbolo de uma foice e um biberão, os pais revolucionários é que tomavam conta de nós. A certa altura a minha mãe achou que aquilo não era boa ideia"
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Nasceu em 1971, em Paris, três anos antes do 25 de Abril. O pai fugiu da Guerra Colonial para Paris e casou com a mãe por correspondência. A família regressou a Portugal no verão de 1974, mas um ano antes, com apenas 2 anos, já tinha viajado para Lisboa “sozinha” - "Vim passar o Natal. Mandaram-me num avião com uma etiqueta". Cresceu rodeada de art…
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Gonçalo Matias: “Há 20 anos tínhamos dificuldades no acesso à informação e tínhamos uma enciclopédia em casa para consultar. Hoje os meus filhos têm acesso a muita informação, mas muita dela é má e manipulada ...
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“Acho que sou um cosmopolita e por isso esta fotografia aos comandos de um avião resume algumas das minhas paixões”. A infância foi privilegiada e com apenas 2 anos, em 1981, já viajava de avião com os pais. Aos 5 anos, já vestia a toga do pai a subia ao sofá para discursar. Sempre teve o dom da oratória. O currículo é vasto e aos 45 anos já trabal…
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Rui Vitória: “Depois do jogo os jogadores já nao procuram ver se a prestação foi boa ou má, chegam ao balneário e agarram-se aos telemóveis. O que importa é ser reconhecido socialmente, a palavra do treinador ...
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Nasceu e cresceu a ver os pais a trabalhar de "manhã à noite". O irmão, aos 17 anos, entrou nas famosas “oficinas de Alverca” e foi um "alívio" para os pais - o mais velho já tinha o "futuro garantido". Rui Vitória nunca pensou chegar ao topo. Se não fosse jogador, treinaror e professor, teria sido contabilista. Subiu de clube em clube até que cheg…
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Tiago Mota Saraiva: “Para mim a luta contra o fascismo era passado. A minha desilusão é saber que as minhas filhas vão ser confrontadas com essa luta”
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Nasceu em 1976, cresceu e viveu no Estoril. O pai trabalhou em vários sindicatos, nomeadamente no sindicato do metalúrgicos, foi artista gráfico e plástico e desenhou alguns dos autocolantes do PPD que fazem parte da coleção de José Pacheco Pereira. Em criança passava tardes nos centros de congressos do PCP. Depois dos grandes incêndios em Pedrógão…
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Irmãos Nuno e Ana Markl: “O nosso pai, de esquerda, zangava-se muito com os amigos por causa da política e hoje as pessoas estão a zangar-se outra vez”
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Não é todos os dias que Ana e Nuno Markl se sentam para abrir o livro. São duas figuras incontornáveis da rádio, televisão e redes sociais, mas nem sempre confortáveis com tanta exposição mediática. A “ditadura das audiências” assusta-os, mas pior é a ditadura do ódio que se está instalar no debate político: “o nosso pai, de esquerda, zangava-se mu…
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Miguel Morgado: “A minha geração cresceu com o país a crescer e achou que era uma coisa garantida, como a chuva que cai do céu”
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Nascido e criado na capital da “revolução vermelha”, Setúbal, foi sempre assumidamente de direita. É um dos comentadores políticos mais combativos da atualidade. Um defensor de Passos Coelho, com quem trabalhou nos anos da troika e com quem teve algumas, mas poucas, “divergências”. Crítico da forma como o PSD geriu o Chega, lembra que avisou no dev…
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Luis Montenegro: “Eu e Pedro Passos Coelho somos amigos, a nossa relação é muito mais do que trabalho”
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Viveu e cresceu em Espinho. Andou sempre na escola pública. Brincava na rua e com 9 anos ia a pé para as aulas: “até tinha a chave de casa”. foi desde cedo um atleta polivalente, jogou andebol, voleibol e até fez ginástica. Com 16 anos, virou-se para o mar de Espinho e tornou-se nadador-salvador. O pai era mais ligado à política do que a mãe, não e…
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Fernando Medina: “A minha mãe sofre. A política é um meio agressivo, ingrato e não dá boa saúde”
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Nasceu em março de 1973, no Porto. Foi um bebé clandestino. O pai soube do seu nascimento através de um anúncio no jornal “O Século” que dizia: “Perdeu-se um álbum de fotografias no comboio Lisboa-Porto”. Foi uma coisa combinada entre os pais e o sentido da viagem determinava se tinha nascido um menino ou uma menina. Filho de pais comunistas, cresc…
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José Avillez: “As estrelas Michelin trazem responsabilidade mas continuo a acordar de manhã, a lavar os dentes e ir trabalhar”
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Sonhou ser carpinteiro, depois arquiteto, mas acabou na cozinha. E com mestria. É trineto do primeiro Conde de Burnay e cresceu na quinta da família reconstruída pelo pai pouco antes de morrer. A mãe ficou viúva aos 34 anos e "nunca mais amou ninguém". Na escola levou “calduços” por se vestir “à betinho”. Quando assumiu a chefia do restaurante Tava…
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Episódio especial ao vivo com Pedro Nuno Santos: “A minha maior desilusão é o país ainda não ter conseguido reduzir de forma drástica o número de pobres. É o maior fracasso da nossa democracia e temos ...
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Pedro Nuno Santos, líder do PS e que quer ser o próximo primeiro-ministro, nasceu em São João da Madeira em abril de 1977. Deu cedo nas vistas no mundo da política. Começou na associação de estudantes, passou pela JS onde se filiou com 14 anos, foi vereador, deputado e governante. Assumidamente de esquerda, foi crítico da terceira via, herdou aliás…
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Adolfo Mesquita Nunes: “Quando nasci apanhei a decadência dos negócios da família. As conversas eram sobre hipotecas, dívidas e despedimentos”
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Viveu na Covilhã, na casa dos avós, até ir para a faculdade em Lisboa. A família tinha uma fábrica têxtil, império construído pelo bisavô Adolfo de quem herdou o nome. A fábrica foi a glória e a desgraça da família. "Chegámos a ter tudo. A minha família, numa só geração, passou da pobreza para um grande conforto financeiro". Foram “tempos duros” e …
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Padre Afonso Seixas-Nunes: "Achei que tinha encontrado a mulher da minha vida, mas ela achou o contrário e disse-me que tinha vocação para era ser padre"
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Não é um padre comum porque os jesuítas são “diferentes”. Tem 5 licenciaturas, é doutorado e especialista em Inteligência Artificial em contexto de guerra. Nunca tinha pensado ser padre, teve os seus “namoricos” de adolescente e até achou que tinha encontrado a "mulher da sua vida". Não vive em Portugal há 18 anos e confessa que deixou de votar dep…
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Pedro Penim: “A menos que o próximo Governo seja de extrema direita e me queira fora do teatro, não acho que o meu lugar esteja em risco"
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Deixou o curso de Arquitetura para se dedicar ao teatro e muitos o conhecem dos programas Clube Disney e Art Attack. Em criança ia com o pai aos comícios do MDP e tinha na ponta da língua os cancioneiros da Revolução. Quando foi nomeado diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II assumiu a orientação sexual: “Não sei o que é o lobby gay. Não f…
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Ana Brito e Cunha: "Tive momentos de 'egotrip' mas a família nunca me diferenciou por ser atriz. Sempre tive os pés na terra"
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Tem Espírito Santo no nome mas “escondeu” o apelido durante anos porque o “país é muito preconceituoso”. Foi para Espanha com dias de vida e atravessou a fronteira escondida numa alcofa “como se fosse roupa suja”. Estávamos no Verão Quente. Na família era tratada como “Ana caracoletos”, tem 47 primos e sabe o nome de todos. Faz agora 30 anos de car…
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António Zambujo: “Portugal anda a duas velocidades: a Norte noto sempre outro dinamismo e poder de iniciativa; de Lisboa para sul, sinto que as coisas estão a regredir, que as prioridades foram trocadas ...
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Aos 48 anos, António Zambujo é um dos maiores autores e intérpretes contemporâneos da música e da língua portuguesa, com uma carreira firmada em palcos nacionais e internacionais. Nesta entrevista a Bernardo Ferrão, fala sobre as origens alentejanas, a carreira musical, o preconceito em relação aos maiores sucessos do seu repertório e ainda os músi…
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Ana Bacalhau: “Os meus pais perderam o emprego aos 40 anos. Foi dramático, um trauma mesmo. Eu tinha 13 anos”
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Cresceu em Benfica numa casa onde cabia toda a família - os pais, avós, bisavó e até o gato. Em criança, gostava de comer e começou a ganhar peso antes de entrar na primária. A avó passou fome na infância e para ela “era uma alegria ver a netinha comer.” O excesso de peso e o apelido Bacalhau tornaram-na um "alvo fácil". Sofreu bullying e ainda hoj…
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Ricardo Araújo Pereira: “A minha avó só falava de política quando faltava a luz à hora da novela e culpava os comunistas”
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Nasceu três dias depois do 25 de Abril. É filho de trabalhadores da TAP e em criança passava as férias com a avó na casa de campo da família. Sempre gostou de fazer rir os outros e hoje é a “inclinação para o humor" que lhe paga as contas. Nesta conversa com Bernardo Ferrão, recorda a infância, fala sobre a família e não esquece o “lamaçal” polític…
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Zita Martins: “Há cientistas com 50 anos e sem emprego fixo. Só conseguimos competir em Ciência se garantirmos qualidade de vida aos melhores”
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Quanto tempo levará uma viagem dos estúdios da SIC até Marte? Zita Martins sempre gostou de olhar para o céu e perceber o que se passava “lá em cima.” Juntou a química ao espaço e aproveitou as “muitas coisas que caem do céu” para tentar descobrir se há vida extraterreste no Sistema Solar. E é no que acredita. Estudou na escola pública e depois no …
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Sandra Tavares da Silva: “A minha mãe, por ser suíça e casada com um militar, foi perseguida pela PIDE. Achavam que era espia”
52:13
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Nasceu em 1971, nos Açores, onde o pai estava destacado como Oficial da Marinha. Começou a pisar uvas muito cedo, ajudava o avô na vindima. Já foi considerada pelo Financial Times uma das “melhores enólogas do mundo”. Formou-se em agronomia e fez mestrado em enologia, em Itália. Pelo meio, foi jogadora profissional de voleibol e desfilou como model…
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Clara Raposo: “Os nossos salários são curtos em comparação com outros da Europa. Investimos na Educação e os jovens vão para fora”
53:47
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É “vice” de Mário Centeno no Banco de Portugal, mãe de duas filhas universitárias e já considerada “uma das portuguesas mais poderosas nos negócios”. Diz que nunca programou nada para chegar onde chegou: a vida foi acontecendo. Fala rápido e sempre com um sorriso. Aprendeu em Londres, onde se doutorou em Finanças e deu aulas em Oxford, que não deve…
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David Fonseca: “Ganhei muito dinheiro com o 1º disco. Tornei-me uma vedeta nacional, mas continuava em casa dos meus pais”
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Criou os Silence 4 depois de desistir do curso de Design. Saiu de Lisboa e regressou a casa dos pais em Leiria e não tinha nada para fazer. David Fonseca arrastava-se de esplanada em esplanada. “Entrei na música por tédio”, mas rapidamente chegou aos tops das rádios. “Ganhei muito dinheiro, cheguei a vender 240 mil cópias, números absurdos para os …
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Isabel Abreu: “Na 4ª classe, depois da escola, fazia teatrinhos à porta do supermercado. Chamavam-me doutora pequenina”
57:06
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Alentejana, atriz, feminista e filha de médicos da pequena vila de Arronches. Isabel Abreu sempre quis representar e fazer cinema, a mãe chamava-lhe “teatreira.” Foi à porta do supermercado da aldeia que conseguiu a tão desejada Barbie que a mãe odiava - um “estereótipo de mulher.” Politicamente assume-me “uma mulher em luta” que se desiludiu com a…
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José Luís Peixoto: o menino da catequese que virou anarquista. E que foi contra o McDonald’s
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Nasceu em Galveias em 1974. Filho tardio e mimado pelas irmãs mais velhas como “se fosse um bebé”. Sempre mergulhou nas “culturas mais rebeldes” da sua geração. Aos 17 anos, “sonhava com um socialismo ideal” e assumia-se como anarquista. Como jovem escritor transformou José Saramago em personagem de romance. "O que nos aproximava era a escrita e o …
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Sérgio Sousa Pinto: “Não sou opositor do PS, limito-me a ser um deputado à moda antiga. Sou livre”
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Nasceu em 1972. Em criança viveu na casa dos avós e andou na escola dos "meninos de esquerda”. Era um miúdo que tinha um interesse quase “aberrante” pela política e em adolescente “meteu na cabeça” que era comunista. A ruptura com o PCP acabaria por acontecer no liceu, virou a página e apontou ao PS - o partido dos pais e de Mário Soares. Não faz u…
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Bárbara Bulhosa: "Aos 50 descobri que o meu pai esteve na ocupação da RTP, no 25 de Abril. Foi quando ouvi pela primeira vez a voz dele"
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Nasceu em 1972, em Lisboa. Ainda não tinha seis anos quando o pai morreu. Era militar. A mãe, Bióloga e professora no Liceu, voltou depois a casar. Foi da mãe e do padrasto que recebeu a herança da esquerda: "chamavam-nos esquerdalhas e tínhamos orgulho nisso!". Cresceu numa casa cheia de livros e a paixão pela leitura vem desde pequena. Foi direto…
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Pêpê Rapazote: “A democracia portuguesa é uma desilusão. É preciso fazer uma limpeza”
59:04
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Nascido em 1970 e dono de uma voz inconfundível, é um dos atores nacionais que mais cartas tem dado fora de Portugal. Em entrevista a Bernardo Ferrão, Pedro de Matos Fernandes, mais conhecido como Pêpê Rapazote, fala sobre a paixão pela arquitetura, os desafios na arte da representação e as fortes raízes familiares. “Vivi até muito tarde em casa do…
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Pedrito de Portugal: “Para haver direitos tem de haver deveres e os animais não têm deveres. A partir daí os direitos são questionáveis”
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Nasceu em 1975, em Lisboa. Aos 8 anos percebeu que tinha vocação para o toureio e, com o apoio do pai bandarilheiro profissional, entrou na praça para se assumir como um ‘matador de touros’. “O toureiro põe a sua vida em risco e o animal também está a cumprir a sua missão. Não existiria a espécie de touro bravo se não existissem as corridas”, diz. …
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Pedro Ribeiro: “Existe um país e coisas para resolver, acordem para a vida e cresçam”
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Nasceu em 1971, em Lisboa. A telefonia esteve presente desde sempre, e desde pequeno que sabia que queria “dar na rádio”. Também quis ser jogador do Benfica, mas só teve espaço para cumprir um sonho. Desde 1996 que acorda às 5h30 da manhã e há 18 anos que é diretor da Rádio Comercial. Numa conversa com Bernardo Ferrão, no podcast Geração 70, fala a…
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Bruno Vieira Amaral: “Com três anos, vi o meu pai pela última vez. Estava a vender bugigangas. Depois só o voltei a ver aos 16 anos”
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Nasceu no Barreiro, em 1978. Da infância recorda as voltas de bicicleta no bairro do Vale da Amoreira. "A vida não era fácil" e os pais "faziam aquilo que era preciso para sobreviver". Numa conversa com Bernardo Ferrão fala sobre a infância sem o pai e como foi crescer numa família de testemunhas de Jeová. O escritor, crítico literário e vencedor d…
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Pedro Lomba: “Quando entramos na política a pessoa que éramos termina. Passamos a ter um rótulo"
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É quase um "filho do exército". Nasceu em abril de 1977 no Hospital Militar, o pai era militar e Santa Margarida foi a sua casa e escola durante anos. Dessa infância, marcada pela "ética militar, rigidez e disciplina", recorda as comemorações do dia do exército, sempre “um dia muito especial”, e os primeiros amigos, mais velhos e a cumprir serviço …
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Patrícia Reis: “Fiz muito sexo por boa educação. Era indigno e até chegava a ser humilhante, mas era assim. Sentia-me ameaçada enquanto mulher”
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Lisboeta de gema, nasceu a 12 de dezembro de 1970 em Benfica. “Vivia num caldo muito estranho”, os pais “eram uns putos”, tinham apenas 17 anos quando nasceu, e “sempre foram de direita”. Patrícia Reis sempre votou “à esquerda”. Nesta conversa com Bernardo Ferrão, fala na atual maioria absoluta, “mal aproveitada” por um Governo que “não tem mãos pa…
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Carlos Moedas: “Éramos pobres, mas não tínhamos vergonha nem inveja. O grande ativo da minha família era o respeito que tinham pelo meu pai. A inteligência do meu pai era o nosso orgulho”
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Carlos Moedas nasceu em Beja em 1970. É filho do histórico comunista da terra 'Zé' Moedas. O pai foi jornalista e a mãe costureira. Viviam com “zero privilégios”, mas Moedas “sempre quis lutar para ter as mesmas condições que os outros”. Numa conversa com Bernardo Ferrão, no podcast Geração 70, fala da infância pobre no Alentejo, do primeiro empreg…
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Cecília Meireles: “A minha irmã tinha uma deficiência profunda e morreu há dois anos. A forma como olhavam para nós na rua marcou-me muito”
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Nasceu no Porto, em 1977, e cresceu em Guimarães, “na altura, a cidade dos novos ricos”. Da infância, recorda a luta da mãe para conseguir um lugar na escola para a filha - irmã de Cecília - que tinha uma deficiência profunda, e não esquece “a maneira como olhavam para nós, como apontavam o dedo” na rua. Cecília Meireles sempre quis ser a voz dessa…
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Marisa Matias: “Comecei a trabalhar aos 16 anos, primeiro nas limpezas, depois num bar. O meu primeiro salário foi de 350 euros”
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Militante, dirigente do Bloco de Esquerda e eurodeputada, Marisa Matias é a mais recente convidada do Geração 70. Numa conversa com Bernardo Ferrão fala da infância pobre numa aldeia com cem habitantes, do salto para a cidade e da vida estudantil, que Marisa conciliava com trabalho nas limpezas e num bar, mas que - sublinha - era num tempo em que a…
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João Miguel Tavares: “Eu era um adolescente muito feio, com os dentes tortos, e a minha mulher estava muito acima da minha Liga. Casei com a primeira namorada”
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João Miguel Tavares nasceu em Portalegre em 1973, é cronista e comentador político. A infância faz lembrar a quinta dos avós, o corte de cabelo “à tigela”, “cara redonda” e a "pouca sorte com as miúdas". Casou com a "primeira namorada" e é pai de quatro filhos. Quando regressa à cidade onde cresceu percebe que “Portalegre era mais povoada nos anos …
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Isabel Gordo: "Vou-me emocionar: I did it! Lembro-me de chegar à universidade e pensar no meu pai. Cumpri o sonho da família”
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Nasceu em 1975, no Alentejo. A infância foi “comedida” e sem grandes luxos na pequena vila de Alter do Chão, em Portalegre. Os pais tinham a 4ª classe e "trabalharam muito para que os filhos pudessem estudar". O primeiro livro que leu chegou-lhe pela carrinha da Biblioteca Itinerante da Gulbenkian. Portugal parecia demasiado pequeno para “perceber …
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Carlão: “Só gravei um disco dos Da Weasel sob o efeito de drogas. Íamos gravar e eu fazia uma desintoxicação... De certa forma, a música salvou-me no meio daquele caos todo”
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Carlos Nobre, o Pacman que virou Carlão, cresceu num bairro de onde "saíram todo o tipo de pessoas" - de membros do Governo a bandidos e traficantes que acabaram presos. Nasceu em 1975, em Angola, em casa e ao "som dos tiros", que se ouviam na rua. Os pais fugiram para Portugal "com a roupa que tinham no corpo". Foi em Cacilhas, na margem sul, que …
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