Como o território ianomâmi se tornou cenário de uma grave crise humanitária

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O anúncio do decreto de emergência de saúde pública no território ianomâmi por parte do Ministério da Saúde jogou, mais uma vez, luz sobre uma crise humanitária que não é exatamente nova, mas que se agravou após anos de descaso por parte das autoridades em vários níveis de governo. Números revelados nas últimas semanas apontam para um aumento exponencial de casos de malária e outras doenças, além de um número sem precedentes de pessoas desnutridas: segundo o Ministério da Saúde, 570 crianças ianomâmi morreram de desnutrição entre 2019 e 2022. As causas são conhecidas e enumeradas pelos especialistas: a redução da oferta de serviços médicos às comunidades ianomâmi, o corte de verbas destinadas a ações de assistência e uma aparente leniência com o garimpo ilegal, intimamente relacionado ao aumento de doenças, ao crescente uso de drogas e álcool, e a episódios frequentes de violência. O governo de Jair Bolsonaro é constantemente acusado de ser responsável pelo agravamento da situação, mas o ex-presidente rebate, afirmando ter realizado ações amplas, e diz que as críticas são uma "farsa da esquerda". Já o presidente Lula, que esteve em Roraima no fim de semana, prometeu intensificar o apoio ao povo ianomâmi, e disse que quer acabar com o garimpo ilegal em áreas indígenas. O Ao Ponto de terça-feira discute a crise humanitária na terra ianomâmi, e esclarece quais podem ser os caminhos para se mudar o quadro. O convidado do episódio é o pesquisador do Instituto Socioambiental Estêvão Benfica Senra.

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