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Episódio 16 - "Small is beautiful" - Conversa com Rui Horta

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Convocar A Cultura Como Antídoto Para A Pandemia

"E, pronto, lá vamos nós novamente para mais uma crise, mais um tsunami que se abate sobre a sociedade portuguesa e, muito em particular, sobre o mundo da Cultura. Uma pandemia que marcará, a nível planetário, e de uma forma ainda não totalmente perceptível, a forma como vivemos, consumimos, interagimos e também como acedemos aos bens culturais.

Um tempo de mudança vertiginosa onde a Covid 19 tem funcionado como um acelerador da história, particularmente a atomização exponencial da sociedade. Vai ser difícil sair do sofá, retirar os cidadãos dos conteúdos digitais e do afunilamento mental que significam as redes sociais, um mundo que é apenas uma representação do mundo, em constante fuga para a frente.

As artes ao vivo, que enfrentaram este choque como um camião colidindo a toda a velocidade contra uma parede, ainda não se refizeram do primeiro impacto que deixou a nu toda a sua vulnerabilidade e precariedade laboral. E, no entanto, após a emergência sanitária, nenhum sector da sociedade será mais necessário do que este, que convoca o encontro, a coesão social, o pensamento crítico e um verdadeiro desconfinamento mental.

O que nos é exigido é uma refundação e uma reinvenção da nossa cultura relacional com o outro e com o planeta. Sair de uma lógica de combate e competição para uma sociedade alicerçada na generosidade e na cooperação. A Cultura e a Arte em particular, com a sua enorme capacidade de criarem novas narrativas e descontinuidades, despoletando reflexões e especulações improváveis do intelecto, devem abraçar este desígnio de mudança e podem ter um papel transformador importantíssimo. A par da Ciência, a Arte é uma poderosa ferramenta de descodificação do futuro capaz de traduzir o espírito dos tempos, falar do indizível, potenciar o colectivo e contribuir com novas narrativas para a humanidade.

É por isso que um país como o nosso, de pequenas dimensões, onde a Cultura nunca fez parte do discurso politico, não terá futuro no século XXI se não empreender essa mudança. A incompreensão disto é um drama com décadas na nossa democracia e que tem persistido em ficar. Num momento de crise é essencial convocar a esperança e voltar a acreditar nesse futuro, exigir políticas culturais visionárias e vibrantes que estabeleçam metas ambiciosas e mobilizem para transformação. Sem um pensamento crítico e criativo onde, a par da Educação, a Cultura é um pilar insubstituível, nunca teremos futuro."

Rui Horta

Nascido em Lisboa, Rui Horta começou a dançar aos 17 anos nos cursos de bailado do Ballet Gulbenkian, tendo posteriormente vivido vários anos em New York, cidade onde completou a sua formação e desenvolveu o seu percurso de intérprete e professor. Em 84 regressa a Lisboa onde continua a sua actividade pedagógica e artística, sendo um dos mais importantes impulsionadores de uma nova geração de bailarinos e coreógrafos portugueses.

Durante os anos 90 viveu na Alemanha onde dirigiu o Soap Dance Theatre Frankfurt, sendo o seu trabalho considerado uma referência da dança europeia e apresentado nos mais importantes teatros e festivais em todo o Mundo, tais como o Thêatre de la Ville em Paris que apresentou e co-produziu as suas obras ao longo de uma década.

Em 2000 regressou a Portugal, tendo fundado em Montemor-o-Novo o Espaço do Tempo, um centro multidisciplinar de experimentação artística.

Para além do seu intenso trabalho de criador independente criou, como artista convidado, um vasto repertório para companhias de renome tais como o Cullberg Ballet, o Ballet Gulbenkian, o Grand Ballet de l’Opera de Genéve, a Ópera de Marselha, o Netherlands Dance Theatre, a Ópera de Gotemburgo, a Companhia Nacional de Bailado, a Random Dance, etc. Ao longo da sua carreira recebeu importantes prémios e distinções tais como o Grand Prix de Bagnolet, o Deutsche Produzent Preis, o Prémio Acarte, O Prémio Almada, o grau de Oficial da Ordem do Infante, o grau de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Letres, pelo Ministério da Cultura Francês.

A sua criação coreográfica foi, recentemente, classificada como Herança da Dança Alemã. Nas artes performativas o seu trabalho de encenador estende-se ao teatro, à ópera e à música experimental, sendo igualmente desenhador de luzes e investigador multimédia, universo que utiliza frequentemente nas suas obras.

Links

http://oespacodotempo.pt/en/home/

https://www.publico.pt/2020/04/25/culturaipsilon/noticia/rui-horta-salvar-corpo-campo-salva-alma-1913383

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/10-ago-2018/rui-horta-a-dancar-e-que-sou-mesmo-feliz-9700972.html

https://glam-magazine.pt/vespa-um-solo-com-rui-horta/

http://upmagazine-tap.com/en/pt_artigos/rui-horta-i-admit-ie28099m-an-optimist/

https://lescorpsdansants.com/2018/01/08/rui-horta-volta-a-dancar-vespa-no-final-do-mes-no-porto/

https://www.youtube.com/watch?v=r040FsKdlXE

https://www.youtube.com/watch?v=NRAv5oUgitY

Episódio gravado dia 02.10.2020

http://www.appleton.pt

Mecenas Appleton: HCI / Colecção

Maria e Armando Cabral

Com o apoio da Câmara Municipal de

Lisboa - Fundo de Emergência Nacional - Cultura

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"E, pronto, lá vamos nós novamente para mais uma crise, mais um tsunami que se abate sobre a sociedade portuguesa e, muito em particular, sobre o mundo da Cultura. Uma pandemia que marcará, a nível planetário, e de uma forma ainda não totalmente perceptível, a forma como vivemos, consumimos, interagimos e também como acedemos aos bens culturais.

Um tempo de mudança vertiginosa onde a Covid 19 tem funcionado como um acelerador da história, particularmente a atomização exponencial da sociedade. Vai ser difícil sair do sofá, retirar os cidadãos dos conteúdos digitais e do afunilamento mental que significam as redes sociais, um mundo que é apenas uma representação do mundo, em constante fuga para a frente.

As artes ao vivo, que enfrentaram este choque como um camião colidindo a toda a velocidade contra uma parede, ainda não se refizeram do primeiro impacto que deixou a nu toda a sua vulnerabilidade e precariedade laboral. E, no entanto, após a emergência sanitária, nenhum sector da sociedade será mais necessário do que este, que convoca o encontro, a coesão social, o pensamento crítico e um verdadeiro desconfinamento mental.

O que nos é exigido é uma refundação e uma reinvenção da nossa cultura relacional com o outro e com o planeta. Sair de uma lógica de combate e competição para uma sociedade alicerçada na generosidade e na cooperação. A Cultura e a Arte em particular, com a sua enorme capacidade de criarem novas narrativas e descontinuidades, despoletando reflexões e especulações improváveis do intelecto, devem abraçar este desígnio de mudança e podem ter um papel transformador importantíssimo. A par da Ciência, a Arte é uma poderosa ferramenta de descodificação do futuro capaz de traduzir o espírito dos tempos, falar do indizível, potenciar o colectivo e contribuir com novas narrativas para a humanidade.

É por isso que um país como o nosso, de pequenas dimensões, onde a Cultura nunca fez parte do discurso politico, não terá futuro no século XXI se não empreender essa mudança. A incompreensão disto é um drama com décadas na nossa democracia e que tem persistido em ficar. Num momento de crise é essencial convocar a esperança e voltar a acreditar nesse futuro, exigir políticas culturais visionárias e vibrantes que estabeleçam metas ambiciosas e mobilizem para transformação. Sem um pensamento crítico e criativo onde, a par da Educação, a Cultura é um pilar insubstituível, nunca teremos futuro."

Rui Horta

Nascido em Lisboa, Rui Horta começou a dançar aos 17 anos nos cursos de bailado do Ballet Gulbenkian, tendo posteriormente vivido vários anos em New York, cidade onde completou a sua formação e desenvolveu o seu percurso de intérprete e professor. Em 84 regressa a Lisboa onde continua a sua actividade pedagógica e artística, sendo um dos mais importantes impulsionadores de uma nova geração de bailarinos e coreógrafos portugueses.

Durante os anos 90 viveu na Alemanha onde dirigiu o Soap Dance Theatre Frankfurt, sendo o seu trabalho considerado uma referência da dança europeia e apresentado nos mais importantes teatros e festivais em todo o Mundo, tais como o Thêatre de la Ville em Paris que apresentou e co-produziu as suas obras ao longo de uma década.

Em 2000 regressou a Portugal, tendo fundado em Montemor-o-Novo o Espaço do Tempo, um centro multidisciplinar de experimentação artística.

Para além do seu intenso trabalho de criador independente criou, como artista convidado, um vasto repertório para companhias de renome tais como o Cullberg Ballet, o Ballet Gulbenkian, o Grand Ballet de l’Opera de Genéve, a Ópera de Marselha, o Netherlands Dance Theatre, a Ópera de Gotemburgo, a Companhia Nacional de Bailado, a Random Dance, etc. Ao longo da sua carreira recebeu importantes prémios e distinções tais como o Grand Prix de Bagnolet, o Deutsche Produzent Preis, o Prémio Acarte, O Prémio Almada, o grau de Oficial da Ordem do Infante, o grau de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Letres, pelo Ministério da Cultura Francês.

A sua criação coreográfica foi, recentemente, classificada como Herança da Dança Alemã. Nas artes performativas o seu trabalho de encenador estende-se ao teatro, à ópera e à música experimental, sendo igualmente desenhador de luzes e investigador multimédia, universo que utiliza frequentemente nas suas obras.

Links

http://oespacodotempo.pt/en/home/

https://www.publico.pt/2020/04/25/culturaipsilon/noticia/rui-horta-salvar-corpo-campo-salva-alma-1913383

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/10-ago-2018/rui-horta-a-dancar-e-que-sou-mesmo-feliz-9700972.html

https://glam-magazine.pt/vespa-um-solo-com-rui-horta/

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https://www.youtube.com/watch?v=r040FsKdlXE

https://www.youtube.com/watch?v=NRAv5oUgitY

Episódio gravado dia 02.10.2020

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