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Cafezinho 485 – Quem vai vender o Brasil?

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Cerca de trinta anos atrás tive o privilégio de conviver com Orlando Villas Boas enquanto trabalhei num livro sobre ele e seu irmão Cláudio. Orlando era uma figura fascinante.

Um dia, no calor das discussões sobre a demarcação das terras indígenas na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, o velho sertanista contou que havia muitos anos o fluxo de estrangeiros na região era intenso. Dezenas de "pastores", com a desculpa de realizar trabalhos humanitários, estavam mapeando nossas riquezas. Ele disse mais ou menos assim:

"Luciano, sabe o que vai acontecer? Esses 'pastores' vão levar jovens índios para o exterior. Vão educá-los e formá-los para que sejam os novos líderes em suas tribos. E quando retornarem ao Brasil esses líderes começarão a requisitar novas terras e a se organizar. Conseguirão demarcar reservas gigantescas e logo formarão uma 'nação' que pedirá sua independência. E a ONU reconhecerá essa independência. E então eles terão toda facilidade para negociar as riquezas com os 'pastores' que os educaram."

Ouvi aquelas profecias quase trinta anos atrás, mas fiquei tranquilo. Afinal, era Orlando Villas Boas. Alguém haveria de ouvi-lo. Ele tinha trânsito no governo, respeitabilidade e credibilidade. Jamais passou por minha cabeça que Orlando, como tantos outros, era considerado por quem detinha poder como "apenas um técnico". Não tinha força política para provocar mudanças reais. Não estava incluído nos círculos estratégicos do poder. Quem o ouvia, respeitava e admirava, não tinha poder. Orlando era apenas um conselheiro…

Técnicos como Orlando Villas Boas, quando servem aos objetivos de grupos de poder, são exibidos como ícones, como os sábios que tranquilizam e mostram o acerto das políticas e estratégias adotadas. Mas quando não servem, são tratados com falsa reverência, homenageados, aparentemente respeitados e isolados.

A sabedoria de suas palavras vai-se com Pôlo, o deus indígena do vento. E ficam as Tiriricas, as deusas indígenas da raiva, do ódio e da vingança. E aí é isso que você está assistindo.

Esse texto foi publicado originalmente em 2012. Lembrei-me dele hoje, ao ouvir o Dr. Ives Gandra Martins falando das estrepulias do STF.

Ives Gandra é outro Orlando. Palavras à Pôlo...

Esta reflexão continua no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=aEb1vDn28rE

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"Luciano, sabe o que vai acontecer? Esses 'pastores' vão levar jovens índios para o exterior. Vão educá-los e formá-los para que sejam os novos líderes em suas tribos. E quando retornarem ao Brasil esses líderes começarão a requisitar novas terras e a se organizar. Conseguirão demarcar reservas gigantescas e logo formarão uma 'nação' que pedirá sua independência. E a ONU reconhecerá essa independência. E então eles terão toda facilidade para negociar as riquezas com os 'pastores' que os educaram."

Ouvi aquelas profecias quase trinta anos atrás, mas fiquei tranquilo. Afinal, era Orlando Villas Boas. Alguém haveria de ouvi-lo. Ele tinha trânsito no governo, respeitabilidade e credibilidade. Jamais passou por minha cabeça que Orlando, como tantos outros, era considerado por quem detinha poder como "apenas um técnico". Não tinha força política para provocar mudanças reais. Não estava incluído nos círculos estratégicos do poder. Quem o ouvia, respeitava e admirava, não tinha poder. Orlando era apenas um conselheiro…

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