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Conversa Ordinária - Você tem sangue crioulo, tem cabelo duro... É sarará crioulo!

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O título e a ideia central do nossa próxima Conversa Ordinária teve como base a canção “Olhos Coloridos”, famosa na voz marcante da cantora Sandra de Sá, e que se tornou símbolo do orgulho preto no Brasil. Macau, autor da música, a compôs na década de 1970, após um episódio de racismo violento que sofreu e acabou até o levando a prisão. Ofensas sobre seu cabelo, sua roupa e sobre onde ele morava... fizeram Macau compor, em tom de desabafo, essa canção que traz uma mensagem importante: a exaltação da identidade preta!

O cabelo, para a população preta é muito mais que uma questão estética... é uma questão de representatividade, de orgulho da sua ancestralidade e do reconhecimento de sua potência. O cabelo crespo significa portas abertas para transformações mais profundas, uma mudança na autoestima e em como o prete se enxerga no mundo. Se refletirmos sob o ponto de vista histórico, a aceitação de pretes nos espaços sociais, culturais e de mercado de trabalho, eram totalmente influenciados por padrões estéticos brancos. Não é à toa que muitos alisavam seus cabelos para se sentirem aceitos na sociedade estrutural racista e branca. É muito comum escutarmos relatos de mulheres pretas, amplamente oprimidas por diversas facetas estruturais, de quão doloroso era o processo de alisar seus cabelos crespos... dói não ter a liberdade de ser quem você é!

O debate e as reflexões sobre a potência vinda da expressão corporal de pretes têm ganhado relevância. E para combater o racismo e as violências diárias sofridas, é preciso trabalhar a autoestima desde a infância, quando geralmente começam a insegurança e os ataques racistas mais perversos. Um exemplo interessante é o livro infantil da bell hooks, “Meu crespo é de rainha”, onde ela aborda, de forma delicada e poética a diversidade, beleza e afetividade vindas do cabelo crespo. O processo de retomada da autoestima para os pretes mais velhos passa pelo processo de transição capilar. Um processo difícil, doloroso, e que geralmente, encontra a força no aquilombamento.

Tranças, black power, twist, dreadlock, canas... o cabelo afro vai além da estética, eles trazem mensagens, identidade, um complexo sistema de linguagem. Aceitar a beleza natural dos cabelos simboliza a resistência do corpo preto e o resgate de sua diáspora.

Não esqueça de nos seguir nas redes sociais, visitar nosso site https://www.conversaordinaria.com.br e dar aquela força no nosso https://www.apoia.se/conversaordinaria

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O cabelo, para a população preta é muito mais que uma questão estética... é uma questão de representatividade, de orgulho da sua ancestralidade e do reconhecimento de sua potência. O cabelo crespo significa portas abertas para transformações mais profundas, uma mudança na autoestima e em como o prete se enxerga no mundo. Se refletirmos sob o ponto de vista histórico, a aceitação de pretes nos espaços sociais, culturais e de mercado de trabalho, eram totalmente influenciados por padrões estéticos brancos. Não é à toa que muitos alisavam seus cabelos para se sentirem aceitos na sociedade estrutural racista e branca. É muito comum escutarmos relatos de mulheres pretas, amplamente oprimidas por diversas facetas estruturais, de quão doloroso era o processo de alisar seus cabelos crespos... dói não ter a liberdade de ser quem você é!

O debate e as reflexões sobre a potência vinda da expressão corporal de pretes têm ganhado relevância. E para combater o racismo e as violências diárias sofridas, é preciso trabalhar a autoestima desde a infância, quando geralmente começam a insegurança e os ataques racistas mais perversos. Um exemplo interessante é o livro infantil da bell hooks, “Meu crespo é de rainha”, onde ela aborda, de forma delicada e poética a diversidade, beleza e afetividade vindas do cabelo crespo. O processo de retomada da autoestima para os pretes mais velhos passa pelo processo de transição capilar. Um processo difícil, doloroso, e que geralmente, encontra a força no aquilombamento.

Tranças, black power, twist, dreadlock, canas... o cabelo afro vai além da estética, eles trazem mensagens, identidade, um complexo sistema de linguagem. Aceitar a beleza natural dos cabelos simboliza a resistência do corpo preto e o resgate de sua diáspora.

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