Artwork

Conteúdo fornecido por France Médias Monde and RFI Português. Todo o conteúdo do podcast, incluindo episódios, gráficos e descrições de podcast, é carregado e fornecido diretamente por France Médias Monde and RFI Português ou por seu parceiro de plataforma de podcast. Se você acredita que alguém está usando seu trabalho protegido por direitos autorais sem sua permissão, siga o processo descrito aqui https://pt.player.fm/legal.
Player FM - Aplicativo de podcast
Fique off-line com o app Player FM !

"Donald Trump vai ser essencialmente um Presidente para Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg"

18:08
 
Compartilhar
 

Manage episode 462136737 series 1155851
Conteúdo fornecido por France Médias Monde and RFI Português. Todo o conteúdo do podcast, incluindo episódios, gráficos e descrições de podcast, é carregado e fornecido diretamente por France Médias Monde and RFI Português ou por seu parceiro de plataforma de podcast. Se você acredita que alguém está usando seu trabalho protegido por direitos autorais sem sua permissão, siga o processo descrito aqui https://pt.player.fm/legal.

Donald Trump toma posse hoje como 47º Presidente dos Estados Unidos da América e a incerteza paira sobre Washington - e sobre o Mundo - sobre as suas prioridades. Desde a deportação em massa dos imigrantes ilegais, redução dos apoios às renováveis e potencial expansão do território, João Pedro Ferreira, investigador na Universidade da Vírginia considera que Trump será um Presidente para os super ricos e fará o que beneficiar as grandes empresas norte-americanas.

Donald Trump regressa hoje à Casa Branca, mas apesar de já ter cumprido um mandato entre 2017 e 2021, a incerteza sobre as suas acções marcará os primeiros 100 dias de mandato. Por um lado porque o novo Presidente já multiplicou as promessas megalomanas ligadas à deportações de milhões de imigrantes ou a um novo encerramento das fronteiras, do outro porque apesar de os republicanos deterem a maioria no Congresso, não é claro que estas polémicas medidas agradem a todos os conservadores - já que vão perturbar em larga a escala a economia norte-americana.

"Ninguém sabe como vão ser os primeiros 100 dias de Donald Trump, nem ele próprio, porque nos Estados Unidos o sistema é presidencialista, um bocadinho como em França, mas com algumas diferenças. Trump, para ser eleito, representou uma coligação muito grande de diferentes interesses. E ao representar uma coligação muito grande, de diferentes interesses, o que vemos agora é que as pessoas que estão a tomar posse na Casa Branca, muitas delas são novas no cargo ou basicamente não sabemos muito bem o que é que podemos esperar delas. Para se perceber, quem vai ficar com a questão interna dos militares é uma pessoa que era jornalista na Fox News. Ora bem, nada contra jornalistas, mas ele, de facto desconhecido qualquer tipo de experiência associada ao cargo que está a ter. Por exemplo, a pessoa que vai ficar com o ambiente é uma pessoa ligada à indústria do carvão. Ora, isto não é propriamente novo nos Estados Unidos e, em particular, isto já aconteceu no primeiro mandato Donald Trump. Mas torna tudo um bocadinho incerto", indicou João Pedro Ferreira, economista e investigador de Políticas Públicas na Univerdade da Virgínia, nos Estados Unidos.

Se o gabinete de Donald Trump tem causado polémica desde que os primeiros nomes começaram a ser apontados, especialmente no que diz respeito a Pete Hegseth, Secretário da Defesa, outros nomes não surpreenderam como do multi-milionário - e agora homem mais rico do Mundo -, Elon Musk, que ficará encarregue do posto de Eficiência Governamental. É aliás para o perfil de Elon Musk e de outros super ricos, que João Pedro Ferreira pensa que Trump vai governar.

"Eu tenho poucas dúvidas que Donald Trump, apesar do que disse, é um Presidente para os oligarcas, para os grandes senhores como Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg, que já começaram todos a posicionar-se face a Donald Trump. Foi conveniente e infelizmente o discurso de ódio foi abraçado por um conjunto de gente da extrema-direita e cristão nacionalistas, mas ele dificilmente terá um discursos e uma postura que vai agradar a todos", afirmou o académico português radicados nos Estados Unidos.

Se os americanos de classe média esperavam grandes alterações quanto ao custo de vida ou oportunidades de emprego graças à subida ao poder de Donald Trump, o próprio Presidente já veio dizer que os preços não vão diminuir - ao contrário do que disse durante a campanha. Mesmo na oposição à China, um ponto essencial na sua dialética para aceder ao poder e prometer um futuro económico mais favorável, Trump deve "falar grosso e fazer pouco", como apontou João Pedro Ferreira.

Na esfera internacional, Trump até poderá ter sucessos, colhendo os frutos do cessar-fogo negociado entre Israel e o Hamas e até pode chegar a mediar um entendimento entre a Rússia e a Ucrânia, mas beneficiará mais dos erros cometidos durante a administração Biden do que terá uma intervenção directa no fim desses conflitos.

  continue reading

126 episódios

Artwork
iconCompartilhar
 
Manage episode 462136737 series 1155851
Conteúdo fornecido por France Médias Monde and RFI Português. Todo o conteúdo do podcast, incluindo episódios, gráficos e descrições de podcast, é carregado e fornecido diretamente por France Médias Monde and RFI Português ou por seu parceiro de plataforma de podcast. Se você acredita que alguém está usando seu trabalho protegido por direitos autorais sem sua permissão, siga o processo descrito aqui https://pt.player.fm/legal.

Donald Trump toma posse hoje como 47º Presidente dos Estados Unidos da América e a incerteza paira sobre Washington - e sobre o Mundo - sobre as suas prioridades. Desde a deportação em massa dos imigrantes ilegais, redução dos apoios às renováveis e potencial expansão do território, João Pedro Ferreira, investigador na Universidade da Vírginia considera que Trump será um Presidente para os super ricos e fará o que beneficiar as grandes empresas norte-americanas.

Donald Trump regressa hoje à Casa Branca, mas apesar de já ter cumprido um mandato entre 2017 e 2021, a incerteza sobre as suas acções marcará os primeiros 100 dias de mandato. Por um lado porque o novo Presidente já multiplicou as promessas megalomanas ligadas à deportações de milhões de imigrantes ou a um novo encerramento das fronteiras, do outro porque apesar de os republicanos deterem a maioria no Congresso, não é claro que estas polémicas medidas agradem a todos os conservadores - já que vão perturbar em larga a escala a economia norte-americana.

"Ninguém sabe como vão ser os primeiros 100 dias de Donald Trump, nem ele próprio, porque nos Estados Unidos o sistema é presidencialista, um bocadinho como em França, mas com algumas diferenças. Trump, para ser eleito, representou uma coligação muito grande de diferentes interesses. E ao representar uma coligação muito grande, de diferentes interesses, o que vemos agora é que as pessoas que estão a tomar posse na Casa Branca, muitas delas são novas no cargo ou basicamente não sabemos muito bem o que é que podemos esperar delas. Para se perceber, quem vai ficar com a questão interna dos militares é uma pessoa que era jornalista na Fox News. Ora bem, nada contra jornalistas, mas ele, de facto desconhecido qualquer tipo de experiência associada ao cargo que está a ter. Por exemplo, a pessoa que vai ficar com o ambiente é uma pessoa ligada à indústria do carvão. Ora, isto não é propriamente novo nos Estados Unidos e, em particular, isto já aconteceu no primeiro mandato Donald Trump. Mas torna tudo um bocadinho incerto", indicou João Pedro Ferreira, economista e investigador de Políticas Públicas na Univerdade da Virgínia, nos Estados Unidos.

Se o gabinete de Donald Trump tem causado polémica desde que os primeiros nomes começaram a ser apontados, especialmente no que diz respeito a Pete Hegseth, Secretário da Defesa, outros nomes não surpreenderam como do multi-milionário - e agora homem mais rico do Mundo -, Elon Musk, que ficará encarregue do posto de Eficiência Governamental. É aliás para o perfil de Elon Musk e de outros super ricos, que João Pedro Ferreira pensa que Trump vai governar.

"Eu tenho poucas dúvidas que Donald Trump, apesar do que disse, é um Presidente para os oligarcas, para os grandes senhores como Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg, que já começaram todos a posicionar-se face a Donald Trump. Foi conveniente e infelizmente o discurso de ódio foi abraçado por um conjunto de gente da extrema-direita e cristão nacionalistas, mas ele dificilmente terá um discursos e uma postura que vai agradar a todos", afirmou o académico português radicados nos Estados Unidos.

Se os americanos de classe média esperavam grandes alterações quanto ao custo de vida ou oportunidades de emprego graças à subida ao poder de Donald Trump, o próprio Presidente já veio dizer que os preços não vão diminuir - ao contrário do que disse durante a campanha. Mesmo na oposição à China, um ponto essencial na sua dialética para aceder ao poder e prometer um futuro económico mais favorável, Trump deve "falar grosso e fazer pouco", como apontou João Pedro Ferreira.

Na esfera internacional, Trump até poderá ter sucessos, colhendo os frutos do cessar-fogo negociado entre Israel e o Hamas e até pode chegar a mediar um entendimento entre a Rússia e a Ucrânia, mas beneficiará mais dos erros cometidos durante a administração Biden do que terá uma intervenção directa no fim desses conflitos.

  continue reading

126 episódios

All episodes

×
 
Loading …

Bem vindo ao Player FM!

O Player FM procura na web por podcasts de alta qualidade para você curtir agora mesmo. É o melhor app de podcast e funciona no Android, iPhone e web. Inscreva-se para sincronizar as assinaturas entre os dispositivos.

 

Guia rápido de referências

Ouça este programa enquanto explora
Reproduzir