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No curto prazo "não haverá qualquer apaziguamento" em Moçambique

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Após um dia de mais caos e manifestações por todo o país, que terão feito pelo menos três mortos e dezenas de feridos, não há ainda abertura para qualquer negociação por parte da Frelimo, com Venâncio Mondlane, candidato apoiado pelo Podemos, a continuar a apostar nas manifestação e o MDM a pedir a recontagem dos votos ou a anulação das eleições.

Após mais um dia de protestos e a determinação da oposição de se manter nas ruas, o politólogo João Feijó não antevê para já a possibilidade de acalmia nas ruas moçambicanas, já que esta é a única forma de exercer pressão sobre o Conselho Constitucional, o órgão máximo do país que vai decidir brevemente sobre a legitimidade dos resultados das eleições gerais de 09 de Outubro.

"Eu acho que no curto prazo não vai haver nenhum apaziguamento. Vai persistir esta pressão nas ruas que Venâncio Mondlane está a criar, com vista a equilibrar a pressão sobre o Conselho Constitucional. Em qualquer parte do mundo estes órgãos supremos são bastante politizados, não é? Os tribunais de primeira instância geralmente são mais técnicos e mais independentes, mas quando chegamos aos níveis mais supremos, a interferência política é mais evidente e Moçambique não é excepção. Até porque o nível de partidarização das instituições aqui é mais evidente. Então, consciente que as decisões do Conselho Constitucional serão de validar legalmente estes resultados que transmitem inúmeras dúvidas à população, a reacção de Venâncio Mondlane é colocar o povo na rua para tentar equilibrar essa pressão", explicou o investigador em entrevista à RFI.

Mesmo contabilizando mais de 30 mortos em todo o país e e centenas de feridos durante várias manifestações nas últimas semanas, para João Feijó a Frelimo continua sem abertura ao diálogo, havendo apenas apelos ao respeito das instituições - instituições essas controladas pelo própria Frelimo.

"Não houve até agora nenhuma vontade política de haver um diálogo assertivo e construtivo capaz de enfrentar o cerne do problema que está aqui em causa. O Presidente da República continua sem fazer um único discurso à Nação. [...] Depois houve um discurso do Presidente Chissano e da Graça Machel, em que fazem um pequeno vídeo que circula nas redes sociais e quer ser um discurso de reconciliação, mas nem toca na violência da polícia nem no assassinato de 30 indivíduos devido à violência policial. Não fazem nenhum apelo ao funcionamento das instituições de investigação criminal, não fazem nenhum apelo à investigação de fraudes eleitorais que omitem por completo e fazem apenas um apelo ao respeito pelas instituições, que são o problema central. Mas a reconciliação implica a verdade e, portanto, qualquer tentativa de fazer uma reconciliação tem que partir sempre da verdade, depois vem a reconciliação", concluiu Feijó.

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Após mais um dia de protestos e a determinação da oposição de se manter nas ruas, o politólogo João Feijó não antevê para já a possibilidade de acalmia nas ruas moçambicanas, já que esta é a única forma de exercer pressão sobre o Conselho Constitucional, o órgão máximo do país que vai decidir brevemente sobre a legitimidade dos resultados das eleições gerais de 09 de Outubro.

"Eu acho que no curto prazo não vai haver nenhum apaziguamento. Vai persistir esta pressão nas ruas que Venâncio Mondlane está a criar, com vista a equilibrar a pressão sobre o Conselho Constitucional. Em qualquer parte do mundo estes órgãos supremos são bastante politizados, não é? Os tribunais de primeira instância geralmente são mais técnicos e mais independentes, mas quando chegamos aos níveis mais supremos, a interferência política é mais evidente e Moçambique não é excepção. Até porque o nível de partidarização das instituições aqui é mais evidente. Então, consciente que as decisões do Conselho Constitucional serão de validar legalmente estes resultados que transmitem inúmeras dúvidas à população, a reacção de Venâncio Mondlane é colocar o povo na rua para tentar equilibrar essa pressão", explicou o investigador em entrevista à RFI.

Mesmo contabilizando mais de 30 mortos em todo o país e e centenas de feridos durante várias manifestações nas últimas semanas, para João Feijó a Frelimo continua sem abertura ao diálogo, havendo apenas apelos ao respeito das instituições - instituições essas controladas pelo própria Frelimo.

"Não houve até agora nenhuma vontade política de haver um diálogo assertivo e construtivo capaz de enfrentar o cerne do problema que está aqui em causa. O Presidente da República continua sem fazer um único discurso à Nação. [...] Depois houve um discurso do Presidente Chissano e da Graça Machel, em que fazem um pequeno vídeo que circula nas redes sociais e quer ser um discurso de reconciliação, mas nem toca na violência da polícia nem no assassinato de 30 indivíduos devido à violência policial. Não fazem nenhum apelo ao funcionamento das instituições de investigação criminal, não fazem nenhum apelo à investigação de fraudes eleitorais que omitem por completo e fazem apenas um apelo ao respeito pelas instituições, que são o problema central. Mas a reconciliação implica a verdade e, portanto, qualquer tentativa de fazer uma reconciliação tem que partir sempre da verdade, depois vem a reconciliação", concluiu Feijó.

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