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Situação em Moçambique é "deplorável" e activistas pedem "solução pacífica" para o país

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Aisha Dabo, co-fundadora do movimento Africtivistes, que reúne activistas dos direitos humanos em cerca de 40 países, falou à RFI sobre a situação em Moçambique e disse que é preciso uma intervenção da SADC e da União Africana que leve ao apaziguamento entre Governo e oposição.

Aisha Dabo, co-fundadora do movimento Africtivistes, esteve em Paris para participar no Forum da Paz, onde falou sobre os perigos da desinformação e como a sociedade civil tenta combater este mal que se acelerou com a disseminação de informação nas redes sociais. Esta activista instalada no Senegal considera que a situação em Moçambique é "deplorável" e que deveria haver transparência em relação aos resultados eleitorais, assim como respeito pelos direitos dos manifestantes que saem diariamente às ruas.

"Estamos a acompanhar a situação com muita preocupação e é realmente lamentável que em 2024 haja uma crise a seguir às eleições, não digo que um grupo está certo ou o outro está errado, mas penso que as eleições devem ser organizadas de forma transparente para evitar situações de questionamento, porque a oposição está neste momento a dizer que houve fraude e que há situações em que os seus representantes não puderam assistir à contagem por diferentes razões. Portanto, esta é de facto uma situação deplorável e esperamos que haja um fim pacífico para a crise. Estamos a apelar à calma porque já existe uma crise com os grupos terroristas em Cabo Delgado. Por isso, não devemos agravar a situação, o que irá desestabilizar ainda mais o país. E é verdadeiramente deplorável que se tenha chegado a este ponto", indicou Aisha Dabo.

O movimento Africtivistes lançou na semana passada um comunicado sobre a situação em Moçambique e Dabo pede agora uma intervenção da SADC, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, e da própria União Africana para apaziguar o clima de tensão no país, promovendo o diálogo entre Governo e oposição.

"Cada grupo económico regional deve ser o primeiro a tratar dos problemas da sua região. Por isso, a SADC tem de fazer mais para garantir que esta situação seja resolvida e que se ponha fim a esta situação, porque se ela continuar, haverá mais pessoas deslocadas que se tornarão refugiados nos países vizinhos. Por isso, precisamos de um maior envolvimento da SADEC e, claro, da União Africana para podermos falar com os dois grupos, tanto com a oposição como com o partido no poder e os seus representantes", declarou.

Também no espaço lusófono, o movimento Africtivistes está preocupado com a situação na Guiné-Bissau, onde as eleições legislativas foram adiadas. Para Aisha Dabo deve haver uma reflexão profunda sobre o futuro do sistema de governação neste país africana.

"Devem estar reunidas todas as condições para a realização de eleições pacíficas, livres e transparentes. O Presidente Embaló já deu a entender que não se vai candidatar, o que é positivo. Agora, deve pensar no legado que deixará ao país, assegurando a organização de eleições transparentes, livres, sem violência nem agitação, para que possa partir com dignidade e tranquilidade. E na minha opinião, e esta é a minha opinião pessoal, penso que talvez depois das eleições, as várias instituições na Guiné-Bissau, incluindo a sociedade civil, toda a sociedade civil, sejam confissões religiosas, sindicatos, movimentos, organizações comunitárias, devem decidir se este sistema de governação funciona para eles. Porque não é a primeira vez que há uma crise entre um chefe de Estado e o Parlamento. Se é um sistema que funciona para eles, devem encontrar formas de evitar que as pessoas sofram sempre que há desentendimentos entre o executivo e o legislativo. Se é outro sistema que precisam e querem pôr em prática, tem necessariamente de ser através de um sistema de consulta com todos os cidadãos e decidir que forma de governação querem escolher para si próprios, são eles que decidem. Cabe ao povo da Guiné-Bissau decidir se quer mudar o sistema ou mantê-lo", concluiu a activista.

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Aisha Dabo, co-fundadora do movimento Africtivistes, esteve em Paris para participar no Forum da Paz, onde falou sobre os perigos da desinformação e como a sociedade civil tenta combater este mal que se acelerou com a disseminação de informação nas redes sociais. Esta activista instalada no Senegal considera que a situação em Moçambique é "deplorável" e que deveria haver transparência em relação aos resultados eleitorais, assim como respeito pelos direitos dos manifestantes que saem diariamente às ruas.

"Estamos a acompanhar a situação com muita preocupação e é realmente lamentável que em 2024 haja uma crise a seguir às eleições, não digo que um grupo está certo ou o outro está errado, mas penso que as eleições devem ser organizadas de forma transparente para evitar situações de questionamento, porque a oposição está neste momento a dizer que houve fraude e que há situações em que os seus representantes não puderam assistir à contagem por diferentes razões. Portanto, esta é de facto uma situação deplorável e esperamos que haja um fim pacífico para a crise. Estamos a apelar à calma porque já existe uma crise com os grupos terroristas em Cabo Delgado. Por isso, não devemos agravar a situação, o que irá desestabilizar ainda mais o país. E é verdadeiramente deplorável que se tenha chegado a este ponto", indicou Aisha Dabo.

O movimento Africtivistes lançou na semana passada um comunicado sobre a situação em Moçambique e Dabo pede agora uma intervenção da SADC, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, e da própria União Africana para apaziguar o clima de tensão no país, promovendo o diálogo entre Governo e oposição.

"Cada grupo económico regional deve ser o primeiro a tratar dos problemas da sua região. Por isso, a SADC tem de fazer mais para garantir que esta situação seja resolvida e que se ponha fim a esta situação, porque se ela continuar, haverá mais pessoas deslocadas que se tornarão refugiados nos países vizinhos. Por isso, precisamos de um maior envolvimento da SADEC e, claro, da União Africana para podermos falar com os dois grupos, tanto com a oposição como com o partido no poder e os seus representantes", declarou.

Também no espaço lusófono, o movimento Africtivistes está preocupado com a situação na Guiné-Bissau, onde as eleições legislativas foram adiadas. Para Aisha Dabo deve haver uma reflexão profunda sobre o futuro do sistema de governação neste país africana.

"Devem estar reunidas todas as condições para a realização de eleições pacíficas, livres e transparentes. O Presidente Embaló já deu a entender que não se vai candidatar, o que é positivo. Agora, deve pensar no legado que deixará ao país, assegurando a organização de eleições transparentes, livres, sem violência nem agitação, para que possa partir com dignidade e tranquilidade. E na minha opinião, e esta é a minha opinião pessoal, penso que talvez depois das eleições, as várias instituições na Guiné-Bissau, incluindo a sociedade civil, toda a sociedade civil, sejam confissões religiosas, sindicatos, movimentos, organizações comunitárias, devem decidir se este sistema de governação funciona para eles. Porque não é a primeira vez que há uma crise entre um chefe de Estado e o Parlamento. Se é um sistema que funciona para eles, devem encontrar formas de evitar que as pessoas sofram sempre que há desentendimentos entre o executivo e o legislativo. Se é outro sistema que precisam e querem pôr em prática, tem necessariamente de ser através de um sistema de consulta com todos os cidadãos e decidir que forma de governação querem escolher para si próprios, são eles que decidem. Cabe ao povo da Guiné-Bissau decidir se quer mudar o sistema ou mantê-lo", concluiu a activista.

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