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A startup brasileira que quer revolucionar a agricultura
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A agricultura que nós temos hoje é resultado da chamada Revolução Verde, que aconteceu nos anos 60. Na época, desenvolvimentos tecnológicos como fertilizantes químicos, mecanização do campo e o uso de variedades híbridas de plantas, aumentaram dramaticamente a produtividade de várias culturas agrícolas em países em desenvolvimento. O yield do trigo dobrou e do milho cresceu mais de 150%. Esse movimento evitou uma grave crise de desabastecimento que estava se desenhando com o aumento populacional.
O cientista Norman Borlaug, que ficou conhecido como o pai da Revolução Verde, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1970 por ter ajudado a salvar mais de um bilhão de pessoas da fome. Foi no contexto dessa revolução, que o Brasil expandiu sua fronteira agrícola para o cerrado e tornou-se o grande exportador de commodities agrícolas que é hoje.
Mas, como a gente sabe, a revolução verde também trouxe problemas. Com um modelo de produção intensivo em insumos, o campo tornou-se também intensivo em capital, prejudicando pequenos produtores. Pesticidas contaminaram pessoas e ecossistemas. E as monoculturas, apesar de mais eficientes no curto prazo, levam ao esgotamento do solo e aumentam os riscos de doenças no longo prazo.
Hoje, temos que lidar não só com esses problemas como precisamos também dar um novo salto de produtividade. Até 2050, a população global vai aumentar em 2 bilhões de pessoas e eventos climáticos extremos, como secas, vão deixar tudo bem mais difícil. Esse é o tamanho do desafio na agricultura.
Hoje eu vou contar pra você a história de uma startup brasileira que está trabalhando exatamente nessa fronteira. A Krilltech produz uma nono-molécula orgânica chamada arbolina, que aumenta a produtividade de mais de vinte culturas: 20% na soja, 12% no trigo, até 40% no tomate. Esse produto começou a ser vendido há pouco mais de um ano e já é usado em sessenta e cinco mil hectares no Brasil. Recentemente, a nanotecnologia foi descrita no Plano Nacional de Fertilizantes do governo federal como "uma alternativa promissora para impulsionar uma nova revolução agrotecnológica brasileira”. O documento citou a Krilltech nominalmente.
Em entrevista, Diego Stone, CEO da Krilltech, explica como a arbolina funciona, conta do seu trabalho com pequenos produtores e revela os planos de crescimento para a empresa. Ele também fala da sua difícil trajetória de bootstrapping - mas com muito bom humor, como você vai notar nessa conversa.
Críticas? Sugestões? Escreva para podcast@economiadofuturo.com
Referências:
https://www.harvardmagazine.com/2018/03/sustainable-agriculture-and-food-security
https://www.nationalgeographic.com/foodfeatures/green-revolution/
https://www.capitalreset.com/o-nano-insumo-brasileiro-que-promete-uma-macro-revolucao-no-campo/
https://static.poder360.com.br/2022/03/plano-nacional-de-fertilizantes-brasil-2050.pdf
57 episódios
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A agricultura que nós temos hoje é resultado da chamada Revolução Verde, que aconteceu nos anos 60. Na época, desenvolvimentos tecnológicos como fertilizantes químicos, mecanização do campo e o uso de variedades híbridas de plantas, aumentaram dramaticamente a produtividade de várias culturas agrícolas em países em desenvolvimento. O yield do trigo dobrou e do milho cresceu mais de 150%. Esse movimento evitou uma grave crise de desabastecimento que estava se desenhando com o aumento populacional.
O cientista Norman Borlaug, que ficou conhecido como o pai da Revolução Verde, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1970 por ter ajudado a salvar mais de um bilhão de pessoas da fome. Foi no contexto dessa revolução, que o Brasil expandiu sua fronteira agrícola para o cerrado e tornou-se o grande exportador de commodities agrícolas que é hoje.
Mas, como a gente sabe, a revolução verde também trouxe problemas. Com um modelo de produção intensivo em insumos, o campo tornou-se também intensivo em capital, prejudicando pequenos produtores. Pesticidas contaminaram pessoas e ecossistemas. E as monoculturas, apesar de mais eficientes no curto prazo, levam ao esgotamento do solo e aumentam os riscos de doenças no longo prazo.
Hoje, temos que lidar não só com esses problemas como precisamos também dar um novo salto de produtividade. Até 2050, a população global vai aumentar em 2 bilhões de pessoas e eventos climáticos extremos, como secas, vão deixar tudo bem mais difícil. Esse é o tamanho do desafio na agricultura.
Hoje eu vou contar pra você a história de uma startup brasileira que está trabalhando exatamente nessa fronteira. A Krilltech produz uma nono-molécula orgânica chamada arbolina, que aumenta a produtividade de mais de vinte culturas: 20% na soja, 12% no trigo, até 40% no tomate. Esse produto começou a ser vendido há pouco mais de um ano e já é usado em sessenta e cinco mil hectares no Brasil. Recentemente, a nanotecnologia foi descrita no Plano Nacional de Fertilizantes do governo federal como "uma alternativa promissora para impulsionar uma nova revolução agrotecnológica brasileira”. O documento citou a Krilltech nominalmente.
Em entrevista, Diego Stone, CEO da Krilltech, explica como a arbolina funciona, conta do seu trabalho com pequenos produtores e revela os planos de crescimento para a empresa. Ele também fala da sua difícil trajetória de bootstrapping - mas com muito bom humor, como você vai notar nessa conversa.
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Referências:
https://www.harvardmagazine.com/2018/03/sustainable-agriculture-and-food-security
https://www.nationalgeographic.com/foodfeatures/green-revolution/
https://www.capitalreset.com/o-nano-insumo-brasileiro-que-promete-uma-macro-revolucao-no-campo/
https://static.poder360.com.br/2022/03/plano-nacional-de-fertilizantes-brasil-2050.pdf
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