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O mercado de carbono que estamos criando

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Para criar uma nova economia, de carbono zero, a gente precisa criar primeiro uma nova burocracia. Eu explico: quando bem desenhadas, regras e leis têm o poder de impor limites aos emissores de gases do efeito estufa e criar incentivos para aqueles que evitam emissões.
Até agora, uma das principais ferramentas para fazer exatamente isso são os créditos de carbono, um mecanismo que vem sendo aprimorado faz 30 anos. A lógica é a seguinte: quando uma empresa emite gases do efeito estufa, isso causa danos para toda a sociedade, globalmente. Então, colocar um preço nesses gases, é a forma mais óbvia de fazer o emissor arcar com a sua responsabilidade. Além disso, esse é um incentivo, para que, na economia, em geral, se emita menos.
O mecanismo de precificação pressupõe - como você deve ter imaginado - a existência de um mercado. Na verdade, existem dois. O voluntário e o regulado. O voluntário é formado por empresas que decidem, por uma questão de imagem, compensar suas próprias emissões. Nesse caso não costuma haver muita regulação. Mas também existe o mercado regulado - e é disso que nós vamos falar nesse episódio.
Aqui trata-se de governos que estabelecem por lei limites de emissões para diversos setores da economia e permitem que as empresas comprem e vendam créditos de carbono entre si de modo a ficar dentro desses limites. O Brasil está discutindo agora a arquitetura do seu mercado regulado. Essa é uma fase importante porque as decisões que o Brasil tomar agora vão impactar o sucesso das nossas políticas de mitigação da crise climática.
No episódio de hoje, eu converso com Natalia Renteria, head of policy na Mombak, uma empresa de remoção de carbono da atmosfera. A Natália é uma das principais especialistas em créditos de carbono no Brasil. Até poucos meses atrás, ela estava no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que contribuiu ativamente para o projeto de lei em estágio mais adiantado de tramitação para criar um mercado regulado de carbono no Brasil.
O último ano foi marcado por uma novela de avanços e retrocessos nessas discussões, que envolveram vários setores da sociedade. O status atual é: o PL não deve ser votado até as eleições de outubro. Para o autor do projeto, o deputado Marcelo Ramos, do PSD do Amazonas, o problema é a resistência do governo. O mesmo governo trilhou um caminho paralelo e divulgou em maio um decreto sobre o tema, que traz uma lógica nova, diferente do que estava sendo discutido.
Nessa entrevista, Natália explica cada uma dessas propostas e conta os bastidores desse vai e vem das negociações. Ela também fala da importância da criação de um mercado regulado. Para adiantar: tem a ver com a competitividade da nossa indústria.

----
Esse é o último episódio da primeira temporada de Economia do Futuro. Por aqui é verão, eu vou tirar férias, preparar episódios exclusivos, e volto no fim do ano. No meio tempo, se você curte esse podcast, siga no seu tocador, indique para seus amigos. Isso é super importante para a sustentabilidade desse projeto.
Críticas? Sugestões? Escreva para podcast@economiadofuturo.com
Referências:

https://www.capitalreset.com/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-creditos-de-carbono-e-nao-sabia-como-perguntar/

https://www.capitalreset.com/projeto-do-mercado-de-carbono-nao-deve-ser-votado-este-ano-diz-autor/

https://ec.europa.eu/clima/eu-action/eu-emissions-trading-system-eu-ets_en#a-cap-and-t

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Até agora, uma das principais ferramentas para fazer exatamente isso são os créditos de carbono, um mecanismo que vem sendo aprimorado faz 30 anos. A lógica é a seguinte: quando uma empresa emite gases do efeito estufa, isso causa danos para toda a sociedade, globalmente. Então, colocar um preço nesses gases, é a forma mais óbvia de fazer o emissor arcar com a sua responsabilidade. Além disso, esse é um incentivo, para que, na economia, em geral, se emita menos.
O mecanismo de precificação pressupõe - como você deve ter imaginado - a existência de um mercado. Na verdade, existem dois. O voluntário e o regulado. O voluntário é formado por empresas que decidem, por uma questão de imagem, compensar suas próprias emissões. Nesse caso não costuma haver muita regulação. Mas também existe o mercado regulado - e é disso que nós vamos falar nesse episódio.
Aqui trata-se de governos que estabelecem por lei limites de emissões para diversos setores da economia e permitem que as empresas comprem e vendam créditos de carbono entre si de modo a ficar dentro desses limites. O Brasil está discutindo agora a arquitetura do seu mercado regulado. Essa é uma fase importante porque as decisões que o Brasil tomar agora vão impactar o sucesso das nossas políticas de mitigação da crise climática.
No episódio de hoje, eu converso com Natalia Renteria, head of policy na Mombak, uma empresa de remoção de carbono da atmosfera. A Natália é uma das principais especialistas em créditos de carbono no Brasil. Até poucos meses atrás, ela estava no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que contribuiu ativamente para o projeto de lei em estágio mais adiantado de tramitação para criar um mercado regulado de carbono no Brasil.
O último ano foi marcado por uma novela de avanços e retrocessos nessas discussões, que envolveram vários setores da sociedade. O status atual é: o PL não deve ser votado até as eleições de outubro. Para o autor do projeto, o deputado Marcelo Ramos, do PSD do Amazonas, o problema é a resistência do governo. O mesmo governo trilhou um caminho paralelo e divulgou em maio um decreto sobre o tema, que traz uma lógica nova, diferente do que estava sendo discutido.
Nessa entrevista, Natália explica cada uma dessas propostas e conta os bastidores desse vai e vem das negociações. Ela também fala da importância da criação de um mercado regulado. Para adiantar: tem a ver com a competitividade da nossa indústria.

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