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O renascimento do cacau na Bahia
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Quando eu digo "cacau da Bahia", o que vem à sua mente? Talvez você se lembre dos coronéis e dos jagunços de Jorge Amado. O livro Gabriela, Cravo e Canela é uma fotografia do sucesso do cacau no sul da Bahia no começo do século XX. Ou talvez você se lembre da novela Renascer dos anos 90, que mostrou uma fase bem diferente dessa história. O pano de fundo da trama foi a disseminação da vassoura de bruxa, uma doença que praticamente dizimou o cacau na região.
A catástrofe foi tamanha, que o Brasil, que já foi o segundo maior exportador de cacau do mundo, ficou mais de vinte anos excluído do comércio mundial. Propriedades foram abandonadas e centenas de milhares de trabalhadores foram dispensados.
Mas essa saga não termina por aí. Hoje eu vou contar para você o seu capítulo mais recente. O cacau da Bahia está de volta, mas de outra forma. Primeiro, os coronéis ficaram no passado: 80% dos produtores no sul da Bahia são pequenos e médios. Muitos deles são beneficiários da reforma agrária na região. Segundo: em grande parte, o cacau não é mais uma monocultura, mas um sistema agroflorestal chamado cabruca. Isso significa que os cacaueiros são plantados à sombra de árvores como o jequitibá-rosa e pau-brasil, ajudando assim a preservar a Mata Atlântica.
Nesse episódio, eu entrevisto Thais Ferraz, diretora institucional no Instituto Arapyaú e Ricardo Gomes, gestor de projetos do instituto e, ele próprio, produtor de cacau. O instituto foi criado por Guilherme Leal, um dos fundadores da multinacional de cosméticos Natura, e é uma das organizações que têm se dedicado ao desenvolvimento da região.
Nessa entrevista, Ricardo e Thais falaram sobre uma série de esforços que estão por trás do renascimento do cacau na Bahia. Tem o trabalho para estabelecer o cacau cabruca como produto premium, tem os estudos para compensar produtores pelo carbono estocado nessas cabrucas e até uma operação de crédito inovadora, que envolveu investidores e filantropia.
---
Críticas? Sugestões? Escreva para: podcast@economiadofuturo.com
Referências:
https://www.farmerincomelab.com/sites/g/files/jydpyr621/files/2019-09/What%20Works_FINAL_9.19.pdf
https://arapyau.org.br/wp-content/uploads/2021/11/viabilidade-economica-de-sistemas-produtivos-com-cacau.pdf
https://arapyau.org.br/wp-content/uploads/2020/10/panorama-cacauicultura-bahia.pdf
https://www.ft.com/content/648bd044-1ab3-11ea-97df-cc63de1d73f4
58 episódios
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Quando eu digo "cacau da Bahia", o que vem à sua mente? Talvez você se lembre dos coronéis e dos jagunços de Jorge Amado. O livro Gabriela, Cravo e Canela é uma fotografia do sucesso do cacau no sul da Bahia no começo do século XX. Ou talvez você se lembre da novela Renascer dos anos 90, que mostrou uma fase bem diferente dessa história. O pano de fundo da trama foi a disseminação da vassoura de bruxa, uma doença que praticamente dizimou o cacau na região.
A catástrofe foi tamanha, que o Brasil, que já foi o segundo maior exportador de cacau do mundo, ficou mais de vinte anos excluído do comércio mundial. Propriedades foram abandonadas e centenas de milhares de trabalhadores foram dispensados.
Mas essa saga não termina por aí. Hoje eu vou contar para você o seu capítulo mais recente. O cacau da Bahia está de volta, mas de outra forma. Primeiro, os coronéis ficaram no passado: 80% dos produtores no sul da Bahia são pequenos e médios. Muitos deles são beneficiários da reforma agrária na região. Segundo: em grande parte, o cacau não é mais uma monocultura, mas um sistema agroflorestal chamado cabruca. Isso significa que os cacaueiros são plantados à sombra de árvores como o jequitibá-rosa e pau-brasil, ajudando assim a preservar a Mata Atlântica.
Nesse episódio, eu entrevisto Thais Ferraz, diretora institucional no Instituto Arapyaú e Ricardo Gomes, gestor de projetos do instituto e, ele próprio, produtor de cacau. O instituto foi criado por Guilherme Leal, um dos fundadores da multinacional de cosméticos Natura, e é uma das organizações que têm se dedicado ao desenvolvimento da região.
Nessa entrevista, Ricardo e Thais falaram sobre uma série de esforços que estão por trás do renascimento do cacau na Bahia. Tem o trabalho para estabelecer o cacau cabruca como produto premium, tem os estudos para compensar produtores pelo carbono estocado nessas cabrucas e até uma operação de crédito inovadora, que envolveu investidores e filantropia.
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Referências:
https://www.farmerincomelab.com/sites/g/files/jydpyr621/files/2019-09/What%20Works_FINAL_9.19.pdf
https://arapyau.org.br/wp-content/uploads/2021/11/viabilidade-economica-de-sistemas-produtivos-com-cacau.pdf
https://arapyau.org.br/wp-content/uploads/2020/10/panorama-cacauicultura-bahia.pdf
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