Estação Esalq 33/2020 - Quais são os setores logísticos do agro brasileiro mais impactados pela pandemia?

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Resultado de levantamento realizado com transportadores, embarcadores e demais informantes de mercado, os setores sucroenergético e de fertilizantes são os que mais tem sofrido impactos no país durante a crise mundial do coronavírus. As informações, referentes ao período de 23 de março até 10 de abril, são coletadas diariamente pelos pesquisadores do ESALQ-LOG - Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial, e fazem parte do informativo SIFRECA – Sistema de Informações de Fretes, desenvolvido há mais de 20 anos pelo Grupo.

Enquanto o mercado de fertilizantes teve demanda reduzida em praticamente todo o território nacional, sofreu impactos com a alta do dólar e empresas reduziram seu quadro de funcionários, o setor sucroenergético apresentou redução dos fretes de etanol devido à baixa demanda, problemas nos terminais de Santos (SP) e usinas liquidando estoques para aumento de caixa. As movimentações sucroalcooleiras apresentaram ainda mais fatores impactantes: o receio dos motoristas em percorrer rotas de longa distância e a queda no valor do petróleo, fazendo com que o preço do etanol no mercado também diminua.

Já no mercado de grãos, foram observados impactos mais regionalizados, como nas regiões do Paraná e Mato Grosso do Sul, que apresentaram leve redução nas movimentações em função da pandemia. Terminais de transbordo também operaram com restrições, devido à redução de funcionários e precauções em relação aos cuidados recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Sobretudo, estados como Rio Grande do Sul e Mato Grosso não sofreram grandes impactos, este último apresentando manutenção da forte demanda por transporte. As regiões Norte e Nordeste registraram ainda aumento das movimentações, devido ao avanço da colheita da safra, com oferta de veículos suficiente para atender a demanda, sem reajustes nos valores de fretes.

De acordo com os pesquisadores do ESALQ-LOG, a expectativa é que em algumas regiões que não finalizaram a colheita de grãos, como a região do MATOPIBA e do Rio Grande do Sul, ocorra aumento nas movimentações. Outras regiões devem manter o escoamento, ainda que escalonado, em direção aos portos.

Neste episódio do Estação Esalq, o jornalista Fabiano Pereira recebe o pesquisador Fernado Pauli De Bastiani, do Grupo Esalq-Log, para falar sobre esses e outros temas relacionados. Confira!