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Compaixão: a ética salva, com Renato Janine Ribeiro | #112

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A ética salva?

A pandemia da Covid-19 colocou para nós, brasileiros, assim como para o mundo todo, desafios muito grandes. E tudo poderia ter sido ainda pior se não tivéssemos condições científicas e tecnológicas antes inexistentes para enfrentar esse problema, bem como a compaixão por aqueles que sofrem.

Essas duas questões são discutidas por Renato Janine Ribeiro, professor titular de Ética e Filosofia Política da USP, ex-ministro da Educação e atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ele as trata em seu novo livro: Duas ideias filosóficas e a pandemia, publicado pela Estação Liberdade.

Neste episódio do #ForadaPolíticaNãoháSalvação, Renato Janine Ribeiro discute esses temas, partindo de duas noções, de Jean-Jacques Rousseau e Karl Marx, como forma de compreender problemas centrais da política contemporânea.

Ele aponta que a democracia não é um mero instrumento prático para a tomada de decisões políticas, mas contempla uma dimensão ética, em que a compaixão tem um papel central, pois não apenas define quem somos, mas faz com que nos vejamos como iguais, pois sentimos com o outro ao sentirmos por ele.

A volta da extrema-direita ao poder expressa um enfraquecimento da compaixão, que dá lugar a seu oposto: o ódio. E se a compaixão é um sentimento indispensável à democracia, o ódio é um sentimento que a corrói.

O fortalecimento do ódio nas democracias contemporâneas, inclusive no Brasil, decorre do ressentimento daqueles que se veem como perdedores no processo de transformação social. Perdem seu lugar distinguido para o imigrante, as mulheres, os negros, os homossexuais, as classes emergentes...

E é desse fortalecimento do ódio que emergem não só a extrema-direita, como suas lideranças políticas, incapazes de empatia e compaixão – como é o caso, no Brasil, de Jair Bolsonaro, que demonstrou isso com clareza em seu comportamento durante a pandemia.

Mas não é só a compaixão que tem nos ajudado. Também os avanços científicos e tecnológicos têm sido fundamentais, permitindo o rápido desenvolvimento de vacinas e o trabalho remoto, por exemplo. É nesse contexto que ganha sentido a ideia de Karl Marx segundo a qual “a humanidade somente se propõe as tarefas que pode resolver”.

A noção de tarefa é crucial aí, pois supõe a detenção dos meios para enfrentar certos problemas que, noutros contextos, seriam insolúveis e, assim, não seriam tarefas, mas tragédias.

Twitter: @JanineRenato

Músicas deste episódio

"The Loom is to Love" dos Mini Vandals e "Pink Flamenco" de Doug Maxwell.

Leia o blog do #ForadaPolíticaNãoháSalvação na CartaCapital

#Ética #Compaixão #Ciência #Tecnologia #Filosofia #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #Pandemia #Covid19

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A pandemia da Covid-19 colocou para nós, brasileiros, assim como para o mundo todo, desafios muito grandes. E tudo poderia ter sido ainda pior se não tivéssemos condições científicas e tecnológicas antes inexistentes para enfrentar esse problema, bem como a compaixão por aqueles que sofrem.

Essas duas questões são discutidas por Renato Janine Ribeiro, professor titular de Ética e Filosofia Política da USP, ex-ministro da Educação e atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ele as trata em seu novo livro: Duas ideias filosóficas e a pandemia, publicado pela Estação Liberdade.

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Ele aponta que a democracia não é um mero instrumento prático para a tomada de decisões políticas, mas contempla uma dimensão ética, em que a compaixão tem um papel central, pois não apenas define quem somos, mas faz com que nos vejamos como iguais, pois sentimos com o outro ao sentirmos por ele.

A volta da extrema-direita ao poder expressa um enfraquecimento da compaixão, que dá lugar a seu oposto: o ódio. E se a compaixão é um sentimento indispensável à democracia, o ódio é um sentimento que a corrói.

O fortalecimento do ódio nas democracias contemporâneas, inclusive no Brasil, decorre do ressentimento daqueles que se veem como perdedores no processo de transformação social. Perdem seu lugar distinguido para o imigrante, as mulheres, os negros, os homossexuais, as classes emergentes...

E é desse fortalecimento do ódio que emergem não só a extrema-direita, como suas lideranças políticas, incapazes de empatia e compaixão – como é o caso, no Brasil, de Jair Bolsonaro, que demonstrou isso com clareza em seu comportamento durante a pandemia.

Mas não é só a compaixão que tem nos ajudado. Também os avanços científicos e tecnológicos têm sido fundamentais, permitindo o rápido desenvolvimento de vacinas e o trabalho remoto, por exemplo. É nesse contexto que ganha sentido a ideia de Karl Marx segundo a qual “a humanidade somente se propõe as tarefas que pode resolver”.

A noção de tarefa é crucial aí, pois supõe a detenção dos meios para enfrentar certos problemas que, noutros contextos, seriam insolúveis e, assim, não seriam tarefas, mas tragédias.

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