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[Republicação] Carlos Farinha Rodrigues sobre pobreza e desigualdade (Entrevista)
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Hoje republicamos uma entrevista gravada há mais de dois anos, em março de 2018, mas que podia ter sido feita ontem. É certo que alguns números estão datados; os atores políticos mudaram e o contexto internacional é outro. Mas há uma constante – Portugal é um país pobre, com demasiada gente pobre, olhe-se para que indicador estatístico se olhar.
Os dados mais recentes do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística, em 2019, sobre rendimentos do ano anterior, mostram que 17,2% da população estava em risco de pobreza em 2018. Trocando por miúdos, significa que, anualmente, dispunham de menos de 6 014 euros para viver - ou seja, 501 euros por mês.
O risco de pobreza diminuiu para os reformados e para famílias sem crianças quando comparados com os dados de 2017, mas aumentou para empregados e desempregados.
Sem pensões, reformas e outros apoios sociais (como subsídios de desemprego, incapacidade para o trabalho, apoio à família ou rendimento social de inserção) 43,4% da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2018.
Para se perceber de forma mais aproximada a realidade da pobreza calcula-se um outro indicador, chamado “taxa de risco de pobreza ou exclusão social”, que analisa quanto ganham as pessoas, se estão em idade de trabalhar e têm ou não trabalho e a sua capacidade para aceder a um conjunto de bens e serviços. Em 2018 e 2019 a taxa risco de pobreza ou exclusão social foi de 21,6% são dois milhões duzentas e quinze mil pessoas.
Mas o que significam e como são calculados estes dados? O que mostram e o que escondem? Foi sobre isto que em 2018 falámos com Carlos Farinha Rodrigues, doutorado em Economia e professor universitário no ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão. Queríamos perceber os efeitos da crise financeira de 2008, perceber quem mais tinha perdido, quem realmente a tinha pago. Hoje, em plena pandemia, presos entre uma crise de saúde pública e uma crise económica e social ainda no seu começo – para julho de 2020, a estimativa provisória do INE é de que haja 409.700 pessoas desempregadas, atirando a taxa de desemprego para 8.1%. São mais 39.400 pessoas do que em junho e mais 74 mil que em julho de 2019 – vale a pensar outra vez sobre as origens da pobreza e da desigualdade no nosso país.
Fiquem com a entrevista.
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O risco de pobreza diminuiu para os reformados e para famílias sem crianças quando comparados com os dados de 2017, mas aumentou para empregados e desempregados.
Sem pensões, reformas e outros apoios sociais (como subsídios de desemprego, incapacidade para o trabalho, apoio à família ou rendimento social de inserção) 43,4% da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2018.
Para se perceber de forma mais aproximada a realidade da pobreza calcula-se um outro indicador, chamado “taxa de risco de pobreza ou exclusão social”, que analisa quanto ganham as pessoas, se estão em idade de trabalhar e têm ou não trabalho e a sua capacidade para aceder a um conjunto de bens e serviços. Em 2018 e 2019 a taxa risco de pobreza ou exclusão social foi de 21,6% são dois milhões duzentas e quinze mil pessoas.
Mas o que significam e como são calculados estes dados? O que mostram e o que escondem? Foi sobre isto que em 2018 falámos com Carlos Farinha Rodrigues, doutorado em Economia e professor universitário no ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão. Queríamos perceber os efeitos da crise financeira de 2008, perceber quem mais tinha perdido, quem realmente a tinha pago. Hoje, em plena pandemia, presos entre uma crise de saúde pública e uma crise económica e social ainda no seu começo – para julho de 2020, a estimativa provisória do INE é de que haja 409.700 pessoas desempregadas, atirando a taxa de desemprego para 8.1%. São mais 39.400 pessoas do que em junho e mais 74 mil que em julho de 2019 – vale a pensar outra vez sobre as origens da pobreza e da desigualdade no nosso país.
Fiquem com a entrevista.
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