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Top 5 – Pedradas do Van Hagar

 
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Conhecida como Van Hagar, a fase em que Sammy Hagar esteve à frente dos microfones do Van Halen se iniciava há 30 anos e deixou um grande legado, além de ser um período de grande sucesso comercial na carreira da banda. Esse sucesso, contudo, trouxe algumas concepções erradas sobre o que a banda realmente era naquele período. Pior do que isso, criou uma rivalidade pouco saudável entre o ex e o então vocalista, a ponto de a rixa respingar na base de fãs, que ficou rachada entre “Redheads” e “Roth Army”. Eu, como não participo dessa “guerra”, presto mais um serviço à desmistificação da era Van Hagar. Um dos mitos dessa fase da banda é o de que não havia “pedradas” roqueiras no repertório. Eis um Top 5 que vai mostrar o contrário.

1) “A.F.U. (Naturally Wired)” – OU812 (1988)

Por ser uma pedrada, obviamente, não estava entre os singles que seriam trabalhados pela gravadora na divulgação do álbum, mas era certamente um dos melhores momentos ao vivo daquela turnê. Ali pode-se ouvir um pouco de tudo o que Eddie Van Halen é capaz de fazer com uma guitarra. E não me refiro só aos riffs e técnicas inovadoras ao solar. Falo do que acaba ficando oculto nas revistas especializadas e vídeo-aulas: a parte rítmica, os harmônicos e tudo o que dialoga com a voz de Sammy, sem claro, perder o punch no refrão. De longe um dos melhores e mais subestimados momentos não só do disco, mas de toda a Era Van Hagar. E a letra da música fala de uma velha tradição da banda desde os tempos de Roth e mantida na Era Sammy: a sensação de estar na estrada, de subir ao palco e de fazer um grande show. “Pumpin’ up for the show, feeling like something’s gonna blow”. É essa adrenalina de palco que cria a conexão com os fãs e deixam público e banda “all fired up”. Não é à toa que o Van Halen é uma das mais celebradas “party bands” do rock.
_______________________________________________________________________________

2) “Humans Being” – Trilha do filme Twister (1996)

Essa pedrada foi tão violenta que rachou a banda em pedaços e retratou com fidelidade os sombrios e derradeiros momentos dessa formação do Van Halen. Com a guerra declarada entre Sammy Hagar e os irmãos Eddie e Alex Van Halen, culminou com a saída do vocalista depois de 11 anos. Hagar descreveu em suas memórias essa letra como “beligerante” e a passagem “you brake my balls with all your crap” parecia ter um alvo claro. Seu estilo de cantar dessa vez fugiu de sua característica mais melódica e abriu um flerte claro com o metal da linhagem do Pantera. Já o riff é extremamente simples, mas nas mãos de Eddie Van Halen ele vira um tornado igual aos que aparecem no filme. E o solo era uma mostra de como ele não precisava esbanjar sua técnica e virtuosismo o tempo todo. Saindo de sua zona de conforto, o guitarrista opta por jogar com notas dissonantes e criar uma atmosfera angustiante, quase de tortura. Se depois dessa música o Van Hagar se autoimplodiu, me conforta saber que, pelo menos, “Humans Being” foi um gran finale.
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3) “5150″ – 5150 (1986)

Este disco foi o cartão de visita de Sammy na banda. Tendo hits como “Dreams” e “Why Can’t This Be Love” e músicas com apelo radiofônico como “Summer Nights”, a faixa-título acabou ficando na sombra. Uma injustiça que pretendo corrigir aqui. Forte, criativa e melódica, dava um novo vigor à banda e, ao lado de “Good Enough” (outra pedra fundamental do disco), prenunciava que a parceria vocal entre Sammy e Michael Anthony seria longa e produtiva. Musicalmente, a faixa trazia uma estrutura pouco usual, alternando o fraseado “brown sound” de Eddie nos versos, com rock de arena oitentista no refrão, abrindo espaço para um de seus solos mais inspirados no álbum. A música apareceu bastante nos setlists da banda até o fim da década de 80, mas caiu no esquecimento tanto nos shows quanto nas coletâneas lançadas posteriormente. Uma boa versão ao vivo (embora bem diferente da original) está do DVD Live Without a Net, de 1986, com Eddie se superando mais uma vez no solo. Quanto à versão de estúdio, ela é a que melhor representava a nova era Van Hagar que se iniciava.
_______________________________________________________________________________

4) “Judgement Day” – For Unlawful Carnal Knowledge (1991)

Primeira música a ser composta para o aclamado disco, quando Eddie Van Halen foi mostrá-la à banda, descreveu-a como “the real headbanger’s stuff”. E ao que consta, isso aconteceu pouco antes de o guitar hero se tornar endorser da Music Man (foto acima). Portanto esta foi uma das últimas gravações onde usou sua famosa Kramer 5150, que o acompanhava desde 1984. Sonicamente, “Judgement Day” passou por cima dos Van Hagar haters como uma locomotiva e encheu de dúvidas quem ainda insistia em dizer que sem Roth o Van Halen “só tinha baladas”. Performance perfeita de todos na banda, com destaque para Sammy e, claro, Eddie, que inovava mais uma vez na forma de digitar notas no braço da guitarra com a mão invertida, técnica que pode ser vista no DVD Right Here, Right Now.
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5) “Sucker in a 3 Piece” – OU812 (1988)

Que OU812 é o álbum subestimado da era Van Hagar é fato. Não que não tenha havido problemas na gravação. A banda caiu no velho erro de se autoproduzir e não teve o devido cuidado com a parte técnica (especialmente a mixagem). De qualquer forma, essa mistura de desleixo com pretensão deixou um saldo positivo nas músicas que não foram pensadas como single, pois trazia de volta aquele Van Halen mais cru e descompromissado do início. Um desses momentos é “Sucker In a 3 Piece”. Com clima de jam session e muitos improvisos, trouxe de volta o estilo “ao vivo no estúdio”, que é uma das fundações mais sólidas da banda. Aqueles que prestarem atenção à letra ― irônica, bem estilo rock n’ roll 80’s ―, se lembrarão de uma cena que pode ser vista em qualquer parte do mundo: um “sugar daddy” septuagenário, barrigudo e careca acompanhado de uma gatinha de 20 e poucos anos. A partir dessa imagem cada um pode tirar suas conclusões. E o choro é livre.

Veja também
Discos de 1995 – Balance
Discos de 1991 – For Unlawful Carnal Knowledge
A Different Kind of Truth (2012)
Van Halen I, 35 anos depois da erupção
“As Is”, uma verdade diferente do Van Halen
Em defesa de Sammy Hagar, contra o Roth Army
Em defesa de David Lee Roth, contra os Redheads
As aventuras de Eduardo Pinheiro em shows do Van Halen

Para ouvir
Tungcast#054: A volta do Van Halen com David Lee Roth

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1) “A.F.U. (Naturally Wired)” – OU812 (1988)

Por ser uma pedrada, obviamente, não estava entre os singles que seriam trabalhados pela gravadora na divulgação do álbum, mas era certamente um dos melhores momentos ao vivo daquela turnê. Ali pode-se ouvir um pouco de tudo o que Eddie Van Halen é capaz de fazer com uma guitarra. E não me refiro só aos riffs e técnicas inovadoras ao solar. Falo do que acaba ficando oculto nas revistas especializadas e vídeo-aulas: a parte rítmica, os harmônicos e tudo o que dialoga com a voz de Sammy, sem claro, perder o punch no refrão. De longe um dos melhores e mais subestimados momentos não só do disco, mas de toda a Era Van Hagar. E a letra da música fala de uma velha tradição da banda desde os tempos de Roth e mantida na Era Sammy: a sensação de estar na estrada, de subir ao palco e de fazer um grande show. “Pumpin’ up for the show, feeling like something’s gonna blow”. É essa adrenalina de palco que cria a conexão com os fãs e deixam público e banda “all fired up”. Não é à toa que o Van Halen é uma das mais celebradas “party bands” do rock.
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2) “Humans Being” – Trilha do filme Twister (1996)

Essa pedrada foi tão violenta que rachou a banda em pedaços e retratou com fidelidade os sombrios e derradeiros momentos dessa formação do Van Halen. Com a guerra declarada entre Sammy Hagar e os irmãos Eddie e Alex Van Halen, culminou com a saída do vocalista depois de 11 anos. Hagar descreveu em suas memórias essa letra como “beligerante” e a passagem “you brake my balls with all your crap” parecia ter um alvo claro. Seu estilo de cantar dessa vez fugiu de sua característica mais melódica e abriu um flerte claro com o metal da linhagem do Pantera. Já o riff é extremamente simples, mas nas mãos de Eddie Van Halen ele vira um tornado igual aos que aparecem no filme. E o solo era uma mostra de como ele não precisava esbanjar sua técnica e virtuosismo o tempo todo. Saindo de sua zona de conforto, o guitarrista opta por jogar com notas dissonantes e criar uma atmosfera angustiante, quase de tortura. Se depois dessa música o Van Hagar se autoimplodiu, me conforta saber que, pelo menos, “Humans Being” foi um gran finale.
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3) “5150″ – 5150 (1986)

Este disco foi o cartão de visita de Sammy na banda. Tendo hits como “Dreams” e “Why Can’t This Be Love” e músicas com apelo radiofônico como “Summer Nights”, a faixa-título acabou ficando na sombra. Uma injustiça que pretendo corrigir aqui. Forte, criativa e melódica, dava um novo vigor à banda e, ao lado de “Good Enough” (outra pedra fundamental do disco), prenunciava que a parceria vocal entre Sammy e Michael Anthony seria longa e produtiva. Musicalmente, a faixa trazia uma estrutura pouco usual, alternando o fraseado “brown sound” de Eddie nos versos, com rock de arena oitentista no refrão, abrindo espaço para um de seus solos mais inspirados no álbum. A música apareceu bastante nos setlists da banda até o fim da década de 80, mas caiu no esquecimento tanto nos shows quanto nas coletâneas lançadas posteriormente. Uma boa versão ao vivo (embora bem diferente da original) está do DVD Live Without a Net, de 1986, com Eddie se superando mais uma vez no solo. Quanto à versão de estúdio, ela é a que melhor representava a nova era Van Hagar que se iniciava.
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4) “Judgement Day” – For Unlawful Carnal Knowledge (1991)

Primeira música a ser composta para o aclamado disco, quando Eddie Van Halen foi mostrá-la à banda, descreveu-a como “the real headbanger’s stuff”. E ao que consta, isso aconteceu pouco antes de o guitar hero se tornar endorser da Music Man (foto acima). Portanto esta foi uma das últimas gravações onde usou sua famosa Kramer 5150, que o acompanhava desde 1984. Sonicamente, “Judgement Day” passou por cima dos Van Hagar haters como uma locomotiva e encheu de dúvidas quem ainda insistia em dizer que sem Roth o Van Halen “só tinha baladas”. Performance perfeita de todos na banda, com destaque para Sammy e, claro, Eddie, que inovava mais uma vez na forma de digitar notas no braço da guitarra com a mão invertida, técnica que pode ser vista no DVD Right Here, Right Now.
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5) “Sucker in a 3 Piece” – OU812 (1988)

Que OU812 é o álbum subestimado da era Van Hagar é fato. Não que não tenha havido problemas na gravação. A banda caiu no velho erro de se autoproduzir e não teve o devido cuidado com a parte técnica (especialmente a mixagem). De qualquer forma, essa mistura de desleixo com pretensão deixou um saldo positivo nas músicas que não foram pensadas como single, pois trazia de volta aquele Van Halen mais cru e descompromissado do início. Um desses momentos é “Sucker In a 3 Piece”. Com clima de jam session e muitos improvisos, trouxe de volta o estilo “ao vivo no estúdio”, que é uma das fundações mais sólidas da banda. Aqueles que prestarem atenção à letra ― irônica, bem estilo rock n’ roll 80’s ―, se lembrarão de uma cena que pode ser vista em qualquer parte do mundo: um “sugar daddy” septuagenário, barrigudo e careca acompanhado de uma gatinha de 20 e poucos anos. A partir dessa imagem cada um pode tirar suas conclusões. E o choro é livre.

Veja também
Discos de 1995 – Balance
Discos de 1991 – For Unlawful Carnal Knowledge
A Different Kind of Truth (2012)
Van Halen I, 35 anos depois da erupção
“As Is”, uma verdade diferente do Van Halen
Em defesa de Sammy Hagar, contra o Roth Army
Em defesa de David Lee Roth, contra os Redheads
As aventuras de Eduardo Pinheiro em shows do Van Halen

Para ouvir
Tungcast#054: A volta do Van Halen com David Lee Roth

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