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288 - Com inteira esperança e confiança entrego-me

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SÃO JOÃO FISHER, BISPO, E SANTO TOMÁS MORE, MÁRTIRES João Fisher nasceu em 1469. Fez seus estudos em Cambridge (Inglaterra) e foi ordenado sacerdote. Eleito bispo de Rochester, viveu com muita austeridade e tornou-se ótimo pastor, visitando com freqüência seus fiéis. Escreveu também diversas obras contra os erros de seu tempo. Tomás More nasceu em 1477 e fez seus estudos em Oxford. Tendo contraído matrimônio, teve um filho e três filhas. Ocupou o cargo de chanceler do reino. Escreveu diversos livros sobre a arte de governar e em defesa da religião. Ambos foram decapitados em 1535 por ordem do rei Henrique VIII, por terem se recusado a ceder na questão da anulação do seu casamento: João Fisher a 22 de junho e Tomás More a 6 de julho. Enquanto estava preso, o bispo João Fisher foi criado cardeal da Santa Romana Igreja pelo papa Paulo III. ____________________________________ Segunda leitura Da Carta, de Santo Tomás More à sua filha Margarida, escrita na prisão (The English Works of Sir Thomas More, London, 1557, p. 1454) (Séc. XV) Com total esperança e confiança entrego-me inteiramente a Deus Embora tenha plena consciência, minha Margarida, de que os pecados de minha vida passada mereçam justamente que Deus me abandone, contudo, nunca deixarei de sempre confiar na sua imensa bondade e esperar com toda a minha alma. Até agora, a sua santíssima graça me deu forças para tudo desprezar, do íntimo do coração – riquezas, rendimentos e a própria vida – ao invés de jurar contra a voz da minha consciência. Foi Deus que, com bondade, levou o rei a me privar apenas da liberdade. Com isto, Sua Majestade, ao invés de me fazer mal, concedeu-me, para proveito espiritual de minha alma – assim espero – um benefício maior do que todas aquelas honras e bens com que antes me cumulava. Espero que esta mesma graça mova o espírito do rei a não ordenar contra mim nada de mais grave, ou me dê sempre forças para que tudo suporte, com paciência, fortaleza e boa vontade, por mais pesado que seja. Minha paciência unida aos méritos da atrocíssima paixão do Senhor (infinitamente acima, no mérito e no modo, de tudo quanto eu venha a padecer), aliviará as penas que mereço no purgatório. E, graças à bondade divina, aumentará também um pouco a minha recompensa no céu. Não quero, minha Margarida, desconfiar da bondade de Deus, por mais débil e fraco que me sinta. Ao contrário, se no meio do terror e da aflição, eu me vir em perigo de cair, lembrar-me-ei de São Pedro que, a uma simples rajada de vento, começou a afundar por causa da sua pouca fé, e farei o mesmo que ele. Gritarei por Cristo: Senhor, salva-me! (cf. Mt 14,30). Espero que ele me estenda a mão e me segure, sem deixar que eu me afogue. Mas, se permitir que me comporte à semelhança de Pedro, a ponto de me precipitar e cair inteiramente, jurando e abjurando – que Deus em sua misericórdia afaste para bem longe de mim tal infelicidade, pois esta me trará mais prejuízo do que vantagem – mesmo assim continuarei a esperar que o Senhor olhe para mim com olhos cheios de misericórdia, como olhou para Pedro. Espero então que ele me levante de novo para que eu volte a defender a verdade, e alivie a minha consciência. Hei de suportar com coragem o castigo e a vergonha da primeira negação. Enfim, minha Margarida, estou absolutamente convencido de que, sem culpa minha, Deus não me abandonará. Por isto, com total esperança e confiança entrego-me inteiramente a ele. Se, por causa de meus pecados, Deus permitir que eu pereça, ao menos em mim sua justiça será louvada. Espero, no entanto, e espero com toda a certeza, que sua clementíssima bondade guardará fielmente a minha alma e fará que em mim brilhe mais a sua misericórdia do que sua justiça. Fica, pois, tranqüila, minha filha, e não te preocupes com o que possa me acontecer neste mundo. Nada poderá acontecer que Deus não queira. E tudo quanto ele quer, mesmo que nos pareça mau, é, na verdade, realmente ótimo.
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