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VP016 – Grupo de Família no Whatsapp: Comunicação mais fácil (ou não) – Verbalizando Podcast
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Grupo de Família no Whatsapp: Comunicação mais fácil (ou não) é uma gravação feita para o Youtube, agora editada para o Podcast. A conversa gira em torno do uso que se faz do aplicativo no círculo familiar, das facilidades e dificuldades de comunicação, das contradições e conflitos em torno dessas experiências humanas, tanto a família quanto as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC).
Afirma que o problema é a tecnologia, não é tão simples quanto parece. A tecnologia em si não pode ser culpada, tanto por ser fruto de um movimento histórico do humano, quanto pelo uso que lhe é atribuída na prática social. Que deveríamos voltar ao nostálgico tempo pré-NTIC também não é uma solução adequada, haja vista que no tempo de outrora também existia conflitos e dificuldades de comunicação. É preciso implicar tempo e esforço para compreender os modos de uso que se faz das tecnologias em nossa cultura, assim como os processos psicossociais acerca da comunicação humana.
A comunicação mudou seu modo de ocorrer e com isso seu efeitos e exigências. Os “aplicativos de mensagens instantâneas” colocam diversos desafios para nossa comunicação, reflexão e cotidiano, tanto pelo aspecto assincrônico da comunicação, quanto pela perda de informações próprias da linguagem não verbal (como tom de voz e expressões faciais), tão importantes para qualquer conversas que se tenha.
Além das facilidades de comunicação virtual e interações, o Whatsapp também facilita o conflito de comunicação, principalmente quando acreditamos que a convivência familiar é idêntica às interações virtuais em um aplicativo de comunicação assincrônica.
Além de um grupo principal com TODA a família, podemos ter diversos grupos menores, com objetivos específicos. Há assuntos que são de dentro da família e assuntos de fora e ambos podem causar reações descontroladas.
Podemos sentir tão aproximados dos membros do grupo quanto afastados, sem interações significativas. É possível que o modo como o grupo funcione seja um reflexo da dinâmica da família, que acaba sendo potencializado pelo uso do aplicativo.
Faz pouco tempo, apenas alguns anos, que temos esse modo de comunicação inseridos em nosso dia a dia; até podemos pensar que não é possível viver sem isso e perguntar “como as pessoas viviam antes?”, tão integrados estamos com essa tecnologia.
Mais de 80% dos brasileiros utiliza o aplicativo; são mais de 120 milhões.
No mundo, ele é mais usado que o facebook.
Mudanças no modo de viver, perceber, agir começam a se instalar sem consciência. Temos expectativas de resposta e tempo de resposta diferentes do que era no tempo da carta e da ligação telefônica. A agitação, como tantas outras sensações, faz parte da vida e de cada camada da experiência humana.
Apesar das coisas que são prejudiciais, há outras que são positivas. Uma postura tecnofóbica (ter aversão, medo da tecnologia e de seus efeitos) não é razoável, assim como não é prudente uma atitude “tecnofílica” (ter apego, encantamento, ilusão da tecnologia como panaceia). A tudo cabe discussões e reflexões, críticas e autocríticas, para aproveitar a ferramenta, sem perder a consciência.
- Daniel Renato de Lima, psicólogo em Campinas/SP
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