O noticiário político e econômico é debatido de maneira simples, com a credibilidade e o estilo suave de Carlos Alberto Sardenberg.
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Cancro: Quão importante é a palavra esperança? Susana Almeida
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Oficialmente é médica psiquiatra. Na prática, é uma ouvidora profissional ajudando pessoas a quem foi diagnosticado cancro. Ouve doentes, famílias e profissionais que tratam esta doença no IPO do Porto. Susana Almeida dirige o serviço de psiquiatria deste hospital. Mas de facto é uma especialista em transformar dor em narrativa, sofrimento em resiliência e perda em oportunidade de crescimento. No seu dia-a-dia aprendeu que a “A nossa cara diz muito sobre nós”, explicando que o trabalho de um psiquiatra começa antes mesmo de o doente nem sequer abrir a boca. É no detalhe que Susana encontra o primeiro capítulo de cada história. O olhar desviado, a hesitação ao caminhar, a escolha das palavras — tudo é revelador. Voltamos à observação da linguagem não verbal. Onde o gesto fala. E diz coisas que aa pessoas não conseguem colocar em palavras. É como se a palavra angústia estivesse em cada trejeito, tremura ou olhar vago. Claro, há o gesto e a palavra. Mas comunicar é também não comunicar. Explico-me: o não dito é uma forma de dizer. O desafio de Susana Almeida não é apenas escutar o que é dito, mas decifrar o que fica por dizer. A sua experiência diz-lhe que o confronto com uma doença grave é, muitas vezes, um momento de balanço. O momento da nostalgia do que poderíamos ter sido. O confronto com as escolhas da vida. Porque escolhi ser isto e não aquilo. Porque decidi estar com esta pessoa e não outra. Ou nenhuma. Perguntas sem resposta apaziguadora. E sem tempo para reviver. Depois há o confronto com o corpo. Com a possível ou real mutilação. Com o impacto no lar. Ouvi a história de uma mulher que recusava a ideia de ter de tirar uma mama porque os seios eram parte fundamental e inegociável da sua identidade pessoal. Mas este episódio não é só dor. É uma conversa carregada de energia e esperança. De pacificação, crescimento e possibilidade. Bem-vindos à discussão milenar da condição humana. Vale ouvir. Vale partilhar. A luta contra as grandes adversidades recolhe forças nos dias bons. Nos dias que passaram, nos dias que hão de vir. A alegria de um momento robusto de afetos funciona sempre como uma bateria. E as esperança do melhor como dínamo de energia. Vale sempre ouvir. Vale falar. Vale ser humano. Na mais universal das definições. RESUMO No Instituto Português Oncologia do Porto, num gabinete repleto de histórias não contadas, a psiquiatra Susana Almeida enfrenta diariamente as fragilidades da condição humana. Diretora do serviço de Psiquiatria, Susana Almeida é especialista em transformar dor em narrativa, sofrimento em resiliência e perda em oportunidade de crescimento. “A nossa cara diz muito sobre nós”, começa por explicar, sublinhando que o trabalho de um psiquiatra começa antes mesmo de o doente abrir a boca. É no detalhe que Susana encontra o primeiro capítulo de cada história. O olhar desviado, a hesitação ao caminhar, a escolha das palavras — tudo é revelador. “A observação do não verbal é essencial. Como alguém chega à consulta pode dizer mais do que qualquer exame.” No IPO, onde os doentes frequentemente enfrentam diagnósticos de cancro, estes sinais tornam-se ainda mais importantes. “Muitas vezes, as pessoas não conseguem verbalizar a angústia, mas ela está lá, evidente nos gestos e na postura.” O desafio de Susana não é apenas escutar o que é dito, mas decifrar o que fica por dizer. A sua experiência diz-lhe que o confronto com uma doença grave é, muitas vezes, um momento de balanço. “Há quem se foque no presente, mas muitos são assombrados pela nostalgia do que poderia ter sido. Escolhas que não fizeram, caminhos que não tomaram, relações que não cultivaram. É como se o tempo parasse num passado idealizado, mas a verdade é que o que não foi vivido não é garantia de nada melhor.” Entre os relatos que marcaram o seu percurso, Susana recorda uma paciente que recusava a ideia de uma mastectomia.
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