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Portugal, quando começas a jogar? Rui Miguel Tovar

59:41
 
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Ser adepto não é fácil.

Seguramente ser jogador de alta competição parece ser ainda mais difícil.

A linguagem dos corpos em movimento é muitas vezes mais honesta que as respostas nas conferências de imprensa.

Seja no mais belo dos movimento, seja no esgotamento desenhado nas caras dos jogadores ao minuto 120.

O selecionador e treinador de Portugal Roberto Martinez parece ser um bom comunicador. Mas o que diz parece não ligar com a realidade. O que me causa estranheza.

Martinez é claramente um bom comunicador na forma. Mas depois há o conteúdo.

Às perguntas difíceis responde desconversando.

É o modo “pergunta-me o que quiseres, respondo o que me apetecer.”

A forma é sempre imaculada. O discurso todavia parece plástico.

As respostas são sempre de um optimismo extremo.

O jogo foi sempre magnifico. Os atletas insuperáveis e Ronaldo o maior de sempre e em todos os jogos.

E o raio da estatística, fria e calculista, insiste em contrariar o optimismo da fórmula de comunicação do treinador.

É uma boa lição para todos os comunicadores, Ou como não fazer. A boa estética de comunicação não basta. As mensagens tem que ter suporte na realidade. Só assim emprestam credibilidade ao discurso.

A menos que as teorias da pós-verdade tenham contaminado o futebol.

Ou será que o futebol de alta competição é o precursor dessa forma de ver o mundo.

Afinal no futebol o que hoje é verdade, amanha é mentira.

Mas não há só comunicação menos real.

Há excelentes surpresas também.

Jogadores como Vitinha, Palhinha, Bruno Fernandes ou Bernardo Silva falam a linguagem das pessoas reais. Explicam o que fizeram, o que sentem, os sonhos e as dores. Sem fingimentos, olhando nos olhos.

Vi o mesmo em Diogo Costa.

As palavras da sua fala pública ligam-se bem sua soberba prestação em campo.

4 defesas, 3 na ronda de penaltis que apurou Portugal para a próxima ronda do europeu.

Em busca de aprender um pouco mais sobre o fenómeno do futebol fui ouvir Rui Miguel Tovar. Jornalista, comentador e historiador do melhor desporto do mundo.


TÓPICOS & TEMAS

Inicio (00:00:00)

A importância da linguagem corporal (00:00:12)
Discussão sobre a comunicação no futebol, destacando a linguagem corporal dos jogadores e treinadores.

A comunicação do treinador Roberto Martínez (00:01:32)
Análise da comunicação do treinador, abordando a estética e o conteúdo de suas mensagens.

A surpreendente atuação do goleiro Diogo Costa (00:02:41)
Destaque para a atuação surpreendente do goleiro Diogo Costa e sua comunicação autêntica.

A dinâmica do jogo entre Portugal e Eslovénia (00:03:38)
Discussão sobre a dinâmica do jogo, incluindo momentos de tensão e reviravoltas.

O desenvolvimento de Rui Patrício (00:13:40)
Discussão sobre a evolução do jogador nas mãos do treinador Paulo Bento e seu papel como herói no Euro 2016.

Diogo Costa e suas características (00:14:11)
Análise das habilidades e atuação do goleiro Diogo Costa, incluindo sua capacidade de sair aos cruzamentos e habilidades com os pés.

O futuro de Diogo Costa (00:15:30)
Questionamentos sobre a permanência do goleiro em Portugal e seu potencial para jogar em clubes europeus de alta categoria.

Desempenho dos treinadores portugueses (00:16:25)
Reflexão sobre a presença de treinadores portugueses em competições de alto nível, como a Liga dos Campeões, e suas conquistas.

Análise das defesas de Diogo Costa (00:18:27)
Discussão sobre as defesas do goleiro nos penáltis, destacando sua técnica e habilidade.

Estratégias de batedores de penáltis (00:20:19)
Análise das declarações de Bruno Fernandes e Diogo Costa sobre as estratégias e intuições utilizadas na marcação e defesa de penáltis.

Marcadores canhotos de penáltis (00:22:53)
Exploração da tendência de destros marcarem mais penáltis, com exemplos de jogadores canhotos que marcaram ou não marcaram penáltis.

Influência de Cristiano Ronaldo e sua mentalidade (00:24:25)
Reflexão sobre a influência de Cristiano Ronaldo, sua liderança e mentalidade no contexto da seleção portuguesa.

Desempenho de Cristiano Ronaldo (00:26:13)
Discussão sobre o desempenho de Cristiano Ronaldo e sua titularidade na seleção portuguesa, considerando seu histórico e contribuição para a equipe.

00:27:13 – Análise tática e posicionamento em campo
Discussão sobre a tática de jogo, posicionamento dos jogadores e críticas ao esquema tático da equipe.

00:29:29 – Desempenho das seleções
Comparação do desempenho das seleções de futebol, destacando a sincronização da equipe e a atuação da Espanha.

00:32:15 – Falta de dinamismo e movimentação
Análise sobre a falta de movimentação e dinamismo da equipe portuguesa durante as partidas.

00:35:31 – Expectativas para o próximo jogo
Discussão sobre as expectativas e desafios para o próximo jogo da seleção portuguesa.

00:38:33 – Análise crítica do discurso do treinador
Crítica ao discurso do treinador e sua abordagem após os jogos, questionando a comunicação e as expectativas transmitidas.

O jogo com a Eslovénia (00:40:33)
Discussão sobre a atuação e desempenho do jogo entre Portugal e Eslovénia.

Comunicação dos jogadores (00:44:26)
Análise da comunicação dos jogadores nas conferências de imprensa e nas zonas mistas.

A falta de acesso à informação (00:47:08)
Reflexão sobre a falta de acesso dos jornalistas à informação sobre o que acontece dentro da equipe.

Experiências de entrevistas (00:49:11)
Experiências do locutor ao entrevistar treinadores e jogadores de futebol em diferentes contextos.

Importância da comunicação dos jogadores (00:51:26)
Discussão sobre a importância da comunicação dos jogadores para se aproximarem do público e transmitirem mensagens claras.

Entrevista com Casillas (00:52:46)
Rui Miguel Tovar compartilha detalhes de uma entrevista com Casillas durante a Copa do Mundo de 2010.

Previsões para a Euro 2020 (00:53:45)
Discussão sobre as apostas para a Euro 2020 e a análise das equipes favoritas.

Portugal na Euro 2016 (00:54:36)
Reflexões sobre a participação de Portugal na Euro 2016, destacando jogadores e desempenho da equipe.

Expectativas para o jogo (00:55:52)
Análise das expectativas para o jogo e a capacidade de Portugal de complicar a vida dos oponentes.

Final da Euro 2016 (00:56:25)
Recordações e análise da final da Euro 2016, incluindo a atuação de Rui Patrício e Cristiano Ronaldo.

Vitória de Portugal na Euro 2016 (00:58:00)
Reflexões sobre a vitória de Portugal na Euro 2016 e a importância da equipe como um todo.

Superstição antes do jogo (00:58:18)
Conversa sobre possíveis rotinas ou superstições antes dos jogos.

Magia do futebol (00:58:56)
Reflexões sobre a imprevisibilidade e a magia do futebol, destacando a influência do acaso e do desempenho individual.


LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO

JORGE CORREIA (00:00:12) – Ora viva! Bem vindos ao Pergunta Simples. O vosso podcasts sobre comunicação sofreram muito a ver Portugal no jogo com a Eslovénia? Sim, eu sofri e muito, confesso. E interrogo me porquê. Afinal é apenas um jogo de futebol, nada mais. Um espetáculo desportivo. Mas aparentemente é muito mais do que isso. Nesta edição falamos de futebol e de tudo o resto que a bola nos traz. É um programa de heróis e de vilões, de treinadores de bancada e adeptos que reclamam saber mais do jogo do que os melhores treinadores do mundo. E ai de que alguém os contrariem. Ser adepto não é fácil. Seguramente ser jogador de alta competição parece ser ainda mais difícil. A linguagem dos corpos em movimento e muitas vezes mais honesta do que as respostas nas conferências de imprensa, seja no mais belo dos movimentos, seja no esgotamento desenhado nas caras dos jogadores. Ao minuto 120, o selecionador e treinador de Portugal, Roberto Martínez, parece ser um bom comunicador. Mas o que diz por vezes, parece não ligar com a realidade, o que me causa alguma estranheza.

JORGE CORREIA (00:01:32) – Martínez é claramente um bom comunicador na forma. Mas depois há o conteúdo e as perguntas difíceis, responde, desconversando. E o modo Pergunta me o que quiseres que eu respondo que me apetecer. A sua forma é sempre imaculada. O discurso, todavia, parece por vezes plástico. As respostas são sempre de um otimismo extremo. O jogo foi magnífico, os atletas insuperáveis e, claro, o Ronaldo, o maior de sempre de todos os jogos, é o rei da estatística. Fria e calculista, insiste em contrariar o otimismo da fórmula de comunicação do treinador. É uma boa lição para todos os comunicadores. Ou como não fazer? É que não basta uma boa estética de comunicação. As mensagens têm que ter suporte na realidade e só assim emprestam credibilidade ao discurso. A menos que as teorias da pós verdade tenham também contaminado o futebol. Ou será mesmo que o futebol de alta competição é o precursor dessa forma de ver o mundo? Afinal, no futebol, o que hoje é verdade, amanhã é mentira. Lembram se da frase Mas não há só comunicação menos real.

JORGE CORREIA (00:02:41) – Há também excelentes surpresas. Há jogadores como Vitinha, Palhinha, Bruno Fernandes ou Bernardo Silva. Falam a linguagem das pessoas reais, Entendem o jogo e conseguem explicá lo. Explicam o que fizeram, o que sentem, os sonhos e as dores sem fingimentos. E olhando nos olhos. Vi o mesmo em Diogo Costa, o guarda redes. As palavras da sua fala pública ligam se bem com a sua soberba prestação em campo. Quatro defesas, três na ronda de penaltis que apurou Portugal para a próxima ronda do Europeu. Em busca de aprender um pouco mais sobre o fenómeno do futebol e da linguagem do futebol e dos seus atores. Fui ouvir Rui Miguel Tovar, jornalista, comentador e, arrisco até dizer, historiador do melhor desporto do mundo. Viva! Rui Miguel Tovar, Jornalista, comentador. Eu arriscaria mais dizer que tu és historiador do futebol.

RUI M TOVAR (00:03:37) – E.

JORGE CORREIA (00:03:38) – Filho de quem és, porque a tua voz não engana.

RUI M TOVAR (00:03:40) – É verdade. E toda a gente diz.

JORGE CORREIA (00:03:42) – Não é tu que tu herdaste.

RUI M TOVAR (00:03:43) – A.

JORGE CORREIA (00:03:44) – Herdaste. Porquê? Porque não é a tua voz, não é a tua voz, é a tua voz.

JORGE CORREIA (00:03:49) – É uma maneira de dizer, é quase a maneira de pensar, mas ainda te sobressalta a ver a bola.

RUI M TOVAR (00:03:57) – Sim, aconteceu. Aconteceu agora no Portugal. Estou a ver um jogo insonso infeliz e que de repente tem aquele final impróprio. Como é que é possível um jogo em que aos até aos 120 minutos mais quatro. O homem mais valioso em campo era o Oblak. E de repente, em que em dez minutos passou a ser o Diogo Costa. Incrível. São. São situações que. Só o futebol ou o futebol? É, Não sei. Neste momento só o futebol é que eu vejo a fazer isso. E foi um jogo. É daqueles jogos, vai entrar para a história. Mas quer dizer, não, não é um jogo que nos apeteça rever nunca mais. Mas a verdade é que passámos por isso duas horas de muito sofrimento, de pouca ligação entre entre todos os jogadores. E de repente há aquela magia no desempate. Penaltis que nos faz, pelo menos naquela noite, sonhar. Agora, com a cabeça mais fria, percebemos que a França é superior.

RUI M TOVAR (00:05:10) – Pode não ser superior, mas é no papel. Em matéria de jogadores já o era antes, mas agora com o desenrolar do Europeu. Estou. Não estou assim tão dividido. Era. Era curioso que Portugal ganhasse, como aconteceu em 2016, porque a situação é a mesma de 2016. Portugal também era inferior e ganhou em França, ainda por cima.

JORGE CORREIA (00:05:33) – O que é que o futebol tem de de extraordinário para nos produzir essa mecânica que é da possibilidade do mais fraco ganhar o mais forte.

RUI M TOVAR (00:05:45) – E teve muito perto de acontecer aos 115 minutos, que é aquele ataque desorganizado da Eslovénia. Podia ter dado golo e era curioso saber o que ia acontecer a Portugal a partir daí. Se sofresse o golo, se ia correr, se ia ser um Portugal diferente e rematador. Situação que nunca se verificou ao longo do jogo. Às vezes sermos estarmos à beira do precipício obriga nos a tomar uma decisão mais clarividente. Não foi golo, ainda bem, claro. Mas o que é que faz o futebol? O futebol tem esta magia e o próprio europeu disse disso tudo.

RUI M TOVAR (00:06:23) – Como é que é possível uma seleção que só defende que a Eslovénia não perder nenhum jogo, não é? Sim.

JORGE CORREIA (00:06:28) – Mantém se, mantém se à tona. Não sofre golos? É quase inacreditável. Olha, vamos. Tu és um. És um jornalista, mas também um historiador desta, desta coisa do futebol, deste fenómeno, do futebol, desta. Disto que é contar o herói, o herói do jogo. E ontem acontece uma coisa muito interessante e curiosa que é. Por um lado, presumo que não haja nenhuma dúvida todos os que nos escutam sabem que o herói do jogo foi o guarda redes que salvou Portugal a três minutos do fim do prolongamento. Vai buscar a bola que para gata, parecendo ball, parecia balé. Parecia. Parecia alguma coisa. E subitamente depois ainda se fica inspirado para ir buscar mais, mais três penáltis. Todavia, só falamos de Ronaldo, então.

RUI M TOVAR (00:07:14) – Pois isso é um problema, não é grave. E se verificou se no jogo com a Turquia quando a magia do terceiro golo tem a ver com o passe do Rúben Dias para o Ronaldo e não tanto o passe para o lado do Ronaldo, para o Bruno Fernandes, que é um passe lógico e que se aprende nos infantis.

JORGE CORREIA (00:07:34) – Se calhar eu atuo, se calhar com assim. Não sei se tem aquela pressão, mas conseguimos fazer aquele passe, não é?

RUI M TOVAR (00:07:41) – Não, não, isso. Isso é ensinado aos miúdos desde pequeno que.

JORGE CORREIA (00:07:44) – Passa aquele que está mais bem.

RUI M TOVAR (00:07:46) – Colocado quando está à frente do guarda redes. E se tem alguém ao lado, não se tenta rematar à baliza, tenta se e tenta se. Não passa essa bola porque é uma situação de de dois, um e dois um é garantia de sucesso. E todavia.

JORGE CORREIA (00:07:58) – Todos nós pensamos ele vai rematar.

RUI M TOVAR (00:08:00) – Olha, boa pergunta. Não, não, não me ocorreu nada. Devo dizer o que ou o que me ocorreu foi depois mal dizer quem tenha feito as perguntas, sobretudo ao Bernardo Silva. Bernardo Silva foi eleito o melhor em campo. O homem do jogo, vá. E ele passou na zona, na zona mista e falou como o melhor em campo também Ontem não foi melhor em campo e falou na mesma, claro. Mas estou a dizer que nesse dia ele falou e a pergunta foi sobre o Ronaldo e eu pergunto porquê não é?

JORGE CORREIA (00:08:27) – O que é que está a passar?

RUI M TOVAR (00:08:28) – O jornalista não tem nada a ver com o que o Bernardo Silva foi, Foi.

RUI M TOVAR (00:08:32) – Se foi eleito o melhor em campo, se é justo ou não, ele é que poderia dizer. Olha, era uma pergunta curiosa. Acha que foi melhor em campo, não é?

JORGE CORREIA (00:08:39) – Quem é que escolhe? Já agora, quem é que é o melhor em campo? Quem é que escolhe?

RUI M TOVAR (00:08:43) – É um comité, É um comité de especialistas e treinadores. Há uma história engraçada no Europeu 2000. No primeiro jogo, Portugal está a perder dois zero com a Inglaterra e dá a volta três dois. Não é Figo? João Pinto e na primeira parte é Nuno Gomes, no épico jogo épico. É também uma segunda feira como o da Eslovénia. Não tão épico, mas pronto. Portanto, as segundas.

JORGE CORREIA (00:09:05) – Feiras são boas para nós jogarmos à bola.

RUI M TOVAR (00:09:07) – Para ganhar tempo, para sair a ganhar. E o Figo foi eleito o melhor em campo e então anunciaram entrar no balneário de Portugal. Alguém da Federação entrou e avisou Figo, foste nomeado o melhor em campo. e o Figo saiu do balneário a dizer Estes gajos não percebem nada.

RUI M TOVAR (00:09:24) – O melhor foi o Rui Costa, porque às vezes é assim. É o nome que marcou um golo fora da área. Pronto. Portanto tem que ser entregue o prémio a essa pessoa. Portanto, é uma história que tem a ver com o melhor em campo. Claro que o melhor em campo é tudo uma análise. Se for, quantas mais pessoas fizerem essa análise, o que é que podemos dizer? É democracia, não é? Se dez pessoas fazem, se nove de dez apontam o Figo como melhor em campo. Apontam Bernardo Silva que o melhor em campo eu não posso fazer nada, mas a minha visão não é essa.

JORGE CORREIA (00:09:53) – Há uma espécie de efeito de marca, uma espécie de.

RUI M TOVAR (00:09:56) – Cada vez mais.

JORGE CORREIA (00:09:58) – Claro que os papéis desta vida. Claro que os Ronaldos desta vida, claro que os Mestres da vida têm desde logo. Ainda o jogo não começou já. Eles são os melhores do campo e agora vamos lá ver se alguém os apanha.

RUI M TOVAR (00:10:08) – Não me parece. Olha.

JORGE CORREIA (00:10:11) – Fala me do Diego Costa.

RUI M TOVAR (00:10:13) – É espantoso.

RUI M TOVAR (00:10:15) – Lembro me perfeitamente da estreia dele na seleção. Foi no Dragão. O Rui Patrício saiu do 11 de repente. Ninguém percebeu porquê. Titular da Roma foi no playoff de apuramento para o Mundial com a Turquia e foi uma bela surpresa. Tudo a aposta. Claro que motivou muito ruído, mas não, não motivou assim tanto ruído. Porque Rui Patrício também não é um guarda redes consensual, embora seja um ótimo guarda redes. E provou de forma inegável em 2016 e isso conta. Para mim, foi o melhor jogador português do europeu todo, portanto, não foi o melhor, Não foi o melhor em campo na final. Olha, é a UEFA, designou o Pepe. Não concordo. Acho que o melhor em campo foi o Patrício. Foi ele que manteve o empate até ao prolongamento e durante o prolongamento foi ele. Se não fosse ele, Portugal não ia ao prolongamento. Eu li o post, é verdade, nos descontos o ganhar que atirou uma bola poste, mas fez três defesas de inegável mérito. Uma delas até está à entrada de Leiria.

RUI M TOVAR (00:11:16) – Sim, em.

JORGE CORREIA (00:11:16) – Marrazes, na freguesia de na Freguesia do.

RUI M TOVAR (00:11:19) – Ó. Já passei por essa estátua.

JORGE CORREIA (00:11:20) – Onde está ele todo esticado a.

RUI M TOVAR (00:11:21) – Atirar a uma grande defesa. E já tinha visto ele fazer essa defesa num Sporting Portimonense. Dia da Mãe. Lembro me perfeitamente perfeitamente de estar no estádio e ser à minha frente e ficar espantado e pensar foi a melhor defesa que vi ao vivo. Não posso dizer isso, mas. Mas disse para mim uma grande defesa e no. Na final do Europeu ele repetiu essa exibição. Estava a dizer o Rui Patrício não era? Não é muito consensual porque é uma pessoa introvertida, metida consigo mesmo, lá no seu mundo. A ideia que.

JORGE CORREIA (00:11:53) – Os guarda redes são são todos um bocadinho assim.

RUI M TOVAR (00:11:56) – Não, não é o contrário. Os guarda redes são extrovertidos. Não é o Bento, Vítor Damas são. São guarda redes que são guerreiros por natureza. O Rui Patrício sempre foi uma pessoa muito calada e muito metida no seu mundo mesmo, mesmo quando era para para para executar um feito, por exemplo, defender penaltis.

RUI M TOVAR (00:12:19) – Ele foi o herói também do Portugal Polónia do Euro 2016, quando o Patrício foi o Rui Patrício. Não é um pouco a imagem do Diogo Costa. Defendeu três penaltis e manteve se na sua linha sem.

JORGE CORREIA (00:12:32) – Essa coisa extraordinária. E lá está, isto é um podcast sobre comunicação.

RUI M TOVAR (00:12:36) – Tem a ver com compostura, aquilo, aquilo, já aquilo é feitio, não é? Tanto o Rui Patrício como o Diogo Costa é estar na sua. Isso é bom? Eu é assim. Eu gosto tanto do guarda redes excêntricos como introvertido que eu estou a dizer. E a passagem de testemunho? Rui Patrício Diogo Costa foi tranquila porque o Rui Patrício não é consensual. Se fosse Vítor Baía com o Rui Patrício daria muito mais ruído, não é? E sendo o Vítor Baía titular de uma equipa estrangeira, imaginemos sim, seria o Patrício? Seria. Aliás, era titular da Roma Roma que tinha vencido a Liga da Liga, conferência que é uma competição europeia e.

JORGE CORREIA (00:13:16) – Portanto, em princípio, foi uma coisa que não está.

JORGE CORREIA (00:13:18) – Nós não estamos nos treinos, não percebemos o que é que está a acontecer.

RUI M TOVAR (00:13:21) – Não é uma surpresa, mas foi uma surpresa boa e foi uma aposta ganha, isso não há dúvida.

JORGE CORREIA (00:13:25) – O que é que tem este guarda redes de especial.

RUI M TOVAR (00:13:28) – Jogo de pés?

JORGE CORREIA (00:13:29) – No entanto, ele podia.

RUI M TOVAR (00:13:31) – Jogar meio campo se quisesse.

JORGE CORREIA (00:13:33) – A sério.

RUI M TOVAR (00:13:34) – E o Damas também podia, por exemplo.

JORGE CORREIA (00:13:36) – Porque por causa da precisão do passe, por causa da visão, o que é que O que é que.

RUI M TOVAR (00:13:40) – No caso do Damas era habilidade? Falas com jogadores do Sporting, do Benfica e do Porto. Portanto Sporting era o dia a dia. Benfica, Porto era, era seleção e todos dizem que eu participava numa IN com a vontade. Extraordinário. O Bento, por exemplo, era um ótimo marcador de pênaltis, portanto sabia usar os pés. Mas uma coisa é saber usar os pés e sair a jogar. E o Damas era assim. O Bento era mais de saber colocar a bola de.

JORGE CORREIA (00:14:06) – Precisão.

RUI M TOVAR (00:14:07) – Precisão. O Rui Patrício não tinha um bom jogo de pés.

RUI M TOVAR (00:14:11) – O Paulo Bento fez um trabalho meritório e terá sido o trabalho mais meritório do Paulo Bento. Nenhum jogador foi acreditar no Rio. Patrícia Para mim. Agora tu podes dizer é o X. Epa, é verdade. Olha, esse X também foi bem, mas daquilo que me é daquilo que agora estou a fazer um fast rewind sobre a carreira do Paulo Bento e Rui Patrício, diria que o Rui Patrício é o é o jogador mais que mais cresceu nas mãos do Paulo Bento ao ponto de ser o herói Portugal no Euro 2016. E o Oceano teve uma história. Teve uma. Uma declaração muito feliz que foi o Rui Patrício no Euro 2016. Foi o nosso Pelé. Isso para mim condiz com a realidade. O Diogo Costa é diferente. É melhor sair aos cruzamentos, embora tenha tido aquele azar com Marrocos nos quartos de final do Mundial, saiu mal e foi golo de Marrocos. Mas regra geral é bom. Em transportes é melhor e com os pés é melhor. Portanto foi uma aposta ganha nesse sentido. Só quem lá está é que sabe.

RUI M TOVAR (00:15:13) – Podemos ter a nossa opinião muito própria, porque ouvi o Rui Patrício e ouvi, mas a verdade é que os dados estão lançados. Ninguém questionou e agora ninguém se lembra, porque de facto, o Diogo Costa foi uma passagem de testemunho muito pacífica e natural.

JORGE CORREIA (00:15:30) – Já agora, ocorre me sempre a dúvida que é se este guarda redes tem estas características que todos nós conhecemos. Normalmente o destino dos bons jogadores portugueses é a irem lá para fora e exportar porque se mantém. Diogo Costa em Portugal?

RUI M TOVAR (00:15:48) – Não posso, não, eu não sei, não sei. Não sei se há propostas, não há. Não sei se houve ou recusou. Não sei se houve. O clube recusou. Não sei.

JORGE CORREIA (00:15:55) – Porque ele tem qualidade para jogar num clube das primeiras ligas europeias.

RUI M TOVAR (00:15:59) – Sem qualidade. Está em claro. Então, a verdade é que muitas vezes nós não é o caso de Hugo Costa, mas muitas vezes endeusamos os nossos heróis sejam do nosso clube ou não, porque são do nosso país e então tendemos a ter uma uma crítica mais alegre, Crítica no bom sentido, claro, um elogio mais fervoroso.

RUI M TOVAR (00:16:25) – E, por exemplo, neste Europeu não há nenhum treinador português e nós falamos muito da escola do treinador português. Quantos treinadores portugueses estiveram na Liga dos Campeões? Nos nos quartos de final este ano e o ano passado? Ninguém, não é? Não, não há assim um nome que apareça. O último treinador que esteve em finais foi Mourinho. Sim, e foi criticado por isso porque li a conferência depois, mas ganhou. Mas estava lá, não é? Ok, mas uma vez foi a final sim e perdeu nos penáltis. Portanto, nós temos esse temos. Temos, de facto, excelentes treinadores portugueses o Abel, o Jorge Jesus. Estou a falar daqueles que ganham. Uns ganham em campeonatos que a mim não me parecem grandes, mas ganham com uma tal categoria. Jorge Jesus e outros Abel Ferreira ganharam um campeonato altamente loucos, não é? No Brasil há jogadores que fazem 70 jogos por ano no Brasil, os jogadores porque é o estadual e o Brasileirão. Pois é Copa Sul-Americana ou Libertadores, pois é a seleção.

RUI M TOVAR (00:17:29) – Portanto, há jogadores que fazem 70 jogos por ano. Como é possível.

JORGE CORREIA (00:17:33) – Um jogador fazer 70 jogos?

RUI M TOVAR (00:17:36) – Eu anteontem fui e fui. Por acaso. Estava a ver um jogo Fortaleza, Juventude. Eu estava a ver num site e carreguei no nome que era o Pikachu. Eu achei piada a Pikachu. Que giro Fez 70 jogos o ano passado, Onde se viu todo 70 jogos?

JORGE CORREIA (00:17:52) – Não se aguenta, não é?

RUI M TOVAR (00:17:55) – Portanto, estou a falar de treinadores para portugueses. São ótimos, mas que não estão, já não estão. Ou melhor, deixaram de estar por momentos no topo, porque agora é outra coisa, é outra onda. Este europeu teve quatro italianos nos oitavos de final e o da Turquia Mandela da Eslováquia, o da Bélgica, que é o tedesco da Eslováquia é o Calzona e os palete da Itália três foram embora logo. Portanto, falta saber o futuro do do Montello que é hoje. Eu posso dizer isto?

JORGE CORREIA (00:18:27) – Podes, podes. Nós não estamos a gravar no dia seguinte a vitória de Portugal nos penáltis, com três defesas, quatro defesas do Diego Costa, um no tempo regulamentar, três nos nos penaltis.

JORGE CORREIA (00:18:39) – Já podemos mudar a frase angústia do marcador antes do penálti para a glória do guarda redes no momento do remate à baliza gigantesca.

RUI M TOVAR (00:18:50) – E ele voou mesmo. Ou seja, não foram penalties. A mim, quanto a mim, fáceis, fáceis de defender, ele atirou se mesmo para a bola e todas as três bolas são defendidas no ar. Se fosse rasteiro, também era. Também era meritório porque até demorou uns momentos menos tempo a chegar ao chão. Demoramos mais tempo a chegar ao chão, mas são voos muito assertivos, tipo eu vou me atirar para ali.

JORGE CORREIA (00:19:17) – A uma projecção.

RUI M TOVAR (00:19:17) – Quando a bola vem, Bolas, melhor ainda, Bora lá defender isto.

JORGE CORREIA (00:19:20) – Eu gostei muito da.

RUI M TOVAR (00:19:22) – Atenção.

JORGE CORREIA (00:19:23) – Extraordinária.

RUI M TOVAR (00:19:23) – De todos os penáltis.

JORGE CORREIA (00:19:25) – Mas o mais difícil.

RUI M TOVAR (00:19:27) – Aquele defendido no jogo do Ronaldo, foi incrível, porque aquilo para mim é penálti. Falhado, claro, mas não conta. Aquilo é defesa do Oblak? Sim, é.

JORGE CORREIA (00:19:35) – Mérito do guarda.

RUI M TOVAR (00:19:36) – Redes, mas muito mesmo. E que é aquilo? É um remate cheio de força, que vai mesmo.

RUI M TOVAR (00:19:41) – Não vai ao canto, mas vai para junto ao poste e é para cima. O Oblak teve aquela convicção, tal como teve no penalty do Cristiano no desempate, convicção que ele iria para aquele lado. Veio, não chegou. A bola foi mais puxada, mas foi uma grande, grande. Ou foi mais defesa do Oblak do que falhanço do Ronaldo?

JORGE CORREIA (00:20:02) – Há uma declaração muito curiosa, julgo que do Bruno Fernandes, quando lhe perguntam sobre, sobre as defesas de Diego Costa e ele diz Ontem estivemos a treinar penáltis e até nos treinos é complicado marcar de golo.

RUI M TOVAR (00:20:18) – Não sabia disso.

JORGE CORREIA (00:20:19) – O que é uma declaração maravilhosa. Quer dizer que temos aquilo, não é sorte, aquilo não é. E depois a segunda declaração muito curiosa do próprio Diego Costa, que é quando lhe perguntam. Esteve a estudar os adversários. E ele diz Sim, nós estudamos os adversários, mas naquele momento eu usei da minha intuição, claro, para defender as bolas.

RUI M TOVAR (00:20:40) – Isso percebe se no penalty e nos dois penalties do Ronaldo. Um é para um lado, até para outro.

RUI M TOVAR (00:20:44) – Tanto o Oblak, tanto o Ronaldo como o Oblak tiveram que pensar no assunto e pensaram mesmo. Engraçado, para.

JORGE CORREIA (00:20:51) – Onde é que eu mando a bola? Para onde é que eu não mando a bola?

RUI M TOVAR (00:20:54) – Até agora, nos três desempates em que o Ronaldo participou no Europeu. Ele atirou se para a bola, para aquele lado. Inglaterra, 2004, Polónia 2016 e agora a Eslovénia atirou sempre para. Ou seja, ele fez o penálti clássico erra pé direito, bola cruzada e não pé direito para ali. O penálti clássico é pé direito, bola para ali, pé esquerdo, bola para o.

JORGE CORREIA (00:21:18) – Pé direito para para o lado direito, o guarda redes. Portanto, bater a bola da direita para a esquerda.

RUI M TOVAR (00:21:24) – Porque a bola vai a fugir, não é?

JORGE CORREIA (00:21:25) – Portanto, é mais difícil.

RUI M TOVAR (00:21:27) – Quando metes a bola assim ela vai fugir. É e é cruzado.

JORGE CORREIA (00:21:32) – Torna mais difícil. Sendo que também muito curioso a maneira como Bruno Fernandes marca os seus penáltis, que é não olha para a bola, olha para o guarda redes, faz o movimento.

JORGE CORREIA (00:21:44) – É em função do guarda redes. Ele bate a bola, que é um outro nível completamente diferente.

RUI M TOVAR (00:21:49) – Sim, já entrevistei o Beto, o guarda redes, que também já foi especialista em penaltis e resolveu até uma final europeia entre o Sevilha e o Benfica. E o Beto disse me e infelizmente isto foi em off. Já já foi no fim da entrevista e a única pessoa que me enganou sempre nos penáltis foi o Bruno Fernandes. Nunca consegui defender um penalty do Bruno Fernandes e eles treinam juntos, não é? porque foi são.

JORGE CORREIA (00:22:15) – Agora imagina aquilo é um jogo de sombras, No fundo tu não sabes, Quer dizer, tu consegues avaliar. Imagino que a postura do corpo do jogador, a maneira como está a anca, a maneira como está o pé, mas se tu ficas à espera até ao último segundo, não há maneira de o defender. Não é assim.

RUI M TOVAR (00:22:30) – Com estas bolas, não.

JORGE CORREIA (00:22:32) – É porque aquilo é aquilo. É verdadeiramente muito, muito rápido. Mas claramente o guarda redes português tem ali uma.

JORGE CORREIA (00:22:40) – Nesse diálogo, nessa dialética, tem três jogadores canhotos que batem a bola mais fácil ou mais difícil, os jogadores canhotos, Os canhotos são bons. O que há uns grandes canhotos não é a.

RUI M TOVAR (00:22:53) – Tradição de se dizer que não, não é. Mas já houve, obviamente, finais europeus e mundiais decididas por canhotos. O grosso da Itália resolveu a final do Mundial de Itália e do Mundial da Alemanha em 2006 e, por exemplo, no último Europeu em Inglaterra, Itália. O Saca foi o último falhar o penalty e defendeu na Roma, também com o pé esquerdo. É claro que há uma percentagem os os. Os destros têm, têm, têm uma percentagem maior, mas também marca muitos mais penaltys só para se ver. Só para se ver em quatro desempates de Portugal, cinco Vou por quatro do Europeu e do um e um do Mundial. Cinco desempates, só dois canhotos. Hugo Viana, com a Inglaterra em 2006, atirou ao poste e o outro foi o Bernardo. Ontem, só dois canhotos marcaram penáltis.

RUI M TOVAR (00:23:48) – Marcaram ou não marcaram? Avançaram para a marca do penalty em cinco desempates de Portugal em europeus e mundiais. Dois canhotos. Isto é uma tendência porque o ser canhoto é raro, não é? Sim, sim. Portanto, é normal que os destros tenham mais hipóteses e mais que ontem vimos.

JORGE CORREIA (00:24:06) – Também temos que falar do Ronaldo. Claro que temos de falar do Ronaldo. Cada bola, cada livre, mesmo nas zonas do campo, mais estranhas, como do lado do campo. Cristiano Ronaldo agarra a bola e vai bater aquele livro. E Ronaldo fará o que quiser, quando quiser e como quiser.

RUI M TOVAR (00:24:25) – Eu vejo muitas assembleias à volta dele. Antes de cada livro voltar. É sempre o mesmo. Fernandes vai para um lado, o Bernardo vai para o outro e até o Rúben Dias acho que foram sempre estes três. Estiveram lá de volta do Cristiano nesses quatro anos. mais visto, mais vistosos e aparentemente mais perigosos.

JORGE CORREIA (00:24:41) – Daquilo que é que eles falam? Pois, não sei.

RUI M TOVAR (00:24:43) – Adorava saber, ou melhor, não adorava saber, mas.

RUI M TOVAR (00:24:46) – Mas se houvesse alguém que tivesse uma leitura labial e que pusesse ok, eu ouviria. Mas deixa me.

JORGE CORREIA (00:24:52) – Deixa me lá rematar. Olha, agora sou eu que estou aqui.

RUI M TOVAR (00:24:54) – Quem mais tem a ver com. Com o primeiro? Com o afã de ter, de ter sucesso, de ser o herói. No caso do Cristiano Ronaldo, dos outros também há essa fã. Só que é. Em êxtase. Portanto, não, não há hipótese, porque eles. Já no quarto livro, notou se mesmo, ou pelo menos eu notei que já havia desgaste, tipo outra vez, tipo então sim, quero combinado? Era ok, marcas dois, mas depois se a bola não passar a barreira ou se a bola for ao lado? Deixa me tentar isso. Era preciso também que fossemos ver, analisar os últimos dois anos, o último ano, quem marcou mais golos, livra.

JORGE CORREIA (00:25:41) – Ou o treino também não. E portanto, usar a estatística? Usar o treino?

RUI M TOVAR (00:25:45) – Sim, sim, sim, sim.

JORGE CORREIA (00:25:46) – Usar a cabeça também.

JORGE CORREIA (00:25:47) – Lá está a mentalidade, porque alguns jogadores claramente têm esse e esse feeling de que aquele pode ser o jogo em que podem marcar.

RUI M TOVAR (00:25:55) – Aconteceu uma coisa engraçada. Foi. Não sei se foi o segundo ou no terceiro livro. Tenho ideia que foi no terceiro dos quatro livros apareceu uma estatística, que são 58 livros diretos marcados pelo Ronaldo em europeus e mundiais. Um golo e o golo, a Espanha no Mundial da Rússia e um belíssimo.

JORGE CORREIA (00:26:13) – Golo, por certo. Mas, mas, mas. Mas isso levanta aqui uma questão que é olhando para equipas de alto desempenho, como claramente são as são as selecções de futebol e a nossa não escapa a essa regra. Como é que um atleta com toda a história que tem, como Cristiano Ronaldo, ainda sequer tem lugar no 11 titular?

RUI M TOVAR (00:26:37) – Pois bem, não é estranho começar o Europeu titular, porque se ele foi titular sempre na fase qualificação, não tinha lógica afastá lo, até porque ele não deixou de marcar golos. Ele está em forma, supostamente, portanto é normal.

JORGE CORREIA (00:26:52) – Só que não salta tão alto. Não é tão rápido, pois não? Não daquelas bolas que nós víamos sempre Ronaldo a dizer que em cada três duas entrariam. Não está a está a acontecer.

RUI M TOVAR (00:27:04) – Sim, eu penso que ele e todo o país estará à espera do próximo cabeceamento, do próximo livre e.

JORGE CORREIA (00:27:12) – Do próximo lance, do.

RUI M TOVAR (00:27:13) – Próximo e de e do e do. E do sucesso dessa missão, dessa próxima bola. E eu? Para mim não tem lógica ele jogar com a Geórgia, mas também não tem lógica rodar novos outros jogadores com a Geórgia, sobretudo colocando um esquema que já se viu que não é o nosso esquema e jogadores fora da sua posição, situação que ainda se mantém a intenção, porque para mim o Bernardo não pode jogar encostado a linha, tem que jogar para dentro, porque é assim que funciona com o Bruno Fernandes e não distanciar do Fernando. O Bruno Fernandes é que está próximo e o Ronaldo passa o jogo muito longe de todos os outros por culpa da táctica. E não é ele que quer ficar lá plantado.

RUI M TOVAR (00:27:57) – E o esquema de jogo é assim e está um pouco ao abandono. Não há assim muita. Muitas vezes vemos em situações de aflição cruzar para a área, mas só está lá ele é só.

JORGE CORREIA (00:28:11) – Chuveirinho e contra.

RUI M TOVAR (00:28:12) – Quatro jogadores.

JORGE CORREIA (00:28:12) – Normalmente isso As equipas estão tão desesperadas, não é para tentar marcar um golo, tira la mesmo assim.

RUI M TOVAR (00:28:19) – Mas é preciso ter lá quatro ou cinco jogadores e não estarem todos cá atrás. Não é a situação que se vive, é de jogadas relâmpago de jogadores velozes, Cancelo, Rafael Leão e pessoas que vão para a frente, que querem fazer alguma coisa, mas a equipa não. A bola, a equipa não vai não e nota se que a equipa está muito presa e muito tolhida de movimentos. Mas isso é cansaço. Coragem para.

JORGE CORREIA (00:28:45) – Coragem, Palavra a palavra.

RUI M TOVAR (00:28:46) – Coragem sim. E eu não diria coragem. Deixa ver, eu diria a. Ter uma ideia daquilo que se vai fazer com a bola, O Cancelo. Na segunda parte eu percebi que ele estava cheio de energia e cheio de ideias e ele teve que três ou quatro jogadas pelo lado direito, em que uma uma para dentro e outra para fora e dominou a situação dominou o lateral.

RUI M TOVAR (00:29:13) – O Rafael Leão na primeira parte também fez isso e até no último lance, 1/1 a ele que oferece, mete a bola para fora da área, para o remate do Palhinha, que bate na parte, bate no poste, na.

JORGE CORREIA (00:29:23) – Base do poste.

RUI M TOVAR (00:29:25) – Portanto, são. São situações que mais ninguém tem, mas ninguém arrisca.

JORGE CORREIA (00:29:29) – Arrisca arriscar porque é muito curioso, porque assim estes jogadores são sobredotados, são sobredotados fisicamente, claro, são sobredotados tecnicamente, são sobredotados tacticamente. Eles conseguem ler coisas que de uma velocidade estonteante e no entanto não acontece. Ou eu estou a ser injusto e a olhar para a seleção portuguesa? Esse é ia manifestamente exagerar, parece que aquilo não está sincronizado, como se fosse um. Aquele relógio faz um tic tac estranho?

RUI M TOVAR (00:29:59) – Sim, não está. Aliás, a única solução para mim que está sincronizada é a Espanha. Nem sequer a Alemanha. Muito, muito se falou da Alemanha do início, mas a Alemanha do início apanhou. A Escócia e a Hungria foram adversários jeitosos para uma, para uma euforia que estava ali já há muito tempo incontida.

RUI M TOVAR (00:30:18) – Mas depois percebeu se que a Alemanha também convive com alguns problemas não tão graves para mim como os de Portugal. Mas a Espanha é a única seleção em que toda a gente sabe o que fazer com a bola e que toda a gente quer arriscar. Porque isso não era coragem, era arriscar la. Fúria e Fúria Espanhola. Não, não, já, já. Já deixou de ser há muito tempo. É outra coisa que não é fúria. minha, porque eles não são. Deve haver um ou dois jogadores assim, mais mais furiosos que outros. O Carvalhal.

JORGE CORREIA (00:30:46) – Sim, há ali um perfume. Há ali dois miúdos, um à esquerda e outro à direita, que vieram cá muitos e muitos mais. Parece que vieram dos juvenis, mas que têm primeiro uma boa confiança do treinador, claramente, mas depois eles próprios. E eu acho que eles irresponsavelmente se esquecem. o que é que onde é que estão e são. Parece que estão a jogar ali, na ali, na rua, ali no jardim. Sim, sim.

RUI M TOVAR (00:31:12) – Sim, é verdade. É verdade. Sim, A Espanha tem essa atenção, tem essa alegria no jogo. Nós não temos. Até agora não tivemos nunca a alegria nem sequer com a Turquia, porque a Turquia suicidou se bastante cedo e entregou se nos. Portanto, nós dominámos a Turquia. Porque? Porque às tantas aquilo já parecia jogar contra. Contra, contra, Contra sombras e não contra jogadores. Eles desanimaram se muito depressa com aquele autogolo, sobretudo. Portanto, ainda não tivemos um jogo com uma seleção a sério. A primeira vai ser a França. Vamos ver se a França joga como uma seleção a sério. Eu diria que sim, porque eles são muito fortes fisicamente, gostam muito de recuperar a bola o mais longe possível da sua área, o mais perto possível da área do outro. Notou se que a Bélgica, portanto, vai ser um jogo que exige outra dinâmica, mas também tem mais liberdade para nós e se calhar, com mais liberdade conseguimos fazer mais e conseguimos criar espaços que nunca encontrámos em nenhum dos quatro jogos até agora.

RUI M TOVAR (00:32:15) – Diria Portugal está muito assim, está muito parado, está muito distante. Os jogadores estão muito distantes uns dos outros e o que me parece é estão muito. Muito amorfos.

JORGE CORREIA (00:32:30) – Não há uma apatia, não estão tão irreverentes.

RUI M TOVAR (00:32:34) – Eu não sei se é apatia. Diria que é isto. Não há. Não há um rasgo no jogo com a Eslovénia, tirando o Rafael Leão e o Cancelo e depois o Jota, porque na jogada do penalty é isso e ele agarra na bola e vai por ali fora. É isso que nós precisamos de fazer. É esse o.

JORGE CORREIA (00:32:47) – Seu perfil.

RUI M TOVAR (00:32:48) – Com cabeça? Atenção, não é? Não é. Não é atravessar o campo só porque sim, atravessar o campo com uma ideia. O Rafael Leão tem isso. O Cancelo teve isso e o Diogo Jota naquele lance também teve isso.

JORGE CORREIA (00:33:01) – Por exemplo, os jogadores como como o Chico Conceição, que tem esse tempo, tem essas características, mas depois que ele parece, o treinador decide sempre fazer umas experiências loucas. Agora este jogador joga à direita.

JORGE CORREIA (00:33:14) – Eu vou pô lo aqui à esquerda para ver o que é que acontece. Nada. Então vou por aqui, à direita e mesmo aí aquilo parece que não, que não temos um problema no motor de arranque. Como? Como diria? O que é que o que é que quer dizer Futre, que fazia sempre isso e ele não tinha definitivamente nenhum problema. E lá está, esse arrojo, essa e essa capacidade. O que esperas de Portugal no próximo jogo?

RUI M TOVAR (00:33:38) – O que eu.

JORGE CORREIA (00:33:38) – Espero, posso fazer?

RUI M TOVAR (00:33:40) – Eu acho. É sonhador, não é? Mas deixem.

JORGE CORREIA (00:33:45) – De sonhar.

RUI M TOVAR (00:33:47) – É quase impossível estar à espera de uma equipa diferente, porque ninguém muda em três dias de cabeça. Ninguém. 11 jogadores Nova?

JORGE CORREIA (00:33:57) – Quem é que seria o teu 11? Eu divirto muito. As discussões da táctica são para mim muito divertidas. Que é então são três centrais ou quatro centrais? São dois, uma. E eu penso assim mas por que raio é que eles estão a falar? Porquê? Porque raio é que é tão importante se a equipa se organiza com três ou com quatro? Ou o que é que isso tem de importante verdadeiramente, quer dizer.

RUI M TOVAR (00:34:22) – Bom, com três não, não funcionam. Não dá certo.

JORGE CORREIA (00:34:26) – Muda se.

RUI M TOVAR (00:34:26) – Claro, mas mudou se agora para quatro, para uma defesa de quatro e tornou se mais homogénea. A equipa ou.

JORGE CORREIA (00:34:32) – Os treinadores são teimosos e volta e meia embirram que.

RUI M TOVAR (00:34:36) – Têm suas coisas. Todos eles, até os vencedores. Ruben Amorim tem a sua pancada. O Carlo Ancelotti tem a sua pancada.

JORGE CORREIA (00:34:41) – Tem que ser um ato de fé.

RUI M TOVAR (00:34:43) – Claro. Tem noção? E são teimosias? Completamente. Então há treinadores que acham que tirando o mesmo jogador, substituindo o mesmo jogador, sempre, isso dá sorte.

JORGE CORREIA (00:34:55) – Ao mesmo minuto.

RUI M TOVAR (00:34:56) – Bom, também não vamos por aí, né? Mas há uns.

JORGE CORREIA (00:34:58) – Que espera um minuto 70 e quer dizer assim está a sair este, entra, aquele e aquilo parece.

RUI M TOVAR (00:35:03) – Diria que o importante até agora era encontrar uma harmonia. E não há agora perguntas. Houve harmonia no Europeu de 2016 que eu tivesse visto dentro de campo? Não. Mas. E ganhámos.

JORGE CORREIA (00:35:18) – Houve sofrimento? Houve.

RUI M TOVAR (00:35:20) – Houve capacidade? Sim, com a Croácia e com o plano.

JORGE CORREIA (00:35:23) – E, sobretudo, vou ver se há capacidade. Mas acho que há duas que eu olho E que é que vejo que tem perfume? Quer dizer, vidinha.

RUI M TOVAR (00:35:29) – Claro, está bem. Claro que sim, claro que sim.

JORGE CORREIA (00:35:31) – Mas é um Não é que tu.

RUI M TOVAR (00:35:33) – Tenha peninha, sei lá. O Rafael Leão também.

JORGE CORREIA (00:35:36) – Olha quem é o teu 11 para jogar com a França.

RUI M TOVAR (00:35:40) – Para o 11 e sim.

JORGE CORREIA (00:35:42) – O 11 que tu imaginas que Martínez vai poder jogar. Porque é diferente.

RUI M TOVAR (00:35:46) – Claro, mas isso vai ser igual a este.

JORGE CORREIA (00:35:48) – Exatamente. Pepe tem gasolina. Depois vou perguntar por que.

RUI M TOVAR (00:35:55) – E vai jogar.

JORGE CORREIA (00:35:56) – Quem? Exato. Mesmo sem gasolina, é melhor do que não.

RUI M TOVAR (00:35:59) – Não estou a dizer isso. Vai jogar quem? Porque isso? O Pepe, por exemplo, não jogou a meia final do Europeu 2016. Estava suspenso. Jogou Bruno Alves suspenso. É diferente, não é? Sim. Se não jogar, vai fazer barulho, não é? Antes do jogo vai haver aquele durante, durante, durante uma horinha vai se falar disso.

RUI M TOVAR (00:36:24) – Atenção, não há mal nenhum. Mas há pessoas que pensam nisso. Sim, há treinadores que pensam nisso. E o que é que pensará o treinador, Os avançados franceses sobre isso?

JORGE CORREIA (00:36:36) – Vai ser mais fácil. Exato. Há um efeito simbólico também um efeito de não.

RUI M TOVAR (00:36:41) – Podemos pensar só em nós, não é? O efeito também está do outro lado. Por isso é que eu digo o que é que eu acho que o Martínez pensa que o Ronaldo vai jogar? Porque os defesas e sobretudo os guarda redes e ainda o temem aqui e ali. Ou seja, se houver um livre e não temem agora as exceções. E para mim o Oblak é uma exceção. O jogo do Oblak ontem é de uma serenidade que eu fiquei. Ele Ele defendia e ficava impávido e sereno, como se nada fosse. Mesmo no penalti, sim. Não foi uma pessoa efusiva, nem não esteve aos pulos. Manteve se.

JORGE CORREIA (00:37:16) – Tornou normal aquele aquele confronto? Sim.

RUI M TOVAR (00:37:20) – Bem. E é normal. Jogaram tantos anos juntos no real.

RUI M TOVAR (00:37:23) – Sim, porque eles.

JORGE CORREIA (00:37:23) – Conhecem se exactamente. Eles conhecem se completamente de quem se arriscaram. 11.

RUI M TOVAR (00:37:29) – O mesmo para mim, vai ser o mesmo.

JORGE CORREIA (00:37:31) – Sem mudar nada.

RUI M TOVAR (00:37:34) – Então para quê se na cabeça dele está tudo bem? Jogamos bem. Portanto.

JORGE CORREIA (00:37:39) – Esse é o ponto que. E quando Martinez chegou e fez as suas primeiras declarações e e fez este esforço para aprender português, que é muito interessante, Portanto, aproximou se de nós, humanizou o discurso, falou a flor à flor da relva, não só no ambiente de conferência de imprensa. Fez uma reflexão muito elogiosa e nós olhamos e dizemos só cair. Parece me um tipo evoluído. Tem uma boa imagem, tem uma boa reflexão. E nos últimos dias fiquei a pensar o seguinte que é o jogo ou os jogos correram francamente mal e o discurso do treinador é qualquer coisa de isto foi extraordinário. Isto foi um jogo, estes detalhes, este. E eu pensei mas está a falar de quê exatamente?

RUI M TOVAR (00:38:33) – Pois ele está a falar de um copo meio cheio ou meio cheio, não é? Que não existe para nós? Para mim não existe.

RUI M TOVAR (00:38:40) – Portanto, das duas vezes quando perdemos com a Geórgia e quando empatámos, agora com a Eslovénia e também na conferência de imprensa de apresentação com a Eslovénia, fiquei algo decepcionado com aquilo que ele disse na conferência de imprensa. Com aquela vénia, advertiu para o facto da Eslovénia marcar primeiro e que iria ser complicado. E complicado porque nós queremos que seja complicado, porque a Geórgia marcou a Espanha primeiro e eu pensei e agora, como é que a Espanha se vai saber?

JORGE CORREIA (00:39:13) – Ligou a mota e.

RUI M TOVAR (00:39:15) – Continuou a.

JORGE CORREIA (00:39:16) – Jogar.

RUI M TOVAR (00:39:16) – Sim, é. E é por isso que eu digo que a Espanha é a favorita. Agora, claro que a Espanha pode ir eliminada já para a Alemanha. Porque? Porque sim, Porque ele também é forte e joga em casa. E às vezes isso tem. Tem muitas nuances. Um jogo de futebol não é como se viu com os. Love. A comunicação dele está está a falhar. E se não fossem os jogadores a falar? E no caso da conferência de imprensa antes da Eslovénia, até foi o Bruno Fernandes que disse coisas muito certas sobre a confiança dos jogadores em seguir em frente E não teve aquele discurso do se sofremos primeiro, vai ser difícil, que é o mesmo, passa uma imagem para mim, como adepto que quero chegar à final do Europeu, porque há condições para isso, porque já houve anos em que não tínhamos.

RUI M TOVAR (00:40:05) – Mas ok, somos sonhadores e vamos querer isto. Mas depois. Epá, de facto não havia, não havia essa perspetiva, não havia.

JORGE CORREIA (00:40:11) – Capacidade, não havia possibilidade.

RUI M TOVAR (00:40:13) – Capacidade. Mas. A reação do Martínez até agora tem sido muito. Tem sido uma decepção.

JORGE CORREIA (00:40:23) – É bizarro, não é? Quer dizer, ele. Porque eu percebo que ele tem autismo.

RUI M TOVAR (00:40:28) – Eu não percebo se é bizarro, porque eu não sei se ele acredita naquilo que diz ou se é para dar força.

JORGE CORREIA (00:40:33) – O que é que ele dirá?

RUI M TOVAR (00:40:34) – Por exemplo, o João Cancelo, no final do jogo, também disse que jogámos bem. Se calhar estava a falar.

JORGE CORREIA (00:40:40) – Que não estava a falar dele. Não é.

RUI M TOVAR (00:40:41) – Isso. Isso seria correto, embora não fosse um grande jogo. Já vimos o João Cancelo muito melhor, portanto jogámos bem. Não é bem isso. Acho que ninguém pensa isso. Ninguém pensa de nós que vimos o jogo e eles sabem.

JORGE CORREIA (00:40:54) – Não quer dizer eles, eles, quer dizer, eles têm.

RUI M TOVAR (00:40:56) – Isso que eu digo.

RUI M TOVAR (00:40:57) – Eu não sei se aquilo é uma forma de estamos juntos nisto e vamos todos dizer o mesmo e vamos puxar o barco para a frente ou se acredita realmente nisso.

JORGE CORREIA (00:41:07) – Acho que é uma tática da comunicação também.

RUI M TOVAR (00:41:09) – O jogo não foi bom, né? Ninguém pode estar contente com aquele jogo.

JORGE CORREIA (00:41:13) – O que é um jogo bom.

RUI M TOVAR (00:41:14) – Um jogo bom e um jogo com a Inglaterra em 2001, jogo com a Alemanha em 2001, jogo com a Holanda e um jogo com a Inglaterra em 2004. Por muito sofrido que fosse. E foi. A Inglaterra foi um grande adversário, apoiada por um grande público na Luz. Mas foi um jogo para dar resposta. E é isso que eu quero. É isso que eu quero de um jogo de futebol, seja eu, a Turquia ou Portugal. Eslovénia Estou à espera de haver um bom jogo entre os dois que me que me animem e não o que aconteceu ontem, que foi desanimador ao longo de quase todo o tempo.

JORGE CORREIA (00:41:51) – Sim, é aborrecido, não é? Quer dizer, não é.

JORGE CORREIA (00:41:53) – Não é um espetáculo, não é uma coisa que a gente esteja a ver e nem tem que ser.

RUI M TOVAR (00:41:56) – Nós é que queremos que seja. Atenção, não é?

JORGE CORREIA (00:41:59) – Mas nós contamos para qualquer coisa, não nesta. Nesta conversa. Quer dizer, nós que somos sim.

RUI M TOVAR (00:42:03) – Mas uma vez mais o treinador pode ter a ideia de se jogar à defesa e ganhar.

JORGE CORREIA (00:42:08) – Que se lixe. Bom, esse Fernando Santos, Ele provou essa tese até ao limite.

RUI M TOVAR (00:42:12) – O que é um múltiplo vencedor de tudo e mais alguma coisa. Também joga muitas vezes a defesa e sai a ganhar. É preciso matreirice no mundo, em todo o mundo, em todos os mundos. No futebol também. E há treinadores assim e outros que não são assim. Eu se me perguntas uns jogos bons da seleção, já mencionei uns quantos e até posso dizer assim Olha, não me importava nada de ganhar a França com o com um estilo de jogo, um estilo de jogo Não, porque nunca, nunca vai acontecer mais isso, mas ao o pontapé de Estugarda de Carlos Manuel não é pronto.

RUI M TOVAR (00:42:48) – É um jogo em que a RF a dominou, sobretudo a seguir ou não, sobretudo a seguir ao golo. Foi duas bolas no poste ou três. Portanto, houve ali muita, muita aflição. Os deuses.

JORGE CORREIA (00:42:58) – Estavam connosco.

RUI M TOVAR (00:42:59) – Mas controlar essa aflição também é bom e também nos dá força, não é? Ou seja, ser subjugado por uma potência superior e nós saímos a ganhar. Sobreviver agora. Eslovénia Não é isso, né? Ganhámos a uma equipa que atacou pouco, que se fechou mais ou menos bem e que nós devíamos ter sido superiores antes dos penaltis.

JORGE CORREIA (00:43:24) – Embora pareça um padrão deste euro ter equipas que provavelmente não têm tanta capacidade ofensiva, terem organizações defensivas muito sólidas e correrem como se não houvesse amanhã. É verdade. Fisicamente, enquanto que nós olhamos depois a estatística, quando nós lemos para a estatística de Portugal, vemos que os gajos também correm muito, mas quando estamos a ver o jogo parece que eles não correm tanto, não é? Quer dizer que não há esse rasgo? Portanto as defesas claramente estão a ganhar os avançados.

JORGE CORREIA (00:43:55) – Boa surpresa destes europeus. Fala dos jogadores, não tanto na conferência de imprensa. As conferências de imprensa também parecem muito chatas. As perguntas parecem me redondas e mastigadas as respostas. Pediu para lá dois gravadores, um a fazer perguntas, a dar respostas, que era a mesma coisa. Mas depois, naquelas zonas mistas, em particular, quando parece que já não há ordem para quando aparece cá um caos na zona mista que é a zona melhor, Se calhar não está lá o assessor de imprensa, os Os jogadores. Há jogadores com já com discursos muito articulados, muito.

RUI M TOVAR (00:44:26) – Que no primeiro jogo vi que tinha. Espantou me bastante. Muito bem de reflexão, muito bem mesmo. Uma boa análise do jogo, assim simples, mas com palavras que nós entendemos, não? E, portanto, ou seja, do nosso vocabulário, que é importante também tornar o leitor ou espetador como parte do problema e da solução. E Vitinho apresentou isso muito bem, tanto no Flash como na conferência de imprensa. O Palhinha também esteve bem a dizer que se o Vitinha saiu sem o nosso maestro, também é uma boa e uma boa.

RUI M TOVAR (00:44:57) – Todos.

JORGE CORREIA (00:44:58) – Todos percebemos o que é que ele está a dizer exatamente.

RUI M TOVAR (00:45:02) – A jogadores sem as jogadores que pensam. O Bruno Fernandes também é muito bom. Sempre foi. O Bernardo também. E há jogadores que são mais aventureiros. Há jogadores que são mais divertidos, há outros que são mais atados nesse aspeto. Por exemplo, o Quaresma era era o rei, não é? Sabia muito bem, estava muito confortável nas conferências de imprensa e no flash interview.

JORGE CORREIA (00:45:23) – Era um driblador também nas conferências de imprensa.

RUI M TOVAR (00:45:26) – Agora diz me assim jogadores deste Europeu que tu tenhas gostado. Diria que o que aquele da Geórgia número sete, o que vara? O que Maradona não é maravilhoso.

JORGE CORREIA (00:45:36) – Que vara as telhas Raiders não se vêem também? Se calhar os coitados, quando tiverem que dizer os nossos nomes, também devem também para o país. Não é bom que.

RUI M TOVAR (00:45:45) – O Santos no meio campo com a Espanha e é um dos lances do Europeu para mim, porque denota uma visão para uma visão anormal do jogo, não é? E aí, às vezes há lances que nós vemos na televisão que está, que o jogo, está todo balanceado para a direita e há um na esquerda solto.

RUI M TOVAR (00:46:01) – E eu passo a bola, claro. Normal, não é? Mas ele não está a ver. Mas se fosse o Maradona, ele metia, porque ele vê mais que o Tim. Ou pelo menos neste Europeu, viu mais que os outros e achei muito interessante. É claro que depois há uma série de espanhóis, como tu disseste há pouco, que driblam, brincam com a bola e isso, isso e isso é importante. Agora não tenho estado atenta àquilo que os outros jogadores disseram Na na zona mista não tenho.

JORGE CORREIA (00:46:29) – Sim, vamos acompanhando, mas fico sempre. Até porque estou próximo do universo do jornalismo. Fico sempre com a sensação de que os jornalistas não estão.

(00:46:42) – A.

JORGE CORREIA (00:46:42) – Fazer muito bem o seu trabalho. Não, não, não o seu trabalho de análise ou de mas de. De. De. De perguntar, por um lado. De perguntar aquilo que é óbvio, o que é diferente em busca de uma resposta diferente. Mas se calhar não estão a conseguir. Ou numa coisa que é ainda um pouco diferente, que é em qualquer tipo de jornalismo, normalmente o jornalista é aquele que vê mais longe.

JORGE CORREIA (00:47:08) – Lá está, é como um jogador, é aquele que consegue, que tem fontes, que conhece as pessoas do sítio onde trabalha e que, portanto, vai obter uma informação que eu não, que eu não sei. É o que me dá ideia que nestas competições e nestas equipas há uma bolha e que essa bolha é tão estanque que não permite que eu saiba nada de novo ou de interessante daquilo que lá se está a passar. Eu gostava muito de saber o que é que o que disse Martínez no no autocarro, o que é que um jogador que conversou com outro? O que é que ou como é que foi o pequeno almoço esta manhã? Entre entre os jogadores?

RUI M TOVAR (00:47:41) – Pois era. Era bom que assim houvesse. Da minha experiência, que só posso falar disso, dessa experiência, não posso falar nada. Não, não estou lá e não dá. Não dá para perceber as minhas experiências em 2016 e 2012, mais 2012. E foi um choque grande porque. e tenho ideia que nada mudou, porque tenho amigos que estão, que fazem a seleção nesses grandes eventos e dizem que está na mesma, que é a seleção portuguesa e a Federação portuguesa resume se ao treino aos 15 minutos.

RUI M TOVAR (00:48:13) – Não é a conferência de um jogador e pronto. E não há mais nada. E eu lembro me de no Europeu 2012 ter ido a um treino da Dinamarca que foi adversário de Portugal. Foi o segundo adversário em Lviv e. Acabou o treino e estavam todos os jogadores à disposição dos jornalistas. Era só estar na zona mista, numa zona mista criada por eles pela Federação Dinamarquesa, e havia.

JORGE CORREIA (00:48:37) – Acesso aos jogadores.

RUI M TOVAR (00:48:37) – Todos. Então entrevistei o Benner. Lembro me que entrevistei o dia cinco, que era o jogador mais baixo europeu, italiano. Entrevistei o à noite porque era Alemanha, Itália. Meia final, mas também pela meia final. Lembro me de um. Lembro me de entrar no trem da Espanha e entrar, não assistir ao trem da Espanha e perguntar ao assessor de imprensa se havia hipótese de de falar com aquele bosque, ele sentar ali e eu fiquei a olhar para ele e ele.

JORGE CORREIA (00:49:11) – Vai fazer o teu trabalho.

RUI M TOVAR (00:49:12) – E estava já na parte final do treino. Havia jogadores a rematar à baliza, uns sem guarda redes, só a rematar.

RUI M TOVAR (00:49:19) – Havia jogadores já descalços. Fabregas estava todo contente, descalço, com um na relva. Não é isso? E eu, o deles, que estava no banco a falar com alguns jornalistas. Eu entrei lá, pronto, Suei como intruso. E era. Era o único estrangeiro e falámos durante dez minutos até saímos do treino juntos, lado a lado. Eu e o Del Bosque e lembro me de ter estado num treino da Irlanda. Com o Trapattoni. E aí não foi sair do treino com ele, mas foi estar aqui a ver o treino. Ele ele tinha acabado de dar o treino e estava junto a uma barra metálica, como aquelas que separam os adeptos do que acontece no Estoril Praia, por exemplo. A essa barra no campo todo e estar a falar com ele e é dele falar com os adeptos também irlandeses, que lá estavam. Tanto havia adeptos e jornalistas nesse trem da Irlanda e eu.

(00:50:20) – Lembro de.

RUI M TOVAR (00:50:20) – Mais um.

(00:50:20) – Treino assim.

RUI M TOVAR (00:50:22) – Ah, não, isso foi uma conferência de imprensa na Inglaterra. Eu cheguei atrasado, eu cheguei atrasado, a conferência de imprensa estava quase no fim e apanhei o mesmo.

RUI M TOVAR (00:50:32) – Sim, ele ia sair. Isso foi há 12 anos e faz muito. Faz muita diferença já. Porque entretanto, já mudou muita coisa e deu poder chegar à fala com ele. Dizer para que fui de Portugal e que cheguei atrasado e de fazer isso a uma pergunta. Pronto. E ele responder uma pergunta que já não estava no programa, que ele já se tinha levantado da mesa. Portanto, se fosse uma pessoa já mais sisuda, sim.

JORGE CORREIA (00:50:54) – Adeus.

RUI M TOVAR (00:50:54) – Sim, sim, Acabou. Tchau. Ou nem sequer parava. Tipo, se eu tocasse, ele mexia o braço.

JORGE CORREIA (00:50:59) – Ia se embora, claro.

RUI M TOVAR (00:51:01) – E, portanto, são comportamentos que era interessante analisar e pôr em prática, porque quanto mais os jogadores falarem, mais o público se sente próximos dele. Sim. Lembro que no Mundial 2002 não experiência própria, mas sim de ler os jornais O Figo, Rui Costa e o Fernando Couto falaram todos os dias à imprensa, todos os dias, os.

JORGE CORREIA (00:51:26) – Melhores jogadores estarem disponíveis para isso. Torna se mais humano, mais próximo.

RUI M TOVAR (00:51:30) – Perdemos para os Estados Unidos, mas agora vem a Polónia e vamos e vamos. Vamos ganhar. Transmitir uma mensagem não é fechar, não é ficar fechado. E nós ficamos na dúvida. Também ninguém falou porquê a gente perdeu.

JORGE CORREIA (00:51:42) – O que é que está a acontecer?

RUI M TOVAR (00:51:43) – Portanto, não é só falar depois do jogo, no dia e no dia seguinte. E não é só um e vários para mensagem fluir. Não ser só todos os jornais, todas as televisões e todas as rádios.

JORGE CORREIA (00:51:56) – A dar a mesma coisa.

RUI M TOVAR (00:51:57) – Dizerem Danilo disse que dois pontos abrir aspas, um.

JORGE CORREIA (00:52:00) – Aborrecimento e.

RUI M TOVAR (00:52:00) – Todos dizem o mesmo. Todos vão ficar aquela mensagem ou aquela declaração, se houver, imagina a ao jogador, o A que vai falar a comunicação social. Mas depois há três jogadores todos os dias que falam que passa, que podem passar pela zona mista e falam assim. Vejam.

JORGE CORREIA (00:52:20) – No caso de Espanha, quer dizer, o bom hábito que eles têm que o jogador ou o treinador. Volta e meia aparece nos nos podcasts, num programa da Rádio Nacional de Espanha, na série Cope, que tem várias coisas e eles têm esse.

JORGE CORREIA (00:52:33) – Eu lembro.

RUI M TOVAR (00:52:34) – Me lembro do Mundial 2010 na África do Sul.

JORGE CORREIA (00:52:38) – O treinador de, com os auscultadores, a responder ao público em geral, nem sequer foram os jornalistas.

RUI M TOVAR (00:52:46) – E a falar do Casillas, que era o capitão Mundial 2010 e de haver uma Câmara, uma Câmara da Federação atrás do Casillas. Não era. Era no hotel. E o Casillas foi. Foi entrevistado por cinco ou seis, por cinco ou seis emissoras, ou seja, cadeias de televisão, emissoras de rádio, Mas cada uma no seu quarto. Então via se, abria a porta, sentava se e aquilo era fast fast forward e falava. Depois saía e via uma cena curiosa que via uma uma de um lado para o outro, de um de um canal de televisão para uma rádio que há dias tinha que passar por uma janela e não por uma porta. Havia ali no hotel uma brincadeira, uma brincadeira e ela então para abrir a janela para cima, portanto, perna, esquerda, perna direita. E lá foi ele, o cameraman e a mesma coisa atrás dele.

RUI M TOVAR (00:53:43) – E porque não? Qual é o mal?

JORGE CORREIA (00:53:45) – Novas narrativas. Olha, estamos praticamente a fechar. Quem vai ser campeão? Quais são as tuas apostas?

RUI M TOVAR (00:53:53) – As minhas apostas? Olha, a Inglaterra caiu num lado muito bom do sorteio, não é? Se fosse uma Inglaterra competente.

JORGE CORREIA (00:54:01) – Chegava à final tranquilamente.

RUI M TOVAR (00:54:03) – Sim, sim. Pronto, já já, já, já é. Ao menos a Eslováquia. Agora é a Suíça. Depois terá pela frente nenhum tubarão. Não é como o nosso lado. O nosso lado é mais complicado desta vez. Portanto, agora temos a França, depois havemos de ter a Alemanha ou a Espanha. Portanto, são situações. Mas diria assim, a favorita para mim por jogo e por estilo é a Espanha. Agora, logo, logo se verá. Imaginem, Portugal chega à final. Não, não me.

JORGE CORREIA (00:54:34) – Surpreendia.

RUI M TOVAR (00:54:36) – Portugal sim. Depois de 2016, Não, já não, já Nada me surpreende. A sério Já não. Não é por mal, porque em 2016 fizemos uma grande algazarra por ter empatado com a Hungria três três e ter caído para o lado bom do do quadro.

RUI M TOVAR (00:54:56) – Mas foi sofrido e não é. Não foi assim uma estivemos.

JORGE CORREIA (00:54:59) – Fora duas vezes. Pois olha, Ronaldo ainda jogava futebol.

RUI M TOVAR (00:55:03) – Não é muito. Marcou três golos. Assistiu Nani para dois, também para a Hungria pagá los. Havia muito golo. Havia o Renato Sanches Muito muito bem. Havia o Quaresma como suplente de ouro, havia o Éder como suplente de ouro, havia Adrian, Havia um avião? Sim, havia uma equipa muito, muito interessante. Só que não era um futebol vistoso. E depois não. E sim, a questão é que é que agora é o mesmo e depois nós é que temos o futebol vistoso. E depois há outro problema nós queremos o futebol vistoso, ele não existe, mas podia ser mais vistoso, Mas nem isso é. Ou de vez.

JORGE CORREIA (00:55:42) – Em quando ou.

RUI M TOVAR (00:55:43) – De vez em quando, ainda não é.

JORGE CORREIA (00:55:44) – Olha aqui esses dez minutos. Uau! Era mesmo isto. Vamos ver, Vamos ver o que é que dá a.

RUI M TOVAR (00:55:48) – França, não é? A expetativa está sempre alta, porque eu não vou entrar.

RUI M TOVAR (00:55:52) – Não num jogo derrotado, sim, senão não vale a pena ver o jogo, né? Portanto, acredito que seja um jogo complicado para a França, porque nós também sabemos complicar a vida aos outros. Também temos essa também também. Também conseguimos ter essa finalidade, nem que seja tirar o boneco. E Diogo Costa defende tudo. É uma possibilidade, como aconteceu com o Rui Patrício na final do Europeu.

JORGE CORREIA (00:56:17) – Ou o Cristiano tem o dia também em que se lembra? Claro, Claro que é dia dez, Está na baliza e consegue qualquer coisa Futebol.

RUI M TOVAR (00:56:25) – Basta ver a final do Euro 2016.

JORGE CORREIA (00:56:28) – Estavas onde estavas? Onde é que tu estavas em 2016? No estádio do.

RUI M TOVAR (00:56:32) – Jogo?

JORGE CORREIA (00:56:33) – Wow! Vejo como foi muito bom.

RUI M TOVAR (00:56:38) – O jogo em si foi muita ansiedade por perceber que a França tinha tinha tudo na mão. Os adeptos tínhamos também.

JORGE CORREIA (00:56:48) – Era a coroação da França no fundo. Sim.

RUI M TOVAR (00:56:51) – Sim, pareceu isso, Mas pareceu em tons leves. Nada de. O Rui Patrício cedo também se percebeu que estava num dia grandioso e que iria complicar.

RUI M TOVAR (00:56:59) – Lá está. E isso aconteceu. Aconteceu magia porque foi um golo fora de área. Lá está, rematar fora da área é coisa que não fizemos, com a Eslovénia a arriscar e notei que no prolongamento notei que já na parte final do jogo do tempo regulamentar já houve algumas traquinices. Aquela bicicleta do do Quaresma Glorioso, defende. Depois, no prolongamento, se não me engano, a bola, a barra do Rafael Guerreiro, livre directo e depois o golo. Já para não falar que o Éder sofreu cinco faltas ofensivas, cinco faltas no meio campo da França, o que é um bom sinal. Muito bom sinal. Portanto é assim. Repara, perdemos o capitão. Não foi aos 28 minutos. E então? E conseguimos. Portanto, isso é prova mais do que provada de que não precisamos. Eu até diria nenhuma seleção precisa de ninguém. A Seleção é uma equipa. Tanto a equipa pode resultar como equipa. Nesse dia. Foi a prova provada de que Portugal, se tiver com os astros alinhados, pode ganhar a qualquer um.

RUI M TOVAR (00:58:00) – Até a França, em França, no prolongamento, com um golo do suplente Éder. A convicção é sempre essa, ou melhor, a expetativa. Epá, sexta feira vai ser. Vai ser um jogo tipo Éder. É uma fezada, mas também é uma verdade.

JORGE CORREIA (00:58:18) – Tu tens alguma, alguma, alguma rotina, alguma coisa que faças antes de antes do jogo? Não, não e não. Não sei Tropeçarem os jogadores, Os que entram com o pé direito, os que se vencem.

RUI M TOVAR (00:58:30) – Mas eu não tenho a certeza.

JORGE CORREIA (00:58:32) – Podias pensar a pensar o que é que eu fiz em 2016 aqui.

(00:58:34) – Para ver se isto.

RUI M TOVAR (00:58:35) – Está bem, mas não me lembro. Já a comer caracóis, não foi, infelizmente. Eu estava.

(00:58:39) – Lá.

RUI M TOVAR (00:58:40) – E aqui, como portanto estou tramado.

JORGE CORREIA (00:58:42) – Portanto, haverá e 14 de Julho haverá caracóis. Pelo menos já cá estamos.

RUI M TOVAR (00:58:46) – Quem me dera que não fosse preciso, porque era sinal que eu estava lá em Berlim. Mas é bem provável.

JORGE CORREIA (00:58:52) – Uma fezada, um ato de fé, uma espécie de crédito divino.

JORGE CORREIA (00:58:56) – Portanto, esqueçam tudo o que disse sobre a táctica, a comunicação, a racionalidade, o entendimento. Tudo depende da fezada do pontapé feito na hora certa da bola entrar ou bater no poste. E aí estão os heróis e os vilões. Será essa mesma a grande magia do futebol? Até para a semana.

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Ser adepto não é fácil.

Seguramente ser jogador de alta competição parece ser ainda mais difícil.

A linguagem dos corpos em movimento é muitas vezes mais honesta que as respostas nas conferências de imprensa.

Seja no mais belo dos movimento, seja no esgotamento desenhado nas caras dos jogadores ao minuto 120.

O selecionador e treinador de Portugal Roberto Martinez parece ser um bom comunicador. Mas o que diz parece não ligar com a realidade. O que me causa estranheza.

Martinez é claramente um bom comunicador na forma. Mas depois há o conteúdo.

Às perguntas difíceis responde desconversando.

É o modo “pergunta-me o que quiseres, respondo o que me apetecer.”

A forma é sempre imaculada. O discurso todavia parece plástico.

As respostas são sempre de um optimismo extremo.

O jogo foi sempre magnifico. Os atletas insuperáveis e Ronaldo o maior de sempre e em todos os jogos.

E o raio da estatística, fria e calculista, insiste em contrariar o optimismo da fórmula de comunicação do treinador.

É uma boa lição para todos os comunicadores, Ou como não fazer. A boa estética de comunicação não basta. As mensagens tem que ter suporte na realidade. Só assim emprestam credibilidade ao discurso.

A menos que as teorias da pós-verdade tenham contaminado o futebol.

Ou será que o futebol de alta competição é o precursor dessa forma de ver o mundo.

Afinal no futebol o que hoje é verdade, amanha é mentira.

Mas não há só comunicação menos real.

Há excelentes surpresas também.

Jogadores como Vitinha, Palhinha, Bruno Fernandes ou Bernardo Silva falam a linguagem das pessoas reais. Explicam o que fizeram, o que sentem, os sonhos e as dores. Sem fingimentos, olhando nos olhos.

Vi o mesmo em Diogo Costa.

As palavras da sua fala pública ligam-se bem sua soberba prestação em campo.

4 defesas, 3 na ronda de penaltis que apurou Portugal para a próxima ronda do europeu.

Em busca de aprender um pouco mais sobre o fenómeno do futebol fui ouvir Rui Miguel Tovar. Jornalista, comentador e historiador do melhor desporto do mundo.


TÓPICOS & TEMAS

Inicio (00:00:00)

A importância da linguagem corporal (00:00:12)
Discussão sobre a comunicação no futebol, destacando a linguagem corporal dos jogadores e treinadores.

A comunicação do treinador Roberto Martínez (00:01:32)
Análise da comunicação do treinador, abordando a estética e o conteúdo de suas mensagens.

A surpreendente atuação do goleiro Diogo Costa (00:02:41)
Destaque para a atuação surpreendente do goleiro Diogo Costa e sua comunicação autêntica.

A dinâmica do jogo entre Portugal e Eslovénia (00:03:38)
Discussão sobre a dinâmica do jogo, incluindo momentos de tensão e reviravoltas.

O desenvolvimento de Rui Patrício (00:13:40)
Discussão sobre a evolução do jogador nas mãos do treinador Paulo Bento e seu papel como herói no Euro 2016.

Diogo Costa e suas características (00:14:11)
Análise das habilidades e atuação do goleiro Diogo Costa, incluindo sua capacidade de sair aos cruzamentos e habilidades com os pés.

O futuro de Diogo Costa (00:15:30)
Questionamentos sobre a permanência do goleiro em Portugal e seu potencial para jogar em clubes europeus de alta categoria.

Desempenho dos treinadores portugueses (00:16:25)
Reflexão sobre a presença de treinadores portugueses em competições de alto nível, como a Liga dos Campeões, e suas conquistas.

Análise das defesas de Diogo Costa (00:18:27)
Discussão sobre as defesas do goleiro nos penáltis, destacando sua técnica e habilidade.

Estratégias de batedores de penáltis (00:20:19)
Análise das declarações de Bruno Fernandes e Diogo Costa sobre as estratégias e intuições utilizadas na marcação e defesa de penáltis.

Marcadores canhotos de penáltis (00:22:53)
Exploração da tendência de destros marcarem mais penáltis, com exemplos de jogadores canhotos que marcaram ou não marcaram penáltis.

Influência de Cristiano Ronaldo e sua mentalidade (00:24:25)
Reflexão sobre a influência de Cristiano Ronaldo, sua liderança e mentalidade no contexto da seleção portuguesa.

Desempenho de Cristiano Ronaldo (00:26:13)
Discussão sobre o desempenho de Cristiano Ronaldo e sua titularidade na seleção portuguesa, considerando seu histórico e contribuição para a equipe.

00:27:13 – Análise tática e posicionamento em campo
Discussão sobre a tática de jogo, posicionamento dos jogadores e críticas ao esquema tático da equipe.

00:29:29 – Desempenho das seleções
Comparação do desempenho das seleções de futebol, destacando a sincronização da equipe e a atuação da Espanha.

00:32:15 – Falta de dinamismo e movimentação
Análise sobre a falta de movimentação e dinamismo da equipe portuguesa durante as partidas.

00:35:31 – Expectativas para o próximo jogo
Discussão sobre as expectativas e desafios para o próximo jogo da seleção portuguesa.

00:38:33 – Análise crítica do discurso do treinador
Crítica ao discurso do treinador e sua abordagem após os jogos, questionando a comunicação e as expectativas transmitidas.

O jogo com a Eslovénia (00:40:33)
Discussão sobre a atuação e desempenho do jogo entre Portugal e Eslovénia.

Comunicação dos jogadores (00:44:26)
Análise da comunicação dos jogadores nas conferências de imprensa e nas zonas mistas.

A falta de acesso à informação (00:47:08)
Reflexão sobre a falta de acesso dos jornalistas à informação sobre o que acontece dentro da equipe.

Experiências de entrevistas (00:49:11)
Experiências do locutor ao entrevistar treinadores e jogadores de futebol em diferentes contextos.

Importância da comunicação dos jogadores (00:51:26)
Discussão sobre a importância da comunicação dos jogadores para se aproximarem do público e transmitirem mensagens claras.

Entrevista com Casillas (00:52:46)
Rui Miguel Tovar compartilha detalhes de uma entrevista com Casillas durante a Copa do Mundo de 2010.

Previsões para a Euro 2020 (00:53:45)
Discussão sobre as apostas para a Euro 2020 e a análise das equipes favoritas.

Portugal na Euro 2016 (00:54:36)
Reflexões sobre a participação de Portugal na Euro 2016, destacando jogadores e desempenho da equipe.

Expectativas para o jogo (00:55:52)
Análise das expectativas para o jogo e a capacidade de Portugal de complicar a vida dos oponentes.

Final da Euro 2016 (00:56:25)
Recordações e análise da final da Euro 2016, incluindo a atuação de Rui Patrício e Cristiano Ronaldo.

Vitória de Portugal na Euro 2016 (00:58:00)
Reflexões sobre a vitória de Portugal na Euro 2016 e a importância da equipe como um todo.

Superstição antes do jogo (00:58:18)
Conversa sobre possíveis rotinas ou superstições antes dos jogos.

Magia do futebol (00:58:56)
Reflexões sobre a imprevisibilidade e a magia do futebol, destacando a influência do acaso e do desempenho individual.


LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO

JORGE CORREIA (00:00:12) – Ora viva! Bem vindos ao Pergunta Simples. O vosso podcasts sobre comunicação sofreram muito a ver Portugal no jogo com a Eslovénia? Sim, eu sofri e muito, confesso. E interrogo me porquê. Afinal é apenas um jogo de futebol, nada mais. Um espetáculo desportivo. Mas aparentemente é muito mais do que isso. Nesta edição falamos de futebol e de tudo o resto que a bola nos traz. É um programa de heróis e de vilões, de treinadores de bancada e adeptos que reclamam saber mais do jogo do que os melhores treinadores do mundo. E ai de que alguém os contrariem. Ser adepto não é fácil. Seguramente ser jogador de alta competição parece ser ainda mais difícil. A linguagem dos corpos em movimento e muitas vezes mais honesta do que as respostas nas conferências de imprensa, seja no mais belo dos movimentos, seja no esgotamento desenhado nas caras dos jogadores. Ao minuto 120, o selecionador e treinador de Portugal, Roberto Martínez, parece ser um bom comunicador. Mas o que diz por vezes, parece não ligar com a realidade, o que me causa alguma estranheza.

JORGE CORREIA (00:01:32) – Martínez é claramente um bom comunicador na forma. Mas depois há o conteúdo e as perguntas difíceis, responde, desconversando. E o modo Pergunta me o que quiseres que eu respondo que me apetecer. A sua forma é sempre imaculada. O discurso, todavia, parece por vezes plástico. As respostas são sempre de um otimismo extremo. O jogo foi magnífico, os atletas insuperáveis e, claro, o Ronaldo, o maior de sempre de todos os jogos, é o rei da estatística. Fria e calculista, insiste em contrariar o otimismo da fórmula de comunicação do treinador. É uma boa lição para todos os comunicadores. Ou como não fazer? É que não basta uma boa estética de comunicação. As mensagens têm que ter suporte na realidade e só assim emprestam credibilidade ao discurso. A menos que as teorias da pós verdade tenham também contaminado o futebol. Ou será mesmo que o futebol de alta competição é o precursor dessa forma de ver o mundo? Afinal, no futebol, o que hoje é verdade, amanhã é mentira. Lembram se da frase Mas não há só comunicação menos real.

JORGE CORREIA (00:02:41) – Há também excelentes surpresas. Há jogadores como Vitinha, Palhinha, Bruno Fernandes ou Bernardo Silva. Falam a linguagem das pessoas reais, Entendem o jogo e conseguem explicá lo. Explicam o que fizeram, o que sentem, os sonhos e as dores sem fingimentos. E olhando nos olhos. Vi o mesmo em Diogo Costa, o guarda redes. As palavras da sua fala pública ligam se bem com a sua soberba prestação em campo. Quatro defesas, três na ronda de penaltis que apurou Portugal para a próxima ronda do Europeu. Em busca de aprender um pouco mais sobre o fenómeno do futebol e da linguagem do futebol e dos seus atores. Fui ouvir Rui Miguel Tovar, jornalista, comentador e, arrisco até dizer, historiador do melhor desporto do mundo. Viva! Rui Miguel Tovar, Jornalista, comentador. Eu arriscaria mais dizer que tu és historiador do futebol.

RUI M TOVAR (00:03:37) – E.

JORGE CORREIA (00:03:38) – Filho de quem és, porque a tua voz não engana.

RUI M TOVAR (00:03:40) – É verdade. E toda a gente diz.

JORGE CORREIA (00:03:42) – Não é tu que tu herdaste.

RUI M TOVAR (00:03:43) – A.

JORGE CORREIA (00:03:44) – Herdaste. Porquê? Porque não é a tua voz, não é a tua voz, é a tua voz.

JORGE CORREIA (00:03:49) – É uma maneira de dizer, é quase a maneira de pensar, mas ainda te sobressalta a ver a bola.

RUI M TOVAR (00:03:57) – Sim, aconteceu. Aconteceu agora no Portugal. Estou a ver um jogo insonso infeliz e que de repente tem aquele final impróprio. Como é que é possível um jogo em que aos até aos 120 minutos mais quatro. O homem mais valioso em campo era o Oblak. E de repente, em que em dez minutos passou a ser o Diogo Costa. Incrível. São. São situações que. Só o futebol ou o futebol? É, Não sei. Neste momento só o futebol é que eu vejo a fazer isso. E foi um jogo. É daqueles jogos, vai entrar para a história. Mas quer dizer, não, não é um jogo que nos apeteça rever nunca mais. Mas a verdade é que passámos por isso duas horas de muito sofrimento, de pouca ligação entre entre todos os jogadores. E de repente há aquela magia no desempate. Penaltis que nos faz, pelo menos naquela noite, sonhar. Agora, com a cabeça mais fria, percebemos que a França é superior.

RUI M TOVAR (00:05:10) – Pode não ser superior, mas é no papel. Em matéria de jogadores já o era antes, mas agora com o desenrolar do Europeu. Estou. Não estou assim tão dividido. Era. Era curioso que Portugal ganhasse, como aconteceu em 2016, porque a situação é a mesma de 2016. Portugal também era inferior e ganhou em França, ainda por cima.

JORGE CORREIA (00:05:33) – O que é que o futebol tem de de extraordinário para nos produzir essa mecânica que é da possibilidade do mais fraco ganhar o mais forte.

RUI M TOVAR (00:05:45) – E teve muito perto de acontecer aos 115 minutos, que é aquele ataque desorganizado da Eslovénia. Podia ter dado golo e era curioso saber o que ia acontecer a Portugal a partir daí. Se sofresse o golo, se ia correr, se ia ser um Portugal diferente e rematador. Situação que nunca se verificou ao longo do jogo. Às vezes sermos estarmos à beira do precipício obriga nos a tomar uma decisão mais clarividente. Não foi golo, ainda bem, claro. Mas o que é que faz o futebol? O futebol tem esta magia e o próprio europeu disse disso tudo.

RUI M TOVAR (00:06:23) – Como é que é possível uma seleção que só defende que a Eslovénia não perder nenhum jogo, não é? Sim.

JORGE CORREIA (00:06:28) – Mantém se, mantém se à tona. Não sofre golos? É quase inacreditável. Olha, vamos. Tu és um. És um jornalista, mas também um historiador desta, desta coisa do futebol, deste fenómeno, do futebol, desta. Disto que é contar o herói, o herói do jogo. E ontem acontece uma coisa muito interessante e curiosa que é. Por um lado, presumo que não haja nenhuma dúvida todos os que nos escutam sabem que o herói do jogo foi o guarda redes que salvou Portugal a três minutos do fim do prolongamento. Vai buscar a bola que para gata, parecendo ball, parecia balé. Parecia. Parecia alguma coisa. E subitamente depois ainda se fica inspirado para ir buscar mais, mais três penáltis. Todavia, só falamos de Ronaldo, então.

RUI M TOVAR (00:07:14) – Pois isso é um problema, não é grave. E se verificou se no jogo com a Turquia quando a magia do terceiro golo tem a ver com o passe do Rúben Dias para o Ronaldo e não tanto o passe para o lado do Ronaldo, para o Bruno Fernandes, que é um passe lógico e que se aprende nos infantis.

JORGE CORREIA (00:07:34) – Se calhar eu atuo, se calhar com assim. Não sei se tem aquela pressão, mas conseguimos fazer aquele passe, não é?

RUI M TOVAR (00:07:41) – Não, não, isso. Isso é ensinado aos miúdos desde pequeno que.

JORGE CORREIA (00:07:44) – Passa aquele que está mais bem.

RUI M TOVAR (00:07:46) – Colocado quando está à frente do guarda redes. E se tem alguém ao lado, não se tenta rematar à baliza, tenta se e tenta se. Não passa essa bola porque é uma situação de de dois, um e dois um é garantia de sucesso. E todavia.

JORGE CORREIA (00:07:58) – Todos nós pensamos ele vai rematar.

RUI M TOVAR (00:08:00) – Olha, boa pergunta. Não, não, não me ocorreu nada. Devo dizer o que ou o que me ocorreu foi depois mal dizer quem tenha feito as perguntas, sobretudo ao Bernardo Silva. Bernardo Silva foi eleito o melhor em campo. O homem do jogo, vá. E ele passou na zona, na zona mista e falou como o melhor em campo também Ontem não foi melhor em campo e falou na mesma, claro. Mas estou a dizer que nesse dia ele falou e a pergunta foi sobre o Ronaldo e eu pergunto porquê não é?

JORGE CORREIA (00:08:27) – O que é que está a passar?

RUI M TOVAR (00:08:28) – O jornalista não tem nada a ver com o que o Bernardo Silva foi, Foi.

RUI M TOVAR (00:08:32) – Se foi eleito o melhor em campo, se é justo ou não, ele é que poderia dizer. Olha, era uma pergunta curiosa. Acha que foi melhor em campo, não é?

JORGE CORREIA (00:08:39) – Quem é que escolhe? Já agora, quem é que é o melhor em campo? Quem é que escolhe?

RUI M TOVAR (00:08:43) – É um comité, É um comité de especialistas e treinadores. Há uma história engraçada no Europeu 2000. No primeiro jogo, Portugal está a perder dois zero com a Inglaterra e dá a volta três dois. Não é Figo? João Pinto e na primeira parte é Nuno Gomes, no épico jogo épico. É também uma segunda feira como o da Eslovénia. Não tão épico, mas pronto. Portanto, as segundas.

JORGE CORREIA (00:09:05) – Feiras são boas para nós jogarmos à bola.

RUI M TOVAR (00:09:07) – Para ganhar tempo, para sair a ganhar. E o Figo foi eleito o melhor em campo e então anunciaram entrar no balneário de Portugal. Alguém da Federação entrou e avisou Figo, foste nomeado o melhor em campo. e o Figo saiu do balneário a dizer Estes gajos não percebem nada.

RUI M TOVAR (00:09:24) – O melhor foi o Rui Costa, porque às vezes é assim. É o nome que marcou um golo fora da área. Pronto. Portanto tem que ser entregue o prémio a essa pessoa. Portanto, é uma história que tem a ver com o melhor em campo. Claro que o melhor em campo é tudo uma análise. Se for, quantas mais pessoas fizerem essa análise, o que é que podemos dizer? É democracia, não é? Se dez pessoas fazem, se nove de dez apontam o Figo como melhor em campo. Apontam Bernardo Silva que o melhor em campo eu não posso fazer nada, mas a minha visão não é essa.

JORGE CORREIA (00:09:53) – Há uma espécie de efeito de marca, uma espécie de.

RUI M TOVAR (00:09:56) – Cada vez mais.

JORGE CORREIA (00:09:58) – Claro que os papéis desta vida. Claro que os Ronaldos desta vida, claro que os Mestres da vida têm desde logo. Ainda o jogo não começou já. Eles são os melhores do campo e agora vamos lá ver se alguém os apanha.

RUI M TOVAR (00:10:08) – Não me parece. Olha.

JORGE CORREIA (00:10:11) – Fala me do Diego Costa.

RUI M TOVAR (00:10:13) – É espantoso.

RUI M TOVAR (00:10:15) – Lembro me perfeitamente da estreia dele na seleção. Foi no Dragão. O Rui Patrício saiu do 11 de repente. Ninguém percebeu porquê. Titular da Roma foi no playoff de apuramento para o Mundial com a Turquia e foi uma bela surpresa. Tudo a aposta. Claro que motivou muito ruído, mas não, não motivou assim tanto ruído. Porque Rui Patrício também não é um guarda redes consensual, embora seja um ótimo guarda redes. E provou de forma inegável em 2016 e isso conta. Para mim, foi o melhor jogador português do europeu todo, portanto, não foi o melhor, Não foi o melhor em campo na final. Olha, é a UEFA, designou o Pepe. Não concordo. Acho que o melhor em campo foi o Patrício. Foi ele que manteve o empate até ao prolongamento e durante o prolongamento foi ele. Se não fosse ele, Portugal não ia ao prolongamento. Eu li o post, é verdade, nos descontos o ganhar que atirou uma bola poste, mas fez três defesas de inegável mérito. Uma delas até está à entrada de Leiria.

RUI M TOVAR (00:11:16) – Sim, em.

JORGE CORREIA (00:11:16) – Marrazes, na freguesia de na Freguesia do.

RUI M TOVAR (00:11:19) – Ó. Já passei por essa estátua.

JORGE CORREIA (00:11:20) – Onde está ele todo esticado a.

RUI M TOVAR (00:11:21) – Atirar a uma grande defesa. E já tinha visto ele fazer essa defesa num Sporting Portimonense. Dia da Mãe. Lembro me perfeitamente perfeitamente de estar no estádio e ser à minha frente e ficar espantado e pensar foi a melhor defesa que vi ao vivo. Não posso dizer isso, mas. Mas disse para mim uma grande defesa e no. Na final do Europeu ele repetiu essa exibição. Estava a dizer o Rui Patrício não era? Não é muito consensual porque é uma pessoa introvertida, metida consigo mesmo, lá no seu mundo. A ideia que.

JORGE CORREIA (00:11:53) – Os guarda redes são são todos um bocadinho assim.

RUI M TOVAR (00:11:56) – Não, não é o contrário. Os guarda redes são extrovertidos. Não é o Bento, Vítor Damas são. São guarda redes que são guerreiros por natureza. O Rui Patrício sempre foi uma pessoa muito calada e muito metida no seu mundo mesmo, mesmo quando era para para para executar um feito, por exemplo, defender penaltis.

RUI M TOVAR (00:12:19) – Ele foi o herói também do Portugal Polónia do Euro 2016, quando o Patrício foi o Rui Patrício. Não é um pouco a imagem do Diogo Costa. Defendeu três penaltis e manteve se na sua linha sem.

JORGE CORREIA (00:12:32) – Essa coisa extraordinária. E lá está, isto é um podcast sobre comunicação.

RUI M TOVAR (00:12:36) – Tem a ver com compostura, aquilo, aquilo, já aquilo é feitio, não é? Tanto o Rui Patrício como o Diogo Costa é estar na sua. Isso é bom? Eu é assim. Eu gosto tanto do guarda redes excêntricos como introvertido que eu estou a dizer. E a passagem de testemunho? Rui Patrício Diogo Costa foi tranquila porque o Rui Patrício não é consensual. Se fosse Vítor Baía com o Rui Patrício daria muito mais ruído, não é? E sendo o Vítor Baía titular de uma equipa estrangeira, imaginemos sim, seria o Patrício? Seria. Aliás, era titular da Roma Roma que tinha vencido a Liga da Liga, conferência que é uma competição europeia e.

JORGE CORREIA (00:13:16) – Portanto, em princípio, foi uma coisa que não está.

JORGE CORREIA (00:13:18) – Nós não estamos nos treinos, não percebemos o que é que está a acontecer.

RUI M TOVAR (00:13:21) – Não é uma surpresa, mas foi uma surpresa boa e foi uma aposta ganha, isso não há dúvida.

JORGE CORREIA (00:13:25) – O que é que tem este guarda redes de especial.

RUI M TOVAR (00:13:28) – Jogo de pés?

JORGE CORREIA (00:13:29) – No entanto, ele podia.

RUI M TOVAR (00:13:31) – Jogar meio campo se quisesse.

JORGE CORREIA (00:13:33) – A sério.

RUI M TOVAR (00:13:34) – E o Damas também podia, por exemplo.

JORGE CORREIA (00:13:36) – Porque por causa da precisão do passe, por causa da visão, o que é que O que é que.

RUI M TOVAR (00:13:40) – No caso do Damas era habilidade? Falas com jogadores do Sporting, do Benfica e do Porto. Portanto Sporting era o dia a dia. Benfica, Porto era, era seleção e todos dizem que eu participava numa IN com a vontade. Extraordinário. O Bento, por exemplo, era um ótimo marcador de pênaltis, portanto sabia usar os pés. Mas uma coisa é saber usar os pés e sair a jogar. E o Damas era assim. O Bento era mais de saber colocar a bola de.

JORGE CORREIA (00:14:06) – Precisão.

RUI M TOVAR (00:14:07) – Precisão. O Rui Patrício não tinha um bom jogo de pés.

RUI M TOVAR (00:14:11) – O Paulo Bento fez um trabalho meritório e terá sido o trabalho mais meritório do Paulo Bento. Nenhum jogador foi acreditar no Rio. Patrícia Para mim. Agora tu podes dizer é o X. Epa, é verdade. Olha, esse X também foi bem, mas daquilo que me é daquilo que agora estou a fazer um fast rewind sobre a carreira do Paulo Bento e Rui Patrício, diria que o Rui Patrício é o é o jogador mais que mais cresceu nas mãos do Paulo Bento ao ponto de ser o herói Portugal no Euro 2016. E o Oceano teve uma história. Teve uma. Uma declaração muito feliz que foi o Rui Patrício no Euro 2016. Foi o nosso Pelé. Isso para mim condiz com a realidade. O Diogo Costa é diferente. É melhor sair aos cruzamentos, embora tenha tido aquele azar com Marrocos nos quartos de final do Mundial, saiu mal e foi golo de Marrocos. Mas regra geral é bom. Em transportes é melhor e com os pés é melhor. Portanto foi uma aposta ganha nesse sentido. Só quem lá está é que sabe.

RUI M TOVAR (00:15:13) – Podemos ter a nossa opinião muito própria, porque ouvi o Rui Patrício e ouvi, mas a verdade é que os dados estão lançados. Ninguém questionou e agora ninguém se lembra, porque de facto, o Diogo Costa foi uma passagem de testemunho muito pacífica e natural.

JORGE CORREIA (00:15:30) – Já agora, ocorre me sempre a dúvida que é se este guarda redes tem estas características que todos nós conhecemos. Normalmente o destino dos bons jogadores portugueses é a irem lá para fora e exportar porque se mantém. Diogo Costa em Portugal?

RUI M TOVAR (00:15:48) – Não posso, não, eu não sei, não sei. Não sei se há propostas, não há. Não sei se houve ou recusou. Não sei se houve. O clube recusou. Não sei.

JORGE CORREIA (00:15:55) – Porque ele tem qualidade para jogar num clube das primeiras ligas europeias.

RUI M TOVAR (00:15:59) – Sem qualidade. Está em claro. Então, a verdade é que muitas vezes nós não é o caso de Hugo Costa, mas muitas vezes endeusamos os nossos heróis sejam do nosso clube ou não, porque são do nosso país e então tendemos a ter uma uma crítica mais alegre, Crítica no bom sentido, claro, um elogio mais fervoroso.

RUI M TOVAR (00:16:25) – E, por exemplo, neste Europeu não há nenhum treinador português e nós falamos muito da escola do treinador português. Quantos treinadores portugueses estiveram na Liga dos Campeões? Nos nos quartos de final este ano e o ano passado? Ninguém, não é? Não, não há assim um nome que apareça. O último treinador que esteve em finais foi Mourinho. Sim, e foi criticado por isso porque li a conferência depois, mas ganhou. Mas estava lá, não é? Ok, mas uma vez foi a final sim e perdeu nos penáltis. Portanto, nós temos esse temos. Temos, de facto, excelentes treinadores portugueses o Abel, o Jorge Jesus. Estou a falar daqueles que ganham. Uns ganham em campeonatos que a mim não me parecem grandes, mas ganham com uma tal categoria. Jorge Jesus e outros Abel Ferreira ganharam um campeonato altamente loucos, não é? No Brasil há jogadores que fazem 70 jogos por ano no Brasil, os jogadores porque é o estadual e o Brasileirão. Pois é Copa Sul-Americana ou Libertadores, pois é a seleção.

RUI M TOVAR (00:17:29) – Portanto, há jogadores que fazem 70 jogos por ano. Como é possível.

JORGE CORREIA (00:17:33) – Um jogador fazer 70 jogos?

RUI M TOVAR (00:17:36) – Eu anteontem fui e fui. Por acaso. Estava a ver um jogo Fortaleza, Juventude. Eu estava a ver num site e carreguei no nome que era o Pikachu. Eu achei piada a Pikachu. Que giro Fez 70 jogos o ano passado, Onde se viu todo 70 jogos?

JORGE CORREIA (00:17:52) – Não se aguenta, não é?

RUI M TOVAR (00:17:55) – Portanto, estou a falar de treinadores para portugueses. São ótimos, mas que não estão, já não estão. Ou melhor, deixaram de estar por momentos no topo, porque agora é outra coisa, é outra onda. Este europeu teve quatro italianos nos oitavos de final e o da Turquia Mandela da Eslováquia, o da Bélgica, que é o tedesco da Eslováquia é o Calzona e os palete da Itália três foram embora logo. Portanto, falta saber o futuro do do Montello que é hoje. Eu posso dizer isto?

JORGE CORREIA (00:18:27) – Podes, podes. Nós não estamos a gravar no dia seguinte a vitória de Portugal nos penáltis, com três defesas, quatro defesas do Diego Costa, um no tempo regulamentar, três nos nos penaltis.

JORGE CORREIA (00:18:39) – Já podemos mudar a frase angústia do marcador antes do penálti para a glória do guarda redes no momento do remate à baliza gigantesca.

RUI M TOVAR (00:18:50) – E ele voou mesmo. Ou seja, não foram penalties. A mim, quanto a mim, fáceis, fáceis de defender, ele atirou se mesmo para a bola e todas as três bolas são defendidas no ar. Se fosse rasteiro, também era. Também era meritório porque até demorou uns momentos menos tempo a chegar ao chão. Demoramos mais tempo a chegar ao chão, mas são voos muito assertivos, tipo eu vou me atirar para ali.

JORGE CORREIA (00:19:17) – A uma projecção.

RUI M TOVAR (00:19:17) – Quando a bola vem, Bolas, melhor ainda, Bora lá defender isto.

JORGE CORREIA (00:19:20) – Eu gostei muito da.

RUI M TOVAR (00:19:22) – Atenção.

JORGE CORREIA (00:19:23) – Extraordinária.

RUI M TOVAR (00:19:23) – De todos os penáltis.

JORGE CORREIA (00:19:25) – Mas o mais difícil.

RUI M TOVAR (00:19:27) – Aquele defendido no jogo do Ronaldo, foi incrível, porque aquilo para mim é penálti. Falhado, claro, mas não conta. Aquilo é defesa do Oblak? Sim, é.

JORGE CORREIA (00:19:35) – Mérito do guarda.

RUI M TOVAR (00:19:36) – Redes, mas muito mesmo. E que é aquilo? É um remate cheio de força, que vai mesmo.

RUI M TOVAR (00:19:41) – Não vai ao canto, mas vai para junto ao poste e é para cima. O Oblak teve aquela convicção, tal como teve no penalty do Cristiano no desempate, convicção que ele iria para aquele lado. Veio, não chegou. A bola foi mais puxada, mas foi uma grande, grande. Ou foi mais defesa do Oblak do que falhanço do Ronaldo?

JORGE CORREIA (00:20:02) – Há uma declaração muito curiosa, julgo que do Bruno Fernandes, quando lhe perguntam sobre, sobre as defesas de Diego Costa e ele diz Ontem estivemos a treinar penáltis e até nos treinos é complicado marcar de golo.

RUI M TOVAR (00:20:18) – Não sabia disso.

JORGE CORREIA (00:20:19) – O que é uma declaração maravilhosa. Quer dizer que temos aquilo, não é sorte, aquilo não é. E depois a segunda declaração muito curiosa do próprio Diego Costa, que é quando lhe perguntam. Esteve a estudar os adversários. E ele diz Sim, nós estudamos os adversários, mas naquele momento eu usei da minha intuição, claro, para defender as bolas.

RUI M TOVAR (00:20:40) – Isso percebe se no penalty e nos dois penalties do Ronaldo. Um é para um lado, até para outro.

RUI M TOVAR (00:20:44) – Tanto o Oblak, tanto o Ronaldo como o Oblak tiveram que pensar no assunto e pensaram mesmo. Engraçado, para.

JORGE CORREIA (00:20:51) – Onde é que eu mando a bola? Para onde é que eu não mando a bola?

RUI M TOVAR (00:20:54) – Até agora, nos três desempates em que o Ronaldo participou no Europeu. Ele atirou se para a bola, para aquele lado. Inglaterra, 2004, Polónia 2016 e agora a Eslovénia atirou sempre para. Ou seja, ele fez o penálti clássico erra pé direito, bola cruzada e não pé direito para ali. O penálti clássico é pé direito, bola para ali, pé esquerdo, bola para o.

JORGE CORREIA (00:21:18) – Pé direito para para o lado direito, o guarda redes. Portanto, bater a bola da direita para a esquerda.

RUI M TOVAR (00:21:24) – Porque a bola vai a fugir, não é?

JORGE CORREIA (00:21:25) – Portanto, é mais difícil.

RUI M TOVAR (00:21:27) – Quando metes a bola assim ela vai fugir. É e é cruzado.

JORGE CORREIA (00:21:32) – Torna mais difícil. Sendo que também muito curioso a maneira como Bruno Fernandes marca os seus penáltis, que é não olha para a bola, olha para o guarda redes, faz o movimento.

JORGE CORREIA (00:21:44) – É em função do guarda redes. Ele bate a bola, que é um outro nível completamente diferente.

RUI M TOVAR (00:21:49) – Sim, já entrevistei o Beto, o guarda redes, que também já foi especialista em penaltis e resolveu até uma final europeia entre o Sevilha e o Benfica. E o Beto disse me e infelizmente isto foi em off. Já já foi no fim da entrevista e a única pessoa que me enganou sempre nos penáltis foi o Bruno Fernandes. Nunca consegui defender um penalty do Bruno Fernandes e eles treinam juntos, não é? porque foi são.

JORGE CORREIA (00:22:15) – Agora imagina aquilo é um jogo de sombras, No fundo tu não sabes, Quer dizer, tu consegues avaliar. Imagino que a postura do corpo do jogador, a maneira como está a anca, a maneira como está o pé, mas se tu ficas à espera até ao último segundo, não há maneira de o defender. Não é assim.

RUI M TOVAR (00:22:30) – Com estas bolas, não.

JORGE CORREIA (00:22:32) – É porque aquilo é aquilo. É verdadeiramente muito, muito rápido. Mas claramente o guarda redes português tem ali uma.

JORGE CORREIA (00:22:40) – Nesse diálogo, nessa dialética, tem três jogadores canhotos que batem a bola mais fácil ou mais difícil, os jogadores canhotos, Os canhotos são bons. O que há uns grandes canhotos não é a.

RUI M TOVAR (00:22:53) – Tradição de se dizer que não, não é. Mas já houve, obviamente, finais europeus e mundiais decididas por canhotos. O grosso da Itália resolveu a final do Mundial de Itália e do Mundial da Alemanha em 2006 e, por exemplo, no último Europeu em Inglaterra, Itália. O Saca foi o último falhar o penalty e defendeu na Roma, também com o pé esquerdo. É claro que há uma percentagem os os. Os destros têm, têm, têm uma percentagem maior, mas também marca muitos mais penaltys só para se ver. Só para se ver em quatro desempates de Portugal, cinco Vou por quatro do Europeu e do um e um do Mundial. Cinco desempates, só dois canhotos. Hugo Viana, com a Inglaterra em 2006, atirou ao poste e o outro foi o Bernardo. Ontem, só dois canhotos marcaram penáltis.

RUI M TOVAR (00:23:48) – Marcaram ou não marcaram? Avançaram para a marca do penalty em cinco desempates de Portugal em europeus e mundiais. Dois canhotos. Isto é uma tendência porque o ser canhoto é raro, não é? Sim, sim. Portanto, é normal que os destros tenham mais hipóteses e mais que ontem vimos.

JORGE CORREIA (00:24:06) – Também temos que falar do Ronaldo. Claro que temos de falar do Ronaldo. Cada bola, cada livre, mesmo nas zonas do campo, mais estranhas, como do lado do campo. Cristiano Ronaldo agarra a bola e vai bater aquele livro. E Ronaldo fará o que quiser, quando quiser e como quiser.

RUI M TOVAR (00:24:25) – Eu vejo muitas assembleias à volta dele. Antes de cada livro voltar. É sempre o mesmo. Fernandes vai para um lado, o Bernardo vai para o outro e até o Rúben Dias acho que foram sempre estes três. Estiveram lá de volta do Cristiano nesses quatro anos. mais visto, mais vistosos e aparentemente mais perigosos.

JORGE CORREIA (00:24:41) – Daquilo que é que eles falam? Pois, não sei.

RUI M TOVAR (00:24:43) – Adorava saber, ou melhor, não adorava saber, mas.

RUI M TOVAR (00:24:46) – Mas se houvesse alguém que tivesse uma leitura labial e que pusesse ok, eu ouviria. Mas deixa me.

JORGE CORREIA (00:24:52) – Deixa me lá rematar. Olha, agora sou eu que estou aqui.

RUI M TOVAR (00:24:54) – Quem mais tem a ver com. Com o primeiro? Com o afã de ter, de ter sucesso, de ser o herói. No caso do Cristiano Ronaldo, dos outros também há essa fã. Só que é. Em êxtase. Portanto, não, não há hipótese, porque eles. Já no quarto livro, notou se mesmo, ou pelo menos eu notei que já havia desgaste, tipo outra vez, tipo então sim, quero combinado? Era ok, marcas dois, mas depois se a bola não passar a barreira ou se a bola for ao lado? Deixa me tentar isso. Era preciso também que fossemos ver, analisar os últimos dois anos, o último ano, quem marcou mais golos, livra.

JORGE CORREIA (00:25:41) – Ou o treino também não. E portanto, usar a estatística? Usar o treino?

RUI M TOVAR (00:25:45) – Sim, sim, sim, sim.

JORGE CORREIA (00:25:46) – Usar a cabeça também.

JORGE CORREIA (00:25:47) – Lá está a mentalidade, porque alguns jogadores claramente têm esse e esse feeling de que aquele pode ser o jogo em que podem marcar.

RUI M TOVAR (00:25:55) – Aconteceu uma coisa engraçada. Foi. Não sei se foi o segundo ou no terceiro livro. Tenho ideia que foi no terceiro dos quatro livros apareceu uma estatística, que são 58 livros diretos marcados pelo Ronaldo em europeus e mundiais. Um golo e o golo, a Espanha no Mundial da Rússia e um belíssimo.

JORGE CORREIA (00:26:13) – Golo, por certo. Mas, mas, mas. Mas isso levanta aqui uma questão que é olhando para equipas de alto desempenho, como claramente são as são as selecções de futebol e a nossa não escapa a essa regra. Como é que um atleta com toda a história que tem, como Cristiano Ronaldo, ainda sequer tem lugar no 11 titular?

RUI M TOVAR (00:26:37) – Pois bem, não é estranho começar o Europeu titular, porque se ele foi titular sempre na fase qualificação, não tinha lógica afastá lo, até porque ele não deixou de marcar golos. Ele está em forma, supostamente, portanto é normal.

JORGE CORREIA (00:26:52) – Só que não salta tão alto. Não é tão rápido, pois não? Não daquelas bolas que nós víamos sempre Ronaldo a dizer que em cada três duas entrariam. Não está a está a acontecer.

RUI M TOVAR (00:27:04) – Sim, eu penso que ele e todo o país estará à espera do próximo cabeceamento, do próximo livre e.

JORGE CORREIA (00:27:12) – Do próximo lance, do.

RUI M TOVAR (00:27:13) – Próximo e de e do e do. E do sucesso dessa missão, dessa próxima bola. E eu? Para mim não tem lógica ele jogar com a Geórgia, mas também não tem lógica rodar novos outros jogadores com a Geórgia, sobretudo colocando um esquema que já se viu que não é o nosso esquema e jogadores fora da sua posição, situação que ainda se mantém a intenção, porque para mim o Bernardo não pode jogar encostado a linha, tem que jogar para dentro, porque é assim que funciona com o Bruno Fernandes e não distanciar do Fernando. O Bruno Fernandes é que está próximo e o Ronaldo passa o jogo muito longe de todos os outros por culpa da táctica. E não é ele que quer ficar lá plantado.

RUI M TOVAR (00:27:57) – E o esquema de jogo é assim e está um pouco ao abandono. Não há assim muita. Muitas vezes vemos em situações de aflição cruzar para a área, mas só está lá ele é só.

JORGE CORREIA (00:28:11) – Chuveirinho e contra.

RUI M TOVAR (00:28:12) – Quatro jogadores.

JORGE CORREIA (00:28:12) – Normalmente isso As equipas estão tão desesperadas, não é para tentar marcar um golo, tira la mesmo assim.

RUI M TOVAR (00:28:19) – Mas é preciso ter lá quatro ou cinco jogadores e não estarem todos cá atrás. Não é a situação que se vive, é de jogadas relâmpago de jogadores velozes, Cancelo, Rafael Leão e pessoas que vão para a frente, que querem fazer alguma coisa, mas a equipa não. A bola, a equipa não vai não e nota se que a equipa está muito presa e muito tolhida de movimentos. Mas isso é cansaço. Coragem para.

JORGE CORREIA (00:28:45) – Coragem, Palavra a palavra.

RUI M TOVAR (00:28:46) – Coragem sim. E eu não diria coragem. Deixa ver, eu diria a. Ter uma ideia daquilo que se vai fazer com a bola, O Cancelo. Na segunda parte eu percebi que ele estava cheio de energia e cheio de ideias e ele teve que três ou quatro jogadas pelo lado direito, em que uma uma para dentro e outra para fora e dominou a situação dominou o lateral.

RUI M TOVAR (00:29:13) – O Rafael Leão na primeira parte também fez isso e até no último lance, 1/1 a ele que oferece, mete a bola para fora da área, para o remate do Palhinha, que bate na parte, bate no poste, na.

JORGE CORREIA (00:29:23) – Base do poste.

RUI M TOVAR (00:29:25) – Portanto, são. São situações que mais ninguém tem, mas ninguém arrisca.

JORGE CORREIA (00:29:29) – Arrisca arriscar porque é muito curioso, porque assim estes jogadores são sobredotados, são sobredotados fisicamente, claro, são sobredotados tecnicamente, são sobredotados tacticamente. Eles conseguem ler coisas que de uma velocidade estonteante e no entanto não acontece. Ou eu estou a ser injusto e a olhar para a seleção portuguesa? Esse é ia manifestamente exagerar, parece que aquilo não está sincronizado, como se fosse um. Aquele relógio faz um tic tac estranho?

RUI M TOVAR (00:29:59) – Sim, não está. Aliás, a única solução para mim que está sincronizada é a Espanha. Nem sequer a Alemanha. Muito, muito se falou da Alemanha do início, mas a Alemanha do início apanhou. A Escócia e a Hungria foram adversários jeitosos para uma, para uma euforia que estava ali já há muito tempo incontida.

RUI M TOVAR (00:30:18) – Mas depois percebeu se que a Alemanha também convive com alguns problemas não tão graves para mim como os de Portugal. Mas a Espanha é a única seleção em que toda a gente sabe o que fazer com a bola e que toda a gente quer arriscar. Porque isso não era coragem, era arriscar la. Fúria e Fúria Espanhola. Não, não, já, já. Já deixou de ser há muito tempo. É outra coisa que não é fúria. minha, porque eles não são. Deve haver um ou dois jogadores assim, mais mais furiosos que outros. O Carvalhal.

JORGE CORREIA (00:30:46) – Sim, há ali um perfume. Há ali dois miúdos, um à esquerda e outro à direita, que vieram cá muitos e muitos mais. Parece que vieram dos juvenis, mas que têm primeiro uma boa confiança do treinador, claramente, mas depois eles próprios. E eu acho que eles irresponsavelmente se esquecem. o que é que onde é que estão e são. Parece que estão a jogar ali, na ali, na rua, ali no jardim. Sim, sim.

RUI M TOVAR (00:31:12) – Sim, é verdade. É verdade. Sim, A Espanha tem essa atenção, tem essa alegria no jogo. Nós não temos. Até agora não tivemos nunca a alegria nem sequer com a Turquia, porque a Turquia suicidou se bastante cedo e entregou se nos. Portanto, nós dominámos a Turquia. Porque? Porque às tantas aquilo já parecia jogar contra. Contra, contra, Contra sombras e não contra jogadores. Eles desanimaram se muito depressa com aquele autogolo, sobretudo. Portanto, ainda não tivemos um jogo com uma seleção a sério. A primeira vai ser a França. Vamos ver se a França joga como uma seleção a sério. Eu diria que sim, porque eles são muito fortes fisicamente, gostam muito de recuperar a bola o mais longe possível da sua área, o mais perto possível da área do outro. Notou se que a Bélgica, portanto, vai ser um jogo que exige outra dinâmica, mas também tem mais liberdade para nós e se calhar, com mais liberdade conseguimos fazer mais e conseguimos criar espaços que nunca encontrámos em nenhum dos quatro jogos até agora.

RUI M TOVAR (00:32:15) – Diria Portugal está muito assim, está muito parado, está muito distante. Os jogadores estão muito distantes uns dos outros e o que me parece é estão muito. Muito amorfos.

JORGE CORREIA (00:32:30) – Não há uma apatia, não estão tão irreverentes.

RUI M TOVAR (00:32:34) – Eu não sei se é apatia. Diria que é isto. Não há. Não há um rasgo no jogo com a Eslovénia, tirando o Rafael Leão e o Cancelo e depois o Jota, porque na jogada do penalty é isso e ele agarra na bola e vai por ali fora. É isso que nós precisamos de fazer. É esse o.

JORGE CORREIA (00:32:47) – Seu perfil.

RUI M TOVAR (00:32:48) – Com cabeça? Atenção, não é? Não é. Não é atravessar o campo só porque sim, atravessar o campo com uma ideia. O Rafael Leão tem isso. O Cancelo teve isso e o Diogo Jota naquele lance também teve isso.

JORGE CORREIA (00:33:01) – Por exemplo, os jogadores como como o Chico Conceição, que tem esse tempo, tem essas características, mas depois que ele parece, o treinador decide sempre fazer umas experiências loucas. Agora este jogador joga à direita.

JORGE CORREIA (00:33:14) – Eu vou pô lo aqui à esquerda para ver o que é que acontece. Nada. Então vou por aqui, à direita e mesmo aí aquilo parece que não, que não temos um problema no motor de arranque. Como? Como diria? O que é que o que é que quer dizer Futre, que fazia sempre isso e ele não tinha definitivamente nenhum problema. E lá está, esse arrojo, essa e essa capacidade. O que esperas de Portugal no próximo jogo?

RUI M TOVAR (00:33:38) – O que eu.

JORGE CORREIA (00:33:38) – Espero, posso fazer?

RUI M TOVAR (00:33:40) – Eu acho. É sonhador, não é? Mas deixem.

JORGE CORREIA (00:33:45) – De sonhar.

RUI M TOVAR (00:33:47) – É quase impossível estar à espera de uma equipa diferente, porque ninguém muda em três dias de cabeça. Ninguém. 11 jogadores Nova?

JORGE CORREIA (00:33:57) – Quem é que seria o teu 11? Eu divirto muito. As discussões da táctica são para mim muito divertidas. Que é então são três centrais ou quatro centrais? São dois, uma. E eu penso assim mas por que raio é que eles estão a falar? Porquê? Porque raio é que é tão importante se a equipa se organiza com três ou com quatro? Ou o que é que isso tem de importante verdadeiramente, quer dizer.

RUI M TOVAR (00:34:22) – Bom, com três não, não funcionam. Não dá certo.

JORGE CORREIA (00:34:26) – Muda se.

RUI M TOVAR (00:34:26) – Claro, mas mudou se agora para quatro, para uma defesa de quatro e tornou se mais homogénea. A equipa ou.

JORGE CORREIA (00:34:32) – Os treinadores são teimosos e volta e meia embirram que.

RUI M TOVAR (00:34:36) – Têm suas coisas. Todos eles, até os vencedores. Ruben Amorim tem a sua pancada. O Carlo Ancelotti tem a sua pancada.

JORGE CORREIA (00:34:41) – Tem que ser um ato de fé.

RUI M TOVAR (00:34:43) – Claro. Tem noção? E são teimosias? Completamente. Então há treinadores que acham que tirando o mesmo jogador, substituindo o mesmo jogador, sempre, isso dá sorte.

JORGE CORREIA (00:34:55) – Ao mesmo minuto.

RUI M TOVAR (00:34:56) – Bom, também não vamos por aí, né? Mas há uns.

JORGE CORREIA (00:34:58) – Que espera um minuto 70 e quer dizer assim está a sair este, entra, aquele e aquilo parece.

RUI M TOVAR (00:35:03) – Diria que o importante até agora era encontrar uma harmonia. E não há agora perguntas. Houve harmonia no Europeu de 2016 que eu tivesse visto dentro de campo? Não. Mas. E ganhámos.

JORGE CORREIA (00:35:18) – Houve sofrimento? Houve.

RUI M TOVAR (00:35:20) – Houve capacidade? Sim, com a Croácia e com o plano.

JORGE CORREIA (00:35:23) – E, sobretudo, vou ver se há capacidade. Mas acho que há duas que eu olho E que é que vejo que tem perfume? Quer dizer, vidinha.

RUI M TOVAR (00:35:29) – Claro, está bem. Claro que sim, claro que sim.

JORGE CORREIA (00:35:31) – Mas é um Não é que tu.

RUI M TOVAR (00:35:33) – Tenha peninha, sei lá. O Rafael Leão também.

JORGE CORREIA (00:35:36) – Olha quem é o teu 11 para jogar com a França.

RUI M TOVAR (00:35:40) – Para o 11 e sim.

JORGE CORREIA (00:35:42) – O 11 que tu imaginas que Martínez vai poder jogar. Porque é diferente.

RUI M TOVAR (00:35:46) – Claro, mas isso vai ser igual a este.

JORGE CORREIA (00:35:48) – Exatamente. Pepe tem gasolina. Depois vou perguntar por que.

RUI M TOVAR (00:35:55) – E vai jogar.

JORGE CORREIA (00:35:56) – Quem? Exato. Mesmo sem gasolina, é melhor do que não.

RUI M TOVAR (00:35:59) – Não estou a dizer isso. Vai jogar quem? Porque isso? O Pepe, por exemplo, não jogou a meia final do Europeu 2016. Estava suspenso. Jogou Bruno Alves suspenso. É diferente, não é? Sim. Se não jogar, vai fazer barulho, não é? Antes do jogo vai haver aquele durante, durante, durante uma horinha vai se falar disso.

RUI M TOVAR (00:36:24) – Atenção, não há mal nenhum. Mas há pessoas que pensam nisso. Sim, há treinadores que pensam nisso. E o que é que pensará o treinador, Os avançados franceses sobre isso?

JORGE CORREIA (00:36:36) – Vai ser mais fácil. Exato. Há um efeito simbólico também um efeito de não.

RUI M TOVAR (00:36:41) – Podemos pensar só em nós, não é? O efeito também está do outro lado. Por isso é que eu digo o que é que eu acho que o Martínez pensa que o Ronaldo vai jogar? Porque os defesas e sobretudo os guarda redes e ainda o temem aqui e ali. Ou seja, se houver um livre e não temem agora as exceções. E para mim o Oblak é uma exceção. O jogo do Oblak ontem é de uma serenidade que eu fiquei. Ele Ele defendia e ficava impávido e sereno, como se nada fosse. Mesmo no penalti, sim. Não foi uma pessoa efusiva, nem não esteve aos pulos. Manteve se.

JORGE CORREIA (00:37:16) – Tornou normal aquele aquele confronto? Sim.

RUI M TOVAR (00:37:20) – Bem. E é normal. Jogaram tantos anos juntos no real.

RUI M TOVAR (00:37:23) – Sim, porque eles.

JORGE CORREIA (00:37:23) – Conhecem se exactamente. Eles conhecem se completamente de quem se arriscaram. 11.

RUI M TOVAR (00:37:29) – O mesmo para mim, vai ser o mesmo.

JORGE CORREIA (00:37:31) – Sem mudar nada.

RUI M TOVAR (00:37:34) – Então para quê se na cabeça dele está tudo bem? Jogamos bem. Portanto.

JORGE CORREIA (00:37:39) – Esse é o ponto que. E quando Martinez chegou e fez as suas primeiras declarações e e fez este esforço para aprender português, que é muito interessante, Portanto, aproximou se de nós, humanizou o discurso, falou a flor à flor da relva, não só no ambiente de conferência de imprensa. Fez uma reflexão muito elogiosa e nós olhamos e dizemos só cair. Parece me um tipo evoluído. Tem uma boa imagem, tem uma boa reflexão. E nos últimos dias fiquei a pensar o seguinte que é o jogo ou os jogos correram francamente mal e o discurso do treinador é qualquer coisa de isto foi extraordinário. Isto foi um jogo, estes detalhes, este. E eu pensei mas está a falar de quê exatamente?

RUI M TOVAR (00:38:33) – Pois ele está a falar de um copo meio cheio ou meio cheio, não é? Que não existe para nós? Para mim não existe.

RUI M TOVAR (00:38:40) – Portanto, das duas vezes quando perdemos com a Geórgia e quando empatámos, agora com a Eslovénia e também na conferência de imprensa de apresentação com a Eslovénia, fiquei algo decepcionado com aquilo que ele disse na conferência de imprensa. Com aquela vénia, advertiu para o facto da Eslovénia marcar primeiro e que iria ser complicado. E complicado porque nós queremos que seja complicado, porque a Geórgia marcou a Espanha primeiro e eu pensei e agora, como é que a Espanha se vai saber?

JORGE CORREIA (00:39:13) – Ligou a mota e.

RUI M TOVAR (00:39:15) – Continuou a.

JORGE CORREIA (00:39:16) – Jogar.

RUI M TOVAR (00:39:16) – Sim, é. E é por isso que eu digo que a Espanha é a favorita. Agora, claro que a Espanha pode ir eliminada já para a Alemanha. Porque? Porque sim, Porque ele também é forte e joga em casa. E às vezes isso tem. Tem muitas nuances. Um jogo de futebol não é como se viu com os. Love. A comunicação dele está está a falhar. E se não fossem os jogadores a falar? E no caso da conferência de imprensa antes da Eslovénia, até foi o Bruno Fernandes que disse coisas muito certas sobre a confiança dos jogadores em seguir em frente E não teve aquele discurso do se sofremos primeiro, vai ser difícil, que é o mesmo, passa uma imagem para mim, como adepto que quero chegar à final do Europeu, porque há condições para isso, porque já houve anos em que não tínhamos.

RUI M TOVAR (00:40:05) – Mas ok, somos sonhadores e vamos querer isto. Mas depois. Epá, de facto não havia, não havia essa perspetiva, não havia.

JORGE CORREIA (00:40:11) – Capacidade, não havia possibilidade.

RUI M TOVAR (00:40:13) – Capacidade. Mas. A reação do Martínez até agora tem sido muito. Tem sido uma decepção.

JORGE CORREIA (00:40:23) – É bizarro, não é? Quer dizer, ele. Porque eu percebo que ele tem autismo.

RUI M TOVAR (00:40:28) – Eu não percebo se é bizarro, porque eu não sei se ele acredita naquilo que diz ou se é para dar força.

JORGE CORREIA (00:40:33) – O que é que ele dirá?

RUI M TOVAR (00:40:34) – Por exemplo, o João Cancelo, no final do jogo, também disse que jogámos bem. Se calhar estava a falar.

JORGE CORREIA (00:40:40) – Que não estava a falar dele. Não é.

RUI M TOVAR (00:40:41) – Isso. Isso seria correto, embora não fosse um grande jogo. Já vimos o João Cancelo muito melhor, portanto jogámos bem. Não é bem isso. Acho que ninguém pensa isso. Ninguém pensa de nós que vimos o jogo e eles sabem.

JORGE CORREIA (00:40:54) – Não quer dizer eles, eles, quer dizer, eles têm.

RUI M TOVAR (00:40:56) – Isso que eu digo.

RUI M TOVAR (00:40:57) – Eu não sei se aquilo é uma forma de estamos juntos nisto e vamos todos dizer o mesmo e vamos puxar o barco para a frente ou se acredita realmente nisso.

JORGE CORREIA (00:41:07) – Acho que é uma tática da comunicação também.

RUI M TOVAR (00:41:09) – O jogo não foi bom, né? Ninguém pode estar contente com aquele jogo.

JORGE CORREIA (00:41:13) – O que é um jogo bom.

RUI M TOVAR (00:41:14) – Um jogo bom e um jogo com a Inglaterra em 2001, jogo com a Alemanha em 2001, jogo com a Holanda e um jogo com a Inglaterra em 2004. Por muito sofrido que fosse. E foi. A Inglaterra foi um grande adversário, apoiada por um grande público na Luz. Mas foi um jogo para dar resposta. E é isso que eu quero. É isso que eu quero de um jogo de futebol, seja eu, a Turquia ou Portugal. Eslovénia Estou à espera de haver um bom jogo entre os dois que me que me animem e não o que aconteceu ontem, que foi desanimador ao longo de quase todo o tempo.

JORGE CORREIA (00:41:51) – Sim, é aborrecido, não é? Quer dizer, não é.

JORGE CORREIA (00:41:53) – Não é um espetáculo, não é uma coisa que a gente esteja a ver e nem tem que ser.

RUI M TOVAR (00:41:56) – Nós é que queremos que seja. Atenção, não é?

JORGE CORREIA (00:41:59) – Mas nós contamos para qualquer coisa, não nesta. Nesta conversa. Quer dizer, nós que somos sim.

RUI M TOVAR (00:42:03) – Mas uma vez mais o treinador pode ter a ideia de se jogar à defesa e ganhar.

JORGE CORREIA (00:42:08) – Que se lixe. Bom, esse Fernando Santos, Ele provou essa tese até ao limite.

RUI M TOVAR (00:42:12) – O que é um múltiplo vencedor de tudo e mais alguma coisa. Também joga muitas vezes a defesa e sai a ganhar. É preciso matreirice no mundo, em todo o mundo, em todos os mundos. No futebol também. E há treinadores assim e outros que não são assim. Eu se me perguntas uns jogos bons da seleção, já mencionei uns quantos e até posso dizer assim Olha, não me importava nada de ganhar a França com o com um estilo de jogo, um estilo de jogo Não, porque nunca, nunca vai acontecer mais isso, mas ao o pontapé de Estugarda de Carlos Manuel não é pronto.

RUI M TOVAR (00:42:48) – É um jogo em que a RF a dominou, sobretudo a seguir ou não, sobretudo a seguir ao golo. Foi duas bolas no poste ou três. Portanto, houve ali muita, muita aflição. Os deuses.

JORGE CORREIA (00:42:58) – Estavam connosco.

RUI M TOVAR (00:42:59) – Mas controlar essa aflição também é bom e também nos dá força, não é? Ou seja, ser subjugado por uma potência superior e nós saímos a ganhar. Sobreviver agora. Eslovénia Não é isso, né? Ganhámos a uma equipa que atacou pouco, que se fechou mais ou menos bem e que nós devíamos ter sido superiores antes dos penaltis.

JORGE CORREIA (00:43:24) – Embora pareça um padrão deste euro ter equipas que provavelmente não têm tanta capacidade ofensiva, terem organizações defensivas muito sólidas e correrem como se não houvesse amanhã. É verdade. Fisicamente, enquanto que nós olhamos depois a estatística, quando nós lemos para a estatística de Portugal, vemos que os gajos também correm muito, mas quando estamos a ver o jogo parece que eles não correm tanto, não é? Quer dizer que não há esse rasgo? Portanto as defesas claramente estão a ganhar os avançados.

JORGE CORREIA (00:43:55) – Boa surpresa destes europeus. Fala dos jogadores, não tanto na conferência de imprensa. As conferências de imprensa também parecem muito chatas. As perguntas parecem me redondas e mastigadas as respostas. Pediu para lá dois gravadores, um a fazer perguntas, a dar respostas, que era a mesma coisa. Mas depois, naquelas zonas mistas, em particular, quando parece que já não há ordem para quando aparece cá um caos na zona mista que é a zona melhor, Se calhar não está lá o assessor de imprensa, os Os jogadores. Há jogadores com já com discursos muito articulados, muito.

RUI M TOVAR (00:44:26) – Que no primeiro jogo vi que tinha. Espantou me bastante. Muito bem de reflexão, muito bem mesmo. Uma boa análise do jogo, assim simples, mas com palavras que nós entendemos, não? E, portanto, ou seja, do nosso vocabulário, que é importante também tornar o leitor ou espetador como parte do problema e da solução. E Vitinho apresentou isso muito bem, tanto no Flash como na conferência de imprensa. O Palhinha também esteve bem a dizer que se o Vitinha saiu sem o nosso maestro, também é uma boa e uma boa.

RUI M TOVAR (00:44:57) – Todos.

JORGE CORREIA (00:44:58) – Todos percebemos o que é que ele está a dizer exatamente.

RUI M TOVAR (00:45:02) – A jogadores sem as jogadores que pensam. O Bruno Fernandes também é muito bom. Sempre foi. O Bernardo também. E há jogadores que são mais aventureiros. Há jogadores que são mais divertidos, há outros que são mais atados nesse aspeto. Por exemplo, o Quaresma era era o rei, não é? Sabia muito bem, estava muito confortável nas conferências de imprensa e no flash interview.

JORGE CORREIA (00:45:23) – Era um driblador também nas conferências de imprensa.

RUI M TOVAR (00:45:26) – Agora diz me assim jogadores deste Europeu que tu tenhas gostado. Diria que o que aquele da Geórgia número sete, o que vara? O que Maradona não é maravilhoso.

JORGE CORREIA (00:45:36) – Que vara as telhas Raiders não se vêem também? Se calhar os coitados, quando tiverem que dizer os nossos nomes, também devem também para o país. Não é bom que.

RUI M TOVAR (00:45:45) – O Santos no meio campo com a Espanha e é um dos lances do Europeu para mim, porque denota uma visão para uma visão anormal do jogo, não é? E aí, às vezes há lances que nós vemos na televisão que está, que o jogo, está todo balanceado para a direita e há um na esquerda solto.

RUI M TOVAR (00:46:01) – E eu passo a bola, claro. Normal, não é? Mas ele não está a ver. Mas se fosse o Maradona, ele metia, porque ele vê mais que o Tim. Ou pelo menos neste Europeu, viu mais que os outros e achei muito interessante. É claro que depois há uma série de espanhóis, como tu disseste há pouco, que driblam, brincam com a bola e isso, isso e isso é importante. Agora não tenho estado atenta àquilo que os outros jogadores disseram Na na zona mista não tenho.

JORGE CORREIA (00:46:29) – Sim, vamos acompanhando, mas fico sempre. Até porque estou próximo do universo do jornalismo. Fico sempre com a sensação de que os jornalistas não estão.

(00:46:42) – A.

JORGE CORREIA (00:46:42) – Fazer muito bem o seu trabalho. Não, não, não o seu trabalho de análise ou de mas de. De. De. De perguntar, por um lado. De perguntar aquilo que é óbvio, o que é diferente em busca de uma resposta diferente. Mas se calhar não estão a conseguir. Ou numa coisa que é ainda um pouco diferente, que é em qualquer tipo de jornalismo, normalmente o jornalista é aquele que vê mais longe.

JORGE CORREIA (00:47:08) – Lá está, é como um jogador, é aquele que consegue, que tem fontes, que conhece as pessoas do sítio onde trabalha e que, portanto, vai obter uma informação que eu não, que eu não sei. É o que me dá ideia que nestas competições e nestas equipas há uma bolha e que essa bolha é tão estanque que não permite que eu saiba nada de novo ou de interessante daquilo que lá se está a passar. Eu gostava muito de saber o que é que o que disse Martínez no no autocarro, o que é que um jogador que conversou com outro? O que é que ou como é que foi o pequeno almoço esta manhã? Entre entre os jogadores?

RUI M TOVAR (00:47:41) – Pois era. Era bom que assim houvesse. Da minha experiência, que só posso falar disso, dessa experiência, não posso falar nada. Não, não estou lá e não dá. Não dá para perceber as minhas experiências em 2016 e 2012, mais 2012. E foi um choque grande porque. e tenho ideia que nada mudou, porque tenho amigos que estão, que fazem a seleção nesses grandes eventos e dizem que está na mesma, que é a seleção portuguesa e a Federação portuguesa resume se ao treino aos 15 minutos.

RUI M TOVAR (00:48:13) – Não é a conferência de um jogador e pronto. E não há mais nada. E eu lembro me de no Europeu 2012 ter ido a um treino da Dinamarca que foi adversário de Portugal. Foi o segundo adversário em Lviv e. Acabou o treino e estavam todos os jogadores à disposição dos jornalistas. Era só estar na zona mista, numa zona mista criada por eles pela Federação Dinamarquesa, e havia.

JORGE CORREIA (00:48:37) – Acesso aos jogadores.

RUI M TOVAR (00:48:37) – Todos. Então entrevistei o Benner. Lembro me que entrevistei o dia cinco, que era o jogador mais baixo europeu, italiano. Entrevistei o à noite porque era Alemanha, Itália. Meia final, mas também pela meia final. Lembro me de um. Lembro me de entrar no trem da Espanha e entrar, não assistir ao trem da Espanha e perguntar ao assessor de imprensa se havia hipótese de de falar com aquele bosque, ele sentar ali e eu fiquei a olhar para ele e ele.

JORGE CORREIA (00:49:11) – Vai fazer o teu trabalho.

RUI M TOVAR (00:49:12) – E estava já na parte final do treino. Havia jogadores a rematar à baliza, uns sem guarda redes, só a rematar.

RUI M TOVAR (00:49:19) – Havia jogadores já descalços. Fabregas estava todo contente, descalço, com um na relva. Não é isso? E eu, o deles, que estava no banco a falar com alguns jornalistas. Eu entrei lá, pronto, Suei como intruso. E era. Era o único estrangeiro e falámos durante dez minutos até saímos do treino juntos, lado a lado. Eu e o Del Bosque e lembro me de ter estado num treino da Irlanda. Com o Trapattoni. E aí não foi sair do treino com ele, mas foi estar aqui a ver o treino. Ele ele tinha acabado de dar o treino e estava junto a uma barra metálica, como aquelas que separam os adeptos do que acontece no Estoril Praia, por exemplo. A essa barra no campo todo e estar a falar com ele e é dele falar com os adeptos também irlandeses, que lá estavam. Tanto havia adeptos e jornalistas nesse trem da Irlanda e eu.

(00:50:20) – Lembro de.

RUI M TOVAR (00:50:20) – Mais um.

(00:50:20) – Treino assim.

RUI M TOVAR (00:50:22) – Ah, não, isso foi uma conferência de imprensa na Inglaterra. Eu cheguei atrasado, eu cheguei atrasado, a conferência de imprensa estava quase no fim e apanhei o mesmo.

RUI M TOVAR (00:50:32) – Sim, ele ia sair. Isso foi há 12 anos e faz muito. Faz muita diferença já. Porque entretanto, já mudou muita coisa e deu poder chegar à fala com ele. Dizer para que fui de Portugal e que cheguei atrasado e de fazer isso a uma pergunta. Pronto. E ele responder uma pergunta que já não estava no programa, que ele já se tinha levantado da mesa. Portanto, se fosse uma pessoa já mais sisuda, sim.

JORGE CORREIA (00:50:54) – Adeus.

RUI M TOVAR (00:50:54) – Sim, sim, Acabou. Tchau. Ou nem sequer parava. Tipo, se eu tocasse, ele mexia o braço.

JORGE CORREIA (00:50:59) – Ia se embora, claro.

RUI M TOVAR (00:51:01) – E, portanto, são comportamentos que era interessante analisar e pôr em prática, porque quanto mais os jogadores falarem, mais o público se sente próximos dele. Sim. Lembro que no Mundial 2002 não experiência própria, mas sim de ler os jornais O Figo, Rui Costa e o Fernando Couto falaram todos os dias à imprensa, todos os dias, os.

JORGE CORREIA (00:51:26) – Melhores jogadores estarem disponíveis para isso. Torna se mais humano, mais próximo.

RUI M TOVAR (00:51:30) – Perdemos para os Estados Unidos, mas agora vem a Polónia e vamos e vamos. Vamos ganhar. Transmitir uma mensagem não é fechar, não é ficar fechado. E nós ficamos na dúvida. Também ninguém falou porquê a gente perdeu.

JORGE CORREIA (00:51:42) – O que é que está a acontecer?

RUI M TOVAR (00:51:43) – Portanto, não é só falar depois do jogo, no dia e no dia seguinte. E não é só um e vários para mensagem fluir. Não ser só todos os jornais, todas as televisões e todas as rádios.

JORGE CORREIA (00:51:56) – A dar a mesma coisa.

RUI M TOVAR (00:51:57) – Dizerem Danilo disse que dois pontos abrir aspas, um.

JORGE CORREIA (00:52:00) – Aborrecimento e.

RUI M TOVAR (00:52:00) – Todos dizem o mesmo. Todos vão ficar aquela mensagem ou aquela declaração, se houver, imagina a ao jogador, o A que vai falar a comunicação social. Mas depois há três jogadores todos os dias que falam que passa, que podem passar pela zona mista e falam assim. Vejam.

JORGE CORREIA (00:52:20) – No caso de Espanha, quer dizer, o bom hábito que eles têm que o jogador ou o treinador. Volta e meia aparece nos nos podcasts, num programa da Rádio Nacional de Espanha, na série Cope, que tem várias coisas e eles têm esse.

JORGE CORREIA (00:52:33) – Eu lembro.

RUI M TOVAR (00:52:34) – Me lembro do Mundial 2010 na África do Sul.

JORGE CORREIA (00:52:38) – O treinador de, com os auscultadores, a responder ao público em geral, nem sequer foram os jornalistas.

RUI M TOVAR (00:52:46) – E a falar do Casillas, que era o capitão Mundial 2010 e de haver uma Câmara, uma Câmara da Federação atrás do Casillas. Não era. Era no hotel. E o Casillas foi. Foi entrevistado por cinco ou seis, por cinco ou seis emissoras, ou seja, cadeias de televisão, emissoras de rádio, Mas cada uma no seu quarto. Então via se, abria a porta, sentava se e aquilo era fast fast forward e falava. Depois saía e via uma cena curiosa que via uma uma de um lado para o outro, de um de um canal de televisão para uma rádio que há dias tinha que passar por uma janela e não por uma porta. Havia ali no hotel uma brincadeira, uma brincadeira e ela então para abrir a janela para cima, portanto, perna, esquerda, perna direita. E lá foi ele, o cameraman e a mesma coisa atrás dele.

RUI M TOVAR (00:53:43) – E porque não? Qual é o mal?

JORGE CORREIA (00:53:45) – Novas narrativas. Olha, estamos praticamente a fechar. Quem vai ser campeão? Quais são as tuas apostas?

RUI M TOVAR (00:53:53) – As minhas apostas? Olha, a Inglaterra caiu num lado muito bom do sorteio, não é? Se fosse uma Inglaterra competente.

JORGE CORREIA (00:54:01) – Chegava à final tranquilamente.

RUI M TOVAR (00:54:03) – Sim, sim. Pronto, já já, já, já é. Ao menos a Eslováquia. Agora é a Suíça. Depois terá pela frente nenhum tubarão. Não é como o nosso lado. O nosso lado é mais complicado desta vez. Portanto, agora temos a França, depois havemos de ter a Alemanha ou a Espanha. Portanto, são situações. Mas diria assim, a favorita para mim por jogo e por estilo é a Espanha. Agora, logo, logo se verá. Imaginem, Portugal chega à final. Não, não me.

JORGE CORREIA (00:54:34) – Surpreendia.

RUI M TOVAR (00:54:36) – Portugal sim. Depois de 2016, Não, já não, já Nada me surpreende. A sério Já não. Não é por mal, porque em 2016 fizemos uma grande algazarra por ter empatado com a Hungria três três e ter caído para o lado bom do do quadro.

RUI M TOVAR (00:54:56) – Mas foi sofrido e não é. Não foi assim uma estivemos.

JORGE CORREIA (00:54:59) – Fora duas vezes. Pois olha, Ronaldo ainda jogava futebol.

RUI M TOVAR (00:55:03) – Não é muito. Marcou três golos. Assistiu Nani para dois, também para a Hungria pagá los. Havia muito golo. Havia o Renato Sanches Muito muito bem. Havia o Quaresma como suplente de ouro, havia o Éder como suplente de ouro, havia Adrian, Havia um avião? Sim, havia uma equipa muito, muito interessante. Só que não era um futebol vistoso. E depois não. E sim, a questão é que é que agora é o mesmo e depois nós é que temos o futebol vistoso. E depois há outro problema nós queremos o futebol vistoso, ele não existe, mas podia ser mais vistoso, Mas nem isso é. Ou de vez.

JORGE CORREIA (00:55:42) – Em quando ou.

RUI M TOVAR (00:55:43) – De vez em quando, ainda não é.

JORGE CORREIA (00:55:44) – Olha aqui esses dez minutos. Uau! Era mesmo isto. Vamos ver, Vamos ver o que é que dá a.

RUI M TOVAR (00:55:48) – França, não é? A expetativa está sempre alta, porque eu não vou entrar.

RUI M TOVAR (00:55:52) – Não num jogo derrotado, sim, senão não vale a pena ver o jogo, né? Portanto, acredito que seja um jogo complicado para a França, porque nós também sabemos complicar a vida aos outros. Também temos essa também também. Também conseguimos ter essa finalidade, nem que seja tirar o boneco. E Diogo Costa defende tudo. É uma possibilidade, como aconteceu com o Rui Patrício na final do Europeu.

JORGE CORREIA (00:56:17) – Ou o Cristiano tem o dia também em que se lembra? Claro, Claro que é dia dez, Está na baliza e consegue qualquer coisa Futebol.

RUI M TOVAR (00:56:25) – Basta ver a final do Euro 2016.

JORGE CORREIA (00:56:28) – Estavas onde estavas? Onde é que tu estavas em 2016? No estádio do.

RUI M TOVAR (00:56:32) – Jogo?

JORGE CORREIA (00:56:33) – Wow! Vejo como foi muito bom.

RUI M TOVAR (00:56:38) – O jogo em si foi muita ansiedade por perceber que a França tinha tinha tudo na mão. Os adeptos tínhamos também.

JORGE CORREIA (00:56:48) – Era a coroação da França no fundo. Sim.

RUI M TOVAR (00:56:51) – Sim, pareceu isso, Mas pareceu em tons leves. Nada de. O Rui Patrício cedo também se percebeu que estava num dia grandioso e que iria complicar.

RUI M TOVAR (00:56:59) – Lá está. E isso aconteceu. Aconteceu magia porque foi um golo fora de área. Lá está, rematar fora da área é coisa que não fizemos, com a Eslovénia a arriscar e notei que no prolongamento notei que já na parte final do jogo do tempo regulamentar já houve algumas traquinices. Aquela bicicleta do do Quaresma Glorioso, defende. Depois, no prolongamento, se não me engano, a bola, a barra do Rafael Guerreiro, livre directo e depois o golo. Já para não falar que o Éder sofreu cinco faltas ofensivas, cinco faltas no meio campo da França, o que é um bom sinal. Muito bom sinal. Portanto é assim. Repara, perdemos o capitão. Não foi aos 28 minutos. E então? E conseguimos. Portanto, isso é prova mais do que provada de que não precisamos. Eu até diria nenhuma seleção precisa de ninguém. A Seleção é uma equipa. Tanto a equipa pode resultar como equipa. Nesse dia. Foi a prova provada de que Portugal, se tiver com os astros alinhados, pode ganhar a qualquer um.

RUI M TOVAR (00:58:00) – Até a França, em França, no prolongamento, com um golo do suplente Éder. A convicção é sempre essa, ou melhor, a expetativa. Epá, sexta feira vai ser. Vai ser um jogo tipo Éder. É uma fezada, mas também é uma verdade.

JORGE CORREIA (00:58:18) – Tu tens alguma, alguma, alguma rotina, alguma coisa que faças antes de antes do jogo? Não, não e não. Não sei Tropeçarem os jogadores, Os que entram com o pé direito, os que se vencem.

RUI M TOVAR (00:58:30) – Mas eu não tenho a certeza.

JORGE CORREIA (00:58:32) – Podias pensar a pensar o que é que eu fiz em 2016 aqui.

(00:58:34) – Para ver se isto.

RUI M TOVAR (00:58:35) – Está bem, mas não me lembro. Já a comer caracóis, não foi, infelizmente. Eu estava.

(00:58:39) – Lá.

RUI M TOVAR (00:58:40) – E aqui, como portanto estou tramado.

JORGE CORREIA (00:58:42) – Portanto, haverá e 14 de Julho haverá caracóis. Pelo menos já cá estamos.

RUI M TOVAR (00:58:46) – Quem me dera que não fosse preciso, porque era sinal que eu estava lá em Berlim. Mas é bem provável.

JORGE CORREIA (00:58:52) – Uma fezada, um ato de fé, uma espécie de crédito divino.

JORGE CORREIA (00:58:56) – Portanto, esqueçam tudo o que disse sobre a táctica, a comunicação, a racionalidade, o entendimento. Tudo depende da fezada do pontapé feito na hora certa da bola entrar ou bater no poste. E aí estão os heróis e os vilões. Será essa mesma a grande magia do futebol? Até para a semana.

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