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Áudio do Retiro de Verão 2016 #11 – Sutra Prajnaparamita, Vacuidade, Bolhas

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Áudio dos ensinamentos de Lama Padma Santem no 4º dia do Retiro de Verão 2016, no CEBB Caminho do Meio (Viamão, RS)

Transcrição de dois trechos do ensinamento

“A gente está dentro de uma bolha, depois dentro de outra bolha, dentro de outra bolha, e cada uma delas vai manifestando sabedorias correspondentes. E nós somos o quê? Se a gente não é nenhuma das identidades dentro de cada uma das bolhas, nós somos mais ou menos o quê? Essa que é a questão. Isso é super importante, pessoal.
A gente não precisa lutar contra a dispersão da mente, a dispersão da energia, o saltitar entre as bolhas. A gente precisa da pergunta: se tem esse saltitar entre as bolhas, o que é que não saltita? O que se mantém enquanto esse “pular” se dá? Porque eu tenho a sensação de que sou eu pulando, tem algo dentro pulando, mas o que é que não pula quando tudo pula? O que não pula é a vacuidade, pessoal.
Essa vacuidade é a nossa experiência básica, ela é que permite eu me manter vivo quando nós saímos de uma bolha para outra. Tem alguma coisa viva ali, e esse aspecto vivo é a vacuidade. A vacuidade é que constrói a outra realidade, constrói as outras conexões. Dela brota a sustentação e brota a energia das aparências que a gente está construindo. Nós somos isso e precisamos tomar esse refúgio.
Durante um tempo a gente não percebe, porque a gente entra nas várias bolhas o tempo todo, vamos entrando, entrando, mas nós não somos essas bolhas. Então é super importante entender que nós não somos essas bolhas. Isso é o Prajnaparamita, isso é a sabedoria primordial.
Nós somos iogues da vida cotidiana. Eu acho perfeitamente justo dizer que nós somos iogues, sabe? Porque o iogue não precisa estar nas florestas, nem nas montanhas, nem nas águas, nem lidar com onças. Por exemplo, não falta onça nenhuma ao nosso redor, tem uma abundância. Não falta incerteza nos lugares onde nós estamos andando, não falta impermanência, não faltam conteúdos assustadores nos vários ambientes. Essas percepções não são externas, não é o gráfico, não é a aparência grosseira que importa, o que importa são as aparências. As aparências que nos tocam são essas que nós estamos vivendo, então essa é a selva que nós estamos vivendo.
Naturalmente, nós temos lembranças dentro de nós de tempos anteriores, onde o mundo era composto desse modo. Então nós vamos lembrar dos rios, das florestas, das montanhas etc, como se a gente precisasse voltar pra isso, mas não falta nenhum desafio de prática enquanto nós estamos aqui no cotidiano. Aqui é um lugar onde as onças podem aparecer em grupos, pode aparecer onça junto com elefante, tudo junto assim, fácil. A multiplicidade das aparências e das conexões que a gente vai desenvolvendo nos permite a compreensão de que tem algo além dessa multiplicidade.”

“Os bodisatvas não tem nada para atingir. Eles se manifestam através da confiança na prajnaparamita. Uma vez que não há obscuridades mentais, não há medos. [lendo o Sutra do Coração] Esse é um ponto super interessante. Mesmo que vocês estejam em crise, vocês sentam nesse lugar, não há obscuridade mentais. Se não há obscuridades mentais, não tem medos. Daí a crise terminou. É um bom lugar… A crise some! A crise necessita da fixação em referenciais. Podemos ter crise e ansiedade rapidamente por qualquer coisa, até por jogo de futebol, filme… Está lá o filme e vocês estão passando mal. Por quê? Porque vocês estão olhando aquilo dentro do referencial que foi introduzido. A mente de vocês, operando dentro daquele referencial, começa a ver os gráficos, as manchas significando coisas. E vocês estão reagindo dentro de um conjunto de referenciais. Aquilo não é nada, mas nos deixa ansiosos. […] Aquilo é um filme, pessoal. Isso é o refúgio no prajnaparamita. Nós nos refugiamos fora da bolha. Não é uma habilidade de andar nas bolhas. É uma habilidade de ter lucidez fora da bolha, que se derrama sobre a própria bolha. A maior lucidez diante das aparências é você poder olhar as aparências fora das bolhas e ver como elas aparecem.
É muito útil a noção de que as formas não são as paredes… Namorado ou namorada não é esse ser que você pode tocar. Se for esse ser, quando vocês olhássem uma foto não aconteceria nada. Como é que vocês olham a foto e acontece alguma coisa? É porque a forma é abstrata, é luminosidade, é uma experiência coemergente.”
—Lama Padma Santem

Download do áudio

Para baixar o MP3, clique abaixo com o botão direito em “Download” e selecione “Salvar destino/link como…”.
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Principais temas

Ponto último; método de Longchempa; Prajnaparamita, Sutra do Coração linha a linha; bolhas; transmigração; sabedoria primordial e vacuidade; ensinamento de Kuroda Roshi; Genzo Koan do mestre Dogen.

Vídeo do ensinamento

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A gente não precisa lutar contra a dispersão da mente, a dispersão da energia, o saltitar entre as bolhas. A gente precisa da pergunta: se tem esse saltitar entre as bolhas, o que é que não saltita? O que se mantém enquanto esse “pular” se dá? Porque eu tenho a sensação de que sou eu pulando, tem algo dentro pulando, mas o que é que não pula quando tudo pula? O que não pula é a vacuidade, pessoal.
Essa vacuidade é a nossa experiência básica, ela é que permite eu me manter vivo quando nós saímos de uma bolha para outra. Tem alguma coisa viva ali, e esse aspecto vivo é a vacuidade. A vacuidade é que constrói a outra realidade, constrói as outras conexões. Dela brota a sustentação e brota a energia das aparências que a gente está construindo. Nós somos isso e precisamos tomar esse refúgio.
Durante um tempo a gente não percebe, porque a gente entra nas várias bolhas o tempo todo, vamos entrando, entrando, mas nós não somos essas bolhas. Então é super importante entender que nós não somos essas bolhas. Isso é o Prajnaparamita, isso é a sabedoria primordial.
Nós somos iogues da vida cotidiana. Eu acho perfeitamente justo dizer que nós somos iogues, sabe? Porque o iogue não precisa estar nas florestas, nem nas montanhas, nem nas águas, nem lidar com onças. Por exemplo, não falta onça nenhuma ao nosso redor, tem uma abundância. Não falta incerteza nos lugares onde nós estamos andando, não falta impermanência, não faltam conteúdos assustadores nos vários ambientes. Essas percepções não são externas, não é o gráfico, não é a aparência grosseira que importa, o que importa são as aparências. As aparências que nos tocam são essas que nós estamos vivendo, então essa é a selva que nós estamos vivendo.
Naturalmente, nós temos lembranças dentro de nós de tempos anteriores, onde o mundo era composto desse modo. Então nós vamos lembrar dos rios, das florestas, das montanhas etc, como se a gente precisasse voltar pra isso, mas não falta nenhum desafio de prática enquanto nós estamos aqui no cotidiano. Aqui é um lugar onde as onças podem aparecer em grupos, pode aparecer onça junto com elefante, tudo junto assim, fácil. A multiplicidade das aparências e das conexões que a gente vai desenvolvendo nos permite a compreensão de que tem algo além dessa multiplicidade.”

“Os bodisatvas não tem nada para atingir. Eles se manifestam através da confiança na prajnaparamita. Uma vez que não há obscuridades mentais, não há medos. [lendo o Sutra do Coração] Esse é um ponto super interessante. Mesmo que vocês estejam em crise, vocês sentam nesse lugar, não há obscuridade mentais. Se não há obscuridades mentais, não tem medos. Daí a crise terminou. É um bom lugar… A crise some! A crise necessita da fixação em referenciais. Podemos ter crise e ansiedade rapidamente por qualquer coisa, até por jogo de futebol, filme… Está lá o filme e vocês estão passando mal. Por quê? Porque vocês estão olhando aquilo dentro do referencial que foi introduzido. A mente de vocês, operando dentro daquele referencial, começa a ver os gráficos, as manchas significando coisas. E vocês estão reagindo dentro de um conjunto de referenciais. Aquilo não é nada, mas nos deixa ansiosos. […] Aquilo é um filme, pessoal. Isso é o refúgio no prajnaparamita. Nós nos refugiamos fora da bolha. Não é uma habilidade de andar nas bolhas. É uma habilidade de ter lucidez fora da bolha, que se derrama sobre a própria bolha. A maior lucidez diante das aparências é você poder olhar as aparências fora das bolhas e ver como elas aparecem.
É muito útil a noção de que as formas não são as paredes… Namorado ou namorada não é esse ser que você pode tocar. Se for esse ser, quando vocês olhássem uma foto não aconteceria nada. Como é que vocês olham a foto e acontece alguma coisa? É porque a forma é abstrata, é luminosidade, é uma experiência coemergente.”
—Lama Padma Santem

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