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UM DIA DE FINADOS DIFERENTE - Episódio 494 – Fabio Flores

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Era um dia de finados como quase todos os outros. A chuva e o frio faziam ela sentir ainda mais vontade de ter contato com o calor humano. Do calor humano de um abraço. Em especial o abraço do seu pai. O pai dela partiu na pandemia. Foi mais uma das mais de 600 mil pessoas que tiveram a vida abreviada por este vírus. Ele morreu logo no começo de 2020. Foi uma das primeiras vítimas. Ela sentia um vazio enorme dentro dela porque não teve sequer o direito de fazer um velório. De reunir a família para uma última despedida. O pai dela em vida sempre se esforçou pra reunir a família. Fazia churrasco em todos os aniversários dos filhos só pra ter de volta a casa cheia com seus 6 filhos. Ele era tão festeiro que fazia festa até em aniversário de cachorro só pra ter um motivo pra celebrar a vida com os filhos e a alegria de ter construído uma família harmoniosa. Por isso o sepultamento dele foi tão chocante. Não fazia nenhum sentido ver ele sem amigos e familiares no sepultamento. Seria uma imagem tão forte pros olhos e pro coração que ela decidiu nem ir ao velório do pai. Ela optou por chorar sozinha e fazer uma oração no horário previsto pro sepultamento. Esta semana ela decidiu visitar o pai. Já fazia mais de 1 ano do sepultamento e ela optou por visitar o pai um pouco antes do dia de finados. Foi só chegar ao cemitério que suas lágrimas começaram a descer. A cada passo que ela dava no cemitério mais lágrimas banhavam o seu rosto e mais acelerado ficava o seu coração. E ela rodou por muitos minutos o cemitério e não conseguia encontrar a sepultura do pai. A referência dela era o número da sepultura que o irmão havia fotografado e postado no grupo da família. Depois de mais de uma hora de caminhada ela decidiu pedir ajuda a um funcionário do cemitério. E ele prontamente decidiu ajudar na localização. Curiosamente eles estavam bem próximos da sepultura. Em menos de 3 minutos ela encontrou a sepultura de número 1123. O coração disparou... ela agradeceu ao funcionário e virou-se pra sepultura lentamente. Abaixou para deixar as flores e quando olhou com mais atenção a lápide percebeu que não era o nome do seu pai... Ao invés de Arnaldo estava escrito Patrícia. Naquele momento ela ficou sem entender ao certo o que estava acontecendo. Sentou no chão e ficou tentando entender... Naquele momento ela se deu conta que estava no cemitério Jardim da Paz e na verdade seu pai havia sido sepultado no Parque da Paz. Ao perceber o tamanho da mancada ela conseguiu imaginar o pai rindo da situação. E a imaginação era tão forte e tão verdadeira que ela começou a rir também. E foi a risada mais gostosa que ela deu nestes últimos 16 meses. A risada foi tão gostosa que ela seguiu rindo imaginando o quanto pai estaria zoando ela por confundir os cemitérios. O pai sempre brincou com o fato dela ser atrapalhada. Desde a primeira infância as trapalhadas dela eram motivos pra ai e filha rirem juntos. Naquele momento ela se deu conta mesmo que o pai dela não estava naquela sepultura do cemitério Jardim da Paz e muito menos em qualquer outra sepultura de qualquer outro cemitério. Ela se deu conta que na verdade o pai dela mora nas melhores lembranças. Ela passou a acreditar que o cemitério era na verdade uma celebração da morte e o que ela mais queria era celebrar a vida. Aquela confusão de cemitérios fez ela se reencontrar com o pai e sentir a risada alegre e a doce companhia dele... ali sentada no chão do cemitério como muitas vezes ele brincou com ela sentado no chão do quintal. Aquele reencontro foi tão mágico que ela decidiu deixar as flores que levou pro pai na sepultura da Patrícia. Fez uma oração pela alma desta mulher que ela nem conhecia, mas que de alguma maneira ajudou a promover aquele reencontro. Ela voltou pra casa sorrindo e um pouco antes de dormir ela riu mais uma vez da situação. Durante o sonho ela reencontrou o pai e ele estava sorrindo... e naquele sonho o pai olhou bem dentro dos olhos dela e falou: Ô menina atrapalhada...
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Era um dia de finados como quase todos os outros. A chuva e o frio faziam ela sentir ainda mais vontade de ter contato com o calor humano. Do calor humano de um abraço. Em especial o abraço do seu pai. O pai dela partiu na pandemia. Foi mais uma das mais de 600 mil pessoas que tiveram a vida abreviada por este vírus. Ele morreu logo no começo de 2020. Foi uma das primeiras vítimas. Ela sentia um vazio enorme dentro dela porque não teve sequer o direito de fazer um velório. De reunir a família para uma última despedida. O pai dela em vida sempre se esforçou pra reunir a família. Fazia churrasco em todos os aniversários dos filhos só pra ter de volta a casa cheia com seus 6 filhos. Ele era tão festeiro que fazia festa até em aniversário de cachorro só pra ter um motivo pra celebrar a vida com os filhos e a alegria de ter construído uma família harmoniosa. Por isso o sepultamento dele foi tão chocante. Não fazia nenhum sentido ver ele sem amigos e familiares no sepultamento. Seria uma imagem tão forte pros olhos e pro coração que ela decidiu nem ir ao velório do pai. Ela optou por chorar sozinha e fazer uma oração no horário previsto pro sepultamento. Esta semana ela decidiu visitar o pai. Já fazia mais de 1 ano do sepultamento e ela optou por visitar o pai um pouco antes do dia de finados. Foi só chegar ao cemitério que suas lágrimas começaram a descer. A cada passo que ela dava no cemitério mais lágrimas banhavam o seu rosto e mais acelerado ficava o seu coração. E ela rodou por muitos minutos o cemitério e não conseguia encontrar a sepultura do pai. A referência dela era o número da sepultura que o irmão havia fotografado e postado no grupo da família. Depois de mais de uma hora de caminhada ela decidiu pedir ajuda a um funcionário do cemitério. E ele prontamente decidiu ajudar na localização. Curiosamente eles estavam bem próximos da sepultura. Em menos de 3 minutos ela encontrou a sepultura de número 1123. O coração disparou... ela agradeceu ao funcionário e virou-se pra sepultura lentamente. Abaixou para deixar as flores e quando olhou com mais atenção a lápide percebeu que não era o nome do seu pai... Ao invés de Arnaldo estava escrito Patrícia. Naquele momento ela ficou sem entender ao certo o que estava acontecendo. Sentou no chão e ficou tentando entender... Naquele momento ela se deu conta que estava no cemitério Jardim da Paz e na verdade seu pai havia sido sepultado no Parque da Paz. Ao perceber o tamanho da mancada ela conseguiu imaginar o pai rindo da situação. E a imaginação era tão forte e tão verdadeira que ela começou a rir também. E foi a risada mais gostosa que ela deu nestes últimos 16 meses. A risada foi tão gostosa que ela seguiu rindo imaginando o quanto pai estaria zoando ela por confundir os cemitérios. O pai sempre brincou com o fato dela ser atrapalhada. Desde a primeira infância as trapalhadas dela eram motivos pra ai e filha rirem juntos. Naquele momento ela se deu conta mesmo que o pai dela não estava naquela sepultura do cemitério Jardim da Paz e muito menos em qualquer outra sepultura de qualquer outro cemitério. Ela se deu conta que na verdade o pai dela mora nas melhores lembranças. Ela passou a acreditar que o cemitério era na verdade uma celebração da morte e o que ela mais queria era celebrar a vida. Aquela confusão de cemitérios fez ela se reencontrar com o pai e sentir a risada alegre e a doce companhia dele... ali sentada no chão do cemitério como muitas vezes ele brincou com ela sentado no chão do quintal. Aquele reencontro foi tão mágico que ela decidiu deixar as flores que levou pro pai na sepultura da Patrícia. Fez uma oração pela alma desta mulher que ela nem conhecia, mas que de alguma maneira ajudou a promover aquele reencontro. Ela voltou pra casa sorrindo e um pouco antes de dormir ela riu mais uma vez da situação. Durante o sonho ela reencontrou o pai e ele estava sorrindo... e naquele sonho o pai olhou bem dentro dos olhos dela e falou: Ô menina atrapalhada...
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