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Os 7 Passos do Percurso Autoral

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#055 – Museu Picasso, Barcelona, uma bela tarde de inverno de janeiro de 2022. A casa, localizada no bairro gótico, está cheia de turistas. Nem parece que ao ômicron fez o seu estrago poucas semanas antes, nas celebrações natalinas. Organizado por fases biográficas, o circuito do museu começa com suas primeiras obras, suas produções juvenis.

São belos quadros pintados em estilo realista. Já se vê ali, de tela em tela, que o pintor está buscando qualquer coisa. Não sabe ainda o quê, não tem como saber. Apenas nós, em retrospecto, conhecemos o legado de uma das figuras que mais integralmente encarnam a ideia do artista genial. O jovem Picasso, enquanto trabalha, apenas prova das tendências de sua época. Faz de tudo. E trabalha muito. Ainda é jovem. Está confiante de algo que nasce dentro dele.

​Uma pergunta me assola: e se aquele jovem, talvez por conta de uma educação severa e repressora, de algum trauma escolar mal elaborado, tivesse se contentado em pintar um quadro apenas bonito? O que seria de seu legado se ele repousasse – a sua alma, sua inquietação – à aprovação acadêmica de seus pares, dos pequenos círculos municipais? E se ele tivesse ficado com medo da mudança, de sua própria ousadia?

Jamais teríamos Guernica. Nem sequer estaríamos falando de Picasso.

Todo artista percorre uma trilha secreta, destinada apenas a ele, e que cabe a ele abrir ou não (como naquele portão da anedota de Kafka). Como psicanalista e amante de histórias, sempre gostei de acompanhar os percursos pessoais dos artistas. Meus colegas, os participantes de minhas oficinas, de grande artistas e autores de tempos passados.

Se pudesse dividir sua vida em capítulos, como se chamaria o capítulo em que você se encontra agora?

O Prelo deste mês se dedica a analisar os sete passos do percurso autoral.

Quais são os marcos mais importantes na trajetória artística de uma escritora ou escritor? Quais as etapas que o sujeito tem de atravessar para se achar no mundo dos livros e da criação?

O fazer artístico pressupõe um caminho. Um caminho de descoberta do nosso lugar e de nossa voz. Para Picasso, o segundo ou terceiro salto foi abandonar a linguagem realista e passar a uma aventura própria, aquela que o identifica como gênio, e que desperta ainda fascínio e consternação.

No mais recente episódio de Prelo, revisito a partir de uma engenharia reversa, a minha trajetória como autor ao lado da de outros colegas, e identifico sete divisores de águas – saltos, progressões – essenciais para a formação de um escritor.

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São belos quadros pintados em estilo realista. Já se vê ali, de tela em tela, que o pintor está buscando qualquer coisa. Não sabe ainda o quê, não tem como saber. Apenas nós, em retrospecto, conhecemos o legado de uma das figuras que mais integralmente encarnam a ideia do artista genial. O jovem Picasso, enquanto trabalha, apenas prova das tendências de sua época. Faz de tudo. E trabalha muito. Ainda é jovem. Está confiante de algo que nasce dentro dele.

​Uma pergunta me assola: e se aquele jovem, talvez por conta de uma educação severa e repressora, de algum trauma escolar mal elaborado, tivesse se contentado em pintar um quadro apenas bonito? O que seria de seu legado se ele repousasse – a sua alma, sua inquietação – à aprovação acadêmica de seus pares, dos pequenos círculos municipais? E se ele tivesse ficado com medo da mudança, de sua própria ousadia?

Jamais teríamos Guernica. Nem sequer estaríamos falando de Picasso.

Todo artista percorre uma trilha secreta, destinada apenas a ele, e que cabe a ele abrir ou não (como naquele portão da anedota de Kafka). Como psicanalista e amante de histórias, sempre gostei de acompanhar os percursos pessoais dos artistas. Meus colegas, os participantes de minhas oficinas, de grande artistas e autores de tempos passados.

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Quais são os marcos mais importantes na trajetória artística de uma escritora ou escritor? Quais as etapas que o sujeito tem de atravessar para se achar no mundo dos livros e da criação?

O fazer artístico pressupõe um caminho. Um caminho de descoberta do nosso lugar e de nossa voz. Para Picasso, o segundo ou terceiro salto foi abandonar a linguagem realista e passar a uma aventura própria, aquela que o identifica como gênio, e que desperta ainda fascínio e consternação.

No mais recente episódio de Prelo, revisito a partir de uma engenharia reversa, a minha trajetória como autor ao lado da de outros colegas, e identifico sete divisores de águas – saltos, progressões – essenciais para a formação de um escritor.

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