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#432 Bolsonaro pauta debate da campanha do segundo turno, empurra o nível para o esgoto e Lula apenas reage #Eleições2022

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TERÇA, 11/10/2022: A campanha eleitoral do segundo turno está sendo pautada pelo bolsonarismo desde o primeiro dia e isso é um perigo. Bolsonaro nada de braçada nas discussões que, aos olhos da elite intelectual, são bobagens. Banheiros unissex e guerra santa, por exemplo, são temas que interessam muito mais ao bolsonarismo do que à democracia - por mais que num primeiro olhar possa parecer o contrário.
Apesar da situação econômica terrível que o governo Bolsonaro colocou o país, eles conseguiram dar um nó na oposição e esconder esse debate. Ninguém mais fala dos preços dos alimentos, da fome e do emprego precário. Ao invés disso, a campanha de Lula embarca na grotesca história do canibal ou reage à fake news ligando Lula ao satanismo recuperando a ligação de Bolsonaro com a maçonaria.
Ontem, a Damares distraiu a oposição o dia inteiro falando suas loucuras. Já eleita senadora, ela agora cumpre o papel de espantalho na campanha eleitoral. Toda a vez que o assunto virar uma pauta incômoda para Bolsonaro, espantalhos como ela entrarão em ação. E, a julgar pela reação dos defensores de Lula, com sucesso…
Além de distrair a oposição, esses espantalhos também conseguem esconder propostas que realmente importam. Ontem Lula prometeu isentar de imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil. Você soube? Contou no grupo da família? Ou estava muito ocupado indignado com as loucuras da Damares?
Lula vem conquistando apoios importantes, do ponto de vista de repercussão, mas praticamente nulos no que diz respeito a votos. Quantos votos o Marcelo Madureira tem? Quantos votos o sobrinho do John Kennedy tem? Nenhum.
Na imprensa, muito destaque para discussões que também não interferem no voto dos brasileiros e brasileiras. Um exemplo é a ameaça de Bolsonaro de aumentar o número de ministros do Supremo. É grave, mas não é eleitoralmente grave. O povo não gosta do Supremo, dos seus privilégios e de suas decisões de cima pra baixo. Defender o Supremo é uma obrigação constitucional, mas também é um tiro no pé, eleitoralmente.
Os inúmeros casos de corrupção do governo Bolsonaro também se perdem no caminho por barreiras discursivas. O dinheiro vai para o centrão, dizem, ou o orçamento secreto. São expressões óbvias para quem acompanha política, mas totalmente desconhecidas pela grande massa de eleitores.
A senadora Simone Tebet deixou vazar sua insatisfação com os rumos da campanha, afirmando que alguém tem que botar juízo na campanha de Lula. Ela está certa, mas pelos motivos errados. Simone critica o uso de referências ao PT, como a cor vermelha ou a música "vai dar PT", ignorando a realidade porque, talvez, do alto do seu alto padrão de vida, ela não conheça. Os brasileiros e brasileiras não votam por partido, por cor, por musiquinhas ou por propostas. A decisão do voto é pessoal e subjetiva, ainda mais em um segundo turno entre duas celebridades.
Por mais que as pesquisas sigam indicando praticamente os mesmos resultados - uma vantagem até confortável para Lula em votos válidos - o resultado da estratégia bolsonarista já é sentido nos pormenores da Ipec de ontem: rejeição de Lula subindo e rejeição de Bolsonaro caindo. Pela primeira vez em meses, menos de 50% dos eleitores que responderam às pesquisas dizem que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum. Ou seja, mais da metade dos eleitores brasileiros ouvidos pelas pesquisas ainda admitem a possibilidade de votar nele.
Lula gravou vídeo dizendo ser contra o aborto, a campanha fez publicações dizendo que ele é a favor de banheiros separados, usou a história do canibalismo em seus discursos e ainda prepara uma carta aos religiosos. A militância reage com clichês, dizendo que segundo turno é uma guerra de rejeições. Esquecem que, nesse campo, o bolsonarismo é muito mais competente. Isso porque usam mentiras sem pudor, dominam uma máquina de disparo diretamente para os celulares de grande parte do povo e já têm anos de experiência nisso. Do outro lado, a campanha do Lula começou a articular seus grupos meses antes da eleição.
Enquanto isso, as instituições dormem em berço esplêndido. O presidente da Justiça eleitoral, que engrossou a voz há alguns meses dizendo que cassaria sem pestanejar os candidatos propagadores de fake news, se acovardou e até agora não cassou ninguém. O TSE pune as mais grotescas mentiras com multas de valores irrisórios. É quase um incentivo para que continuem fazendo isso.
Eu sei que as pesquisas dizem o contrário, que as suas timelines das redes sociais dizem o contrário e que o seu desejo diz o contrário, mas, hoje, 11 de outubro, a dura e desgradável constatação é de que quem está ganhando a campanha é o bolsonarismo. Se isso vai ser suficiente para Bolsonaro ganhar os milhões de votos que precisa para vencer, não sou capaz de opinar. Só digo que é perigoso, principalmente num cenário de voo cego, no qual não podemos confiar totalmente nos resultados das pesquisas eleitorais e nem na percepção viciada dos analistas políticos da grande mídia.
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Apesar da situação econômica terrível que o governo Bolsonaro colocou o país, eles conseguiram dar um nó na oposição e esconder esse debate. Ninguém mais fala dos preços dos alimentos, da fome e do emprego precário. Ao invés disso, a campanha de Lula embarca na grotesca história do canibal ou reage à fake news ligando Lula ao satanismo recuperando a ligação de Bolsonaro com a maçonaria.
Ontem, a Damares distraiu a oposição o dia inteiro falando suas loucuras. Já eleita senadora, ela agora cumpre o papel de espantalho na campanha eleitoral. Toda a vez que o assunto virar uma pauta incômoda para Bolsonaro, espantalhos como ela entrarão em ação. E, a julgar pela reação dos defensores de Lula, com sucesso…
Além de distrair a oposição, esses espantalhos também conseguem esconder propostas que realmente importam. Ontem Lula prometeu isentar de imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil. Você soube? Contou no grupo da família? Ou estava muito ocupado indignado com as loucuras da Damares?
Lula vem conquistando apoios importantes, do ponto de vista de repercussão, mas praticamente nulos no que diz respeito a votos. Quantos votos o Marcelo Madureira tem? Quantos votos o sobrinho do John Kennedy tem? Nenhum.
Na imprensa, muito destaque para discussões que também não interferem no voto dos brasileiros e brasileiras. Um exemplo é a ameaça de Bolsonaro de aumentar o número de ministros do Supremo. É grave, mas não é eleitoralmente grave. O povo não gosta do Supremo, dos seus privilégios e de suas decisões de cima pra baixo. Defender o Supremo é uma obrigação constitucional, mas também é um tiro no pé, eleitoralmente.
Os inúmeros casos de corrupção do governo Bolsonaro também se perdem no caminho por barreiras discursivas. O dinheiro vai para o centrão, dizem, ou o orçamento secreto. São expressões óbvias para quem acompanha política, mas totalmente desconhecidas pela grande massa de eleitores.
A senadora Simone Tebet deixou vazar sua insatisfação com os rumos da campanha, afirmando que alguém tem que botar juízo na campanha de Lula. Ela está certa, mas pelos motivos errados. Simone critica o uso de referências ao PT, como a cor vermelha ou a música "vai dar PT", ignorando a realidade porque, talvez, do alto do seu alto padrão de vida, ela não conheça. Os brasileiros e brasileiras não votam por partido, por cor, por musiquinhas ou por propostas. A decisão do voto é pessoal e subjetiva, ainda mais em um segundo turno entre duas celebridades.
Por mais que as pesquisas sigam indicando praticamente os mesmos resultados - uma vantagem até confortável para Lula em votos válidos - o resultado da estratégia bolsonarista já é sentido nos pormenores da Ipec de ontem: rejeição de Lula subindo e rejeição de Bolsonaro caindo. Pela primeira vez em meses, menos de 50% dos eleitores que responderam às pesquisas dizem que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum. Ou seja, mais da metade dos eleitores brasileiros ouvidos pelas pesquisas ainda admitem a possibilidade de votar nele.
Lula gravou vídeo dizendo ser contra o aborto, a campanha fez publicações dizendo que ele é a favor de banheiros separados, usou a história do canibalismo em seus discursos e ainda prepara uma carta aos religiosos. A militância reage com clichês, dizendo que segundo turno é uma guerra de rejeições. Esquecem que, nesse campo, o bolsonarismo é muito mais competente. Isso porque usam mentiras sem pudor, dominam uma máquina de disparo diretamente para os celulares de grande parte do povo e já têm anos de experiência nisso. Do outro lado, a campanha do Lula começou a articular seus grupos meses antes da eleição.
Enquanto isso, as instituições dormem em berço esplêndido. O presidente da Justiça eleitoral, que engrossou a voz há alguns meses dizendo que cassaria sem pestanejar os candidatos propagadores de fake news, se acovardou e até agora não cassou ninguém. O TSE pune as mais grotescas mentiras com multas de valores irrisórios. É quase um incentivo para que continuem fazendo isso.
Eu sei que as pesquisas dizem o contrário, que as suas timelines das redes sociais dizem o contrário e que o seu desejo diz o contrário, mas, hoje, 11 de outubro, a dura e desgradável constatação é de que quem está ganhando a campanha é o bolsonarismo. Se isso vai ser suficiente para Bolsonaro ganhar os milhões de votos que precisa para vencer, não sou capaz de opinar. Só digo que é perigoso, principalmente num cenário de voo cego, no qual não podemos confiar totalmente nos resultados das pesquisas eleitorais e nem na percepção viciada dos analistas políticos da grande mídia.
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