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Proxcast 01: SwitchSt(d)ance

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When? This feed was archived on September 18, 2021 18:14 (2+ y ago). Last successful fetch was on August 24, 2020 23:14 (3+ y ago)

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Proxcast 01: SwitchSt(d)ance - Warm up for Nathan Fake - 31/05/12 Marco Antão, ou SwitchSt(d)ance, é um daqueles artistas que vagueiam pelos estranhos territórios do neo-trance e do techno melódico, com claras influencias do IDM, dos 80’s e do gótico. É residente do Lux Frágil, já tocou ao lado de artistas como James Holden, Actress ou Nosaj Thing, e Sexta dia 1 de Março vai acompanhar o Ricardo Tobar na primeira festa da Proxid. Razões mais do que suficientes para o entrevistar-mos e saber o que se passa na sua mente. Entrevista a SwitchSt(d)ance - Conta-nos como é um dia normal do Switch? Depende se consigo arranjar trabalho na minha área ou não. Normalmente é durante a Primavera e o Verão que surgem mais oportunidades na área da produção de eventos; durante o Inverno geralmente há menos trabalho então dedico-me a tempo inteiro à musica, tanto a ouvir o que sai de novo como a produzir musica no estúdio. - Como foi o teu passado musical? Tiveste uma banda ou algo do género ou era só skate? Nunca tive nenhuma banda, mas quando tinha 7 anos tive aulas de piano e mais tarde com 11 andei numa escola a aprender a tocar baixo. Foi aos 12 anos que comecei a andar de skate, e depois passado talvez uns 13 anos é que voltei à musica, desta vez como Dj e mais tarde a produzir música. - E de onde veio esse gosto pela musica mais hipnótica, pela brain music? É uma boa pergunta, nem eu sei bem responder, mas acho piada ao facto de uma mesma música conseguir criar diferentes emoções e estados de espírito quando a oiço. Não gosto de música só para distrair ou preencher o silêncio, prefiro música com mais conteúdo e até inesperada, sabes? Ir a pé de phones pela rua e às tantas nem saber bem para onde estou a ir, porque a música é de tal modo envolvente que sem reparar já estou vaguear tanto física como mentalmente. É engraçado quando estou com amigos numa sala de estar ou algo parecido e pedem-me para por uma musica de fundo, tudo aqui que escolho independentemente do estilo de música acaba por despertar a atenção e concentração das pessoas. - Já fazem quase 3 anos que és residente do Lux. Qual o balanço que fazes da experiência? Como comparas tocar um all night set vs um warm-up? E discoteca vs bar? É uma grande experiência. Uma casa com excelentes condições em todos os aspectos, onde já tive oportunidade de tocar a minha música para um bom público e também conhecer grandes artistas. Os all night sets no Lux não são fáceis, costumo começar à meia noite e termino entre as 6h e as 7h. Por isso mesmo, divido o meu set em várias fases: ao início começo com música calma e longa, porque por vezes demora 1hora até aparecer a primeira pessoa na pista. Quando surgem as primeiras pessoas, algumas vão logo embora porque não se sentem à vontade de serem as únicas na pista. Continuo com música para o início da noite e a tentar perceber o que é que cativa o público a manter-se na pista. A partir das 3h é quando a casa começa a ficar mais composta e talvez por volta das 4h, quando sinto que contagiei o público, é quando faço o "switch" e começo a introdução para um verdadeiro set meu até ao fim da noite. No warm up faço outro tipo de sets, normalmente tenho as costas protegidas pelo artista internacional que vai tocar e sei que vou ter um público que vai estar na pista principalmente para o ouvir. Então sinto-me um pouco mais à vontade para fazer um set que faça sentido, sem ter muito que me preocupar se vou agradar o público ou não. Ou seja, toco o que gosto e o que quero dar a conhecer às pessoas sem qualquer tipo de preconceito e preocupações. Agora entre o Bar e a Discoteca, no bar é muito mais fácil que na discoteca, pelo menos é um ambiente muito mais descontraído e não há tanta pressão. Tocar na discoteca exige muito mais de mim física e psicologicamente, fico sempre muito tenso e concentrado no meu trabalho, por vezes até me esqueço de beber o copo que pedi à 1h hora atrás. A pressão é muito maior, ao mínimo erro que possa acontecer com a música sei que vou ter centenas de pessoas a olharem ou a assobiarem. Felizmente até à data, ainda não me aconteceu nada do género. - Qual a festa onde mais gostaste de tocar? Festas onde se faz silencio na pista para ouvir e dançar a música. Gosto sempre quando sei que tenho os meus amigos todos reunidos na pista de dança. Mas aquela de que tenho a memória mais fresca, foi no mês passado com James Holden e Ivan Smagghe, porque são dois grandes mestres da música e duas grandes influencias do meu trabalho. - O que te passa pela cabeça enquanto tocas? Vontade de largar a cabine e ir para o meio da pista do Lux ouvir e ouvir as minhas músicas naquele sistema de som incrível com todas as pessoas a dançar. - Os teus sets revelam um linha musical bastante variada, mas sempre coerente; como os preparas? Obrigado! Aborrece-me quando oiço sets que parece que não evoluem ou que soa à mesma música durante 2h. Quando faço um set, gosto de tentar contar uma história. Ou seja, é como ler um livro cada musica pode ser uma página ou um capitulo, gosto de ir a diferentes sítios, gosto de fazer quebras no meio do set para deixar as pessoas respirarem e prepararem-se para a próxima viagem/capitulo. Normalmente faço uma playlist alargada com tudo o que possa fazer sentido nessa noite, depois dentro dessa playlist faço outras playlists. Umas com musicas que não posso de maneira alguma esquecer-me de tocar, outra com musica mais forte, com musica mais calma, com musica para fazer pontes, como musica para inicio, fim, etc. Depois quando começo a tocar tento arranjar um percurso para ligar as musicas todas das diferentes playlists. - Imagino que de vez em quando tenhas alguém a pedir-te para tocares Swedish House Máfia ou algo do género, de que forma lidas com esses requests? Confesso que não conhecia a música de Swedish House Máfia! Fui agora ao youtube para tentar perceber a tua pergunta. Quando fazem esse tipo de pedidos, ou até quando me pedem para tocar mais groove ou house reajo de várias formas, depende do dia, ora ignoro e concentro-me no que estou a fazer, finjo que não oiço ou não compreendo, digo nunca ouvi falar ou digo que é a próxima que vai tocar - depende mesmo do meu estado de espírito. - No verão passado encerraste o Alchemy Circle do Boom, como foi a experiência de tocar ao final da tarde, ao lado de uma lagoa, em oposição a uma discoteca escura às 3 da manhã? Onde te sentes mais confortável? Sinto-me mais confortável numa discoteca porque é onde tenho mais experiência, se bem que penso que a minha música pode fazer muito sentido ao ar livre e durante o dia. Tocar no encerramento do Boom foi um grande desafio. Inicialmente tinha em mente fazer um set calmo e lento, por volta de 116 BPM's - tinha imaginado o pôr de sol, a lagoa, e muita viagem. Mas quando comecei a montar o meu material, apercebi-me que música do Dj anterior era muito rápida, muito física, estática, quase a arranhar no new rave/maximal, tive logo que alterar aquilo que tinha pensado. Tocar a 116 BPM's seria um autêntico chill out ou downtempo depois deste Dj que estava em palco. No momento arranjei outra estratégia e comecei o meu set, ao inicio foi uma sensação estranha, acho que estava a tocar música com informação a mais, houve pessoas que se assustaram; mas por outro lado sabia que a minha música fazia todo o sentido num festival como o Boom e capaz de transmitir emoções nas pessoas. Continuei com a minha linha musical e fui percebendo que estava a renovar a pista com outro público, Quando cheguei a meio do set já estava mais à vontade e tudo indica que correu bem, lembro-me que quando terminei veio muita gente falar comigo e dar-me os parabéns, dizer que nunca tinham ouvido nada parecido e a perguntar-me que estilo de música era este. Um rapaz disse-me que chorou de alegria numa certa música! Já passaram 7 meses e ainda continuo a receber emails de pessoas de países que nunca ouvi falar, como por exemplo da Nova Caledônia! O Boom foi uma experiência muito gratificante e que gostava de repeti-la. - As tuas produções também são bastante interessantes, quase uma extensão dos teus sets. O que procuras quando fazes musica? Como aprendeste a produzir? Procuro satisfazer as minhas vontades momentâneas. Há quem faça música a pensar nas vendas, nas editoras, etc. Um dia acordo e apetece-me fazer um beat e tento, no outro dia apetece-me fazer algo mais kraut faço, no outro dia talvez algo mais cosmic, no outro dia drone ou só frequências estranhas, e no outro quem sabe um mix de todas as minhas influências - vai um bocado conforme a minha disposição do próprio dia. No início aprendi bastante só de observar o meu amigo Pedro Martins a trabalhar em estúdio. Mas ainda tenho muito para aprender e ultimamente procuro ir contra as regras básicas da música clássica, criando as minhas próprias escalas atonais. Recentemente comecei a usar compassos de música diferentes, em vez do vulgar 4/4 ando a explorar compassos 5/4 ou 7/8. - Achei interessante na festa do blog Breathing Beats teres tocado um set mais virado para o hip-hop e 2-step, um pouco diferente do que normalmente te ouvimos a tocar. Foi uma excepção à regra ou de vez em quando ainda fazes sets desses? Não diria Hip Hop nem 2step, mas sim wonky ou raw beats e não é excepção à regra. No bar do Lux costumo tocar um pouco deste tipo de música, e já houve outros grandes eventos onde pude mostrar esta faceta, como na noite em que a Punch magazine convidou Nosaj Thing no Musicbox ou ainda no evento da Dc Shoes no Faktory Club. - Nos últimos meses deu-se um enorme aumento da oferta de musica de dança underground em Lisboa, com artistas internacionais a passarem por cá praticamente todos os fins de semana. Como vês a “cena” lisboeta? Lisboa está completamente parada no tempo, basta olhar para os cartazes de eventos e festivais do resto da Europa e ficar a sonhar quando é que vão haver eventos semelhantes por cá. É incrível como é que uma capital europeia como Lisboa não tem um único festival dedicado à musica electrónica, existem festivais com palcos ou tendas electrónicas, mas de electrónica só tem mesmo o nome. Quando vou por exemplo ao Sonar em Barcelona ou outros eventos em outros países volto para Portugal de barriga cheia, suficiente para nos alimentar durante 3 anos de música em Portugal. Lembro-me há 2 anos de ter ido a Fabric para ouvir Daedelus, Dimlite, Flying Lotus, J Rocc, Kode 9, Martyn, Nosaj Thing, Gaslamp Killer, Tokimonsta, Dorian Concept, tudo na mesma sala, uns a seguir aos outros e só paguei um valor equivalente a 15€. Não acredito que cá consiga haver algo parecido. Volta e meia existe alguém a investir em musica nova, que é o caso da Proxid e da Joana Almeida (Give Music a Chance) que convidou Lanny May em Outubro. Correu bem mas ainda são eventos muito casuais. 1 ou 2 por ano não chega. Eu próprio já me estou a organizar em função de começar a organizar os meus próprios eventos com musica e artistas que fazem falta neste cidade. Sempre que saio à noite, vêm pessoas falar comigo e tenho me apercebido de que felizmente o público português também se está a aperceber desta situação e já está um pouco saturado da fraca oferta que existe em Lisboa. Gostava que os promotores e programadores se apercebessem desta situação e acompanhassem a evolução da música e apostassem nas novas tendências. - Que artistas nacionais te chamam mais à atenção? Twofold, D-Man, Zacarocha, Pedro Martins, 18thdivision, IVVO, Ramboiage, Ludovic, Chainless, Thomm, Papercutz, Manycure, Photonz. - Vais tocar no primeiro Boiler Room português, qual a tua expectativa? Em poucas palavras: curioso, nervoso, contente, ansioso e cheio de pica. - E que esperas da festa da Proxid? Ansioso por tocar com o Ricardo Tobar? Acho que vai ser um sucesso. O Lux já teve o Ricardo como convidado, mas foi há 4 anos atrás, nessa altura ainda era completamente desconhecido do público português, e era o novo artista da Border Community, hoje em dia já é muito mais popular e conheço muita gente que está cheia de vontade em ouvi-lo de novo. Tocar com o Ricardo também vai ser bom de certeza, estou curioso por o conhecer pessoalmente. - Quais os teus planos para o futuro? Espero este ano lançar música em algumas das minhas editoras favoritas. E o resto é surpresa... - Obrigado pela entrevista, gostavas de acrescentar alguma coisa? Obrigado eu por esta entrevista e pelo convite para tocar no teu primeiro evento. Queria também agradecer a todos aqueles que me ajudam e apoiam; Lux e todo o seu staff, Inês Meira, Twofold, Hong Kong Triad, David Tutti dos Reis, Madame, Mariola Kuskowska, Faktory Club, Europa, Brownie, Boom Festival, aos meus patrocinadores Native Instruments, Dc Shoes, vinho Social, a todos os meu amigos, conhecidos e desconhecidos que frequentam e apoiam as minhas noites. Obrigado! Photo by Elisabeth Pallentin More Switchst(d)ance: http://www.switchstdance.com https://www.facebook.com/switchstance http://soundcloud.com/switchst-d-ance http://vimeo.com/switchstdance http://www.youtube.com/switchstdance More Proxid: http://www.proxid.pt/ https://www.facebook.com/Proxid.Lisboa https://soundcloud.com/proxid-1 https://vimeo.com/proxidlisboa http://www.youtube.com/ProxidLisboa subscrever via itunes: https://itunes.apple.com/pt/podcast/proxids-proxcast/id68709­0647
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Tiveste uma banda ou algo do género ou era só skate? Nunca tive nenhuma banda, mas quando tinha 7 anos tive aulas de piano e mais tarde com 11 andei numa escola a aprender a tocar baixo. Foi aos 12 anos que comecei a andar de skate, e depois passado talvez uns 13 anos é que voltei à musica, desta vez como Dj e mais tarde a produzir música. - E de onde veio esse gosto pela musica mais hipnótica, pela brain music? É uma boa pergunta, nem eu sei bem responder, mas acho piada ao facto de uma mesma música conseguir criar diferentes emoções e estados de espírito quando a oiço. Não gosto de música só para distrair ou preencher o silêncio, prefiro música com mais conteúdo e até inesperada, sabes? Ir a pé de phones pela rua e às tantas nem saber bem para onde estou a ir, porque a música é de tal modo envolvente que sem reparar já estou vaguear tanto física como mentalmente. É engraçado quando estou com amigos numa sala de estar ou algo parecido e pedem-me para por uma musica de fundo, tudo aqui que escolho independentemente do estilo de música acaba por despertar a atenção e concentração das pessoas. - Já fazem quase 3 anos que és residente do Lux. Qual o balanço que fazes da experiência? Como comparas tocar um all night set vs um warm-up? E discoteca vs bar? É uma grande experiência. Uma casa com excelentes condições em todos os aspectos, onde já tive oportunidade de tocar a minha música para um bom público e também conhecer grandes artistas. Os all night sets no Lux não são fáceis, costumo começar à meia noite e termino entre as 6h e as 7h. Por isso mesmo, divido o meu set em várias fases: ao início começo com música calma e longa, porque por vezes demora 1hora até aparecer a primeira pessoa na pista. Quando surgem as primeiras pessoas, algumas vão logo embora porque não se sentem à vontade de serem as únicas na pista. Continuo com música para o início da noite e a tentar perceber o que é que cativa o público a manter-se na pista. A partir das 3h é quando a casa começa a ficar mais composta e talvez por volta das 4h, quando sinto que contagiei o público, é quando faço o "switch" e começo a introdução para um verdadeiro set meu até ao fim da noite. No warm up faço outro tipo de sets, normalmente tenho as costas protegidas pelo artista internacional que vai tocar e sei que vou ter um público que vai estar na pista principalmente para o ouvir. Então sinto-me um pouco mais à vontade para fazer um set que faça sentido, sem ter muito que me preocupar se vou agradar o público ou não. Ou seja, toco o que gosto e o que quero dar a conhecer às pessoas sem qualquer tipo de preconceito e preocupações. Agora entre o Bar e a Discoteca, no bar é muito mais fácil que na discoteca, pelo menos é um ambiente muito mais descontraído e não há tanta pressão. Tocar na discoteca exige muito mais de mim física e psicologicamente, fico sempre muito tenso e concentrado no meu trabalho, por vezes até me esqueço de beber o copo que pedi à 1h hora atrás. A pressão é muito maior, ao mínimo erro que possa acontecer com a música sei que vou ter centenas de pessoas a olharem ou a assobiarem. Felizmente até à data, ainda não me aconteceu nada do género. - Qual a festa onde mais gostaste de tocar? Festas onde se faz silencio na pista para ouvir e dançar a música. Gosto sempre quando sei que tenho os meus amigos todos reunidos na pista de dança. Mas aquela de que tenho a memória mais fresca, foi no mês passado com James Holden e Ivan Smagghe, porque são dois grandes mestres da música e duas grandes influencias do meu trabalho. - O que te passa pela cabeça enquanto tocas? Vontade de largar a cabine e ir para o meio da pista do Lux ouvir e ouvir as minhas músicas naquele sistema de som incrível com todas as pessoas a dançar. - Os teus sets revelam um linha musical bastante variada, mas sempre coerente; como os preparas? Obrigado! Aborrece-me quando oiço sets que parece que não evoluem ou que soa à mesma música durante 2h. Quando faço um set, gosto de tentar contar uma história. Ou seja, é como ler um livro cada musica pode ser uma página ou um capitulo, gosto de ir a diferentes sítios, gosto de fazer quebras no meio do set para deixar as pessoas respirarem e prepararem-se para a próxima viagem/capitulo. Normalmente faço uma playlist alargada com tudo o que possa fazer sentido nessa noite, depois dentro dessa playlist faço outras playlists. Umas com musicas que não posso de maneira alguma esquecer-me de tocar, outra com musica mais forte, com musica mais calma, com musica para fazer pontes, como musica para inicio, fim, etc. Depois quando começo a tocar tento arranjar um percurso para ligar as musicas todas das diferentes playlists. - Imagino que de vez em quando tenhas alguém a pedir-te para tocares Swedish House Máfia ou algo do género, de que forma lidas com esses requests? Confesso que não conhecia a música de Swedish House Máfia! Fui agora ao youtube para tentar perceber a tua pergunta. Quando fazem esse tipo de pedidos, ou até quando me pedem para tocar mais groove ou house reajo de várias formas, depende do dia, ora ignoro e concentro-me no que estou a fazer, finjo que não oiço ou não compreendo, digo nunca ouvi falar ou digo que é a próxima que vai tocar - depende mesmo do meu estado de espírito. - No verão passado encerraste o Alchemy Circle do Boom, como foi a experiência de tocar ao final da tarde, ao lado de uma lagoa, em oposição a uma discoteca escura às 3 da manhã? Onde te sentes mais confortável? Sinto-me mais confortável numa discoteca porque é onde tenho mais experiência, se bem que penso que a minha música pode fazer muito sentido ao ar livre e durante o dia. Tocar no encerramento do Boom foi um grande desafio. Inicialmente tinha em mente fazer um set calmo e lento, por volta de 116 BPM's - tinha imaginado o pôr de sol, a lagoa, e muita viagem. Mas quando comecei a montar o meu material, apercebi-me que música do Dj anterior era muito rápida, muito física, estática, quase a arranhar no new rave/maximal, tive logo que alterar aquilo que tinha pensado. Tocar a 116 BPM's seria um autêntico chill out ou downtempo depois deste Dj que estava em palco. No momento arranjei outra estratégia e comecei o meu set, ao inicio foi uma sensação estranha, acho que estava a tocar música com informação a mais, houve pessoas que se assustaram; mas por outro lado sabia que a minha música fazia todo o sentido num festival como o Boom e capaz de transmitir emoções nas pessoas. Continuei com a minha linha musical e fui percebendo que estava a renovar a pista com outro público, Quando cheguei a meio do set já estava mais à vontade e tudo indica que correu bem, lembro-me que quando terminei veio muita gente falar comigo e dar-me os parabéns, dizer que nunca tinham ouvido nada parecido e a perguntar-me que estilo de música era este. Um rapaz disse-me que chorou de alegria numa certa música! Já passaram 7 meses e ainda continuo a receber emails de pessoas de países que nunca ouvi falar, como por exemplo da Nova Caledônia! O Boom foi uma experiência muito gratificante e que gostava de repeti-la. - As tuas produções também são bastante interessantes, quase uma extensão dos teus sets. O que procuras quando fazes musica? Como aprendeste a produzir? Procuro satisfazer as minhas vontades momentâneas. Há quem faça música a pensar nas vendas, nas editoras, etc. Um dia acordo e apetece-me fazer um beat e tento, no outro dia apetece-me fazer algo mais kraut faço, no outro dia talvez algo mais cosmic, no outro dia drone ou só frequências estranhas, e no outro quem sabe um mix de todas as minhas influências - vai um bocado conforme a minha disposição do próprio dia. No início aprendi bastante só de observar o meu amigo Pedro Martins a trabalhar em estúdio. Mas ainda tenho muito para aprender e ultimamente procuro ir contra as regras básicas da música clássica, criando as minhas próprias escalas atonais. Recentemente comecei a usar compassos de música diferentes, em vez do vulgar 4/4 ando a explorar compassos 5/4 ou 7/8. - Achei interessante na festa do blog Breathing Beats teres tocado um set mais virado para o hip-hop e 2-step, um pouco diferente do que normalmente te ouvimos a tocar. Foi uma excepção à regra ou de vez em quando ainda fazes sets desses? Não diria Hip Hop nem 2step, mas sim wonky ou raw beats e não é excepção à regra. No bar do Lux costumo tocar um pouco deste tipo de música, e já houve outros grandes eventos onde pude mostrar esta faceta, como na noite em que a Punch magazine convidou Nosaj Thing no Musicbox ou ainda no evento da Dc Shoes no Faktory Club. - Nos últimos meses deu-se um enorme aumento da oferta de musica de dança underground em Lisboa, com artistas internacionais a passarem por cá praticamente todos os fins de semana. Como vês a “cena” lisboeta? Lisboa está completamente parada no tempo, basta olhar para os cartazes de eventos e festivais do resto da Europa e ficar a sonhar quando é que vão haver eventos semelhantes por cá. É incrível como é que uma capital europeia como Lisboa não tem um único festival dedicado à musica electrónica, existem festivais com palcos ou tendas electrónicas, mas de electrónica só tem mesmo o nome. Quando vou por exemplo ao Sonar em Barcelona ou outros eventos em outros países volto para Portugal de barriga cheia, suficiente para nos alimentar durante 3 anos de música em Portugal. Lembro-me há 2 anos de ter ido a Fabric para ouvir Daedelus, Dimlite, Flying Lotus, J Rocc, Kode 9, Martyn, Nosaj Thing, Gaslamp Killer, Tokimonsta, Dorian Concept, tudo na mesma sala, uns a seguir aos outros e só paguei um valor equivalente a 15€. Não acredito que cá consiga haver algo parecido. Volta e meia existe alguém a investir em musica nova, que é o caso da Proxid e da Joana Almeida (Give Music a Chance) que convidou Lanny May em Outubro. Correu bem mas ainda são eventos muito casuais. 1 ou 2 por ano não chega. Eu próprio já me estou a organizar em função de começar a organizar os meus próprios eventos com musica e artistas que fazem falta neste cidade. Sempre que saio à noite, vêm pessoas falar comigo e tenho me apercebido de que felizmente o público português também se está a aperceber desta situação e já está um pouco saturado da fraca oferta que existe em Lisboa. Gostava que os promotores e programadores se apercebessem desta situação e acompanhassem a evolução da música e apostassem nas novas tendências. - Que artistas nacionais te chamam mais à atenção? Twofold, D-Man, Zacarocha, Pedro Martins, 18thdivision, IVVO, Ramboiage, Ludovic, Chainless, Thomm, Papercutz, Manycure, Photonz. - Vais tocar no primeiro Boiler Room português, qual a tua expectativa? Em poucas palavras: curioso, nervoso, contente, ansioso e cheio de pica. - E que esperas da festa da Proxid? Ansioso por tocar com o Ricardo Tobar? Acho que vai ser um sucesso. O Lux já teve o Ricardo como convidado, mas foi há 4 anos atrás, nessa altura ainda era completamente desconhecido do público português, e era o novo artista da Border Community, hoje em dia já é muito mais popular e conheço muita gente que está cheia de vontade em ouvi-lo de novo. Tocar com o Ricardo também vai ser bom de certeza, estou curioso por o conhecer pessoalmente. - Quais os teus planos para o futuro? Espero este ano lançar música em algumas das minhas editoras favoritas. E o resto é surpresa... - Obrigado pela entrevista, gostavas de acrescentar alguma coisa? Obrigado eu por esta entrevista e pelo convite para tocar no teu primeiro evento. Queria também agradecer a todos aqueles que me ajudam e apoiam; Lux e todo o seu staff, Inês Meira, Twofold, Hong Kong Triad, David Tutti dos Reis, Madame, Mariola Kuskowska, Faktory Club, Europa, Brownie, Boom Festival, aos meus patrocinadores Native Instruments, Dc Shoes, vinho Social, a todos os meu amigos, conhecidos e desconhecidos que frequentam e apoiam as minhas noites. Obrigado! Photo by Elisabeth Pallentin More Switchst(d)ance: http://www.switchstdance.com https://www.facebook.com/switchstance http://soundcloud.com/switchst-d-ance http://vimeo.com/switchstdance http://www.youtube.com/switchstdance More Proxid: http://www.proxid.pt/ https://www.facebook.com/Proxid.Lisboa https://soundcloud.com/proxid-1 https://vimeo.com/proxidlisboa http://www.youtube.com/ProxidLisboa subscrever via itunes: https://itunes.apple.com/pt/podcast/proxids-proxcast/id68709­0647
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