Cervo-do-pantanal, o parente brasileiro das renas do Papai Noel
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O Sons da Terra dessa semana traz um bicho que quase não faz som, só um gemido discreto quando o macho persegue a fêmea ou quando tem conflito entre dois indivíduos. Mas se o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) vocaliza pouco, por outro lado ouve muito. Sendo uma presa em potencial, o cervo tem que estar sempre de orelha em pé.
Nesse episódio de Sons da Terra os repórteres do TG e o biólogo Luciano Lima conversam com o pesquisador Maurício Barbanti, professor da Unesp em Jaboticabal e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos (Nupecce). Segundo Barbanti, além da audição, os cervos-do-pantanal tem o olfato muito apurado.
Apesar do nome, esse cervídeo não ocorre apenas no Pantanal, mas também em áreas alagáveis do rio Guaporé, entre Rondônia e Mato Grosso, na Ilha do Bananal, no Tocantins e nos Esteros de Iberá, na Argentina. Aqui no estado de São Paulo muitas das áreas originais do cervo foram alagadas após a construção de usinas hidrelétricas. Na década de 90 os animais foram resgatados e levados para criadouros ou para as várzeas do rio Mogi Guaçu, na região de Luiz Antônio.
Ele é o maior cervídeo da América do Sul, pesa entre 80 e 150 quilos e mede até um metro e trinta de altura. Os machos tem chifres que podem possuir de 4 até 10 pontas. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) consideram a espécie "vulnerável" e sua área de distribuição geográfica foi radicalmente reduzida a partir do século XX.
Foto: Carlos Tuyama
Recentemente a fusão entre dois centros de pesquisa, o Centro de Conservação do cervo-do-pantanal e o Nupecce deu origem ao maior criadouro de cervídeos do mundo que fica no campus da Unesp em Jaboticabal.
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