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Paulo Lessa: A revolução da TV é preta

 
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Ator emenda dois protagonismos e se torna principal nome em novo momento da Globo Há apenas cinco anos, a novela "Segundo Sol" — ambientada na Bahia, o estado brasileiro com a maior porcentagem de negros na população — figurava um elenco quase todo branco. Hoje, em um sinal de mudança em uma sociedade ainda muito desigual, os três principais títulos da Rede Globo têm protagonismo de atores negros. É para falar sobre esse novo momento da televisão que o Trip FM recebeu o ator Paulo Lessa, que acaba de emendar dois papéis importantes na emissora. “Quando você traz um personagem negro, protagonistas e bem-sucedido, você ajuda a quebrar um estereótipo e mostra que é possível estar em outra posição. A televisão constrói o imaginário popular. Fico feliz de estar construindo novas possibilidades”, disse ele. Filho da trancista Idalice Moreira Bastos, a Dai, uma figura muito importante da cultura do Rio de Janeiro, Paulo se dedicou muito tempo ao futebol antes de mergulhar na carreira artística. “Onde a gente se via antes? O cara só sonhava em ser jogador de futebol e ter uma banda de pagode, era o auge da vida de um jovem negro. Hoje eu recebo mensagens de jovens de diversos mercados falando que o meu trabalho foi uma injeção de ânimo. Estar na tela hoje como protagonista é revolucionário. Ajuda a mexer a roda". Casado com a cabo-verdiana Cindy Cruz e pai da Jade, de dois anos, ele também falou sobre família, grana, Vini Jr. e muito mais. A conversa está disponível aqui nesta página e também no Spotify. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2023/06/647a4023d199a/paulo-lessa-ator-tripfm-mh.jpg; CREDITS=Jorge Bispo ; LEGEND=Paulo Lessa; ALT_TEXT=Paulo Lessa] Trip. Quais dificuldades você sofreu quando decidiu ser ator? Paulo Lessa. Quando eu comecei a estudar artes cênicas, houve um enfrentamento familiar. Meus pais olhavam na televisão e não viam ninguém negro: em uma novela com sessenta atores tinham dois. Para eles, eu ia entrar numa fria, mas sempre acreditei que era possível. Apesar de viver da arte de ser trancista, minha mãe desejava muito uma profissão mais segura para mim. Eu mesmo nunca achei que fosse me tornar protagonista de novela. Quando entrei na oficina de atores da Globo, éramos em vinte alunos e eu o único negro. Eu sonhava em me manter como ator, estar nos elencos, mas não tinha nenhuma perspectiva de ser protagonista. Até porque entre Milton Gonçalves e Tony Tornado você só vê o Lázaro Ramos, que é muito mais novo, cinquenta anos de diferença. Qual a importância de representar um personagem negro e rico? Quando você traz um personagem negro, protagonista e bem-sucedido, você ajuda a quebrar um estereótipo e mostra que é possível estar em outra posição. A televisão constrói o imaginário popular. Eu fico feliz de ser uma peça que está construindo novas possibilidades. Isso dá para as pessoas a chance de sonhar, de serem protagonistas de suas vidas. Onde essas pessoas se viam antes? O cara só sonhava em ser jogador de futebol e ter uma banda de pagode, era o auge da vida de um jovem negro. Hoje eu recebo mensagens de jovens de diversos mercados falando que o meu trabalho foi uma injeção de ânimo. Estar na tela hoje como protagonista é revolucionário. E quanto ao dinheiro? Dá pra dizer que você ganha tanto quanto um ator branco da mesma idade? Ainda existe uma discrepância grande de salários e cachês. Eu estou tendo um reconhecimento artístico muito interessante, fruto de muito trabalho, de uma evolução artística, mas a parte financeira a gente ainda precisa chegar, ainda não encaixou. Se tivermos acesso aos números, as pessoas podem ficar até espantadas. Eu tenho lutado para melhorar isso.
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