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Cientistas franceses descobrem nova molécula que provoca alergias respiratórias

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O pesquisador francês Jean-Philippe Girard, diretor de pesquisa do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa da França), e sua equipe identificaram uma molécula que atua no processo inflamatório que causa doenças como a rinite alérgica e a asma, por exemplo. Batizada de TL1A, ela é liberada pelo epitélio respiratório alguns minutos após a exposição a uma substância alérgica e integra a família das alarminas.

Taíssa Stivanin, da RFI

Liberadas em grande quantidade, as alarminas podem iniciar a inflamação, estimular a atividade das células imunológicas e desencadear uma série de reações no corpo, como as alergias. O estudo foi publicado em abril na revista científica Journal of Experimental Medicine.

“Nas alergias, um dos fatores mais importantes é o meio ambiente, além das substâncias alérgicas presentes nele e no ar que respiramos em ambientes fechados ou do lado de fora. Ao ar livre, o pólen e alguns tipos de fungos são os que provocam mais reações”, explicou o cientista francês à RFI.

Um desses fungos é o Alternaria alternata, que está relacionado a crises de alergia e de asma severa, principalmente quando o tempo está úmido, favorecendo sua dispersão no meio ambiente.

A alergia respiratória é a quarta doença crônica mais comum no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), e deve atingir a metade da população mundial até 2050. Só na França, a estimativa é que 17 milhões de pessoas sejam alérgicas e 4 milhões sofram de asma.

Entre 200 e 400 mil desenvolvem a forma severa da doença e podem ter crises graves, que provocam dezenas de mortes no país. Um dos principais objetivos do estudo, segundo Jean-Philippe Girard, foi justamente encontrar um tratamento alternativo para evitar esses óbitos.

A equipe do cientista francês estuda há mais de uma década o efeito do fungo alternata no organismo dos alérgicos. Durante a pesquisa, eles perceberam que 15 minutos após o contato com a substância, todas as células que formam o epitélio pulmonar liberaram um sinal de alarme para as defesas do organismo. "Essas alarminas, presentes no tecido, dialogam com nosso sistema imunológico, explica o cientista.

“São esses sinais de alarme que chamamos de alarminas. Elas alertam nossas defesas naturais, nesse caso, contra uma substância alérgica. Essas alarminas presentes no pulmão, brônquios e alvéolos pulmonares também avisam quando há um vírus, como o da gripe ou do resfriado”, exemplifica.

Alerta para os glóbulos brancos

Uma das funções da molécula é alertar os glóbulos brancos, presentes nos pulmões, da presença de um corpo estranho. Eles vão, dessa forma, produzir mediadores da reação alérgica, entre eles uma proteína responsável pela produção de muco, que obstruirá os brônquios e causará a inflamação.

“Ao bloquearmos as alarminas, que dão início a essa cadeia de reações, reduzimos a inflamação. Se agimos no meio do processo, há outros mecanismos que podem compensar essa ação, mas agindo desde o começo, bloqueamos tudo. Esse é o conceito das alarminas, e é isso que é importante” frisa Jean Philippe Girard.

Com a nova descoberta, já são três as alarminas identificadas até agora pela Ciência. Uma delas já havia sido detectada há mais de 20 anos pela equipe do cientista francês e em breve beneficiará pacientes que sofrem de patologias como a BPCO, a doença pulmonar obstrutiva crônica.

Segundo ele, os pacientes integram seis estudos de fase 3 conduzidos por grandes laboratórios e recebem anticorpos que bloqueiam a molécula. Os resultados devem ser divulgados em 2025 e, se tudo correr bem, um novo medicamento chegará às prateleiras.

O objetivo agora é que a nova alarmina, que acaba de ser identificada, também possa ser testada em larga escala. “Nossa nova descoberta virá reforçar o arsenal terapêutico e as possibilidades de tratamento para os pacientes.”

Para isso, é preciso investimento para colocar em práticas os testes clínicos necessários para validar o estudo em humanos e obter um medicamento contra a asma severa. Em seu laboratório, Philippe Girard, continuará suas experiências com outras substâncias alergênicas, como ácaros ou polens, que também estão na origem de alergias graves.

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Taíssa Stivanin, da RFI

Liberadas em grande quantidade, as alarminas podem iniciar a inflamação, estimular a atividade das células imunológicas e desencadear uma série de reações no corpo, como as alergias. O estudo foi publicado em abril na revista científica Journal of Experimental Medicine.

“Nas alergias, um dos fatores mais importantes é o meio ambiente, além das substâncias alérgicas presentes nele e no ar que respiramos em ambientes fechados ou do lado de fora. Ao ar livre, o pólen e alguns tipos de fungos são os que provocam mais reações”, explicou o cientista francês à RFI.

Um desses fungos é o Alternaria alternata, que está relacionado a crises de alergia e de asma severa, principalmente quando o tempo está úmido, favorecendo sua dispersão no meio ambiente.

A alergia respiratória é a quarta doença crônica mais comum no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), e deve atingir a metade da população mundial até 2050. Só na França, a estimativa é que 17 milhões de pessoas sejam alérgicas e 4 milhões sofram de asma.

Entre 200 e 400 mil desenvolvem a forma severa da doença e podem ter crises graves, que provocam dezenas de mortes no país. Um dos principais objetivos do estudo, segundo Jean-Philippe Girard, foi justamente encontrar um tratamento alternativo para evitar esses óbitos.

A equipe do cientista francês estuda há mais de uma década o efeito do fungo alternata no organismo dos alérgicos. Durante a pesquisa, eles perceberam que 15 minutos após o contato com a substância, todas as células que formam o epitélio pulmonar liberaram um sinal de alarme para as defesas do organismo. "Essas alarminas, presentes no tecido, dialogam com nosso sistema imunológico, explica o cientista.

“São esses sinais de alarme que chamamos de alarminas. Elas alertam nossas defesas naturais, nesse caso, contra uma substância alérgica. Essas alarminas presentes no pulmão, brônquios e alvéolos pulmonares também avisam quando há um vírus, como o da gripe ou do resfriado”, exemplifica.

Alerta para os glóbulos brancos

Uma das funções da molécula é alertar os glóbulos brancos, presentes nos pulmões, da presença de um corpo estranho. Eles vão, dessa forma, produzir mediadores da reação alérgica, entre eles uma proteína responsável pela produção de muco, que obstruirá os brônquios e causará a inflamação.

“Ao bloquearmos as alarminas, que dão início a essa cadeia de reações, reduzimos a inflamação. Se agimos no meio do processo, há outros mecanismos que podem compensar essa ação, mas agindo desde o começo, bloqueamos tudo. Esse é o conceito das alarminas, e é isso que é importante” frisa Jean Philippe Girard.

Com a nova descoberta, já são três as alarminas identificadas até agora pela Ciência. Uma delas já havia sido detectada há mais de 20 anos pela equipe do cientista francês e em breve beneficiará pacientes que sofrem de patologias como a BPCO, a doença pulmonar obstrutiva crônica.

Segundo ele, os pacientes integram seis estudos de fase 3 conduzidos por grandes laboratórios e recebem anticorpos que bloqueiam a molécula. Os resultados devem ser divulgados em 2025 e, se tudo correr bem, um novo medicamento chegará às prateleiras.

O objetivo agora é que a nova alarmina, que acaba de ser identificada, também possa ser testada em larga escala. “Nossa nova descoberta virá reforçar o arsenal terapêutico e as possibilidades de tratamento para os pacientes.”

Para isso, é preciso investimento para colocar em práticas os testes clínicos necessários para validar o estudo em humanos e obter um medicamento contra a asma severa. Em seu laboratório, Philippe Girard, continuará suas experiências com outras substâncias alergênicas, como ácaros ou polens, que também estão na origem de alergias graves.

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