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#85 Pedro Teixeira - A nova vida dos psicadélicos como meio para compreender a mente humana e melhorar a saúde mental

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Pedro Teixeira é professor de Nutrição, Exercício e Saúde na Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa.

-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar

De há uns anos para cá, o interesse do convidado por formas de melhorar a nossa saúde -- mental e física -- juntou-se às experiências transformadoras que ele próprio teve com substâncias psicadélicas, o que o levou a envolver-se em várias iniciativas na área, incluindo a escrita de artigos e a participação em iniciativas de divulgação científica para o público em geral do potencial destas substâncias psicadélicos; um potencial ainda pouco divulgado e, sobretudo, que ainda está em grande parte por compreender.

De facto, foi nos últimos dez, vinte anos que ressurgiu o interesse científico pelo potencial dos psicadélicos em vários campos da ciência. Mas, neste curto espaço de tempo (em termos científicos), a investigação tem vindo a revelar um enorme potencial destas substâncias não só para ajudar a compreender o funcionamento da mente humana (como o eterno mistério da consciência), mas também em aplicações com um impacto mais directo, como por exemplo no tratamento de uma série de doenças psiquiátricas, desde a adição à depressão e à ansiedade.

A par deste interesse crescente de neurocientistas e psicólogos -- que é ainda localizado mas está em franco crescimento --, vive-se hoje um entusiasmo cada vez maior também por parte de um público mais vasto, que é cativado pelo potencial de auto-descoberta destas substâncias. O ponto de viragem neste processo foi o livro “How To Change Your Mind”, que o jornalista e professor universitário Michael Pollan lançou em 2018, e que conta a História do uso e da investigação destas substâncias e da sua redescoberta pela investigação científica.

A História dos psicadélicos é, aliás, fascinante em si mesma: Como falamos no início da conversa com o Pedro, já no passado a investigação nesta área tinha revelado sinais muito promissores, ao ponto de ter chegado a haver quem afirmasse que a descoberta do potencial dos psicadélicos para compreender a mente humana era comparável à revolução que significou, para a Biologia, a invenção do microscópio ou, para a Astronomia, a invenção do telescópio.

No entanto, o uso indiscriminado dos psicadélicos durante a contracultura dos anos 1960s e, sobretudo, uma campanha deliberada movida pelo Governo americano da época, conduziram à ilegalização destas substâncias em muitos países e, por conseguinte, à interrupção da investigação científica, que só no início dos anos 2000s foi retomada.

Na verdade, hoje sabe-se que os psicadélicos são, em geral, seguros do ponto de vista farmacológico, embora existam riscos psicológicos, quando o contexto de utilização não é adequado. Por exemplo, uma ‘trip’ mal enquadrada pode prejudicar a saúde mental da pessoa e há ainda casos, embora sejam extremamente raros, de pessoas que, num ‘estado alterado de consciência’ sem ninguém por perto tiveram acidentes.

Durante a nossa conversa, falámos sobre tudo isto e muito mais: explorámos, por exemplo, em mais detalhe o modo como os psicadélicos actuam na fisiologia e funcionamento do nosso cérebro, falámos de como é a experiência pessoal de tomar psicadélicos (foi muito interessante ouvir o convidado relatar as suas próprias experiências de viva voz). Falámos, também, de um aspecto particularmente curioso, que é o facto de muitas pessoas terem experiências ‘transcendentes’ com estas substâncias (e sobre o que isso pode (ou não) significar). Finalmente, abordámos a comparação deste com outros métodos que permitem ‘formas alteradas de consciência’, tais como a meditação, e falámos ainda do potencial da chamada ‘micro-dosagem’.

Índice da conversa:

  1. (Artigos do convidado no PÚBLICO)
  2. O que são substâncias psicadélicas? Os principais tipos de psicadélicos.
  3. A História dos psicadélicos: da ascensão - à ilegalização - à reabilitação nas últimas décadas
    • Comparação com outras substâncias (e.g. álcool)
    • Ben Sessa
    • MDMA
  4. Toxicidade das substâncias psicadélicas
    • Benefícios terapêuticos - doenças psiquiátricas
      1. Modo de actuação no cérebro
  5. Onde está o potencial dos psicadélicos?
    • Experiência biográfica vs transcendental / espiritual
  6. Tipos de experiência (psicológica) com psicadélicos
  7. Neurobiologia vs psicologia
  8. Como é a experiência de tomar psicadélicos?
  9. A dissolução do ego
  10. Psicadélicos enquanto meio de acesso a “verdades transcendentes”
  11. Outros métodos para gerar estados alternativos de consciência
  12. A frequência adequada para utilizar este tipo de substâncias?
  13. Efeitos persistentes dos psicadélicos no cérebro
  14. Micro-dosagem
    • Livro:
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De facto, foi nos últimos dez, vinte anos que ressurgiu o interesse científico pelo potencial dos psicadélicos em vários campos da ciência. Mas, neste curto espaço de tempo (em termos científicos), a investigação tem vindo a revelar um enorme potencial destas substâncias não só para ajudar a compreender o funcionamento da mente humana (como o eterno mistério da consciência), mas também em aplicações com um impacto mais directo, como por exemplo no tratamento de uma série de doenças psiquiátricas, desde a adição à depressão e à ansiedade.

A par deste interesse crescente de neurocientistas e psicólogos -- que é ainda localizado mas está em franco crescimento --, vive-se hoje um entusiasmo cada vez maior também por parte de um público mais vasto, que é cativado pelo potencial de auto-descoberta destas substâncias. O ponto de viragem neste processo foi o livro “How To Change Your Mind”, que o jornalista e professor universitário Michael Pollan lançou em 2018, e que conta a História do uso e da investigação destas substâncias e da sua redescoberta pela investigação científica.

A História dos psicadélicos é, aliás, fascinante em si mesma: Como falamos no início da conversa com o Pedro, já no passado a investigação nesta área tinha revelado sinais muito promissores, ao ponto de ter chegado a haver quem afirmasse que a descoberta do potencial dos psicadélicos para compreender a mente humana era comparável à revolução que significou, para a Biologia, a invenção do microscópio ou, para a Astronomia, a invenção do telescópio.

No entanto, o uso indiscriminado dos psicadélicos durante a contracultura dos anos 1960s e, sobretudo, uma campanha deliberada movida pelo Governo americano da época, conduziram à ilegalização destas substâncias em muitos países e, por conseguinte, à interrupção da investigação científica, que só no início dos anos 2000s foi retomada.

Na verdade, hoje sabe-se que os psicadélicos são, em geral, seguros do ponto de vista farmacológico, embora existam riscos psicológicos, quando o contexto de utilização não é adequado. Por exemplo, uma ‘trip’ mal enquadrada pode prejudicar a saúde mental da pessoa e há ainda casos, embora sejam extremamente raros, de pessoas que, num ‘estado alterado de consciência’ sem ninguém por perto tiveram acidentes.

Durante a nossa conversa, falámos sobre tudo isto e muito mais: explorámos, por exemplo, em mais detalhe o modo como os psicadélicos actuam na fisiologia e funcionamento do nosso cérebro, falámos de como é a experiência pessoal de tomar psicadélicos (foi muito interessante ouvir o convidado relatar as suas próprias experiências de viva voz). Falámos, também, de um aspecto particularmente curioso, que é o facto de muitas pessoas terem experiências ‘transcendentes’ com estas substâncias (e sobre o que isso pode (ou não) significar). Finalmente, abordámos a comparação deste com outros métodos que permitem ‘formas alteradas de consciência’, tais como a meditação, e falámos ainda do potencial da chamada ‘micro-dosagem’.

Índice da conversa:

  1. (Artigos do convidado no PÚBLICO)
  2. O que são substâncias psicadélicas? Os principais tipos de psicadélicos.
  3. A História dos psicadélicos: da ascensão - à ilegalização - à reabilitação nas últimas décadas
    • Comparação com outras substâncias (e.g. álcool)
    • Ben Sessa
    • MDMA
  4. Toxicidade das substâncias psicadélicas
    • Benefícios terapêuticos - doenças psiquiátricas
      1. Modo de actuação no cérebro
  5. Onde está o potencial dos psicadélicos?
    • Experiência biográfica vs transcendental / espiritual
  6. Tipos de experiência (psicológica) com psicadélicos
  7. Neurobiologia vs psicologia
  8. Como é a experiência de tomar psicadélicos?
  9. A dissolução do ego
  10. Psicadélicos enquanto meio de acesso a “verdades transcendentes”
  11. Outros métodos para gerar estados alternativos de consciência
  12. A frequência adequada para utilizar este tipo de substâncias?
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