Bendita Sois Vós #81 A força de Vini Jr e um pouco de lavajato
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Nesta semana, a gente passa pela graça de quem quer pular da barca lavajatista, mas também fala de algo que não tem graça nenhuma, o racismo contra Vinícius Júnior. O jogador do Real Madrid vem sendo vítima de ataques racistas há algum tempo. Constantemente. Violentamente. E o problema escalou de tal forma que tornou a desumanidade dos atos explícita, obscena. No último domingo, durante um jogo contra o Real Madrid de Mini, torcedores do Valência não economizaram nas ofensas racistas. O jogador reagiu. Foi expulso. No mesmo dia, o jogador reagiu também nas redes sociais, dizendo que não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. Segundo ele escreve no texto, o racismo é normal na La Liga. “A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi, hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país racista.” E é interessante que o Vini fale do Brasil, porque o Brasil reagiu. De torcedores ao presidente da República, passando por uma homenagem no Cristo Redentor. Será que nós estamos mesmo à frente? Afinal, no mesmo final de semana, o goleira do Ypiranga de Erechim, Caíque, também sofreu um ataque racista. Aqui, no nosso país. Pois a gente perguntou isso para o Marcelo Carvalho, coordenador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, que também falou sobre a luta antirracista no futebol e a representatividade do caso Vini Jr. Enquanto isso, na política brasileira, novidades no front lavajatista. O juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, foi afastado cautelarmente depois que uma investigação apontou que ele teria acessado um processo com o contato do filho de Marcelo Malucelli, desembargador afastado da operação, e feito uma ligação a João Malucelli, sócio do senador e da esposa dele em um escritório. O afastamento de Appio foi celebrado pela bolha lavajatista, que estava prestes a implodir depois da cassação de Deltan Dallagnol. Tanto que o senador Sergio Moro (União Brasil), ex-juiz da Operação Lava Jato, falou em entrevista ao Estúdioi, na GloboNews, que Eduardo Appio foi revanchista em suas ações. Era uma entrevista para lavar a alma. Pra quem não lembra, no final de março, Appio enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a acusação do advogado Rodrigo Tacla Duran, réu na Lava Jato, de que havia ocorrido extorsão por parte de Moro. Uma entre várias rixas. Mas a entrevista que poderia ser a redenção rendeu mais memes do que frutos.
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