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Código do Caos #3: Vieses de gênero e raça em personagens virtuais, com Victor Araujo

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No episódio anterior a gente falou do estranho fenômeno de humanos que ganham dinheiro se passando por personagens não jogáveis de computador, ou seja, praticamente robôs, em lives no TikTok. Agora, a gente vai falar do exato oposto: NPCs e personagens virtuais que se tornam cada vez mais humanos aos nossos olhos e interações em games e ambientes digitais, que podem ser criados com facilidade em engines modernas como Unreal ou Unity. E com os avanços da inteligência artificial nos últimos anos, o grau de humanidade contido em personagens tridimensionais se torna cada vez maior. Só que, por trás desses algoritmos, ainda existem vieses que contribuem em perpetuar estereótipos e preconceitos de gênero e raça.


Um especialista neste assunto é o cientista da computação e pesquisador Victor Flávio de Andrade Araujo, que estuda a percepção humana sobre humanos virtuais em seu doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, com sanduíche na Universidade de Sorbonne, em Paris e apresentou na SIGGRAPH Asia 2022, maior evento de computação gráfica do mundo, um estudo sobre como pessoas identificam gênero de personagens digitais, poucos minutos após uma apresentação dos artistas por trás do espantoso Avatar 2.


O trabalho do Victor é baseado no vale da estranheza (do inglês uncanny valley), um conceito dos anos 70 que originalmente era usado na robótica mas que passou a ser aplicado em computação gráfica em geral. Trata-se de da sensaçao de desconforto que personagens realistas humanos causam quando alguma coisa não parece no lugar, tipo boa parte dos jogos da geração PlayStation 3 e Xbox 360, como aquela tech demo do jogo Heavy Rain, ou aqueles robôs que viram meme na internet por causa de suas expressões faciais bizarras.


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