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[Republicação] Mamadou Ba sobre racismo e violência policial (Entrevista)

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Foi na madrugada de 20 para 21 de dezembro que Luís Giovani dos Santos Rodrigues foi espancado, juntamente com três outros amigos cabo-verdianos, à saída do bar Lagoa Azul, em Bragança. O estudante de 21 anos tinha chegado da Ilha do Fogo, em Cabo Verde, fazia menos de dois meses, para frequentar o curso de Design de Jogos Digitais, no Instituto Politécnico de Bragança. Segundo contou um primo seu ao Contacto, um órgão de comunicação social Luxemburguês com uma edição em língua portuguesa, um mal-entendido à saída do bar transformou-se, mais tarde, numa espera de um grupo de 15 homens “armados com cintos, ferros e paus”. Os quatro amigos foram espancados e, pouco tempo depois, Giovani foi encontrado no chão, inconsciente, e levado pelos bombeiros para o hospital. Depois de 10 dias em coma, acabou por falecer, na madrugada de 31 de dezembro.

Os detalhes desta noite são ainda pouco claros. Ainda nenhum dos agressores foi publicamente identificado ou detido, por exemplo, o que causa estranheza numa cidade com pouco mais de 20 mil habitantes. Há uma pergunta que fica no ar: terá este assassinato tido motivações racistas? Seria diferente se Luís Giovani não fosse negro? Várias associações e líderes do movimento anti-racista em Portugal e até deputados à Assembleia da República têm mostrado, nos últimos dias, preocupação pela falta de cobertura e atenção mediática e política dada ao acontecimento. entre o momento em ocorreu e a data em que ficou conhecido, passaram mais de 15 dias. Mamadou Ba, dirigente da Associação SOS Racismo, disse esta semana ao site Notícias ao Minuto - e estou a citar: “Imaginemos que tinha sido um jovem branco a ser espancado por 15 jovens negros e que essas agressões resultassem numa morte. Teríamos o país inteiro mobilizado, indignado, a exigir Justiça e o apuramento das responsabilidades. Todas as entidades públicas e políticas estariam neste momento já em campo a dizer o que pensavam sobre a situação e a exigir responsabilidades. Não foi o caso”. E acrescentou: “Mesmo que não seja uma razão racial que esteja na origem do assassinato, independentemente das circunstâncias da sua morte, o silêncio sobre a morte de Luís é revelador do racismo que existe em Portugal. Não tenho a menor dúvida”.

Cinco dias depois do décimo primeiro aniversário do assassinato de Elson Sanches, mais conhecido por Kuku, um jovem de 14 anos abatido pela polícia com um tiro a menos de 20 centímetros do corpo, na Amadora, que resultou na absolvição do agente da PSP responsável, republicamos uma entrevista, feita em março de 2018, a Mamadou Ba. Conversámos sobre racismo, violência policial e as mortes de jovens negros em Portugal. Fiquem com ela.

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Os detalhes desta noite são ainda pouco claros. Ainda nenhum dos agressores foi publicamente identificado ou detido, por exemplo, o que causa estranheza numa cidade com pouco mais de 20 mil habitantes. Há uma pergunta que fica no ar: terá este assassinato tido motivações racistas? Seria diferente se Luís Giovani não fosse negro? Várias associações e líderes do movimento anti-racista em Portugal e até deputados à Assembleia da República têm mostrado, nos últimos dias, preocupação pela falta de cobertura e atenção mediática e política dada ao acontecimento. entre o momento em ocorreu e a data em que ficou conhecido, passaram mais de 15 dias. Mamadou Ba, dirigente da Associação SOS Racismo, disse esta semana ao site Notícias ao Minuto - e estou a citar: “Imaginemos que tinha sido um jovem branco a ser espancado por 15 jovens negros e que essas agressões resultassem numa morte. Teríamos o país inteiro mobilizado, indignado, a exigir Justiça e o apuramento das responsabilidades. Todas as entidades públicas e políticas estariam neste momento já em campo a dizer o que pensavam sobre a situação e a exigir responsabilidades. Não foi o caso”. E acrescentou: “Mesmo que não seja uma razão racial que esteja na origem do assassinato, independentemente das circunstâncias da sua morte, o silêncio sobre a morte de Luís é revelador do racismo que existe em Portugal. Não tenho a menor dúvida”.

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