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Episódio 4. Bonjour, papa! Alberto Baltar

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Olá, pessoal, muito bem-vindos! No episódio de hoje, vamos falar sobre a mazurca Bon Jour, papa! De Alberto Baltar

Alberto Baltar foi um violonista e professor português radicado em São Paulo, cujas datas de nascimento, morte ou chegada à cidade não foram localizadas.

Em 1931, o violonista João dos Santos — em uma reportagem para o jornal A Gazeta, em ocasião do “Grande Concurso da Música Brasileira”, fez referência a Baltar, nos permitindo supor que o violonista chegou em São Paulo na última década do século XIX:

“Termino as minhas lembranças fazendo uma ligeira referência à competência mundialmente reconhecida de Alberto Baltar, que, modestamente e quase ignorado, vive entre nós há perto de 40 anos. Baltar, em composições para o violão, é incontestavelmente, o rei!”.

Esta notícia corrobora a informação trazida pelo uruguaio Isaías Sávio, de que “Baltar foi um dos mais antigos professores de violão erudito de São Paulo que se tem notícia”. O violonista paraguaio Agustín Barrios executou em 1917 a versão de Baltar de Romance sem palavras (Mendelssohn) e uma obra do compositor português, o Impressões de um Conto. Ambas foram prensadas pela Sotero de Souza, em versão original para violão, embora nesta época as músicas para o instrumento fossem editadas em versões para piano, Alberto Baltar ter sido o primeiro compositor a publicar músicas para violão na cidade, entre 1908 e 1917 (as duas peças foram reeditadas no volume 4 do Violões na Velha São Paulo, LEGATO EDITORA).

José Martins Duarte de Mello, conhecido como Melinho de Piracicaba e o célebre discípulo paulistano de Josefina Robledo, Oswaldo Soares (1884-1966) foram alunos de Alberto Baltar, este último o identificou como o primeiro “acadêmico” do violão, antes da chegada da “Escola de Tárrega”.

Gil-Orozco, tratado no episódio 3 desta série e Alberto Baltar foram os primeiros violonistas a transitarem no circuito musical mais formal da cidade, aproximando o instrumento do Conservatório e dos professores que ali lecionavam. Eles deram início à formação da rede de sociabilidades que deu sustentação para a formação do mundo do violão em São Paulo nas décadas seguintes. Ampliaram o cultivo do violão letrado, lecionando, compondo e adaptando músicas para o instrumento. Introduziram em São Paulo o repertório dos violonistas espanhóis do final do século XIX e início do XX, ligados a Julian Arcas e Francisco Tárrega, músicos que estabeleceram os parâmetros para o violão moderno.

Bon jour, Papa é uma simples e melodiosa mazurca, de inspiração chopiniana, publicada pela casa Guitarra de Prata(s.d.), provavelmente na década de 1930, no Rio de Janeiro e dedicada ao violonista paulistano Oswaldo Soares. As ligaduras de expressão, não comuns na grafia para violão, podem apontar que Alberto Baltar tinha experiência com a escrita para piano. Composta de duas partes (ABA), ambas na tonalidade de mi maior, sendo que a segunda parte (B) desenvolve, em vinte e quatro compassos, material musical apresentado na primeira parte (A), ora estendendo, ora diminuindo, ora modulando as pequenas células motívicas, até desembocar na retomada da parte A, criando uma sensação de unidade à pequena obra.

Voice-over: Biancamaria Binazzi Dramatização dos trechos dos periódicos: Artur Mattar Vinheta: Sabãozinho, João Avelino de Camargo, arranjo Edmar Fenício. Violão, Flavia Prando. Músicas incidentais: Devaneios nº1 e Devaneios nº4, de Alberto Baltar. Violão, Flavia Prando. Concepção, criação, pesquisa e narração: Flavia Prando.

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Alberto Baltar foi um violonista e professor português radicado em São Paulo, cujas datas de nascimento, morte ou chegada à cidade não foram localizadas.

Em 1931, o violonista João dos Santos — em uma reportagem para o jornal A Gazeta, em ocasião do “Grande Concurso da Música Brasileira”, fez referência a Baltar, nos permitindo supor que o violonista chegou em São Paulo na última década do século XIX:

“Termino as minhas lembranças fazendo uma ligeira referência à competência mundialmente reconhecida de Alberto Baltar, que, modestamente e quase ignorado, vive entre nós há perto de 40 anos. Baltar, em composições para o violão, é incontestavelmente, o rei!”.

Esta notícia corrobora a informação trazida pelo uruguaio Isaías Sávio, de que “Baltar foi um dos mais antigos professores de violão erudito de São Paulo que se tem notícia”. O violonista paraguaio Agustín Barrios executou em 1917 a versão de Baltar de Romance sem palavras (Mendelssohn) e uma obra do compositor português, o Impressões de um Conto. Ambas foram prensadas pela Sotero de Souza, em versão original para violão, embora nesta época as músicas para o instrumento fossem editadas em versões para piano, Alberto Baltar ter sido o primeiro compositor a publicar músicas para violão na cidade, entre 1908 e 1917 (as duas peças foram reeditadas no volume 4 do Violões na Velha São Paulo, LEGATO EDITORA).

José Martins Duarte de Mello, conhecido como Melinho de Piracicaba e o célebre discípulo paulistano de Josefina Robledo, Oswaldo Soares (1884-1966) foram alunos de Alberto Baltar, este último o identificou como o primeiro “acadêmico” do violão, antes da chegada da “Escola de Tárrega”.

Gil-Orozco, tratado no episódio 3 desta série e Alberto Baltar foram os primeiros violonistas a transitarem no circuito musical mais formal da cidade, aproximando o instrumento do Conservatório e dos professores que ali lecionavam. Eles deram início à formação da rede de sociabilidades que deu sustentação para a formação do mundo do violão em São Paulo nas décadas seguintes. Ampliaram o cultivo do violão letrado, lecionando, compondo e adaptando músicas para o instrumento. Introduziram em São Paulo o repertório dos violonistas espanhóis do final do século XIX e início do XX, ligados a Julian Arcas e Francisco Tárrega, músicos que estabeleceram os parâmetros para o violão moderno.

Bon jour, Papa é uma simples e melodiosa mazurca, de inspiração chopiniana, publicada pela casa Guitarra de Prata(s.d.), provavelmente na década de 1930, no Rio de Janeiro e dedicada ao violonista paulistano Oswaldo Soares. As ligaduras de expressão, não comuns na grafia para violão, podem apontar que Alberto Baltar tinha experiência com a escrita para piano. Composta de duas partes (ABA), ambas na tonalidade de mi maior, sendo que a segunda parte (B) desenvolve, em vinte e quatro compassos, material musical apresentado na primeira parte (A), ora estendendo, ora diminuindo, ora modulando as pequenas células motívicas, até desembocar na retomada da parte A, criando uma sensação de unidade à pequena obra.

Voice-over: Biancamaria Binazzi Dramatização dos trechos dos periódicos: Artur Mattar Vinheta: Sabãozinho, João Avelino de Camargo, arranjo Edmar Fenício. Violão, Flavia Prando. Músicas incidentais: Devaneios nº1 e Devaneios nº4, de Alberto Baltar. Violão, Flavia Prando. Concepção, criação, pesquisa e narração: Flavia Prando.

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