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Episódio 7. Crepúsculo - Antonio Giacomino

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Também conhecido como Lourinho, Giacomino foi aluno de Leopoldo Silva. Não foram encontrados dados sobre ano de nascimento e morte deste músico paulistano. É grande a possibilidade do seu sobrenome ter se confundido com o do célebre violonista Américo Jacomino, o Canhoto, embora não haja relação de parentesco entre os dois violonistas.

Existem registros que o identificam também como Antônio Jacomino ou ainda Jacomini. Nesse período, os nomes estrangeiros eram mal compreendidos e registrados com alterações e erros, gerando uma série de alterações e multiplicidades, sobretudo de sobrenomes.

O jornal A Gazeta, em 1933, em ocasião do Grande Concurso de Música Brasileira[1], publicou um perfil de Giacomino, com o subtítulo de “Um virtuose do violão”, do qual destacamos o seguinte trecho:

Giacomino nasceu em S. Paulo […]. Estreando em um lindo festival do nosso Conservatório, Giacomino já realizou com sucesso diversas excursões pelo interior do nosso Estado […]Giacomino nos oferece ainda uma circunstância interessante: embora possuindo este nome, nenhum parentesco há entre ele e o saudoso Jacomino (Canhoto) […] Exímio intérprete do violão, Antônio Giacomino (Lourinho), constitui uma revelação da arte brasileira. O seu método é o de Dionísio Aguado. A sua especialidade, a música estrangeira. Não importa que assim seja: mormente quando sabemos que, de quando em vez, ele nos delicia com os acordes caprichosos de seus originais, entre os quais destacamos: Uma noite na roça (cateretê), Meiranita, (valsa) e Cruzeiro do Sul, (marcha).

[1]A Gazeta, São Paulo, ano XXV, n. 7551, 13 abril 1931, p. 2.

É surpreendente a difusão da obra de Giacomino em manuscritos para piano, o que não era usual. A circulação de obras para violão em versões editadas para teclado é compreensível, uma vez que o mercado de partituras para piano já era consolidado, representando uma possibilidade comercial para os compositores violonistas divulgarem suas obras. No entanto, o trânsito de obras para violão transcritas para piano indica uma divulgação da obra entre os pianistas, independente dos mecanismos tradicionais de distribuição.

Antônio Giacomino realizou ainda a primeira edição para violão da célebre valsa Abismo de Rosas de Américo Jacomino, em 1936, pela editora Derosa, a edição foi baseada na em uma versão para piano da peça (c. 1918). Suas valsas e mazurcas traduzem bem o ambiente seresteiro da virada do século XIX para o XX. Giacomino foi importante no estabelecimento do circuito de impressão de partituras para violão, tendo publicado muitas obras no início do estabelecimento do circuito de partituras para violão em São Paulo. Além disto, a difusão da sua obra extrapolou o mundo do violão e alcançou o do piano.

Deixou dois discos, registrando quatro músicas, sendo elas Mimosa, de Isidoro Bacelar e o cateretê Festa na Fazenda, de autoria própria, em 1932 e, em 1936, Solidão e Recordações de A. Barrios, ambas composições de Giacomino.

Crepúsculo é um belo indício da razão da obra de Giacomino ter extrapolado o circuito do violão, trata-se de uma mazurca contagiante, que consegue manter em suas três partes o clima dançante, vivo e brilhante, aliado a melodias inspiradas que grudam no ouvido.

Voice-over: Biancamaria Binazzi
Dramatização dos trechos dos periódicos: Artur Mattar
Vinheta: Sabãozinho, João Avelino de Camargo, arranjo Edmar Fenício. Violão, Flavia Prando.
Músicas incidentais: Festa na Fazenda (Antônio Giacomino) Gênero: Cataretê Ano: 1932 Disco: Art Fone Matriz: 4037A
Concepção, criação, pesquisa e narração: Flavia Prando

Ouça a peça Crepúsculo no álbum Violões na Velha São Paulo: https://open.spotify.com/intl-pt/track/5Wa1qh9xOUu0hN3uGNr8i1?si=21e319cf89414b57

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Também conhecido como Lourinho, Giacomino foi aluno de Leopoldo Silva. Não foram encontrados dados sobre ano de nascimento e morte deste músico paulistano. É grande a possibilidade do seu sobrenome ter se confundido com o do célebre violonista Américo Jacomino, o Canhoto, embora não haja relação de parentesco entre os dois violonistas.

Existem registros que o identificam também como Antônio Jacomino ou ainda Jacomini. Nesse período, os nomes estrangeiros eram mal compreendidos e registrados com alterações e erros, gerando uma série de alterações e multiplicidades, sobretudo de sobrenomes.

O jornal A Gazeta, em 1933, em ocasião do Grande Concurso de Música Brasileira[1], publicou um perfil de Giacomino, com o subtítulo de “Um virtuose do violão”, do qual destacamos o seguinte trecho:

Giacomino nasceu em S. Paulo […]. Estreando em um lindo festival do nosso Conservatório, Giacomino já realizou com sucesso diversas excursões pelo interior do nosso Estado […]Giacomino nos oferece ainda uma circunstância interessante: embora possuindo este nome, nenhum parentesco há entre ele e o saudoso Jacomino (Canhoto) […] Exímio intérprete do violão, Antônio Giacomino (Lourinho), constitui uma revelação da arte brasileira. O seu método é o de Dionísio Aguado. A sua especialidade, a música estrangeira. Não importa que assim seja: mormente quando sabemos que, de quando em vez, ele nos delicia com os acordes caprichosos de seus originais, entre os quais destacamos: Uma noite na roça (cateretê), Meiranita, (valsa) e Cruzeiro do Sul, (marcha).

[1]A Gazeta, São Paulo, ano XXV, n. 7551, 13 abril 1931, p. 2.

É surpreendente a difusão da obra de Giacomino em manuscritos para piano, o que não era usual. A circulação de obras para violão em versões editadas para teclado é compreensível, uma vez que o mercado de partituras para piano já era consolidado, representando uma possibilidade comercial para os compositores violonistas divulgarem suas obras. No entanto, o trânsito de obras para violão transcritas para piano indica uma divulgação da obra entre os pianistas, independente dos mecanismos tradicionais de distribuição.

Antônio Giacomino realizou ainda a primeira edição para violão da célebre valsa Abismo de Rosas de Américo Jacomino, em 1936, pela editora Derosa, a edição foi baseada na em uma versão para piano da peça (c. 1918). Suas valsas e mazurcas traduzem bem o ambiente seresteiro da virada do século XIX para o XX. Giacomino foi importante no estabelecimento do circuito de impressão de partituras para violão, tendo publicado muitas obras no início do estabelecimento do circuito de partituras para violão em São Paulo. Além disto, a difusão da sua obra extrapolou o mundo do violão e alcançou o do piano.

Deixou dois discos, registrando quatro músicas, sendo elas Mimosa, de Isidoro Bacelar e o cateretê Festa na Fazenda, de autoria própria, em 1932 e, em 1936, Solidão e Recordações de A. Barrios, ambas composições de Giacomino.

Crepúsculo é um belo indício da razão da obra de Giacomino ter extrapolado o circuito do violão, trata-se de uma mazurca contagiante, que consegue manter em suas três partes o clima dançante, vivo e brilhante, aliado a melodias inspiradas que grudam no ouvido.

Voice-over: Biancamaria Binazzi
Dramatização dos trechos dos periódicos: Artur Mattar
Vinheta: Sabãozinho, João Avelino de Camargo, arranjo Edmar Fenício. Violão, Flavia Prando.
Músicas incidentais: Festa na Fazenda (Antônio Giacomino) Gênero: Cataretê Ano: 1932 Disco: Art Fone Matriz: 4037A
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Ouça a peça Crepúsculo no álbum Violões na Velha São Paulo: https://open.spotify.com/intl-pt/track/5Wa1qh9xOUu0hN3uGNr8i1?si=21e319cf89414b57

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