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A Voz do Morto - Vida(s) e (s)obra(s) de Fernando Pellon - capítulo 1

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A Voz do Morto - Vida(s) e (s)obra(s) de Fernando Pellon - capítulo 1

Um raro mergulho na história de vida, no contexto histórico e cultural, além das referências do idealizador de um dos discos mais raros e antológicos da música brasileira: Cadáver Pega Fogo Durante o Velório, que celebra 40 anos neste ano de 2024!

Nesse primeiro episódio, as referências e biografia de Pellon. No segundo, a história do coletivo do qual ele fez parte, a Malta d’Areia. Por fim, um passeio pelo legado e novas obras contemporâneas dele.

Em 1984, foi lançado um disco que deveria abalar as estruturas do Brasil, mas que infelizmente não alcançou o merecido sucesso. Só o título já mostra a que veio: CADÁVER PEGA FOGO DURANTE O VELÓRIO, com uma capa imitando jornais sensacionalistas, cheio de manchetes terríveis (porém nada raras nesse país), e com fotos 3x4 dos cantores que ali aparecem, como se fossem meliantes procurados.

Lendo esse disco como um jornal, aos poucos vamos decifrando o valor que existe ali para além do choque inicial. Conferindo os créditos, podemos identificar Raphael Rabello, Cristina Buarque, João de Aquino, o texto de apresentação de Tárik de Souza e para os verdadeiros conhecedores da música brasileira, tem o bônus precioso e raro de Synval Silva e Nadinho da Ilha. De resto, um tal de Paulinho Lêmos (que à época estava apenas começando e hoje em dia tem uma carreira maravilhosa como compositor e violonista), e bem no início da fileira de fotos, um tal de Fernando Pellon…

Quando a gente bota o vinil para tocar, é arrebatado por sambas e choros esplendorosos, muito bem arranjados e com virtuosismos instrumentais. O problema é quando entram as letras do tal Fernando Pellon… Aí a gente ouve falar de acidentes, câncer, ciúme, morte… Mas quem tiver estômago para ir até o final, vai descobrir que esse enjôo se transforma numa gargalhada que vai balançando a barriga e faz a gente até se emocionar com tamanha beleza criativa e musical, misturada com fatos difíceis da vida e da sociedade brasileira, que sem essa apresentação seriam difíceis de engolir…

Pois bem. Muito já se falou musicalmente sobre o disco, mas aqui no Histórias Vizinhas eu busco relacionar fatos sociais e culturais com a vida das pessoas, o que as motivaram a ser o que são, pra gente aprender como é ser outras pessoas. Então vocês vão ouvir pela primeira vez qual foi a história de vida de Pellon que o levou até esse disco e muitos outros que ele já fez. Ele é fruto de uma mistura complexa de uma musicalidade intensa e diversificada, mas também uma paixão pelas ciências e uma ideologia de justiça social baseada nos ideais cristãos mais viscerais, sem a mácula das instituições religiosas. Mesmo sem tocar nenhum instrumento, traz um conhecimento musical vastíssimo, que ele aplica muito bem, usando ritmos brasileiros muito gostosos de ouvir, que embalam mensagens aparentemente difíceis e indigestas, mas que com um humor e beleza tão refinados que a gente consegue até rir e gozar, mesmo com as tragédias.

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Nesse primeiro episódio, as referências e biografia de Pellon. No segundo, a história do coletivo do qual ele fez parte, a Malta d’Areia. Por fim, um passeio pelo legado e novas obras contemporâneas dele.

Em 1984, foi lançado um disco que deveria abalar as estruturas do Brasil, mas que infelizmente não alcançou o merecido sucesso. Só o título já mostra a que veio: CADÁVER PEGA FOGO DURANTE O VELÓRIO, com uma capa imitando jornais sensacionalistas, cheio de manchetes terríveis (porém nada raras nesse país), e com fotos 3x4 dos cantores que ali aparecem, como se fossem meliantes procurados.

Lendo esse disco como um jornal, aos poucos vamos decifrando o valor que existe ali para além do choque inicial. Conferindo os créditos, podemos identificar Raphael Rabello, Cristina Buarque, João de Aquino, o texto de apresentação de Tárik de Souza e para os verdadeiros conhecedores da música brasileira, tem o bônus precioso e raro de Synval Silva e Nadinho da Ilha. De resto, um tal de Paulinho Lêmos (que à época estava apenas começando e hoje em dia tem uma carreira maravilhosa como compositor e violonista), e bem no início da fileira de fotos, um tal de Fernando Pellon…

Quando a gente bota o vinil para tocar, é arrebatado por sambas e choros esplendorosos, muito bem arranjados e com virtuosismos instrumentais. O problema é quando entram as letras do tal Fernando Pellon… Aí a gente ouve falar de acidentes, câncer, ciúme, morte… Mas quem tiver estômago para ir até o final, vai descobrir que esse enjôo se transforma numa gargalhada que vai balançando a barriga e faz a gente até se emocionar com tamanha beleza criativa e musical, misturada com fatos difíceis da vida e da sociedade brasileira, que sem essa apresentação seriam difíceis de engolir…

Pois bem. Muito já se falou musicalmente sobre o disco, mas aqui no Histórias Vizinhas eu busco relacionar fatos sociais e culturais com a vida das pessoas, o que as motivaram a ser o que são, pra gente aprender como é ser outras pessoas. Então vocês vão ouvir pela primeira vez qual foi a história de vida de Pellon que o levou até esse disco e muitos outros que ele já fez. Ele é fruto de uma mistura complexa de uma musicalidade intensa e diversificada, mas também uma paixão pelas ciências e uma ideologia de justiça social baseada nos ideais cristãos mais viscerais, sem a mácula das instituições religiosas. Mesmo sem tocar nenhum instrumento, traz um conhecimento musical vastíssimo, que ele aplica muito bem, usando ritmos brasileiros muito gostosos de ouvir, que embalam mensagens aparentemente difíceis e indigestas, mas que com um humor e beleza tão refinados que a gente consegue até rir e gozar, mesmo com as tragédias.

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