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JCast #208

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Nesse episódio:

Magnificent Kotobuki
Saintia Sho
Bermuda Triangle - Colorful Pastrale
Egao no Daika
Boogiepop and Others
Magical Girl Spec Ops Asuka
The Promised Neverland
Dororo
Rinshi!! Ekoda-chan

– Como é o nome disso mesmo? – Gabriela perguntou com cautela, não por querer realmente saber sem sombra de dúvidas o nome da droga, bem como talvez sua composição química, mas apenas para retardar o momento inevitável de sua ingestão, um ato quase involuntário provocado pelo seu nervosismo e imediatamente detectado por sua amiga Valéria, de olhar malicioso e sorriso salivante, exibindo dois comprimidos na palma da mão e uma personalidade inconsequente que pesou forte em sua decisão de ignorar os anseios da amiga.

– Se chama NãoInteressol de VivemaisSuaPuta. Agora pega, põe na boca, engole e tenta não dizer "não" para nada... Nem ninguém. – como se vivesse presa na cold opening de CSI:Miami, Valéria gostava de pontuar grandes acontecimentos com melodramática assertividade, que, apesar de soar forçada e sempre mal direcionada, era persistente o bastante para vencer qualquer resistência contrária, devendo esse feito ao preciso equilíbrio entre as notas de ironia, deboche e agressividade em sua voz. Era como se a maestria da tentativa sobrepujasse a grandiosidade do seu fracasso.

E com isso Gabriela pegou uma das duas pequenas e viscosas cápsulas, translúcidas e oleosas, como ovas de peixe ou casulo de inseto. O líquido dentro era branco, espesso e reluzente, como xampu, e formava estranhos padrões monocromáticos quando a garota riscava a superfície com a unha. Contra isso, foi prontamente alertada por Valéria:

– Cuidado, você vai acabar rompendo o sicilone.
– Isso é silicone?
– Isso parece silicone.

Gabriela abstraiu e viajou na beleza da cápsula por alguns breves segundos antes de joga-la na garganta e dar a descarga com cerveja. Valéria sorriu e fez o mesmo, tomando um gole maior e arrotando com gosto. Agora ela provavelmente falaria algo bem brega do tipo "Te vejo do outro lado", se pelo menos Gabriela tivesse ficado sóbria só um pouco mais. Sim, pois o "silicone" (parecia silicone) dissolvera-se dentro de sua garganta e o L'oreal espalhara-se rapidamente por seu organismo e lembrem-se que Gabriela era a garota que acabara de sair da casa dos pais conservadores cujo único ópio permitido era a programação dominical do SBT e telejornais sensacionalistas. Em sete meses morando naquele caixote de dois cômodos, Gabriela experimentara certas coisas, perdera algumas virgindades e teve aquela vez em que fumou maconha e dormiu por doze horas. Ainda que pudesse ter consumido drogas pesadas disfarçadas de leve diversão, seu organismo jamais conhecera nada tão devastador.

Valéria entrelaçou os dedos nos seus e apertou firme. Não que Gabriela soubesse ou sentisse seu apoio. Naquele momento seu corpo reagia a droga na forma abrasadora e imaculada que era seu propósito original, aquela intensa primeira reação que jamais voltaria a acontecer. Naquele exato instante sua mente se projetava através de seus poros e preenchia todos os cômodos da casa ao mesmo tempo, como se tivesse se convertido a um estado gasoso e aumentado consideravelmente de volume. Ela sentia a dor das paredes, o incômodo das lágrimas de infiltração escorrendo delas e a dor pungente e constante dos buraquinhos que sustentavam os quadros. Ela era o próprio calor da luz, a vibração da corrente elétrica, fazendo cosquinhas no seu pé.

Que estava em toda parte.

Que era tudo e era nada. Gabriela estava rompendo as barreiras do tempo e espaço. Ou pelo menos era isso que Valéria diria. Ela via muita televisão britânica.

Eu vou terminar e postar depois, talvez em capítulos nas próximas descrições. Enquanto isso, faz favor, leiam o disclaimer abaixo, faz favor:

  • Dororo é o melhor, acho que é isso
  • Ah, spoiler alert!
  • Gostou do nosso novo experimento?
  • Garotas Mágicas para adultos? E não é um filme pornô?
  • Cavaleiras que n

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Saintia Sho
Bermuda Triangle - Colorful Pastrale
Egao no Daika
Boogiepop and Others
Magical Girl Spec Ops Asuka
The Promised Neverland
Dororo
Rinshi!! Ekoda-chan

– Como é o nome disso mesmo? – Gabriela perguntou com cautela, não por querer realmente saber sem sombra de dúvidas o nome da droga, bem como talvez sua composição química, mas apenas para retardar o momento inevitável de sua ingestão, um ato quase involuntário provocado pelo seu nervosismo e imediatamente detectado por sua amiga Valéria, de olhar malicioso e sorriso salivante, exibindo dois comprimidos na palma da mão e uma personalidade inconsequente que pesou forte em sua decisão de ignorar os anseios da amiga.

– Se chama NãoInteressol de VivemaisSuaPuta. Agora pega, põe na boca, engole e tenta não dizer "não" para nada... Nem ninguém. – como se vivesse presa na cold opening de CSI:Miami, Valéria gostava de pontuar grandes acontecimentos com melodramática assertividade, que, apesar de soar forçada e sempre mal direcionada, era persistente o bastante para vencer qualquer resistência contrária, devendo esse feito ao preciso equilíbrio entre as notas de ironia, deboche e agressividade em sua voz. Era como se a maestria da tentativa sobrepujasse a grandiosidade do seu fracasso.

E com isso Gabriela pegou uma das duas pequenas e viscosas cápsulas, translúcidas e oleosas, como ovas de peixe ou casulo de inseto. O líquido dentro era branco, espesso e reluzente, como xampu, e formava estranhos padrões monocromáticos quando a garota riscava a superfície com a unha. Contra isso, foi prontamente alertada por Valéria:

– Cuidado, você vai acabar rompendo o sicilone.
– Isso é silicone?
– Isso parece silicone.

Gabriela abstraiu e viajou na beleza da cápsula por alguns breves segundos antes de joga-la na garganta e dar a descarga com cerveja. Valéria sorriu e fez o mesmo, tomando um gole maior e arrotando com gosto. Agora ela provavelmente falaria algo bem brega do tipo "Te vejo do outro lado", se pelo menos Gabriela tivesse ficado sóbria só um pouco mais. Sim, pois o "silicone" (parecia silicone) dissolvera-se dentro de sua garganta e o L'oreal espalhara-se rapidamente por seu organismo e lembrem-se que Gabriela era a garota que acabara de sair da casa dos pais conservadores cujo único ópio permitido era a programação dominical do SBT e telejornais sensacionalistas. Em sete meses morando naquele caixote de dois cômodos, Gabriela experimentara certas coisas, perdera algumas virgindades e teve aquela vez em que fumou maconha e dormiu por doze horas. Ainda que pudesse ter consumido drogas pesadas disfarçadas de leve diversão, seu organismo jamais conhecera nada tão devastador.

Valéria entrelaçou os dedos nos seus e apertou firme. Não que Gabriela soubesse ou sentisse seu apoio. Naquele momento seu corpo reagia a droga na forma abrasadora e imaculada que era seu propósito original, aquela intensa primeira reação que jamais voltaria a acontecer. Naquele exato instante sua mente se projetava através de seus poros e preenchia todos os cômodos da casa ao mesmo tempo, como se tivesse se convertido a um estado gasoso e aumentado consideravelmente de volume. Ela sentia a dor das paredes, o incômodo das lágrimas de infiltração escorrendo delas e a dor pungente e constante dos buraquinhos que sustentavam os quadros. Ela era o próprio calor da luz, a vibração da corrente elétrica, fazendo cosquinhas no seu pé.

Que estava em toda parte.

Que era tudo e era nada. Gabriela estava rompendo as barreiras do tempo e espaço. Ou pelo menos era isso que Valéria diria. Ela via muita televisão britânica.

Eu vou terminar e postar depois, talvez em capítulos nas próximas descrições. Enquanto isso, faz favor, leiam o disclaimer abaixo, faz favor:

  • Dororo é o melhor, acho que é isso
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