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Polônia assume presidência rotativa da União Europeia com foco em reforçar a segurança do bloco

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A partir de 1° de janeiro, a Polônia assume por seis meses a presidência rotativa da União Europeia, no lugar da Hungria, que esteve no cargo no último semestre. A prioridade de Varsóvia nesta primeira metade do ano no comando do bloco será "segurança". A Polônia quer tornar a União Europeia mais segura, aumentando sobretudo as capacidades europeias de defesa e adotando uma postura mais rígida em relação à Rússia.

Marcio Damasceno, correspondente da RFI na Alemanha

Nesta quarta-feira a Polônia assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, substituindo a Hungria. Esse comando muda a cada seis meses entre os países do bloco.

O Conselho da União Europeia, geralmente chamado apenas de Conselho, é um dos principais órgãos decisórios do bloco europeu. Ele representa os governos dos 27 Estados-membros da UE e é formado por ministros de cada país, que se reúnem em diferentes configurações, dependendo da área política que está sendo discutida.

O Conselho da União Europeia não deve ser confundido com o Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado ou de governo do bloco para definir a direção e as prioridades políticas gerais da União Europeia.

A Polônia entra agora prometendo uma liderança mais pró-europeia, depois da Hungria, cuja presidência causou alguns ruídos internos no bloco.

A UE sai de um semestre problemático, em que o primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán, que é fã do presidente russo, Vladimir Putin, irritou alguns europeus com visitas não combinadas com os parceiros a Putin, ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, entre outros, sob uma autoproclamada "missão de paz" para a Ucrânia.

Já o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, é considerado um político pró-europeu que conhece bem os meandros da União Europeia. Ele foi por cinco anos presidente do Conselho Europeu até 2019.

Agora, diferentemente do governo da Hungria, a Polônia quer colocar no primeiro semestre de 2025 ainda mais pressão sobre Putin, já tendo anunciado um novo pacote de sanções contra a Rússia, que deve ser aprovado ainda em fevereiro, quando a invasão em grande escala da Ucrânia por Moscou completa três anos.

Segurança como prioridade

Donald Tusk explicou, em uma reunião com líderes da UE no início de dezembro, por que a segurança ocupará o centro das atenções durante a presidência polonesa da UE.

Tusk afirmou que o tema tem muitas dimensões. O governo da Polônia disse que tem um total de sete delas em vista: defesa e armamentos, proteção de pessoas e fronteiras, defesa contra interferência estrangeira e desinformação, proteção da liberdade econômica, transição energética, agricultura competitiva e segurança no setor de saúde.

Mas na realidade, os poloneses estão preocupados principalmente com a segurança militar e com o apoio contínuo à Ucrânia. Uma prioridade é coordenar melhor e melhorar a defesa europeia de forma independente dos Estados Unidos e complementar aos esforços da Otan.

E no quesito defesa, a Polônia é um exemplo. O país é líder europeu em gastos com armamentos. Atualmente, aplica 4,2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa. Em 2025, aumentará essa parcela para 4,7% do PIB. Ninguém na Europa investe mais nas Forças Armadas do que Varsóvia, em termos relativos.

Por causa da guerra na Ucrânia, o Exército polonês lançou um gigantesco programa de modernização, com investimentos milionários. Nos últimos anos, o número de soldados aumentou em quase três quartos – para cerca de 170 mil. A médio prazo, esse número deve aumentar para 300 mil. Em comparação, as Forças Armadas alemãs dispõem de um efetivo de cerca de 180 mil soldados.

França e Alemanha em crise

A presidência polonesa da União Europeia ocorre em uma época de relativo vácuo de poder na Alemanha e na França. A fragilidade política em Paris e Berlim pode durar meses. E Varsóvia quer aproveitar esse momento de fraqueza das duas principais potências europeias para mostrar serviço.

Essa é uma chance para o premiê Donald Tusk provar que a Polônia não é mais um aprendiz, após 20 anos de adesão à União Europeia, mas que o país também pode ser um modelo para os membros mais "antigos" do bloco.

De qualquer forma, Varsóvia já vem trabalhando há algum tempo em formatos que vão além do eixo Paris-Berlim. A Polônia atribui grande importância às boas relações com os Estados Unidos e afirma que pretende fortalecer a cooperação europeia com Washington. Resta saber como isso irá funcionar durante o governo de Donald Trump.

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Marcio Damasceno, correspondente da RFI na Alemanha

Nesta quarta-feira a Polônia assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, substituindo a Hungria. Esse comando muda a cada seis meses entre os países do bloco.

O Conselho da União Europeia, geralmente chamado apenas de Conselho, é um dos principais órgãos decisórios do bloco europeu. Ele representa os governos dos 27 Estados-membros da UE e é formado por ministros de cada país, que se reúnem em diferentes configurações, dependendo da área política que está sendo discutida.

O Conselho da União Europeia não deve ser confundido com o Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado ou de governo do bloco para definir a direção e as prioridades políticas gerais da União Europeia.

A Polônia entra agora prometendo uma liderança mais pró-europeia, depois da Hungria, cuja presidência causou alguns ruídos internos no bloco.

A UE sai de um semestre problemático, em que o primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán, que é fã do presidente russo, Vladimir Putin, irritou alguns europeus com visitas não combinadas com os parceiros a Putin, ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, entre outros, sob uma autoproclamada "missão de paz" para a Ucrânia.

Já o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, é considerado um político pró-europeu que conhece bem os meandros da União Europeia. Ele foi por cinco anos presidente do Conselho Europeu até 2019.

Agora, diferentemente do governo da Hungria, a Polônia quer colocar no primeiro semestre de 2025 ainda mais pressão sobre Putin, já tendo anunciado um novo pacote de sanções contra a Rússia, que deve ser aprovado ainda em fevereiro, quando a invasão em grande escala da Ucrânia por Moscou completa três anos.

Segurança como prioridade

Donald Tusk explicou, em uma reunião com líderes da UE no início de dezembro, por que a segurança ocupará o centro das atenções durante a presidência polonesa da UE.

Tusk afirmou que o tema tem muitas dimensões. O governo da Polônia disse que tem um total de sete delas em vista: defesa e armamentos, proteção de pessoas e fronteiras, defesa contra interferência estrangeira e desinformação, proteção da liberdade econômica, transição energética, agricultura competitiva e segurança no setor de saúde.

Mas na realidade, os poloneses estão preocupados principalmente com a segurança militar e com o apoio contínuo à Ucrânia. Uma prioridade é coordenar melhor e melhorar a defesa europeia de forma independente dos Estados Unidos e complementar aos esforços da Otan.

E no quesito defesa, a Polônia é um exemplo. O país é líder europeu em gastos com armamentos. Atualmente, aplica 4,2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa. Em 2025, aumentará essa parcela para 4,7% do PIB. Ninguém na Europa investe mais nas Forças Armadas do que Varsóvia, em termos relativos.

Por causa da guerra na Ucrânia, o Exército polonês lançou um gigantesco programa de modernização, com investimentos milionários. Nos últimos anos, o número de soldados aumentou em quase três quartos – para cerca de 170 mil. A médio prazo, esse número deve aumentar para 300 mil. Em comparação, as Forças Armadas alemãs dispõem de um efetivo de cerca de 180 mil soldados.

França e Alemanha em crise

A presidência polonesa da União Europeia ocorre em uma época de relativo vácuo de poder na Alemanha e na França. A fragilidade política em Paris e Berlim pode durar meses. E Varsóvia quer aproveitar esse momento de fraqueza das duas principais potências europeias para mostrar serviço.

Essa é uma chance para o premiê Donald Tusk provar que a Polônia não é mais um aprendiz, após 20 anos de adesão à União Europeia, mas que o país também pode ser um modelo para os membros mais "antigos" do bloco.

De qualquer forma, Varsóvia já vem trabalhando há algum tempo em formatos que vão além do eixo Paris-Berlim. A Polônia atribui grande importância às boas relações com os Estados Unidos e afirma que pretende fortalecer a cooperação europeia com Washington. Resta saber como isso irá funcionar durante o governo de Donald Trump.

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