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Parlamento britânico debate projeto de lei pioneiro para reduzir consumo de cigarro entre jovens
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O Reino Unido pode se tornar o primeiro país do mundo a eliminar o consumo de tabaco para as gerações nascidas a partir de 2009. Se o pioneiro projeto de lei for aprovado, a idade mínima para venda de cigarro e derivados, como o vape, vai aumentar gradativamente.
Yula Rocha, correspondente da RFI no Reino Unido
O Parlamento britânico debate a proibição da venda de tabaco e subprodutos para as gerações mais jovens. A proposta do governo é a partir de 2027 elevar gradativamente a idade mínima para compra de cigarro e vapes. O projeto de lei prevê que os nascidos em 2009, ou seja adolescentes que hoje têm 15 anos, nunca poderão comprar cigarro legalmente porque quando eles chegarem à maioridade, a idade mínima vai subir todo ano de 18 anos, para 19 anos, para 20 anos e assim consecutivamente.
O foco dessa política pública são os mais jovens, já que o vício em cigarro começa na adolescência, mas não afetará quem hoje tem acesso legal aos produtos. O aumento da idade mínima para compra de tabaco de 16 para 18 anos, em 2007, mesmo ano em que se tornou proibido fumar em bares, restaurantes e locais fechados no Reino Unido, teve um impacto na redução em 30% do consumo.
Apesar de o cigarro estar em declínio no país, 76 mil britânicos morrem por ano em decorrência de doenças associadas ao tabaco e outras 500 mil pessoas são hospitalizadas. O fumantes custam ao governo - entre a queda de produtividade no trabalho, os gastos com saúde pública e os danos ao meio ambiente - o equivalente a mais de R$ 100 bilhões.
O governo apresentou um modelo de impacto da futura política baseado na redução de 30% no consumo com aumento da idade mínima. Sob essa lógica, a proporção de pessoas entre 14 e 30 anos que fumam hoje deve cair de 13% para 7.3% até 2030 e para 1.3% em 2040.
Chances da lei entrar em vigor
Com apoio do governo e da oposição, a proposta deve passar no Parlamento e enfrentará principalmente a ira de grupos que acreditam que a lei fere o direito individual de escolha. Mas o argumento mais forte é a prevenção de mortes prematuras associadas ao cigarro.
Há pesquisas que indicam que a maioria dos fumantes se viciou antes de 21 anos, quer parar de fumar e se pudesse voltar no tempo e ter mais informações sobre o tabaco jamais teria dado o primeiro trago. No entanto, para que a lei funcione é preciso que haja fiscalização, multas salgadas para quem infringir a lei e combate ao mercado ilicito, além de recursos para dar suporte a quem quer largar o vício.
Outro desafio importante é combater a desigualdade que tem reflexo na saúde pública. Os números de internações de fumantes no Reino Unido é mais dobra nas classes mais pobres. Portanto são eles os mais vulneráveis e devem ser prioridade da nova política de tabaco, acreditam os especialistas em saúde.
1294 episódios
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O Reino Unido pode se tornar o primeiro país do mundo a eliminar o consumo de tabaco para as gerações nascidas a partir de 2009. Se o pioneiro projeto de lei for aprovado, a idade mínima para venda de cigarro e derivados, como o vape, vai aumentar gradativamente.
Yula Rocha, correspondente da RFI no Reino Unido
O Parlamento britânico debate a proibição da venda de tabaco e subprodutos para as gerações mais jovens. A proposta do governo é a partir de 2027 elevar gradativamente a idade mínima para compra de cigarro e vapes. O projeto de lei prevê que os nascidos em 2009, ou seja adolescentes que hoje têm 15 anos, nunca poderão comprar cigarro legalmente porque quando eles chegarem à maioridade, a idade mínima vai subir todo ano de 18 anos, para 19 anos, para 20 anos e assim consecutivamente.
O foco dessa política pública são os mais jovens, já que o vício em cigarro começa na adolescência, mas não afetará quem hoje tem acesso legal aos produtos. O aumento da idade mínima para compra de tabaco de 16 para 18 anos, em 2007, mesmo ano em que se tornou proibido fumar em bares, restaurantes e locais fechados no Reino Unido, teve um impacto na redução em 30% do consumo.
Apesar de o cigarro estar em declínio no país, 76 mil britânicos morrem por ano em decorrência de doenças associadas ao tabaco e outras 500 mil pessoas são hospitalizadas. O fumantes custam ao governo - entre a queda de produtividade no trabalho, os gastos com saúde pública e os danos ao meio ambiente - o equivalente a mais de R$ 100 bilhões.
O governo apresentou um modelo de impacto da futura política baseado na redução de 30% no consumo com aumento da idade mínima. Sob essa lógica, a proporção de pessoas entre 14 e 30 anos que fumam hoje deve cair de 13% para 7.3% até 2030 e para 1.3% em 2040.
Chances da lei entrar em vigor
Com apoio do governo e da oposição, a proposta deve passar no Parlamento e enfrentará principalmente a ira de grupos que acreditam que a lei fere o direito individual de escolha. Mas o argumento mais forte é a prevenção de mortes prematuras associadas ao cigarro.
Há pesquisas que indicam que a maioria dos fumantes se viciou antes de 21 anos, quer parar de fumar e se pudesse voltar no tempo e ter mais informações sobre o tabaco jamais teria dado o primeiro trago. No entanto, para que a lei funcione é preciso que haja fiscalização, multas salgadas para quem infringir a lei e combate ao mercado ilicito, além de recursos para dar suporte a quem quer largar o vício.
Outro desafio importante é combater a desigualdade que tem reflexo na saúde pública. Os números de internações de fumantes no Reino Unido é mais dobra nas classes mais pobres. Portanto são eles os mais vulneráveis e devem ser prioridade da nova política de tabaco, acreditam os especialistas em saúde.
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