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Escolha entre Kamala e Trump vai revelar os valores que moldam a sociedade americana

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Na contagem regressiva para o dia da eleição, os Estados Unidos vivem uma disputa política intensa, com Trump e Harris representando visões diametralmente opostas. As últimas pesquisas mostram uma corrida acirrada nos principais estados decisivos, evidenciando uma profunda divisão entre os eleitores. Ambas as campanhas estão com força total, promovendo comícios de última hora, endossos de alto nível e mensagens direcionadas para conquistar os sempre indecisos eleitores em estados-chave.

Thiago de Aragão, analista político

As políticas dos candidatos oferecem um contraste marcante, com cada um prometendo reformar os EUA de maneiras que parecem incompatíveis. A abordagem de Trump se baseia em uma visão assertiva, quase nacionalista: tarifas, independência energética através do "perfure, perfure, perfure" e o compromisso de fortalecer as fronteiras dos EUA com deportações sem precedentes.

Seu plano econômico—enraizado na crença de que a autossuficiência americana pode combater a inflação—é um reflexo dos valores conservadores tradicionais. No entanto, sua dependência de tarifas e disposição para cortar impostos em detrimento do déficit federal preocupam críticos, que temem os efeitos econômicos a longo prazo.

Por outro lado, Harris apresenta uma visão voltada para a reforma social e a inclusão. Suas políticas buscam apoiar compradores de primeira casa, enfrentar custos com saúde e reverter leis restritivas de aborto. Harris também adota reformas ambientais, embora equilibrando entre posições progressistas e moderadas—como se vê em seu apoio ao fracking (técnica de produção de gá e petróleo), apesar de sua oposição anterior.

Sua proposta de expandir os créditos fiscais para crianças e restringir a prática de elevação de preços em situações de emergência atrai eleitores de baixa renda, enquanto sua postura sobre os direitos reprodutivos ressoa com aqueles preocupados com o retrocesso do Roe v. Wade, como ficou conhecido o caso que levou a Suprema Corte dos EUA a garantir o direito das mulheres ao aborto.

Estudo de caso da política americana

Mas, além dos contrastes políticos, o clima ao redor da eleição se tornou um estudo de caso sobre a política americana. A campanha de Trump se apropriou de sua imagem como um combatente populista, desafiando a mídia tradicional e confrontando críticos de maneira que alguns chamam de autêntica e outros consideram perigosa. Seus comentários recentes sobre veículos de mídia, vistos como antagonistas, geraram críticas e preocupações sobre os riscos de tal retórica em um ambiente midiático já polarizado.

Enquanto isso, a campanha de Harris manteve o foco nos temas de unidade, mas não evitou pressionar Trump sobre suas controvérsias e, em particular, sobre suas alegações de fraude eleitoral—uma jogada estratégica que agrada sua base, mas eleva o risco caso ocorra alguma agitação pós-eleitoral.

Enquanto ambos os candidatos se aproximam da reta final, seus respectivos representantes pintaram a eleição como uma disputa imprevisível, com cada lado insistindo em um resultado otimista.

Líderes republicanos como o Senador Tim Scott preveem uma vitória republicana, baseados em pesquisas nos estados decisivos que, segundo eles, refletem a forte posição de Trump. Simultaneamente, democratas como o Senador John Fetterman e a Senadora Catherine Cortez Mastro demonstraram confiança no apelo de Harris, especialmente em estados como a Pensilvânia, onde a vice-presidente supostamente investiu um esforço considerável.

Riscos para os republicanos e democratas

A conversa política mais ampla se tornou reflexiva, com comentaristas como Chuck Todd, da NBC, ponderando o possível impacto a longo prazo de uma vitória de Trump sobre a cultura política do Partido Republicano. Preocupações sobre cleptocracia e a natureza transacional da política de Trump refletem os temores de quem vê o risco de o partido se afastar de suas raízes conservadoras.

Da mesma forma, dentro do Partido Democrata, vozes como a de Jen Psaki levantaram questões sobre o impacto de uma derrota de Harris no futuro das mulheres em cargos políticos de destaque, questionando como o resultado poderia moldar a disposição do partido de apoiar candidatas no futuro.

Em uma eleição onde políticas, personalidades e lutas pelo poder estão interligadas, os EUA se encontram em um momento crítico. Com grandes apostas e opiniões divididas, não se trata apenas da escolha entre dois candidatos, mas do que essa escolha diz sobre o rumo que o país quer seguir. Enquanto os últimos anúncios são exibidos, as últimas palavras são ditas e os eleitores se preparam para votar, a verdadeira pergunta talvez seja: o que esta eleição revelará sobre os valores que moldam a sociedade americana?

Enquanto o país prende a respiração, uma verdade é certa: a escolha à frente não é apenas sobre Trump ou Harris. Trata-se do futuro de uma América cada vez mais dividida entre visões, valores e verdade. E, em dois dias, veremos qual visão ressoa mais.

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Thiago de Aragão, analista político

As políticas dos candidatos oferecem um contraste marcante, com cada um prometendo reformar os EUA de maneiras que parecem incompatíveis. A abordagem de Trump se baseia em uma visão assertiva, quase nacionalista: tarifas, independência energética através do "perfure, perfure, perfure" e o compromisso de fortalecer as fronteiras dos EUA com deportações sem precedentes.

Seu plano econômico—enraizado na crença de que a autossuficiência americana pode combater a inflação—é um reflexo dos valores conservadores tradicionais. No entanto, sua dependência de tarifas e disposição para cortar impostos em detrimento do déficit federal preocupam críticos, que temem os efeitos econômicos a longo prazo.

Por outro lado, Harris apresenta uma visão voltada para a reforma social e a inclusão. Suas políticas buscam apoiar compradores de primeira casa, enfrentar custos com saúde e reverter leis restritivas de aborto. Harris também adota reformas ambientais, embora equilibrando entre posições progressistas e moderadas—como se vê em seu apoio ao fracking (técnica de produção de gá e petróleo), apesar de sua oposição anterior.

Sua proposta de expandir os créditos fiscais para crianças e restringir a prática de elevação de preços em situações de emergência atrai eleitores de baixa renda, enquanto sua postura sobre os direitos reprodutivos ressoa com aqueles preocupados com o retrocesso do Roe v. Wade, como ficou conhecido o caso que levou a Suprema Corte dos EUA a garantir o direito das mulheres ao aborto.

Estudo de caso da política americana

Mas, além dos contrastes políticos, o clima ao redor da eleição se tornou um estudo de caso sobre a política americana. A campanha de Trump se apropriou de sua imagem como um combatente populista, desafiando a mídia tradicional e confrontando críticos de maneira que alguns chamam de autêntica e outros consideram perigosa. Seus comentários recentes sobre veículos de mídia, vistos como antagonistas, geraram críticas e preocupações sobre os riscos de tal retórica em um ambiente midiático já polarizado.

Enquanto isso, a campanha de Harris manteve o foco nos temas de unidade, mas não evitou pressionar Trump sobre suas controvérsias e, em particular, sobre suas alegações de fraude eleitoral—uma jogada estratégica que agrada sua base, mas eleva o risco caso ocorra alguma agitação pós-eleitoral.

Enquanto ambos os candidatos se aproximam da reta final, seus respectivos representantes pintaram a eleição como uma disputa imprevisível, com cada lado insistindo em um resultado otimista.

Líderes republicanos como o Senador Tim Scott preveem uma vitória republicana, baseados em pesquisas nos estados decisivos que, segundo eles, refletem a forte posição de Trump. Simultaneamente, democratas como o Senador John Fetterman e a Senadora Catherine Cortez Mastro demonstraram confiança no apelo de Harris, especialmente em estados como a Pensilvânia, onde a vice-presidente supostamente investiu um esforço considerável.

Riscos para os republicanos e democratas

A conversa política mais ampla se tornou reflexiva, com comentaristas como Chuck Todd, da NBC, ponderando o possível impacto a longo prazo de uma vitória de Trump sobre a cultura política do Partido Republicano. Preocupações sobre cleptocracia e a natureza transacional da política de Trump refletem os temores de quem vê o risco de o partido se afastar de suas raízes conservadoras.

Da mesma forma, dentro do Partido Democrata, vozes como a de Jen Psaki levantaram questões sobre o impacto de uma derrota de Harris no futuro das mulheres em cargos políticos de destaque, questionando como o resultado poderia moldar a disposição do partido de apoiar candidatas no futuro.

Em uma eleição onde políticas, personalidades e lutas pelo poder estão interligadas, os EUA se encontram em um momento crítico. Com grandes apostas e opiniões divididas, não se trata apenas da escolha entre dois candidatos, mas do que essa escolha diz sobre o rumo que o país quer seguir. Enquanto os últimos anúncios são exibidos, as últimas palavras são ditas e os eleitores se preparam para votar, a verdadeira pergunta talvez seja: o que esta eleição revelará sobre os valores que moldam a sociedade americana?

Enquanto o país prende a respiração, uma verdade é certa: a escolha à frente não é apenas sobre Trump ou Harris. Trata-se do futuro de uma América cada vez mais dividida entre visões, valores e verdade. E, em dois dias, veremos qual visão ressoa mais.

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