Caso Robinho e a responsabilização das mulheres vítimas de estupro: ouça debate sobre o assunto em podcast
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Após mais de uma década em silêncio, a vítima do caso de estupro coletivo que levou à condenação do ex-jogador Robinho decidiu falar com a imprensa sobre o ocorrido em 2013.
Identificada apenas como Mercedes, a mulher de origem albanesa fez seu pronunciamento no documentário O Caso Robinho, produzido pela Globoplay que estreou na plataforma no último dia 30. Protegida por uma iluminação que preserva seu anonimato, Mercedes revelou que “apagou” após o crime, ocorrido numa discoteca em Milão, Itália.
O documentário mostra nas gravações com as falas dos agressores como a cultura do estupro faz vítimas em todo o mundo. O Brasil, por exemplo, registrou um crime de estupro a cada seis minutos em 2023.
Com um total de quase 84 mil casos, um aumento de 6,5% em relação a 2022. As mulheres são a maioria das vítimas. Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
A expressão “cultura do estupro” não é muito utilizada no campo do Direito, mas ficou conhecida após o caso de estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, ocorrido no Rio de Janeiro em 20 de maio de 2016.
A cultura do estupro descreve um contexto em que a violência sexual é tratada como algo normal ou insignificante, frequentemente sustentada por atitudes que culpabilizam as vítimas e protegem os agressores. Nessa cultura existe um conjunto de comportamentos e atitudes que permitem a tolerância ao estupro.
Robinho tentou minimizar o ato e desqualificar o testemunho da vítima. Esse tipo de atitude reflete uma sociedade onde o respeito à palavra da vítima é frequentemente posto em dúvida, e onde, principalmente, celebridades e figuras públicas tentam escapar das consequências de seus atos, usando sua posição de poder.
Para falar sobre a responsabilização das mulheres pelo estupro, o podcast Observatório Feminino deste domingo (17) recebe a especialista em Segurança Pública e Justiça Criminal pela Fundação João Pinheiro e mestre em Psicologia Social pela UFMG, Daniela Tiffany.
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