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#439 Antes de votar, você precisa conhecer o plano econômico secreto de Bolsonaro e Guedes | Pensa Comigo

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QUARTA, 26/10/2022: Já tem Papai Noel nas vitrines das lojas e a sensação é que chega o Natal e não chega o segundo turno das eleições. Mas vai chegar. Será no próximo domingo o dia de mandar o Jair embora. A campanha do segundo turno foi a mais longa, literalmente, da nossa história. Além da sensação de que cada dia dura uma semana e cada semana dura um mês, esse foi, de fato, o maior período de campanha para o segundo turno. Foram quatro semanas intensas.
Tudo começou com baixaria que nascia na internet e rapidamente ganhava espaço nas propagandas de TV e nas bocas dos candidatos. A campanha de Bolsonaro começou acusando Lula de ser satanista. Aí recuperaram as visitas de Bolsonaro à maçonaria e o assunto pegou mal entre religiosos. A baixaria morreu aos poucos…
Depois, foi a campanha de Lula que recuperou um vídeo do atual presidente dizendo que comeria carne humana e só não comeu porque ninguém quis o acompanhar numa aldeia indígena onde estavam cozinhando um índio. A história, que era mentira, óbvio, também repercutiu bastante. Como reação, o bolsonarismo reforçou a distribuição de fake news dizendo que Lula vai implantar banheiros unissex nas escolas, o que é mentira, e apostando no discurso anti-corrupção, que é um calcanhar de Aquiles de Lula por causa das alianças do passado com partidos e personagens que hoje estão do lado de Bolsonaro. Os condenados no mensalão, Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto, são bolsonaristas. O partido que mais roubou a Petrobras, o PP - hoje progressistas - apoia Bolsonaro.
O escândalo dos 51 imóveis comprados pela família de Bolsonaro em dinheiro vivo, os pastores corruptos do MEC, o pedido de propina de 1 dólar por dose de vacina contra a covid-19, o engavetador geral da república e outras graves denúncias contra o atual governo também tornaram esse discurso inviável para Bolsonaro. Ele sabe que tem teto de vidro e que, mais corrupto do que ele, não há.
Na sequência, Bolsonaro fez uma fala de tom pedófilo, dizendo que "pintou um clima" com meninas refugiadas venezuelanas de 14 anos. Segundo ele, as meninas estavam se prostituindo. Era mentira, claro, e esse fato continua sendo explorado pelas campanhas. As meninas participavam de uma ação social em Brasília e o presidente usou de forma nojenta e repugnante o episódio.
A campanha de Lula parece que se deu conta a tempo que levar as baixarias para a TV poderia irritar o eleitor e, assim, aumentar a abstenção no próximo domingo. Lula passou, então, a focar em suas propostas: isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, aumento real do salário mínimo, entre outras.
Ao mesmo tempo, Lula foi reunindo apoios de democratas e antigos críticos: Simone Tebet, o PDT, Marina Silva, FHC, Sarney, os criadores do Plano Real, João Amoedo, parte do PSDB, boa parte do MDB, Alexandre Frota, aquele cara do Casseta e Planeta, o Casimiro, e outras personalidades, artistas, influenciadores e políticos.
Bolsonaro também reuniu apoios: Guilherme de Pádua, goleiro Bruno, pastores picaretas, empresários golpistas e, claro, Roberto Jefferson. Bob Jeff, aquele condenado no mensalão que, inclusive inventou a narrativa do mensalão, provocou sua volta à prisão e, quando a PF chegou na casa dele, deu 50 tiros de fuzil e jogou 3 granadas nos policiais. Dois ficaram feridos. O atentado bugou o bolsonarismo. Eles não sabiam se defendiam o terrorista ou se condenavam. Só se decidiram quando o próprio Bolsonaro bateu o martelo que a ordem era abandonar o amigo querido.
Todos esses casos midiáticos não mexeram em nada nas pesquisas eleitorais. Mas aí, na última semana de campanha, chegou a cereja do bolo que, de fato pode tirar voto desse traste que alguns chamam de presidente se você se ligar e passar essa mensagem pra frente. Presta atenção: Dois dos principais jornais do país, a Folha, que não chama Bolsonaro de extrema-direita até hoje, e o Estadão, aquele da escolha muito difícil, revelaram o plano secreto de Bolsonaro e de Paulo Guedes para a economia.
As ideias do posto Ipiranga fazem parte de um desespero para tentar fechar as contas no ano que vem, já que o governo Bolsonaro foi usado de maneira descarada para fazer campanha. E, claro, o dinheiro público também. Adiantamento dos auxílios, uso eleitoreiro da Caixa, de ministérios e de ministros.
Mas, afinal, no que consiste o plano econômico secreto de Bolsonaro? Basicamente em duas frentes, uma que atinge os mais pobres e outra que atinge a classe média. São essas pessoas que o governo Bolsonaro quer que paguem as contas eleitoreiras que Bolsonaro fez para tentar se reeleger.
Primeiro, o palavrão: desindexação do aumento do salário mínimo à inflação do ano anterior. Traduzindo: Paulo Guedes quer desobrigar o governo a aumentar o salário mínimo pela inflação do ano anterior. Isso significa, na prática, que o salário mínimo vai valer menos a cada ano. Aliás, o governo Bolsonaro não deu nenhum aumento real do mínimo. Aumento real é quando o reajuste vai além de repor a inflação. Essa regra foi criada no governo Lula, que aumentava o salário pela inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB - a soma de tudo o que país produz e vende. Bolsonaro quer que o reajuste do salário seja pela meta de inflação, um número fictício criado a bel prazer da equipe econômica no poder. Se a regra dele fosse aplicada desde 2002, o salário mínimo hoje seria de cerca de 500 reais, menos da metade do que é. O salário mínimo não impacta só quem ganha o salário mínimo, impacta aposentadorias e outras contas que estão atreladas a ele. Os aposentados e pensionistas, por exemplo, seriam os primeiros que passariam a receber menos. Um exemplo, que eu sei que esse negócio de economia é confuso mesmo: pela regra do Bolsonaro e do Guedes, o salário mínimo de agora seria reajustado em pouco mais de 3%, que era a meta de inflação, mas o aumento dos preços no ano passado foi de mais de 10%. Essa proposta nefasta impactaria diretamente os mais pobres. BolsoGuedes querem que os pobres paguem a conta do rombo que eles fizeram no caixa do governo para tentar comprar a eleição.
A outra ideia do Ministério da Economia do governo Bolsonaro para o ano que vem impacta diretamente a classe média. Aqueles que reclamam todo o ano da mordida do leão, quando entregam o imposto de renda e são obrigados a pagar ainda mais. Um estudo feito por técnico do Paulo Guedes propõe retirar gastos com saúde e educação do cálculo de deduções do Imposto de Renda. Assim, o governo receberia mais grana de impostos para tentar tapar o buraco feito por Bolsonaro com as medidas eleitoreiras. A tabela do imposto de renda, aliás, não é atualizada há anos. Hoje, até quem ganha menos de dois salários mínimos por mês tem que pagar imposto de renda.
Nem preciso dizer que a revelação do plano econômico secreto de Bolsonaro e Paulo Guedes caiu como uma bomba na campanha deles. Mas aí eles utilizaram uma explicação recorrente e que não demanda mais aprofundamento: a culpa é do PT. É verdade. O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou infiltrados do PT no ministério dele pelo vazamento do plano secreto. Repare que ele não culpou o PT pelo plano, mas sim pelo vazamento. Ou seja, as ideias realmente existem.
Agora é com você avaliar e ver o que mais te convém. Já que o brasileiro tem um voto egoísta, no próximo domingo você que é pobre e ganha salário mínimo, vote no Bolsonaro se quiser ganhar ainda menos. E você da classe média, vote no Bolsonaro se quiser se ferrar ainda mais com o imposto de renda. É simples assim. Ah, e se não quiser, tem um candidato que já prometeu - e mais do que isso, já fez - aumento real do salário mínimo e isenção de imposto de renda para quem ganhar até 5 mil reais.
Pelo emocional, pelo absurdo e pela consciência política, o nosso voto é 13, claro. Mas até se você parar 10 minutos para avaliar propostas e ideias, vai chegar a conclusão que o seu voto também tem que ser 13.
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QUARTA, 26/10/2022: Já tem Papai Noel nas vitrines das lojas e a sensação é que chega o Natal e não chega o segundo turno das eleições. Mas vai chegar. Será no próximo domingo o dia de mandar o Jair embora. A campanha do segundo turno foi a mais longa, literalmente, da nossa história. Além da sensação de que cada dia dura uma semana e cada semana dura um mês, esse foi, de fato, o maior período de campanha para o segundo turno. Foram quatro semanas intensas.
Tudo começou com baixaria que nascia na internet e rapidamente ganhava espaço nas propagandas de TV e nas bocas dos candidatos. A campanha de Bolsonaro começou acusando Lula de ser satanista. Aí recuperaram as visitas de Bolsonaro à maçonaria e o assunto pegou mal entre religiosos. A baixaria morreu aos poucos…
Depois, foi a campanha de Lula que recuperou um vídeo do atual presidente dizendo que comeria carne humana e só não comeu porque ninguém quis o acompanhar numa aldeia indígena onde estavam cozinhando um índio. A história, que era mentira, óbvio, também repercutiu bastante. Como reação, o bolsonarismo reforçou a distribuição de fake news dizendo que Lula vai implantar banheiros unissex nas escolas, o que é mentira, e apostando no discurso anti-corrupção, que é um calcanhar de Aquiles de Lula por causa das alianças do passado com partidos e personagens que hoje estão do lado de Bolsonaro. Os condenados no mensalão, Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto, são bolsonaristas. O partido que mais roubou a Petrobras, o PP - hoje progressistas - apoia Bolsonaro.
O escândalo dos 51 imóveis comprados pela família de Bolsonaro em dinheiro vivo, os pastores corruptos do MEC, o pedido de propina de 1 dólar por dose de vacina contra a covid-19, o engavetador geral da república e outras graves denúncias contra o atual governo também tornaram esse discurso inviável para Bolsonaro. Ele sabe que tem teto de vidro e que, mais corrupto do que ele, não há.
Na sequência, Bolsonaro fez uma fala de tom pedófilo, dizendo que "pintou um clima" com meninas refugiadas venezuelanas de 14 anos. Segundo ele, as meninas estavam se prostituindo. Era mentira, claro, e esse fato continua sendo explorado pelas campanhas. As meninas participavam de uma ação social em Brasília e o presidente usou de forma nojenta e repugnante o episódio.
A campanha de Lula parece que se deu conta a tempo que levar as baixarias para a TV poderia irritar o eleitor e, assim, aumentar a abstenção no próximo domingo. Lula passou, então, a focar em suas propostas: isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, aumento real do salário mínimo, entre outras.
Ao mesmo tempo, Lula foi reunindo apoios de democratas e antigos críticos: Simone Tebet, o PDT, Marina Silva, FHC, Sarney, os criadores do Plano Real, João Amoedo, parte do PSDB, boa parte do MDB, Alexandre Frota, aquele cara do Casseta e Planeta, o Casimiro, e outras personalidades, artistas, influenciadores e políticos.
Bolsonaro também reuniu apoios: Guilherme de Pádua, goleiro Bruno, pastores picaretas, empresários golpistas e, claro, Roberto Jefferson. Bob Jeff, aquele condenado no mensalão que, inclusive inventou a narrativa do mensalão, provocou sua volta à prisão e, quando a PF chegou na casa dele, deu 50 tiros de fuzil e jogou 3 granadas nos policiais. Dois ficaram feridos. O atentado bugou o bolsonarismo. Eles não sabiam se defendiam o terrorista ou se condenavam. Só se decidiram quando o próprio Bolsonaro bateu o martelo que a ordem era abandonar o amigo querido.
Todos esses casos midiáticos não mexeram em nada nas pesquisas eleitorais. Mas aí, na última semana de campanha, chegou a cereja do bolo que, de fato pode tirar voto desse traste que alguns chamam de presidente se você se ligar e passar essa mensagem pra frente. Presta atenção: Dois dos principais jornais do país, a Folha, que não chama Bolsonaro de extrema-direita até hoje, e o Estadão, aquele da escolha muito difícil, revelaram o plano secreto de Bolsonaro e de Paulo Guedes para a economia.
As ideias do posto Ipiranga fazem parte de um desespero para tentar fechar as contas no ano que vem, já que o governo Bolsonaro foi usado de maneira descarada para fazer campanha. E, claro, o dinheiro público também. Adiantamento dos auxílios, uso eleitoreiro da Caixa, de ministérios e de ministros.
Mas, afinal, no que consiste o plano econômico secreto de Bolsonaro? Basicamente em duas frentes, uma que atinge os mais pobres e outra que atinge a classe média. São essas pessoas que o governo Bolsonaro quer que paguem as contas eleitoreiras que Bolsonaro fez para tentar se reeleger.
Primeiro, o palavrão: desindexação do aumento do salário mínimo à inflação do ano anterior. Traduzindo: Paulo Guedes quer desobrigar o governo a aumentar o salário mínimo pela inflação do ano anterior. Isso significa, na prática, que o salário mínimo vai valer menos a cada ano. Aliás, o governo Bolsonaro não deu nenhum aumento real do mínimo. Aumento real é quando o reajuste vai além de repor a inflação. Essa regra foi criada no governo Lula, que aumentava o salário pela inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB - a soma de tudo o que país produz e vende. Bolsonaro quer que o reajuste do salário seja pela meta de inflação, um número fictício criado a bel prazer da equipe econômica no poder. Se a regra dele fosse aplicada desde 2002, o salário mínimo hoje seria de cerca de 500 reais, menos da metade do que é. O salário mínimo não impacta só quem ganha o salário mínimo, impacta aposentadorias e outras contas que estão atreladas a ele. Os aposentados e pensionistas, por exemplo, seriam os primeiros que passariam a receber menos. Um exemplo, que eu sei que esse negócio de economia é confuso mesmo: pela regra do Bolsonaro e do Guedes, o salário mínimo de agora seria reajustado em pouco mais de 3%, que era a meta de inflação, mas o aumento dos preços no ano passado foi de mais de 10%. Essa proposta nefasta impactaria diretamente os mais pobres. BolsoGuedes querem que os pobres paguem a conta do rombo que eles fizeram no caixa do governo para tentar comprar a eleição.
A outra ideia do Ministério da Economia do governo Bolsonaro para o ano que vem impacta diretamente a classe média. Aqueles que reclamam todo o ano da mordida do leão, quando entregam o imposto de renda e são obrigados a pagar ainda mais. Um estudo feito por técnico do Paulo Guedes propõe retirar gastos com saúde e educação do cálculo de deduções do Imposto de Renda. Assim, o governo receberia mais grana de impostos para tentar tapar o buraco feito por Bolsonaro com as medidas eleitoreiras. A tabela do imposto de renda, aliás, não é atualizada há anos. Hoje, até quem ganha menos de dois salários mínimos por mês tem que pagar imposto de renda.
Nem preciso dizer que a revelação do plano econômico secreto de Bolsonaro e Paulo Guedes caiu como uma bomba na campanha deles. Mas aí eles utilizaram uma explicação recorrente e que não demanda mais aprofundamento: a culpa é do PT. É verdade. O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou infiltrados do PT no ministério dele pelo vazamento do plano secreto. Repare que ele não culpou o PT pelo plano, mas sim pelo vazamento. Ou seja, as ideias realmente existem.
Agora é com você avaliar e ver o que mais te convém. Já que o brasileiro tem um voto egoísta, no próximo domingo você que é pobre e ganha salário mínimo, vote no Bolsonaro se quiser ganhar ainda menos. E você da classe média, vote no Bolsonaro se quiser se ferrar ainda mais com o imposto de renda. É simples assim. Ah, e se não quiser, tem um candidato que já prometeu - e mais do que isso, já fez - aumento real do salário mínimo e isenção de imposto de renda para quem ganhar até 5 mil reais.
Pelo emocional, pelo absurdo e pela consciência política, o nosso voto é 13, claro. Mas até se você parar 10 minutos para avaliar propostas e ideias, vai chegar a conclusão que o seu voto também tem que ser 13.
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