Saques do FGTS. R$500 reais para que?
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Uso do recurso extra deve ser bem avaliado por quem tem direito ao saque
O governo federal estima que 23 milhões de brasileiros poderão quitar dívidas com os saques de 500 reais dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço autorizados em Medida Provisória na última semana.
De acordo com estimativas da área econômica, 37,3% das pessoas com o nome negativado têm dívidas inferiores a R$500. O valor que será liberado pelo governo a partir de setembro representa 15% da dívida média do brasileiro, que é de R$3.252,70, segundo o Serviço de proteção ao Crédito e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.
Ao utilizar, portanto, os recursos do FGTS para pagar dívidas com valor maior, o devedor continuará devendo e sem dinheiro no bolso. Só vale a pena destinar os R$ 500 para o acerto de contas se a quantia for suficiente para quitar a dívida e liquidar o assunto.
Ainda assim antes de acertar a dívida, conheça qual o tamanho do débito e como foi formado, porque somente vale à pena fazer a liquidação se o desconto for significativo e se o devedor não contrair um novo empréstimo.
O FGTS foi criado na década de 1960 com objetivo de ser uma garantia para o trabalhador quando perder o emprego. Portanto, use o dinheiro para suprir uma necessidade básica. Compre um material de construção para terminar a reforma da casa, faça uma surpresa para o filho comprando um material novo para escola, gaste com a família.
O governo quer aquecer a economia com a liberação dos recursos, mas precisa contar a história para a população sob uma outra ótica. Usar o dinheiro do FGTS para liquidar dívida significa fazer com que os bancos usem esse valor para circular. Mas somente os bancos ganharão com esta atitude, porque emprestarão os mesmos R$500 a juros elevadíssimos no cartão, cheque especial ou crédito consignado. No fim das contas um novo empréstimo se rá utilizado para mesma finalidade, consumo doméstico.
Defendo que todos paguem suas dívidas, mas apenas no momento que for possível, ou seja, quando a família tiver renda para atender às necessidades básicas e puder destinar, sem sacrifício, um pedaço do orçamento para pagamento da dívida.
O governo deve ensinar, educar, assistir as famílias para que aprendam a cuidar do orçamento doméstico. Será um primeiro passo em direção a uma grande conquista educar essa população, que precisa dos R$500 do FGTS, se ela aprender a consumir no mercado das empresas de micro e pequeno porte, que geram emprego e renda. Aí sim a economia começará a girar em benefício de todos.
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