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Programa Ficha Técnica | 17 | Nó na orelha (Criolo)

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A décima sétima edição do Programa Ficha Técnica traz uma análise sobre o disco "Nó na orelha", do rapper Criolo.

Produção/criação/apresentação: Larissa Campos e Raul Fortes

Edição: Luciano Campbell

Como descobri Criolo

Acho que demorei para conhecer o rapper Criolo, assim como deve ter acontecido com várias pessoas. Mas a ocasião em que o conheci ficou gravada na minha memória.

Faz um tempo que adquiri o hábito de pesquisar bandas e cantores novos. Isso se transformou em uma rotina na minha vida. Volta e meia faço uso do “Radar de novidades” do Spotify e outros canais e neles encontro algumas pérolas.

Cheguei até Criolo num desses trabalhos de busca musical. O ano era 2011 e, ao navegar pelo Youtube, encontrei uma versão diferente da música “Cálice”, composta por Chico Buarque e Gilberto Gil.

A versão, que me arrebatou imediatamente, começava em tom de provocação: “Como ir pro trabalho sem levar um tiro, voltar pra casa sem levar um tiro”. Mas além das indagações sobre violência urbana, outros trechos da versão me deixaram reflexiva.

“Os saraus tiveram que invadir os botecos, pois biblioteca não era lugar de poesia. Biblioteca tinha que ter silêncio e uma gente que se acha assim muito sabida”. Nesses versos, a mensagem clara de que é preciso democratizar a cultura, o conhecimento, afinal, eles podem salvar almas.

A versão de “Cálice” escrita por Criolo é um hino da favela, da periferia e dos perigos que seus moradores enfrentam. Pensando nisso, Criolo canta: “Pai, afasta de mim a biqueira, afasta de mim as biate, afasta de mim a cocaine, pois na quebrada escorre sangue, pai”.

Depois de assistir o vídeo com a versão de Cálice, comecei imediatamente a procurar outros trabalhos de Criolo e sigo acompanhando o rapper. Além do trabalho musical expressivo que desenvolve, Criolo também não foge das discussões e posicionamentos políticos, bastante importantes nos trabalhos mais recentes do cantor, como Boca de lobo e Etérea.

Hoje, ao lembrar da primeira vez em que ouvi a versão de Criolo para Cálice, lembrei de imediato de um verso em que o rapper fala “Me chamo Criolo, o meu berço é o rap, mas não existe fronteira pra minha poesia, pai”. De fato, Criolo permanece fiel às origens, mas o trabalho dele se expande, cresce e ultrapassa mais e mais fronteiras.

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Edição: Luciano Campbell

Como descobri Criolo

Acho que demorei para conhecer o rapper Criolo, assim como deve ter acontecido com várias pessoas. Mas a ocasião em que o conheci ficou gravada na minha memória.

Faz um tempo que adquiri o hábito de pesquisar bandas e cantores novos. Isso se transformou em uma rotina na minha vida. Volta e meia faço uso do “Radar de novidades” do Spotify e outros canais e neles encontro algumas pérolas.

Cheguei até Criolo num desses trabalhos de busca musical. O ano era 2011 e, ao navegar pelo Youtube, encontrei uma versão diferente da música “Cálice”, composta por Chico Buarque e Gilberto Gil.

A versão, que me arrebatou imediatamente, começava em tom de provocação: “Como ir pro trabalho sem levar um tiro, voltar pra casa sem levar um tiro”. Mas além das indagações sobre violência urbana, outros trechos da versão me deixaram reflexiva.

“Os saraus tiveram que invadir os botecos, pois biblioteca não era lugar de poesia. Biblioteca tinha que ter silêncio e uma gente que se acha assim muito sabida”. Nesses versos, a mensagem clara de que é preciso democratizar a cultura, o conhecimento, afinal, eles podem salvar almas.

A versão de “Cálice” escrita por Criolo é um hino da favela, da periferia e dos perigos que seus moradores enfrentam. Pensando nisso, Criolo canta: “Pai, afasta de mim a biqueira, afasta de mim as biate, afasta de mim a cocaine, pois na quebrada escorre sangue, pai”.

Depois de assistir o vídeo com a versão de Cálice, comecei imediatamente a procurar outros trabalhos de Criolo e sigo acompanhando o rapper. Além do trabalho musical expressivo que desenvolve, Criolo também não foge das discussões e posicionamentos políticos, bastante importantes nos trabalhos mais recentes do cantor, como Boca de lobo e Etérea.

Hoje, ao lembrar da primeira vez em que ouvi a versão de Criolo para Cálice, lembrei de imediato de um verso em que o rapper fala “Me chamo Criolo, o meu berço é o rap, mas não existe fronteira pra minha poesia, pai”. De fato, Criolo permanece fiel às origens, mas o trabalho dele se expande, cresce e ultrapassa mais e mais fronteiras.

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