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# 19 | Por que eu não li antes: Quarto de despejo

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Por que eu não li antes é um projeto literário digital que apresenta obras de autoras brasileiras negras para o público, acompanhadas de uma discussão com especialistas no assunto sobre os motivos que fazem com que tais livros não estejam mais presentes na vida dos leitores. Reuniremos autoras, especialistas e debatedores em uma série de cinco podcasts, os quais serão reunidos em um site com informações adicionais sobre as obras apresentadas, estudos complementares e outros títulos relevantes sobre o tema.

A obra: Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada
Publicado em 1960, foi seu primeiro livro. Vendeu dez mil cópias em quatro dias e 100 mil cópias em um ano. No livro, Carolina registra o cotidiano de pobreza que rege seus dias, bem como a humilhação social e moral a que estão sujeitos os habitantes da favela do Canindé.
A autora sempre pontua a fome em seu livro. Ao sobreviver catando recicláveis, Carolina diz que em dias de chuva era impossível trabalhar e ela e seus filhos comiam o que tinha em casa. Várias vezes, conta com a ajuda de vizinhos, doações e restos de alimentos nas feiras e até mesmo no lixo. Um trecho muito famoso de Quarto de Despejo mostra-nos como a fome é diferente da embriaguez (pois Carolina diz que muitos de seus vizinhos embebedam-se para esquecerem sua condição social, sua miséria e sua fome): “A tontura do álcool nos impede de cantar. Mas a fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago”.
Carolina mostra ao leitor a situação em que se encontra como moradora de uma favela. A autora diz que ela e seus filhos são pessoas invisíveis, ignoradas pelos que têm melhores condições. Além disso, também pontua sobre os problemas com vizinhos, mulheres que batiam em seus filhos e que sofriam violência doméstica por parte dos maridos alcoolistas.
Contexto da época de publicação
O livro é pertinente ao contexto do final da década de 1950 e início de 1960. Nesse período, o país estava modernizando-se economicamente e, ao mesmo tempo, deixando mais evidente a desigualdade social. Ecos desse quadro histórico são identificáveis na trajetória da escritora.
Importância da obra
O livro chama a atenção para a questão da favela e seus moradores, até então um problema desde os primórdios da sociedade brasileira. Foi uma oportunidade de debater tópicos essenciais, como o saneamento básico, a coleta de lixo, a água encanada, a fome, a miséria, a vida em um espaço onde até então o poder público não dava as caras.
A autora
Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, Minas Gerais, em 14 de março de 1914. Foi uma escritora, compositora e poetisa brasileira. Frequentou a escola até o segundo ano do Ensino Fundamental, época em que aprendeu a ler e escrever.

Em 1924, mudou-se com a sua família para uma fazenda em Lajeado, Minas Gerais, onde trabalhavam como lavradores. Após três anos, retornou a Minas Gerais e, devido às dificuldades econômicas, foi para São Paulo à procura de melhores condições. Trabalhou como ajudante na Santa Casa de Franca, auxiliar de cozinha e doméstica. De 1948 a 1961, morou na favela Canindé e trabalhou como catadora de recicláveis para sustentar-se e sustentar seus três filhos, que criava sozinha. Carolina escrevia sobre seu dia a dia na favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo.

Em 1958, após conhecer o jornalista que se interessou e publicou os seus diários com o nome de Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, em 1960, Carolina consegue comprar uma casa no bairro de Santana, em São Paulo, e continua a escrever seus diários, que posteriormente serão editados em Casa de Alvenaria: Diário de uma ex-favelada, em 1961. Em 1963, publicou Pedaços da Fome, seu único romance, que teve pouca repercussão. Apresentação: Luiz Andrioli e Walkyria Novais. Participações de: Tallyssa Sirino e

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A obra: Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada
Publicado em 1960, foi seu primeiro livro. Vendeu dez mil cópias em quatro dias e 100 mil cópias em um ano. No livro, Carolina registra o cotidiano de pobreza que rege seus dias, bem como a humilhação social e moral a que estão sujeitos os habitantes da favela do Canindé.
A autora sempre pontua a fome em seu livro. Ao sobreviver catando recicláveis, Carolina diz que em dias de chuva era impossível trabalhar e ela e seus filhos comiam o que tinha em casa. Várias vezes, conta com a ajuda de vizinhos, doações e restos de alimentos nas feiras e até mesmo no lixo. Um trecho muito famoso de Quarto de Despejo mostra-nos como a fome é diferente da embriaguez (pois Carolina diz que muitos de seus vizinhos embebedam-se para esquecerem sua condição social, sua miséria e sua fome): “A tontura do álcool nos impede de cantar. Mas a fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago”.
Carolina mostra ao leitor a situação em que se encontra como moradora de uma favela. A autora diz que ela e seus filhos são pessoas invisíveis, ignoradas pelos que têm melhores condições. Além disso, também pontua sobre os problemas com vizinhos, mulheres que batiam em seus filhos e que sofriam violência doméstica por parte dos maridos alcoolistas.
Contexto da época de publicação
O livro é pertinente ao contexto do final da década de 1950 e início de 1960. Nesse período, o país estava modernizando-se economicamente e, ao mesmo tempo, deixando mais evidente a desigualdade social. Ecos desse quadro histórico são identificáveis na trajetória da escritora.
Importância da obra
O livro chama a atenção para a questão da favela e seus moradores, até então um problema desde os primórdios da sociedade brasileira. Foi uma oportunidade de debater tópicos essenciais, como o saneamento básico, a coleta de lixo, a água encanada, a fome, a miséria, a vida em um espaço onde até então o poder público não dava as caras.
A autora
Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, Minas Gerais, em 14 de março de 1914. Foi uma escritora, compositora e poetisa brasileira. Frequentou a escola até o segundo ano do Ensino Fundamental, época em que aprendeu a ler e escrever.

Em 1924, mudou-se com a sua família para uma fazenda em Lajeado, Minas Gerais, onde trabalhavam como lavradores. Após três anos, retornou a Minas Gerais e, devido às dificuldades econômicas, foi para São Paulo à procura de melhores condições. Trabalhou como ajudante na Santa Casa de Franca, auxiliar de cozinha e doméstica. De 1948 a 1961, morou na favela Canindé e trabalhou como catadora de recicláveis para sustentar-se e sustentar seus três filhos, que criava sozinha. Carolina escrevia sobre seu dia a dia na favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo.

Em 1958, após conhecer o jornalista que se interessou e publicou os seus diários com o nome de Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, em 1960, Carolina consegue comprar uma casa no bairro de Santana, em São Paulo, e continua a escrever seus diários, que posteriormente serão editados em Casa de Alvenaria: Diário de uma ex-favelada, em 1961. Em 1963, publicou Pedaços da Fome, seu único romance, que teve pouca repercussão. Apresentação: Luiz Andrioli e Walkyria Novais. Participações de: Tallyssa Sirino e

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