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Hans Staden e o canibalismo no Brasil

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Hans Staden nasceu em 1525 em Homberg, um dos municípios da atual Alemanha. Na época em que o Hans nasceu e cresceu, os países europeus tinham acabado de chegar aqui na América. E descobrir que existia um mundo que ainda não tinha sido explorado foi algo que mudou completamente a vida e a forma que os europeus encaravam o mundo. Até a religião foi impactada com essa descoberta, porque agora eles tinham todo um campo novo para levar a sua mensagem. Tinha um número bem considerável de navios que saíam da Europa e simplesmente não chegavam no seu destino, por uma série de razões. Seja algum saque ou até mesmo naufrágio. Então se aventurar em terras estrangeiras em uma viagem pelo mar era algo arriscado. Mas mesmo com todos esses riscos, o jovem Hans em 1547, quando ele tinha 22 anos, saiu da Alemanha e foi em direção à Lisboa, Portugal, para embarcar rumo às Américas. Hans fez então a sua primeira viagem para o Brasil chegando aqui em 1549, descendo no Porto de Recife, em Pernambuco. Nessa primeira viagem, ele foi em uma embarcação que tinha como objetivo pegar o Pau-Brasil e levar para a Europa. Esse era o objetivo principal, mas o navio saiu com tarefas secundárias também. Como por exemplo interceptar navios franceses que estivessem fazendo negócios com a colônia. Era proibido que as capitanias negociassem com países que não fossem Portugal. Além disso, o navio também transportava alguns criminosos e pessoas que foram julgadas em Portugal para serem levadas ao Brasil. Só que quando Hans chegou em Pernambuco, ele chegou em um momento de conflito. O governador de Pernambuco chamado Duarte Coelho estava enfrentando uma revolta indígena. Então o governador solicitou o apoio do maior número de pessoas para poder enfrentar essa rebelião dos Caetés, povo que tinha se levantado contra a administração central. Hans Staden assim que chegou foi recrutado para lutar contra uma revolta dos Caetés. E quando ele chegou lá, enfrentaram mais de 8 mil indígenas e depois de muito sangue os europeus e a força local derrotaram os nativos. Se não bastasse ter que lutar contra os nativos, o grupo do Hans ainda precisou lutar contra um navio francês que estava tentando atracar no Brasil. Nessa primeira viagem ele ficou até outubro de 1549 e nesse mês voltou para a Europa, são e salvo. Ele voltou para o Brasil anos depois e foi capturado por Tupinambás, que eram canibais. Em seu livro Duas Viagens Ao Brasil, a primeira coisa que ele diz é que desde o primeiro momento ficou claro que a intenção dos Tupinambás que sequestraram o grupo era “devorá-los”! Durante o tempo que o Hans ficou com os tupinambás ele pôde ver como se organizavam, trabalhavam e praticavam seus cultos. E foi nessa passagem que ele viu rituais de antropofagia, ou seja, de canibalismo! É claro que o canibalismo não dessas tribos não era comer carne humana no almoço de domingo. Tinha uma relação muito forte com comer a carne dos seus inimigos, de guerreiros e uma parada religiosa, porque isso era feito dentro de um ritual. Olha só o que ele falou no livro dele: “Fazem isto, não para matar a fome, mas por hostilidade, por grande ódio, e quando na guerra escaramuçam uns com os outros, gritam entre si, cheios de fúria” Ao todo Hans ficou 9 meses sequestrado com os Tupinambás e morrendo de medo de ser devorado. Ele chegou a ver pessoas que estavam com ele serem comidas. Hans só foi resgatado dali com vida nove meses depois quando um corsário francês chegou no litoral e viu que Hans estava ali como um “refém”. O feito mais importante de Hans nem foi ter sobrevivido e sim ter escrito sobre o que ele viveu.
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Hans Staden nasceu em 1525 em Homberg, um dos municípios da atual Alemanha. Na época em que o Hans nasceu e cresceu, os países europeus tinham acabado de chegar aqui na América. E descobrir que existia um mundo que ainda não tinha sido explorado foi algo que mudou completamente a vida e a forma que os europeus encaravam o mundo. Até a religião foi impactada com essa descoberta, porque agora eles tinham todo um campo novo para levar a sua mensagem. Tinha um número bem considerável de navios que saíam da Europa e simplesmente não chegavam no seu destino, por uma série de razões. Seja algum saque ou até mesmo naufrágio. Então se aventurar em terras estrangeiras em uma viagem pelo mar era algo arriscado. Mas mesmo com todos esses riscos, o jovem Hans em 1547, quando ele tinha 22 anos, saiu da Alemanha e foi em direção à Lisboa, Portugal, para embarcar rumo às Américas. Hans fez então a sua primeira viagem para o Brasil chegando aqui em 1549, descendo no Porto de Recife, em Pernambuco. Nessa primeira viagem, ele foi em uma embarcação que tinha como objetivo pegar o Pau-Brasil e levar para a Europa. Esse era o objetivo principal, mas o navio saiu com tarefas secundárias também. Como por exemplo interceptar navios franceses que estivessem fazendo negócios com a colônia. Era proibido que as capitanias negociassem com países que não fossem Portugal. Além disso, o navio também transportava alguns criminosos e pessoas que foram julgadas em Portugal para serem levadas ao Brasil. Só que quando Hans chegou em Pernambuco, ele chegou em um momento de conflito. O governador de Pernambuco chamado Duarte Coelho estava enfrentando uma revolta indígena. Então o governador solicitou o apoio do maior número de pessoas para poder enfrentar essa rebelião dos Caetés, povo que tinha se levantado contra a administração central. Hans Staden assim que chegou foi recrutado para lutar contra uma revolta dos Caetés. E quando ele chegou lá, enfrentaram mais de 8 mil indígenas e depois de muito sangue os europeus e a força local derrotaram os nativos. Se não bastasse ter que lutar contra os nativos, o grupo do Hans ainda precisou lutar contra um navio francês que estava tentando atracar no Brasil. Nessa primeira viagem ele ficou até outubro de 1549 e nesse mês voltou para a Europa, são e salvo. Ele voltou para o Brasil anos depois e foi capturado por Tupinambás, que eram canibais. Em seu livro Duas Viagens Ao Brasil, a primeira coisa que ele diz é que desde o primeiro momento ficou claro que a intenção dos Tupinambás que sequestraram o grupo era “devorá-los”! Durante o tempo que o Hans ficou com os tupinambás ele pôde ver como se organizavam, trabalhavam e praticavam seus cultos. E foi nessa passagem que ele viu rituais de antropofagia, ou seja, de canibalismo! É claro que o canibalismo não dessas tribos não era comer carne humana no almoço de domingo. Tinha uma relação muito forte com comer a carne dos seus inimigos, de guerreiros e uma parada religiosa, porque isso era feito dentro de um ritual. Olha só o que ele falou no livro dele: “Fazem isto, não para matar a fome, mas por hostilidade, por grande ódio, e quando na guerra escaramuçam uns com os outros, gritam entre si, cheios de fúria” Ao todo Hans ficou 9 meses sequestrado com os Tupinambás e morrendo de medo de ser devorado. Ele chegou a ver pessoas que estavam com ele serem comidas. Hans só foi resgatado dali com vida nove meses depois quando um corsário francês chegou no litoral e viu que Hans estava ali como um “refém”. O feito mais importante de Hans nem foi ter sobrevivido e sim ter escrito sobre o que ele viveu.
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