O Visual+mente é um podcast de divulgação dos conhecimentos de design e artes visuais idealizado por Rafael Ancara, Almir Mirabeau e Ricardo Cunha Lima.
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Você realmente conhece Maria Fernanda Cândido?
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Da França, onde vive, a atriz falou sobre casamento, capitalismo, a amizade entre os presidentes Lula e Macron e terapia ocupacional Maria Fernanda Cândido se prepara para estrear, no dia 11 de abril, o filme “A Paixão Segundo G.H.”, longa-metragem baseado no livro da escritora Clarice Lispector e dirigido por Luiz Fernando Carvalho. A obra se passa no Rio de Janeiro de 1964 e narra a jornada de uma escultora que questiona sua identidade e algumas convenções sociais que aprisionam o feminino. “Na arte, a gente transforma vidas de uma maneira sutil. Saúde e arte correm muito perto uma da outra”, diz ela no papo com o Trip FM. Formada também em terapia ocupacional, Maria Fernanda tem propriedade para discorrer sobre intervenções que mudam a vida das pessoas. Como terapeuta, ela garante que o que aprendeu nessa profissão ainda tem muita influência em sua vida. "Nossa concepção de saúde é muito utilitária: ou está curado, ou está doente. Aprendi a lidar com o conceito de melhora. Às vezes, uma pequena melhora pode representar muito em uma vida.” Diretamente de Paris, na França, onde vive há cerca de seis anos, a atriz falou ainda sobre casamento, sua experiência como a única mulher em um grupo de empreendedores que fundou a Casa do Saber e como é criar filhos adolescentes. Ela também refletiu sobre temas como capitalismo e a amizade entre Lula e Macron, o presidente da França. O programa está disponível aqui no site da Trip (é só dar o play) e no Spotify. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/04/6610305156482/maria-fernanda-candido-atriz-tripfm-mh.jpg; CREDITS=Patricia Soransso (@patriciasoransso); LEGEND=Maria Fernanda Candido; ALT_TEXT=Maria Fernanda Candido] Trip. Neste tempo em que você esteve em Paris, já deu para entender o francês? Maria Fernanda Cândido. Deu. Seis anos já é um tempo legal, mas para mim é um esforço. Eu ainda preciso fazer um esforço para estar dentro desta cultura. Meus filhos não, eles têm o chip brasileiro e francês. Eu só tenho o brasileiro. Nós somos acolhedores, temos a disposição para o encontro, menos medo do diferente. É muito inexplicável e emocionante ser brasileira. Eu amo ser brasileira e comecei a entender melhor a minha brasilidade estando fora do meu país. Quando você perde o seu dia a dia, aí passa a dar muito mais valor. Como ser formada em terapia ocupacional influenciou a sua carreira? Nossa ideia de saúde é muito utilitária: ou está curado, ou está doente, mas como terapeuta ocupacional aprendi a lidar com o conceito de melhora. Às vezes, uma melhora pequena pode representar muito em uma vida. Esse fascínio pelo outro eu carrego nas artes, porque a gente também transforma vidas de uma maneira sutil. Saúde e arte correm muito perto uma da outra. A teoria dos setênios vê os 49 anos como um momento muito especial. Como você está vivendo esta idade? Aos 49 anos foi a primeira vez que consegui parar, olhar para trás e pensar: caramba, eu tenho uma história. Aos 20 você não tem nada para ver lá atrás; aos 30 eu estava criando meus filhos, alimentando, ensinando a andar, também não dava para fazer esse exercício. Hoje, assisto o meu filme e é bonito, dá uma sensação de uma passagem por aqui. Mas ainda tenho muito para continuar, tenho muita sede. Como alguém que sempre foi conhecida pela beleza lida com a passagem do tempo? Dá uma tristeza, sim, olhar para aquela foto de 25 anos. Aquela pessoa já não existe para mais ninguém, nem para mim, nem para o público. É preciso ter uma aceitação, tudo muda, mas também tem a minha história toda. Eu quero fazer a trajetória, eu quero percorrer o caminho. Estando aí, acha que o consumismo atingiu menos os países europeus? O consumo invadiu todas as áreas da vida. Consumir bens é uma coisa, mas quando a gente vê que educação e saúde viraram mercadorias é mais complicado. Tudo virou produto, esse mundo está em um esgotamento. Você não quer se sentir cliente em uma escola, a gente quer que os princípios estejam acima disso. Ter um parceiro de outra nacionalidade, com outros costumes e cultura, pode gerar dificuldades. Concorda? Sim, muitas dificuldades. Em um casamento longo, às vezes é preciso viver com um desconforto, mas ficar com esse desconforto pode ser uma bela aventura, de descoberta, aceitação e criação de parceria. A minha amizade com meu marido cresceu, isso não caiu no nosso colo do nada, a gente lutou para chegar aqui. É terapia para todo lado aqui em casa, a gente trabalha muito. É uma característica importante da nossa família.
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Da França, onde vive, a atriz falou sobre casamento, capitalismo, a amizade entre os presidentes Lula e Macron e terapia ocupacional Maria Fernanda Cândido se prepara para estrear, no dia 11 de abril, o filme “A Paixão Segundo G.H.”, longa-metragem baseado no livro da escritora Clarice Lispector e dirigido por Luiz Fernando Carvalho. A obra se passa no Rio de Janeiro de 1964 e narra a jornada de uma escultora que questiona sua identidade e algumas convenções sociais que aprisionam o feminino. “Na arte, a gente transforma vidas de uma maneira sutil. Saúde e arte correm muito perto uma da outra”, diz ela no papo com o Trip FM. Formada também em terapia ocupacional, Maria Fernanda tem propriedade para discorrer sobre intervenções que mudam a vida das pessoas. Como terapeuta, ela garante que o que aprendeu nessa profissão ainda tem muita influência em sua vida. "Nossa concepção de saúde é muito utilitária: ou está curado, ou está doente. Aprendi a lidar com o conceito de melhora. Às vezes, uma pequena melhora pode representar muito em uma vida.” Diretamente de Paris, na França, onde vive há cerca de seis anos, a atriz falou ainda sobre casamento, sua experiência como a única mulher em um grupo de empreendedores que fundou a Casa do Saber e como é criar filhos adolescentes. Ela também refletiu sobre temas como capitalismo e a amizade entre Lula e Macron, o presidente da França. O programa está disponível aqui no site da Trip (é só dar o play) e no Spotify. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/04/6610305156482/maria-fernanda-candido-atriz-tripfm-mh.jpg; CREDITS=Patricia Soransso (@patriciasoransso); LEGEND=Maria Fernanda Candido; ALT_TEXT=Maria Fernanda Candido] Trip. Neste tempo em que você esteve em Paris, já deu para entender o francês? Maria Fernanda Cândido. Deu. Seis anos já é um tempo legal, mas para mim é um esforço. Eu ainda preciso fazer um esforço para estar dentro desta cultura. Meus filhos não, eles têm o chip brasileiro e francês. Eu só tenho o brasileiro. Nós somos acolhedores, temos a disposição para o encontro, menos medo do diferente. É muito inexplicável e emocionante ser brasileira. Eu amo ser brasileira e comecei a entender melhor a minha brasilidade estando fora do meu país. Quando você perde o seu dia a dia, aí passa a dar muito mais valor. Como ser formada em terapia ocupacional influenciou a sua carreira? Nossa ideia de saúde é muito utilitária: ou está curado, ou está doente, mas como terapeuta ocupacional aprendi a lidar com o conceito de melhora. Às vezes, uma melhora pequena pode representar muito em uma vida. Esse fascínio pelo outro eu carrego nas artes, porque a gente também transforma vidas de uma maneira sutil. Saúde e arte correm muito perto uma da outra. A teoria dos setênios vê os 49 anos como um momento muito especial. Como você está vivendo esta idade? Aos 49 anos foi a primeira vez que consegui parar, olhar para trás e pensar: caramba, eu tenho uma história. Aos 20 você não tem nada para ver lá atrás; aos 30 eu estava criando meus filhos, alimentando, ensinando a andar, também não dava para fazer esse exercício. Hoje, assisto o meu filme e é bonito, dá uma sensação de uma passagem por aqui. Mas ainda tenho muito para continuar, tenho muita sede. Como alguém que sempre foi conhecida pela beleza lida com a passagem do tempo? Dá uma tristeza, sim, olhar para aquela foto de 25 anos. Aquela pessoa já não existe para mais ninguém, nem para mim, nem para o público. É preciso ter uma aceitação, tudo muda, mas também tem a minha história toda. Eu quero fazer a trajetória, eu quero percorrer o caminho. Estando aí, acha que o consumismo atingiu menos os países europeus? O consumo invadiu todas as áreas da vida. Consumir bens é uma coisa, mas quando a gente vê que educação e saúde viraram mercadorias é mais complicado. Tudo virou produto, esse mundo está em um esgotamento. Você não quer se sentir cliente em uma escola, a gente quer que os princípios estejam acima disso. Ter um parceiro de outra nacionalidade, com outros costumes e cultura, pode gerar dificuldades. Concorda? Sim, muitas dificuldades. Em um casamento longo, às vezes é preciso viver com um desconforto, mas ficar com esse desconforto pode ser uma bela aventura, de descoberta, aceitação e criação de parceria. A minha amizade com meu marido cresceu, isso não caiu no nosso colo do nada, a gente lutou para chegar aqui. É terapia para todo lado aqui em casa, a gente trabalha muito. É uma característica importante da nossa família.
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